Um rendez-vous e uma desforra
Na próxima sexta-feira, dia 4 de setembro, a Seleção Portuguesa de futebol receberá, no Estádio de Alvalade, a sua congénere francesa, em jogo de carácter particular... e eu estarei lá! Três dias mais tarde, a Seleção deslocar-se-á a Elbasan, na Albânia, para defrontar a seleção da cada, em jogo a contar para o Campeonato Europeu da modalidade, que terá lugar no próximo verão, em França.
Nos Convocados para esta dupla jornada, as maiores novidades dizem respeito ao regresso de Miguel Veloso - ausente desde o Mundial 2014 - e Raphael Guerreiro - ausente desde o seu inesquecível golo frente à Argentina - e às ausências de Fábio Coentrão, Tiago (aquele vermelho parvo frente à Arménia, só para não termos um jogo tranquilo...), William Carvalho e, agora, João Moutinho - o primeiro por falta de ritmo, o segundo por castigo e os últimos dois por lesão.
Os regressos deixam-me muito satisfeita. Já tinha saudades do Miguel Veloso e ele já vinha há algum tempo a merecer este regresso. No entanto, também compreendo a posição de Fernando Santos: quando se tem William Carvalho e Tiago à disposição, é difícil arranjar espaço para outros.
Para além disto, andei desde novembro do ano passado à espera do regresso do Raphael Guerreiro, o menino-herói de Old Trafford. Com Coentrão sem jogar (espero que encontre espaço no Mónaco), talvez Raphael tenha tempo em campo, nem que seja apenas frente à França. Por mim, ele seria titular, mas acho que Fernando Santos apostará primeiro em Eliseu - e, depois do jogo com a Itália, tão cedo não o censuro por isso.
Passemos aos jogos, começando pelo mais importante: dia 7, frente à Albânia. Conforme se devem recordar, a Albânia foi o nosso primeiro adversário nesta Qualificação e derrotou-nos em casa por uma bola a zero - derrota essa que levou à rescisão de Paulo Bento, o Selecionador da altura. Aquando desse jogo, considerei que Portugal perdeu por incompetência própria. Continuo a achar, mas também me interrogo se não houve mérito dos albaneses, pelo percurso que fizeram desde esse jogo - empataram com a Dinamarca (não vou considerar o jogo com a Sérvia), ganharam à Arménia, ganharam à França, encontrando-se neste momento em terceiro lugar no grupo, com dez pontos (os mesmos que a Dinamarca, apenas menos dois que Portugal, isto com um jogo a menos). Às tantas, foi a vitória perante uma equipa como Portugal que os catalisou para o resto da Qualificação. Por outras palavras, fomos nós a criar este "monstro".
Sinceramente, acho que este será o jogo mais difícil daqueles que nos faltam na Qualificação. Vamos jogar fora, apenas dois dias após um particular, frente a uma equipa muito motivada. Felizmente vamos com margem de erro. No entanto, apesar daquilo que escrevi no parágrafo anterior, não deixamos de ser a equipa mais forte. A Seleção de há um ano vinha de um Mundial traumatizante, estava desfalcada de Cristiano Ronaldo, estava a ser orientada por um treinador desgastado. Hoje temos um Selecionador diferente, uma equipa melhor fornecida e num muito melhor momento - afinal, vimos de quatro vitórias oficiais consecutivas. Temos todas as condições para obtermos uma desforra sobre o jogo de há um ano.
Dito isto, mesmo que lhes ganhemos, espero que os albaneses consigam Qualificar-se, se possível diretamente. Por tudo o que fizeram até agora, ganharam o meu respeito. E, claro, é muito melhor perder na Qualificação contra uma equipa que, de facto, se Apure. Se não se Apura, a vergonha é ainda maior.
Antes desse jogo, de qualquer forma, há rendez-vous em Alvalade e eu vou comparecer! Eu, o meu irmão, a minha irmã e dois amigos desta. Como eles já conhecem a minha irmã, que nestas coisas é muito parecida comigo, em princípio, não devo preocupar-me com exuberâncias a mais durante o jogo... De início, os meus irmãos não estavam muito entusiasmados por ser, apenas, um particular. Eu, porém, quis agarrar a oportunidade rara de ver um jogo contra uma grande seleção - sobretudo quando os adversários do próximo Apuramento são tão desinteressantes... Será apenas a segunda seleção das grandes que verei jogar ao vivo - a primeira foi Espanha, no Euro 2004, por sinal no mesmo Estádio.
Toda a gente conhece o nosso historial com a França: já lá vão quarenta anos sem vitórias (mais pormenores aqui). Sendo o próximo jogo um particular, dificilmente seria prioridade, mesmo se não tivéssemos um jogo tão importante daí a dois dias. Como tal, não conto com uma vitória na sexta. No entanto, se bem se recordarem, disse o mesmo em relação aos particulares, com a Argentina e com a Itália. Não seria, de qualquer forma, a primeira maldição que quebrávamos neste último ano. Nunca se sabe...
Por outro lado, não sei se isso conta para alguma coisa, mas da última (e única) vez que fui a um jogo com uma grande seleção, vínhamos igualmente de um longo período sem lhes ganhar em jogos oficiais. E, depois dessa ocasião, não tornámos a ganhar-lhes em jogos oficiais. É certo que eu sou um amuleto duvidoso pois, durante muito tempo, não consegui ir a jogos em Alvalade que não terminassem com empates 1-1 (isto incluiu dois jogos da Seleção e aqueles empates em casa do Sporting, na época passada). Mas um empate a uma bola frente à França não seria, de todo, um mau resultado.
Se não der para ganhar à França, então só peço um bom espetáculo de futebol, de preferência com muitos golos portugueses.
Não tenho muito mais a dizer sobre esta dupla jornada. Já se sabe, os pré-jogos não me dão muito por onde pegar, sobretudo durante períodos tranquilos, como o atual. O verdadeiro interesse reside nos jogos em si. As coisas estão a correr bem e é provável que assim se mantenham - terá de acontecer uma catástrofe para não nos Qualificarmos diretamente. Por este caminho, estaremos muito em breve a fazer planos para o Euro 2016 - mais cedo do que o costume.