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O Meu Clube É a Seleção!

Mulher de muitas paixões, a Seleção Nacional é uma delas.

Seleção 2017

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Uma das tradições deste blogue tem sido fazer uma retrospetiva daquilo que aconteceu com a Seleção, no fim de cada ano. No ano passado, não consegui cumpri-la, por motivos que expliquei aqui. Consegui, no entanto, reescrever e publicar esse texto no outro dia. E agora, que a revisão de 2016 já está despachada, podemos falar sobre 2017.

 

Neste texto vamos recorrer, de novo, ao modelo do texto anterior: em vez de recordarmos exaustivamente tudo o que aconteceu, vamos falar apenas do melhor e do pior. Assim, sem mais delongas, recordemos…

 

O pior

 

  • Falharmos a final da Taça das Confederações

 

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O jogo das meias-finais da Taça das Confederações, frente ao Chile, foi o único jogo oficial em 2017 que não correu bem. Estatisticamente foi um empate, ou seja o jogo com a Suíça, no início da Qualificação, continua a ser o único jogo oficial em que perdemos desde 2014. Na prática, foi uma derrota. Impediu-nos de chegar à final.

 

Os primeiros trinta, quarenta e cinco até foram bem disputados pelas duas equipas. Depois disso, no entanto, ambas acabaram por se retrair, os portugueses sobretudo – um erro, na minha opinião. Portugal tinha todas as condições para, pelo menos, tentar ganhar o jogo antes do prolongamento. Ou, no mínimo, dos penáltis. O árbitro até deu uma ajudinha, ao ignorar um penálti contra nós. Deus Nosso Senhor também ajudou, com isto. Podíamos ter aproveitado a maré favorável para matarmos o jogo. Em vez disso, preferimos ficar placidamente à espera dos penáltis…

 

...onde nem sequer fizemos boa figura – bem pelo contrário. Nem um penálti convertido. Demasiado mau.

 

Portugal tinha capacidade para mais do que isto. Não podemos culpar ninguém tirando nós mesmos. Com jogadores como André Silva, Gelson Martins e Bernardo Silva, não era preciso jogarmos sempre à defesa. O Chile, ainda por cima, nem sequer se Apuraria para o Mundial. É certo que a Qualificação funciona de maneira diferente na América do Sul, parece ser mais difícil, mas mesmo assim.

 

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Ganharíamos à Alemanha na final? Não sei. Os alemães não se ralavam tanto com este campeonato como nós. Deram-se, até, ao luxo de deixar as suas principais estrelas de fora. E no entanto… ganharam à mesma. O que acontecerá quando se apresentarem no Mundial, na sua máxima força?

 

Tudo seria possível numa final entre Portugal e esta Alemanha, na minha opinião. Valia a pena termos tentado ir à final, pelo menos. Até porque não é certo que voltemos a ter Taça das Confederações.

 

Enfim, pode ser que tenha servido para aprendermos com os erros, como escrevi na altura, para que não tornemos a cometê-los noutras ocasiões. Além disso, já lá vão sete meses desde a final… e ninguém fala sobre a Taça das Confederações. Ninguém parece ralar-se muito.

 

Isto foi para mim o pior de 2017 e, como poderão concluir, nem sequer foi assim tão grave. Só prova que vivemos anos abençoados em termos de Seleção.

 

E por falar disso…

 

 

O melhor

 

  • O terceiro lugar na Taça das Confederações

 

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Eu sei que isto entra em contradição com o que disse antes. No entanto, ainda que o nosso desempenho não tenha sido tão bom como poderia ter sido, continuo a achar que não foi mau – sobretudo tendo em conta que foi a nossa estreia na prova. Ficámos em terceiro lugar, ganhámos a medalha de bronze. Antes disso, as únicas medalhas que tínhamos ganho foram três: o bronze, no Mundial de 66; a prata, no Euro 2004; o ouro, no Euro 2016. Não estamos em posição de desvalorizar.

 

Além disso, sempre foi um campeonato de seleções num ano ímpar, algo que para mim e para Portugal (pelo menos nos últimos anos) foi inédito. Mesmo que não tenha tido o mesmo mediatismo que um Europeu ou Mundial, mesmo que nenhum dos jogos tenha sido particularmente memorável. Um estágio prolongado e uma mão-cheia de jogos da Seleção são o suficiente para me fazer feliz. E estes terminaram com uma vitória e com uma medalha. Não me posso queixar.

 

  • O Apuramento direto para o Mundial

 

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Depois do nosso começo em falso e de mais de um ano de braço-de-ferro, conseguimos assegurar um lugar no Mundial, no último jogo da Qualificação – frente à Suíça, o mesmo adversário com que tínhamos começado. Voltou a ser um alívio evitarmos os play-offs. É certo que estes, no passado, nos proporcionaram um par de jogos épicos… mas esta via é melhor para a nossa pressão arterial.

  

Se formos a ver, há vinte anos que não falhamos um campeonato de seleções – algo de que equipas de renome, como a Inglaterra, a Itália e a Holanda, não se podem gabar (e consta que, da última vez que falhámos, a culpa foi, pelo menos em parte, de um árbitro francês e idiota). A minha irmã nunca viu a Seleção falhar um Apuramento. 

 

A noite em que garantimos a Qualificação foi uma das minhas mais felizes em 2017. Não só pelo jogo em si, que foi um verdadeiro triunfo de equipa, mas também por momentos como a fotografia com os adeptos suíços e o encontro com os autores (?) do Pouco Importa (mais detalhes na análise a esse jogo).

 

Tal como escrevi na altura, é para noites como essa que estamos todos aqui.

 

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E foi isto o 2017 da Seleção. Continuamos a atravessar uma fase abençoada, não temos de todo motivos de queixa. Como em muitas outras ocasiões, serviu-me de consolo num ano que nem sempre foi fácil – nem para mim, sobretudo na segunda metade, como para o próprio país, tal como vimos aqui.

 

2018 veio cheio de promessas. Para começar, marcará o décimo aniversário deste blogue – e já tenho planos para assinalar essa data. Temos também o Mundial, claro, para o qual todos os sonhos são permitidos.

 

Por fim, teremos a estreia da Liga das Nações, uma prova que promete mexer com as rotinas das seleções e apimentar os anos entre Europeus e Mundiais. O sorteio para a primeira edição da prova realiza-se amanhã (o meu dia de anos, por sinal. É a primeira vez, desde que me lembro, que acontece algo relacionado com a Seleção no meu aniversário. Eu preferia um jogo, mas enfim…).

 

Ainda estou para ver como é que o mundo do futebol vai reagir à Liga das Nações. Aposto o que quiserem que vai haver gente dos clubes queixando-se de mais uma prova, que lhes roubará e/ou estragará os brinquedos. Eu, no entanto, estou entusiasmada. Até porque terá uma fase final, em junho de 2019, com as quatro primeiras classificadas da liga A, a nossa. Se Portugal conseguir ficar em primeiro no seu grupo, teremos um mini-campeonato de seleções num ano ímpar. Mais: pode até decorrer no nosso país!

 

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Havemos de falar melhor sobre a Liga das Nações noutra ocasião. Para já, sei que já vou um bocadinho tarde, mas queria deixar-vos votos de um excelente 2018. Encontramo-nos de novo em março, para os próximos jogos da Seleção. Se não quiserem esperar até lá, visitem a página de Facebook do blogue.

 

Voltaremos!

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No passado dia 28 de junho, a Seleção Portuguesa de Futebol foi derrotada nos pénaltis, nas meias-finais da Taça das Confederações, pela sua congénere chilena. Quatro dias mais tarde, disputou o terceiro lugar na prova com a sua congénere mexicana, vencendo-a por duas bolas contra uma.

 

O jogo com o Chile nem começou mal. Pelo contrário, a primeira parte foi muito bem disputada por ambas as equipas. Dava gosto ver.

 

Algo a que achei piada foram as ocasiões (pelo menos duas), em que um dos guarda-redes fazia uma defesa espetacular para depois, na resposta, o guarda-redes adversário fazer uma defesa idêntica.

 

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No entanto, na segunda parte, a qualidade do jogo começou a decair. A ideia que ficou era de que Fernando Santos queria jogar para o prolongamento, para os penáltis. Talvez contasse com a (relativa) sorte que nos ajudou a conquistar o título europeu, no ano passado.

 

E até parecia que a Sorte (e o árbitro, diga-se de passagem) estava do nosso lado. Sobretudo quando chegou o prolongamento e Portugal parecia resignado a aguentar os chilenos, à espera do desempate final. José Fonte cometeu uma falta para grande penalidade que, por algum motivo, escapou ao vídeo-árbitro (provando que este ainda possui muitas arestas por limar).

 

O caso mais caricato, contudo, ocorreu em cima do final do prolongamento: um lance em que a bola bateu duas vezes nos ferros portugueses.

 

 

Eh pá, lembram-se de quando os postes costumavam ser os nossos maiores adversários?

 

O Rui Patrício até se riu após esse lance. Mas quem ri por último…

 

É a terceira vez que escrevo sobre desempates por grandes penalidades. Volto a dizer que não acredito na corrente de que os penáltis são cem por cento lotaria. Sobretudo depois deste jogo.

 

A sério, pessoal. Acham mesmo que uma equipa falha três penáltis seguidos por azar? Tenham juízo!

 

Conforme já referi duas vezes antes, na minha opinião, os penáltis são quarenta por cento perícia, trinta por cento estado psicológico e emocional, trinta por cento sorte. Ricardo Quaresma pode ter falhado o primeiro penálti por falta de sorte, admito. Mas depois disso deu-se o efeito bola de neve.

 

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João Moutinho tem um conhecido historial de penáltis falhados – afinal de contas, Cristiano Ronaldo teve de encorajá-lo, num momento que já se tornou icónico, aquando das grandes penalidades contra a Polónia, no ano passado. No entanto, neste jogo, perante o falhanço de Quaresma, não me surpreendeu que tivesse sucumbido à pressão. Nem que o mesmo tenha acontecido a Nani.

 

Depois do jogo, debateu-se se Cristiano Ronaldo deveria ter batido o primeiro penálti, tal como tinha feito aquando do jogo com a Polónia. Eu sou da opinião de que devia. Nos quartos-de-final do Europeu, foi importante termos tido o Capitão dando o exemplo aos colegas, sobretudo a Moutinho. Além disso, da outra vez em que tínhamos caído nas grandes penalidades, Ronaldo também não chegou a bater a sua. Não me parece que tenha sido coincidência. Como tal, não compreendo que não tenhamos começado pelo Ronaldo nestes penáltis.

 

A única explicação que me ocorre é que Fernando Santos quis apostar nos jogadores suplentes, menos desgastados.

 

Por outro lado, também admito que não fosse certo que Cristiano Ronaldo tivesse acertado o primeiro penálti. Além disso… o Quaresma é um dos mais experientes do grupo. Ele devia ter marcado.

 

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Havemos de voltar a falar sobre penáltis mais à frente.

 

Não, Portugal só se pode culpar a si próprio por este desfecho. Não apenas pela maneira como abordou os penáltis, mas também por ter sido demasiado conservador ao longo dos cento e vinte minutos de jogo. Quase todos concordam que a Seleção tinha capacidade para ir à final e lutar pelo título. Podemos ter desperdiçado uma oportunidade única. Não só porque será difícil Portugal voltar a Qualificar-se para uma Taça das Confederações, como também porque talvez esta tenha sido a última edição da prova.

 

No entanto, há que recordar que isto é “apenas” a Taça das Confederações: uma prova a respeitar, mas que não tem o mesmo prestígio que um Europeu ou Mundial. Até agora, seleções que vencem a Taça das Confederações nunca venceram o Mundial do ano seguinte. Tal como referiu António Tadeia, um dos possíveis motivos será a tentação dos selecionadores em apostarem na mesma equipa e/ou na(s) mesma(s) tática(s) que resultara bem antes – quando, se calhar, os jogadores já não têm o mesmo rendimento que um ano ou dois antes e a(s) tática(s) não são adequadas àquela estrutura de prova e àqueles adversários.

 

Em linha com isso, prefiro que a Seleção Portuguesa e Fernando Santos tenham cometido esses erros nesta prova, em vez de os terem cometido num Europeu ou Mundial. Pode ser que aprendamos a não depender demasiado da tática do Euro 2016. Até porque, agora, temos jogadores como André Silva, Bernardo Silva, Gelson Martins – bons para jogar ao ataque.

 

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Antes das alegações finais, falemos do jogo pelo terceiro lugar, contra o México… outra vez.

 

Confesso que não estava particularmente interessada neste encontro. Jogos pelo terceiro lugar são um bocadinho fúteis. Chegam mesmo a ser cruéis para os jogadores: estes estão cansados, deprimidos por terem falhado a final, talvez com saudades e casa, das respetivas famílias. O bronze não é grande motivador. Eu mesma já pensava assim aquando do Mundial 2006.

 

Curiosidade: o jogo pelo terceiro lugar foi abolido em Europeus em 1980 por (segundo o livro A Fúria do Euro, de Michael Coleman) o encontro dessa prova, entre a Itália e a Checoslováquia, ter sido uma seca – o desempate por grandes penalidades ficou em 9-8, a favor da Checoslováquia.

 

Por sua vez, a Seleção deixou bem claro o investimento que faria no jogo quando dispensou Cristiano Ronaldo para que pudesse conhecer os filhos.

 

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Confesso que essa decisão me deixou desconfortável. É certo que os filhos nasceram há pouco tempo e que Ronaldo abdicou de ir vê-los mais cedo. Mas ele não é o único com filhos e outros compromissos familiares entre os Marmanjos. O Rui Patrício, por exemplo, tem um filho com menos de um ano e uma filha por nascer. Pizzi tem um filho com um ano de idade e adiou a sua lua-de-mel para vir à Taça das Confederações. Porque não tiveram eles, também, direito a dispensa?

 

Incomoda-me ainda mais o discurso de alguns dos protagonistas da Seleção, dando a entender que devíamos estar gratos por Cristiano Ronaldo nos ter feito o especial favor de comparecer na Taça das Confederações.

 

Tudo isto são precedentes perigosos. Receio que, um dia, tudo isto se volte contra os responsáveis pela Seleção.

 

Regressando ao jogo com o México, nesse dia, tive pessoas em casa a almoçar. Como tal, nem sempre consegui acompanhar o jogo como deve ser, sobretudo durante a segunda parte.

 

Conforme era de esperar, Portugal alinhou com um onze com oito alterações em relação ao jogo com o Chile (destaque para Pizzi e Gelson Martins a titulares). Entrámos melhor que no primeiro jogo com o México (não que fosse difícil), claramente por cima, mas incapazes de acertar com a baliza.

 

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Um bom exemplo da nossa falta de acerto foi o penálti assinalado a favor de Portugal, aos dezasseis minutos, que André Silva desperdiçou – ainda a bola de neve que começara no jogo com o Chile.

 

Como toda a gente sabe, nestas coisas, que não marca sofre. E acabámos por ser nós mesmos a boicotar-nos, via auto-golo de Luís Neto, no início da segunda parte.

 

Tal como referi acima, não consegui prestar muita atenção durante esse período do jogo. Consta que Portugal continuava a desperdiçar oportunidades. A partir de certa altura, resignei-me: não me apetecia estar a sofrer por um mísero terceiro lugar.

 

Os Marmanjos não pensavam assim, felizmente. Desse modo, Pepe acabou por obrigar os mexicanos a provarem do seu próprio veneno, ao marcar um golo no tempo de compensação.

 

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Nunca me vou cansar da celebração de Pepe, beijando as Quinas que traz no peito. É por estas e por outras que o adoramos e lhe vamos perdoando a sua cabeça quente.

 

O jogo foi, desse modo, a prolongamento. Outra vez. Por motivos óbvios, ninguém do lado de Portugal queria ir a penáltis. Eu mesma quase preferia que os mexicanos marcassem, só para nós pouparem à vergonha.

 

Não foi preciso, graças a Deus. Perto do fim da primeira parte do prolongamento, foi assinalado pénalti a favor de Portugal. Desta vez, estava já Adrien Silva em campo – um perito na marca dos onze metros, mais experiente e, pelos vistos, melhor a lidar com a pressão que André Silva (são muitos “Silvas" na Turma das Quinas…). Assim, foi chamado a bater o penálti e, ao contrário de quatro dos seus colegas, não perdoou.

 

Ainda bem. De outra maneira, a bola de neve podia prolongar-se até aos próximos jogos da Seleção.

 

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Dizia eu antes que não planeava sofrer pelo terceiro lugar. No entanto, agora que estávamos em vantagem no marcador, queria que a mantivessem, claro.

 

Não foi fácil. O Nelson Semedo arranjou maneira de ver o segundo amarelo e Portugal ficou obrigado a segurar a vantagem em inferioridade numérica (Gelson acabou como lateral direito). O que nos valeu foi Jiménez, que teve a bondade de repôr a igualdade numérica… após entrada dura sobre o colega de equipa, Eliseu (não se faz…).

 

Os mexicanos não deixaram de tentar o empate. A certa altura quase se pegavam com o árbitro, após um lance duvidoso. Chegaram a bater um livre em que o guarda-redes mexicano, Ochoa (que se parece imenso com o Ted Mosby, de How I Met Your Mother), se veio juntar à barreira (sempre achei piada a essas ocasiões).

 

Mas a vitória já não escapou a Portugal. A Seleção ganhou, assim, a medalha de bronze.

 

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E sabem uma coisa? Estou satisfeita. Chegar às meias-finais de qualquer prova é sempre bom. Tínhamos meios para ir mais longe, sim, mas não há que ter vergonha do percurso que fizemos na Taça das Confederações – até porque esta foi a nossa primeira vez na competição.

 

Agora o importante é aprender com os erros cometidos, sobretudo no jogo com o Chile, e apontar baterias para o Mundial. Podemos ter perdido agora, mas voltaremos! No próximo ano haverá Mundial na Rússia e Portugal estará lá. Não perdem pela demora.

 

Um agradecimento a todos os que acompanharam o percurso da Seleção na Taça das Confederações comigo, quer através deste blogue, quer da página de Facebook.

 

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Nova Zelândia 0 Portugal 4 - Luz Verde

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No passado sábado, dia 24 de junho, a Seleção Portuguesa de Futebol venceu a sua congénere neozelandesa por quatro bolas a zero. O jogo teve lugar no Estádio Krestovsky, em São Petersburgo, e contou para a fase de grupos da Taça das Confederações.

 

Não consegui ver o jogo todo na televisão – houve alturas em que tive de acompanhá-lo via rádio, no carro. Felizmente, pude ver três dos quatro golos em direto – só não vi o terceiro.

 

Conforme se previa, Fernando Santos fez várias alterações ao onze inicial para este jogo. Mesmo assim, foi mais conservador do que estava à espera, ao manter jogadores como Cristiano Ronaldo e Pepe. É óbvio que Fernando Santos não se atrevia a subestimar a seleção neozelandesa. Tendo em conta o historial da Turma das Quinas, compreende-se.

 

Infelizmente, a Seleção tornou a demorar cerca de vinte minutos a entrar no jogo. O primeiro remate do jogo, aos cinco minutos, veio da Nova Zelândia.

 

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A nossa sorte foi que os neozelandeses não tinham capacidade para se aproveitar do avanço oferecido pelos portugueses. E, assim, Portugal acabou por ganhar controlo sobre o jogo.

 

Ao fim da primeira meia hora, o árbitro assinalou pénalti a favor de Portugal, depois de o Danilo ter sido derrubado na área. Cristiano Ronaldo não perdoou, tal como se esperava – nada a dizer.

 

O meu momento preferido do jogo ocorreu alguns minutos mais tarde: com aquele delicioso passe de Ricardo Quaresma para Eliseu. Este assistiria, depois, para Bernardo Silva marcar. Nessa altura, estava a ver o jogo num café cheio de benfiquistas. Estes não se tinham manifestado muito aquando do golo de Ronaldo (mas também, tal como afirmei acima, todos sabíamos que ele ia marcar). No entanto, eles fizeram questão de festejar efusivamente este golo, mais por causa de Eliseu do que por outro motivo qualquer.

 

 

Eu mesma tenho de admitir que, apesar de continuar a preferir o Raphael Guerreiro, o Eliseu cresceu muito como jogador nestes últimos anos. Quer com Raphael quer com ele, o lado esquerdo da defesa da Seleção está bem entregue.

 

Infelizmente, o momento do golo foi estragado pela lesão de Bernardo Silva. Ele ainda conseguiu aguentar em campo até ao intervalo, mas acabou por ser substituído. Todos esperam que ele recupere a tempo das meias-finais, que a Seleção beneficia imenso com ele.

 

O pior momento do jogo, tirando a lesão de Bernardo Silva, foi o cartão amarelo mostrado a Pepe, na segunda parte – cartão amarelo esse que o exclui das meias-finais. Muitos têm criticado Fernando Santos por não ter substituído Pepe antes, evitando este desfecho e poupando-lhe o esforço. Mas a verdade é que Pepe, depois de tantas asneiras como esta que tem feito ao longo da sua carreira, já devia ter mais juízo.

 

Em todo o caso, José Fonte será capaz de dar conta do recado – desde que tente evitar os erros que cometeu, durante o jogo com o México.

 

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Entretanto, mais ou menos aos sessenta minutos de jogo, Cristiano Ronaldo foi substituído por Nani. Notou-se, desde o primeiro minuto em campo, que estava com ganas – não só por ser a sua centésima-décima internacionalização, mas também para se redimir do jogo menos conseguido, na estreia portuguesa na Taça das Confederações. Para provar que, mesmo com a concorrência de talentos como Bernardo Silva, Ricardo Quaresma ou Gelson Martins, a Seleção pode, também, contar com Nani – contrariando todos aqueles que, à primeira falha, se apressam a riscá-lo da lista de opções. Já tinha acontecido mais ou menos o mesmo durante o Europeu, no ano passado.

 

Antes de Nani ter hipótese de brilhar, contudo, foi a vez de André Silva mostrar o que vale. Aos oitenta minutos, o jovem recebeu a bola no meio-campo e arrancou em direção à baliza. Mais tarde, ele diria que estava à espera que algum dos colegas viesse ajudá-lo mas, como ninguém estava a jeito, ele “tentou ser feliz. E conseguiu.”

 

Por fim, Nani marcou o quarto golo, já nos descontos. Momento fofo quando ele mostrou a foto do filho, Lucas – consta que fora uma promessa.

  

 

Este resultado deu-nos, assim – parafraseando uma brilhante jovem neozelandesa – luz verde para as meias-finais. Nada mau para um estreante na prova, diga-se de passagem. Já há quem fale da final é de uma conquista do troféu. Não que seja impossível – qualquer semi-finalista é, por defeito, candidato ao título – mas não quero meter a carroça à frente dos bois. Sobretudo porque as meias-finais não vão ser nada fáceis.

 

O nosso adversário será o Chile, cuja maior figura é Arturo Vidal, um médio que joga no Bayern de Munique. A seleção chilena tem uma história parecida com a nossa: até há bem pouco tempo, nunca tinham ganho nada. Até que, em 2015, venceram a poderosa Argentina, na final da Copa América. No ano passado, venceram ainda a Edição Centenário da Copa América. Estão, também, a participar na Taça das Confederações pela primeira vez. E eu imagino que, tal como nós, tenham tomado gosto a esta coisa de títulos de seleções e queiram repetir a dose.

 

Algo que me deixa um bocadinho (mais) nervosa no que diz respeito ao Chile é o facto de os conhecermos mal. Só jogámos três vezes vezes contra os chilenos: uma em 1928, por 4-2 (após estarmos a perder por 2-0...); uma em 1972, em que ganhámos por 4-1: outra em 2011, em que empatámos a uma bola (se bem se recordam, não vi esse jogo.

 

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Em suma, as meias-finais podem dar para qualquer dos lados.

 

Nesse aspeto, teria preferido ligeiramente (só muito ligeiramente) apanhar os alemães. Porque os conhecemos melhor (bem demais…), por um lado. Por outro, porque estão desfalcados e estão menos motivados para ganhar a Taça das Confederações.

 

Mas ainda temos o trauma do Mundial 2014…

 

Em todo o caso, como sempre, eu acredito na nossa Seleção. Acredito que podemos vencer o Chile e chegar a mais uma final. Temos tudo para consegui-lo. 

 

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Continuem a acompanhar a Equipa de Todos Nós na Taça das Confederações aqui no blogue, bem como na sua página no Facebook.

Rússia 0 Portugal 1 - Coração nas mãos

transferir (2).jfifNa passada quarta-feira, dia 21 de junho, a Seleção Portuguesa de Futebol venceu a sua congénere russa por uma bola a zero. Este jogo teve lugar no Arena Otkrytie, em Moscovo. e contou para a fase de grupos da Taça das Confederações.

 

Poucas horas antes do início do jogo, estava ainda a acabar a minha crónica sobre o jogo com o México. Como poderão ler, nela queixo-me de sofrer muito com os jogos da Seleção nestes campeonatos.

 

Ao que parece, Deus Nosso Senhor leu o que escrevi e riu-se. Porque o jogo com a Rússia ia dando cabo de mim.

 

Conforme muitos têm afirmado, não havia necessidade para tanto sofrimento. Fernando Santos, graças a Deus, aprendera com os erros do jogo anterior e meteu os três Silvas a jogar de início: o André, o Adrien e o Bernardo. Por sua vez, Bruno Alves entrou para o lugar de José Fonte. Como tal - e também porque a Rússia tem um estilo de jogo diferente do do México - Portugal apresentou-se muito melhor que no jogo de domingo.

 

De tal maneira que Cristiano Ronaldo só precisou de sete minutos para marcar o primeiro golo: de cabeça, após um cruzamento perfeito de Raphael Guerreiro - que se redimia, assim, do jogo menos conseguido frente ao México.

 

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Tem andado toda a gente a dizer que este foi o nosso primeiro golo em território russo - o que, tecnicamente, não é verdade. A menos que Kazan, onde empatámos a duas bolas, afinal, fique na Bielorrússia…

 

Mas percebo o que querem dizer. Voltemos ao jogo.

 

Golos marcados ao início são sempre traiçoeiros. A equipa em vantagem pode sentir-se tentada a acomodar-se e/ou a equipa em desvantagem, sabendo que ainda falta muito para o jogo acabar, corre atrás do empate - se não for da reviravolta. Nestas alturas, é urgente marcar um segundo golo para as coisas acalmarem.

 

Como o segundo golo nunca veio, as coisas nunca chegaram a acalmar até ao apito final.

 

Isso não foi grande problema durante a primeira parte, já que a Rússia manteve o bloco baixo e pouco atacou. Na segunda parte, a história foi diferente.

 

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Para começar, Portugal desperdiçou várias oportunidades: uma cabeçada de André Silva, após assistência de Cédric (que, na minha nada enviesada opinião, o guarda-redes russo só defendeu por sorte); um remate de Cristiano Ronaldo, após assistência de Bernardo Silva (desta feita, foi um dos defesas russos a impedir o golo); ainda na sequência dessa jogada, um remate de longe de Cédric (o guarda-redes russo voltou a ter sorte - mais uma vez, uma opinião nada enviesada).

 

Com tanto golo falhado, e numa altura em que os portugueses começavam a dar de si fisicamente, os russos começaram a acreditar. O jogo acabou por se “partir”, alternando entre balizas. Naturalmente, ficámos todos com o coração nas mãos - aquilo podia ir para qualquer lado. Não que os russos tenham tido muitas oportunidades de perigo - muito graças ao trabalho defensivo dos portugueses, sobretudo da dupla imperial Pepe e Bruno.

 

Mas, depois do jogo com o México, não me atrevia a confiar - a qualquer momento podíamos cometer um erro.

 

Não me lembro de ter sofrido tanto com um jogo da Seleção desde o Europeu. Cheguei a temer que fosse desta que me dava uma coisinha má. Mas se eu tinha sobrevivido aos últimos minutos da final do Europeu, haveria de sobreviver a isto.

 

 

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Em todo o caso, quando o jogo finalmente acabou, precisei de algum tempo até conseguir funcionar normalmente outra vez.

 

Sim, isto custou mais do que o necessário, mas não deixou de ser melhor que domingo passado. Não deixou de ser uma vitória, valendo três pontos - a primeira vitória frente à Rússia na casa deles.

 

Agora, vamos jogar com a Nova Zelândia. Como já contamos quatro pontos, chega-nos um empate para passarmos às meias-finais. Afirmei antes que a Nova Zelândia era a equipa mais acessível do grupo, em teoria. E a verdade é que os neozelandeses não têm feito muito para contrariar essa crença - ainda não ganharam um único jogo nesta edição da Taça das Confederações.

 

É certo que este género de estatísticas valem o que valem. E nem seria a primeira vez que Portugal se atrapalhava perante uma equipa de menor prestígio. Ainda assim, penso que todos concordam que Portugal é o claro favorito - mesmo com as alterações que Fernando Santos deverá fazer à equipa, mesmo que Eliseu não recupere a tempo da gripe que apanhou.

 

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Espero, sobretudo, que o jogo de amanhã seja um pouco mais tranquilo. Até porque, se chegarmos às meias-finais, ainda nos espera muito sofrimento…

 

Continuem a acompanhar estas minhas neuroses aqui no blogue e na página do Facebook.

Portugal 2 México 2 - A estreia do costume

transferir.jfifNo passado sábado, dia 18 de junho, a Seleção Portuguesa de Futebol estreou-se na Taça das Confederações com um empate a duas bolas, perante a sua congénere mexicana – num jogo que teve lugar no Arena Kazan, na Rússia.

 

Não estou muito surpreendida por não termos ganho. Afinal de contas, Portugal não consegue estrear-se com uma vitória em campeonatos de seleções desde o Euro 2008, há nove anos (!!). Esta está longe de ser a pior estreia (ou já se esqueceram?).

 

No entanto, desta feita, o resultado menos bom podia ter sido evitado com um onze inicial diferente, na minha opinião. Não consigo entender a lógica de deixar André Silva no banco desde início, quando ele mostrou inúmeras vezes, ao longo desta época, entender-se na perfeição com Cristiano Ronaldo. É certo que seleções como a Hungria e a Letónia não se comparam com o México, mas não valia a pena arriscar?

 

A única explicação que me ocorre é Fernando Santos ter dado mais importância à experiência. Mas Nani (de quem gosto muito, como vocês sabem), não estando tão mal como estava há três ou quatro anos, não está em grande momento de forma. Além de que não sei se ele está habituado a jogar naquela posição: na frente de ataque em vez de como extremo (se estiver enganada, estão à vontade para me corrigir).

 

Com tudo isto, os primeiros quinze, vinte minutos da partida foram penosos. Portugal parecia incapaz de reter a bola. Até o público no Arena Kazan se irritou e se pôs a assobiar – aqueles é que eram os Campeões Europeus?

 

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Felizmente, o tormento não durou muito: aos vinte minutos, André Gomes (ou terá sido Nani? Ou Pepe? Nas imagens não dá para perceber…) conseguiu enfiar a bola na baliza mexicana, na sequência de um livre de Cristiano Ronaldo Os portugueses partiam já para os festejos quando o árbitro pediu ajuda ao seu homólogo em vídeo, metendo um travão na festa.

 

Falemos, então, sobre o vídeo-árbitro. À semelhança de muitos adeptos da modalidade, há muitos anos que ansiava pela introdução destas tecnologias no futebol. Sobretudo se permitisse, se não acabar, pelo menos diminuir polémicas irritantes, como foras-de-jogo mal assinalados ou por assinalar, mãos de Deus, faltas mal marcadas, cartões por mostrar, acusações de “colinho”, entre outras coisas que não contribuem para a felicidade de ninguém.

 

No entanto, ver o vídeo-árbitro em ação pela primeira vez, num jogo da Equipa de Todos Nós… foi um bocadinho chato. O jogo esteve parado durante minutos, enquanto os árbitros decidiam se o golo era válido ou não. Cá em casa, não se percebia ao certo qual era o problema, porque a realização não teve a bondade de repetir o lance do golo. No estádio, deve ser ainda pior pois não há maneira de jogadores, técnicos ou adeptos verem a repetição dos lances – a menos que mostrem nos ecrãs gigantes e, mesmo assim, não sei se dá para ver bem.

 

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Em suma, o vídeo-árbitro foi uma fonte extra de nervos para toda a gente.

 

Durante aqueles minutos de espera, pelo menos. Eventualmente, os árbitros lá decidiram que o Pepe estava em fora-de-jogo aquando do livre, logo, o golo era ilegal. Não temos o direito de reclamar – se fosse contra nós, ninguém se queixaria. Infelizmente, conforme assinalado neste blogue, os jornalistas desportivos portugueses começaram já a implicar com o vídeo-árbitro. Será que, sem as controvérsias evitadas por ele, ficam sem assunto para os artigos de opinião e para os programas de debate?

 

Eu concordo que existem, ainda, muitas arestas para limar nesta questão do vídeo-árbitro, mas isso há de melhorar com o tempo. No cômputo geral das coisas, o futebol tem mais a ganhar do que a perder.

 

Mas regressemos ao jogo com o México. O golo anulado teve o mérito de, ao menos, fazer os portugas acordarem para a vida. Assim, aos trinta e cinco minutos, Cristiano Ronaldo aproveitou um passe falhado para o mexicano Salcedo e arrancou em direção à baliza. Já na grande área, assistiu para Quaresma, que ainda teve o desplante de fintar o guarda-redes antes de atirar à baliza.

 

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Não deu para festejar durante muito tempo. Raphael Guerreiro, que estava já a fazer um jogo abaixo do nível a que nos habituou, deixou que Carlos Vela recebesse a bola, mesmo em frente da nossa baliza, e assistisse para Chicarito.

 

E eu, que, um minuto antes, me regozijava por a Seleção se ter tornado aquela equipa, que não perdoava os erros aos adversários…

 

Na segunda parte, Portugal continuava sem conseguir dominar o jogo. Isso acabou por mudar com as entradas de Adrien e Gelson (a Seleção estava mesmo a precisar de alguém como este último, que pusesse aquela rapaziada a correr…). Aos oitenta e dois minutos, André Silva lá entrou. Menos de cinco minutos depois (não acredito que seja coincidência), Portugal marcava o segundo golo – cortesia de Cédric Soares, que aproveitou um deslize de Herrera.

 

Uma parte de mim sabia que o jogo não estava, ainda, resolvido, que os mexicanos ainda tinham tempo de empatar a partida, de novo. Infelizmente, não me enganei: já em tempo de compensação, Moreno marcou na sequência de um canto, em que os defesas portugueses voltaram a ficar mal na fotografia.

 

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Dói um bocadinho ter a vitória na mão e deixá-la voar a um ou dois minutos do fim, mas a verdade é que Portugal só se pode queixar de si próprio. Não provou merecer a vitória. É certo de isto do mérito no futebol é muito relativo mas, mesmo assim, pelo que se viu em campo, o empate será mesmo o resultado mais justo.

 

Para além dos erros individuais, na minha opinião, este resultado deve-se ao onze inicial inadequado. Já falei sobre André Silva, Nani e Gelson. Há que assinalar, no entanto, que Portugal melhorou com a saída de João Moutinho e a entrada de Adrien.

 

Recordar, ainda, que temos Bernardo Silva – um jogador fabuloso como todos sabem – mas que não tem saído do banco.

 

Tudo isto faz lembrar o início do Europeu, em que Fernando Santos pareceu demorar vários jogos a perceber quais eram os melhores jogadores. É claro que, no fim, as coisas acabaram bem para o nosso lado e, de uma forma paradoxal, os “erros” nos onzes dos primeiros jogos permitiram fazer a gestão de esforço dos jogadores.

 

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Mas também tivemos sorte. Será prudente repetir a gracinha este ano?

 

O meu medo é, então, que Fernando Santos volte a cometer os mesmos erros. Que, por um motivo ou por outro, guarde os trunfos para a segunda parte, adiando a vitória.

 

Pode ser que isso funcione hoje, por outro lado. Os russos são a única equipa nesta competição que não ganhou nada, não estão ao nível dos mexicanos (ainda que estejam a jogar em casa e que Portugal nunca tenha conseguido marcar um golo, sequer, em território russo). E não se pode dizer que Portugal tenha estado a jogar para o empate, frente ao México – ao contrário do que aconteceu em certos momentos da fase de grupos do Europeu.

 

Tudo vai depender, então, do jogo de hoje. A vitória é possível, ninguém duvida disso. Mesmo que Portugal não comece com o seu melhor onze, já será uma grande ajuda se os Marmanjos não cometerem fífias, como as de domingo passado.

 

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A verdade é que estes jogos não são fáceis para mim. Eu fico nervosa, chego a perder anos de vida a cada jogo. Isto ainda não aconteceu este ano, mas, em momentos mais críticos destes campeonatos, chego a perder o apetite, a ter insónias. E, claro, se as coisas correm mal, fico em baixo.

 

Muitas vezes – sobretudo quando as coisas correm bem, como no ano passado – tenho saudades dos campeonatos de seleções. Mas a verdade é que estes não são assim tão agradáveis quando estão a decorrer.

 

É por estas e por outras que tenho cada vez menos vontade de apoiar um clube a sério – viver assim durante os nove, dez meses que dura uma época? Não, obrigada.

 

Mas chega de falar sobre as minhas neuroses. Estamos a poucas horas do jogo com a Rússia (isto de jogos a cada três dias não dá com nada...). Eu acredito numa vitória e na passagem às meias-finais. Esperemos que os Marmanjos não desiludam.

 

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