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O Meu Clube É a Seleção!

Mulher de muitas paixões, a Seleção Nacional é uma delas.

Antes da nossa estreia no Euro 2024

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No passado dia 4 de junho, a Seleção Portuguesa de Futebol venceu a sua congénere finlandesa por quatro bolas contra duas, no Estádio de Alvalade. Quatro dias depois, foi derrotada pela sua congénere croata por duas bolas contra uma, no Estádio Nacional, no Jamor. Finalmente, três dias mais tarde, a Seleção venceu a sua congénere irlandesa por três bolas sem resposta. 

 

Todos estes jogos foram de carácter amigável. E hoje estreia-se no Euro 2024 perante a Chéquia. 

 

Como já tinha referido no texto anterior, estive em dois destes três amigáveis: os dois que tiveram lugar na zona de Lisboa, ambos muito diferentes em termos de acessos. 

 

O primeiro, contra a Finlândia, foi tranquilo. Como estava de folga nessa tarde e ia sozinha, não estava condicionada, pude ir cedo para o estádio. Tive tempo para comprar um boné – o vermelho, da nova coleção. Andava há mais de uma década à espera que lançassem um boné oficial de que gostasse. 

 

Pelo menos é essa a desculpa que dou a mim mesma pelo dinheiro que gastei. Não foi uma compra por impulso, era algo que desejava há muito tempo. 

 

Deu também para acompanhar a animação pré-jogo. Até consegui escrever um bocadinho no meu lugar, enquanto esperava pelo início do jogo. Este foi o melhor lugar que consegui em anos: na central, com boa vista para ambas as balizas. A única desvantagem foi ter ficado ao Sol antes do início do jogo. 

 

Algo que, mesmo assim, aceitei de bom grado. Já não é a primeira vez que o digo: adoro ver jogos de futebol à luz do dia. Sobretudo em dias tão bonitos como aquele. 

 

O Estádio não estava cheio, mas estava bom ambiente. Fiquei sentada ao lado de uma menina de cerca de quatro anos e do pai dela. Pela maneira como o pai passou uma grande parte do jogo explicando à filha as regras do futebol – o bê-á-bá do desporto, por exemplo, “o objetivo é enfiar a bola na baliza do adversário” – calculo que aquela tenha sido o primeiro jogo da menina ao vivo, quiçá um dos primeiros jogos de futebol que ela viu.

 

Foi amoroso. Recordou-me de quando eu mesma era pequena e fazia perguntas ao meu pai enquanto ele via futebol na televisão. Além de que sempre gostei de crianças e, ainda por cima, tenho uma sobrinha que deverá nascer nas próximas semanas (durante o Europeu… como se eu precisasse de mais emoções, sobretudo se nos mantivermos em prova durante muito tempo). Já me imaginei levando-a a jogos e/ou falando-lhe de futebol, contando-lhe histórias de feitos anteriores da Seleção. Eu mesma respondi a uma ou outra pergunta da menina ao meu lado – teria respondido a mais, mas não estava à vontade para isso. 

 

Quanto ao jogo em si, foi uma exibição agradável – melhor do que estava à espera para um particular no terceiro dia de estágio. Algo que me chamou a atenção foi a altura dos finlandeses – mais ou menos o dobro da altura dos portugueses. Aliás, saiu um artigo há pouco tempo dizendo que Portugal é a segunda Seleção com menor média de alturas neste Europeu. Poucos dos nossos conseguiam competir.

 

Por outro lado, talvez seja eu que estou a ficar velha, mas por estes dias metade da Seleção parece tão novinha! O João Neves, o Francisco Conceição… eu podia ter andado com eles ao colo! E eles têm cara disso!

 

Não surpreendeu que o primeiro golo, aos dezassete minutos, tivesse vindo de Rúben Dias, um dos mais altos. Vitinha bateu um canto e assistiu diretamente para a cabeça do central. Depois dessa, em cima do intervalo, Francisco Conceição foi derrubado na área, o árbitro marcou penálti e Diogo Jota converteu.

 

Para a segunda parte, Martinez trocou metade da equipa – algo que fazia sentido em termos de gestão física, mas que mesmo assim achei estranho. Em todo o caso, depressa o marcador se dilatou ainda mais, cortesia de Bruno Fernandes. A jogada começou em Diogo Dalot e passou por Gonçalo Ramos. Mas a assistência foi de Francisco Conceição para Bruno rematar de fora da área. Lembro-me de uma altura, há uns anos, em que a minha irmã se queixava da suposta mania de Bruno rematar de fora da área.

 

Mal sabíamos nós que ele se tornaria um dos melhores da Seleção Portuguesa.

 

Infelizmente, íamos deixando a coisa descambar: o finlandês Pukki marcou dois golos em cinco minutos. Felizmente, Bruno tornou a intervir para dilatar de novo a vantagem. Nova assistência de Conceição, que enganou dois finlandeses e Bruno nem sequer precisou de rematar com muita força. Ficou feito o resultado. 

 

No fim, sentia-me satisfeita, mesmo com todos os senãos e atenuantes. Choviam elogios a Francisco Conceição – ou Chico Conceição, como toda a gente lhe chama – um dos melhores em campo. Também fiquei contente com o miúdo, mas não lhe quero elevar demasiado a fasquia. Não seria a primeira vez que um jovem mostrava potencial nos jogos particulares antes de uma grande competição – para, depois, não conseguir corresponder na hora da verdade. 

 

Mas espero que o Chico continue a crescer na Equipa de Todos Nós. Se a grande explosão não acontecer neste Europeu, que aconteça num futuro próximo. 

 

O particular seguinte não foi tão tranquilo: nem o jogo em si nem a viagem de ida e volta. Vim com uma amiga, mas cada uma trouxe o seu próprio carro… um erro. Até saí de casa relativamente cedo e mesmo assim apanhei os acessos ao estádio completamente entupidos. Demorei eternidades a estacionar, num lugar muito questionável: a margem de um percurso pedonal num parque nas redondezas.

 

E mesmo assim consegui chegar cedo ao meu lugar no estádio, ainda durante o aquecimento. A minha amiga, que saiu de casa mais tarde (apesar de eu a ter avisado para vir cedo), só se conseguiu juntar a mim na bancada já a primeira parte ia adiantada. 

 

Ainda mais difícil foi o trânsito para sair do estádio. Demorei à vontade uma hora só para sair das redondezas do Jamor. Não foi tão stressante quanto poderia ter sido – tive o bom senso de comer e ir à casa de banho no estádio (não que recomenda esta última parte…) e não estava com pressa. 

 

Ainda assim, talvez tivesse sido melhor ir de comboio. O que também não seria fácil, penso eu – até porque houve concerto das bandas dos Morangos com Açúcar nessa mesma noite, no Passeio Marítimo de Algés. 

 

Nesse aspeto, os Estádios da Luz e de Alvalade são bem mais práticos, com melhores acessos. Eu então consigo ir a pé para ambos a partir da casa dos meus pais.

 

Dito isto… estou contente pela oportunidade de ver um jogo no Jamor. É místico, é lindo. E o ambiente esteve tão bom durante o jogo, mesmo que este em si não tenha sido grande coisa. Estava com medo de que chovesse durante o jogo – tinha chovido nessa manhã – mas não chegou a acontecer. Aliás, o sol até espreitou durante a segunda parte, dando uma nova luminosidade ao Jamor. 

 

De facto, a certa altura, a meio da segunda parte, dei por mim a sentir o momento. Estava ali, num Estádio Nacional cheio, repleto de gente vestida de verde e vermelho, vendo a Seleção a jogar. Há poucos cenários mais belos do que aquele. 

 

Mas falemos do jogo em si – a parte menos boa dessa tarde. Exibição muito fraquinha, sobretudo na primeira parte. A Croácia marcou cedo, conversão de um penálti que dizem questionável (como não foi do meu lado, não consegui ver bem eu mesma). Não se pode dizer, no entanto, que o resultado era injusto. Portugal ia atacando sem grande intensidade – Gonçalo Ramos e João Félix pareceram-me particularmente desinspirados naquela tarde.

 

A segunda parte correu melhor, depois de nova mini-evolução ao intervalo. Conseguimos empatar o jogo logo nos primeiros minutos da segunda parte: Nélson Semedo assistiu para o remate certeiro de Diogo Jota. Fico contente por o Diogo ter assinado dois golos nestes jogos, depois de ter passado tanto tempo lesionado. 

 

Ainda tive esperanças de que conseguíssemos dar a volta ao resultado, ou de que pelo menos mantivéssemos o empate. Mas os croatas chegaram de novo à vantagem, numa das poucas oportunidades que tiveram. A bola foi à trave e, na recarga, Budimir marcou de cabeça. 

 

Nunca mais conseguimos sair desta. A certa altura, o público começou a cantar por Cristiano Ronaldo. Eu mesma me juntei ao coro – sabe-se lá quantas mais ocasiões teremos para isso. Não tenho a certeza do que é que o motivou.  Se foi uma continuação dos aplausos antes do jogo, sempre que ele aparecia em campo durante o aquecimento. Se o povo pura e simplesmente queria vê-lo a jogar. Ou se esperavam que Ronaldo entrasse e salvasse a honra do convento, como tantas vezes antes. Talvez tenha sido uma mistura das três hipóteses.

 

Claro que Martínez não ia pôr Ronaldo a jogar só porque estávamos a perder um jogo amigável. O Capitão tinha-se juntado à concentração poucos dias antes e, como jogador geriátrico, é preciso cuidado com a gestão da sua forma.

 

E também há muita hipocrisia. Tão depressa se diz que Ronaldo está a mais, que a Seleção joga melhor sem ele, como começamos literalmente a clamar por ele assim que as coisas começam a correr mal. 

 

Suspeito que esta última parte irá acontecer muito quando Ronaldo se reformar. 

 

Em todo o caso, o Capitão teve oportunidade de ser herói no jogo seguinte: o particular perante a República da Irlanda, no Estádio de Aveiro. Desta feita não estive lá – aliás, estive a trabalhar durante a primeira parte. Foi uma tarde tão agitada no trabalho que cheguei a esquecer-me que havia jogo da Seleção (estou a perder qualidades). Consegui dar uma espreitadela ao resultado quando já estava 1-0, mais nada – e já aí pensei que 1-0 era pouco.

 

E de facto consta que a Irlanda esteve muito fechada à defesa e foi preciso algum esforço para abrir o marcador, num lance de bola parada. Um canto batido à maneira curta e assistência de Bruno Fernandes para o belo remate de João Félix. 

 

Ainda houve ocasião para Ronaldo bater um livre – depois de essencialmente dizer a si mesmo “Tu bates bem” – que infelizmente chocou com a trave. 

 

Felizmente consegui ver a segunda parte, que todos garantem que foi melhor – e eu de facto achei agradável. Logo aos cinco minutos, após uma assistência teleguiada típica de Rúben Neves, Ronaldo marcou aquele que muitos consideram um dos melhores golos dele pela Seleção. Cerca de dez minutos depois, veio o segundo, após assistência de Diogo Jota. E ficou feito o resultado.

 

E hoje estreamo-nos no Europeu, perante a Chéquia. Tenho gostado imenso de ver imagens da Seleção sendo paparicada em Marienfeld. Imensas recordações do Mundial 2006, tal como previ. Gosto em particular das histórias de pessoas que eram bebés há dezoito anos, quando estiveram com a Seleção, e agora são jovens adultos. 

 

Espero que não lhes faltem oportunidades para estarem com a Equipa de Todos Nós nas próximas semanas.

 

Estes particulares não mudaram radicalmente a minha opinião sobre as nossas hipóteses neste Europeu. Continuo mais otimista que nas últimas ocasiões – o que mesmo assim não é muito muito. Não acho que somos os maiores porque vencemos a Finlândia e a Irlanda, nem acho que deixamos de ser candidatos por termos perdido contra a Croácia. 

 

Dito isto, não fiquei muito descansada com Martínez e alguns dos jogadores desvalorizaram a derrota no Jamor. Naquela fase, um bocadinho de dramatização seria saudável – quando havia tempo para fazer as correções necessárias. 

 

Claro que era apenas conversa. Nada me garante que eles não estavam mais preocupados do que deram a entender e que não agiram de acordo nesta última semana e picos. 

 

Parte de mim quer manter as expectativas baixas. Outra parte, no entanto, vê conversas como esta, de Ronaldo, e pensa: meias-finais é pouco. Quero chegar à final.

 

Diria que o mínimo aceitável são mesmo as meias-finais. Posso eventualmente mudar de ideias, dependendo da maneira como correr a fase de grupos – e concordo com Martínez quando diz que a Seleção irá continuar a crescer e que atingirá o nível máximo depois da fase de grupos. A verdade é que estou farta de ver esta geração desperdiçar oportunidade atrás de oportunidade. Já chega! Quero voltar a ganhar um título!

 

Mas pronto. Como sempre, falar é fácil, escrever é fácil. Quando a bola começar a rolar, logo à noite, é que a história começará a ser escrita, é que saberemos qual é o nosso verdadeiro valor.

 

Venha então o jogo com a Chéquia. Força Portugal! Vamos a eles! 

O Europeu da nostalgia

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À hora desta publicação, faltam pouco mais de duas semanas para o início do Euro 2024. Roberto Martínez Divulgou os Convocados para representar Portugal neste campeonato no passado dia 21 de maio. Pode-se dizer que já estamos em modo Europeu – ou, vá lá, quase.

 

Este campeonato vai ter – já está a ter – um sabor diferente. Um sabor nostálgico, aludindo a campeonatos anteriores. 

 

Para começar, vai decorrer exatamente vinte anos depois do Euro 2004. “Euro 2024”, aliás, soa parecidíssimo a “Euro 2004” – o meu coração dá um pequeno salto sempre ouço este nome. Sobretudo agora na era das internetes, temos ciclos de nostalgia de vinte anos. E 2004 foi um ano marcante para mim. Foi quando comecei o Secundário, quando adotei novos interesses que mantenho até agora. 

 

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A Seleção será um dos maiores. Não é a primeira vez que o digo, não será a última. Foi com o Euro 2004 que o casamento começou – e chegámos à marca dos vinte anos! Tomara muitos! 

 

Além de que foi, pura e simplesmente, um dos capítulos mais bonitos da história do futebol português. Matéria da qual são feitas as lendas. O espanto e a maravilha ainda não se dissiparam, mesmo passadas duas décadas.

 

Malta! O Ricardo defendeu um penálti decisivo sem luvas! E depois ele mesmo bateu o penálti seguinte, assegurando a nossa vitória. Coisas como esta não acontecem!

 

Por outro lado, este Europeu irá decorrer na Alemanha – o mesmo palco que o Mundial 2006, também ele com elevado valor nostálgico. Foi o melhor desempenho português em Mundiais que testemunhei até agora. Dá-me imenso gozo ouvir os nomes das cidades, depois de as ter aprendido rapidamente durante esse Mundial. As mais conhecidas Berlim, Munique, Frankfurt, Dusseldorf, claro, mas também Marienfeld (que vai voltar a ser o quartel-general da Seleção), Colónia, Gelsenkirchen – este último é o meu nome preferido.

 

O único denominador comum entre esses campeonatos e o atual é, claro, Cristiano Ronaldo, o único que continua no ativo. Dezoito, vinte anos depois, voltou a ser Convocado. Também temos Ricardo Carvalho e Ricardo Pereira (referido acima), mas como membros da equipa técnica.

 

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Estamos velhos.

 

O terceiro fator nostálgico diz respeito aos nossos adversários nesta fase de grupos. A Turquia e a Chéquia também fizeram parte do nosso grupo no Euro 2008. A Geórgia não, mas realizámos um particular contra eles antes desse campeonato – o único, se a memória não me falha. A única recordação que tenho desse jogo é a fotografia do João Moutinho que usei como cabeçalho do texto que escrevi sobre esse jogo aqui no blogue. Ele foi um dos marcadores. 

 

Nem me recordava do resultado, apenas que tínhamos ganho. Uma pesquisa rápida recordou-me que ganhámos por duas bolas contra zero. Mas falaremos melhor num texto futuro, quando olharmos melhor para os nossos adversários neste Europeu.

 

Não que o Euro 2008 em si tenha sido particularmente memorável. Mas sempre foi o primeiro campeonato que cobri com este blogue, há dezasseis anos.

 

Dezasseis anos, minha gente. Ainda há pouco tempo o Euro 2004 e o Mundial 2006 tinham sido há apenas meia dúzia de anos. De repente já lá vão duas décadas ou quase.

 

Algo em que reparei há pouco tempo é que este blogue passou metade da sua vida com uma Seleção sem títulos e a outra metade com título. Nesse sentido, seeria poético se conseguíssemos recuperar a Henri Delaunay este ano.

 

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Vou dizê-lo já: este é capaz de ser o campeonato de seleções que encaro com maior otimismo em muitos anos. Da última vez era (mais) jovem e (mais) ingénua, claro. Agora estou confiante, sim, mas cautelosa. Temos o talento, tivemos os resultados na Qualificação, não temos Fernando Santos.

 

Mas já se sabe como são estas coisas. Tudo muito bonito, mas só conta quando a bola rolar.

 

Além disso, como temos vindo a assinalar, ainda não conhecemos Roberto Martínez assim tão bem, ainda não tivemos um desafio a sério. Não sabemos como irá esta Seleção reagir quando nos cruzarmos com um adversário de peso. 

 

Nesse aspeto, uma coisa boa deste grupo teoricamente fácil – sublinhe-se o “teoricamente” – é que vamos continuar a ter um aumento mais ou menos linear em termos de dificuldade.

 

Confesso que ainda não me sinto bem em modo Europeu. Já não é a primeira vez que o digo. Para além de ter outras coisas ocorrendo na minha vida, já são muitos anos, há aspetos que já se tornaram rotineiros. Como a Divulgação dos Convocados. A atual geração tem tanto talento que é quase impossível fazer uma Convocatória má.

 

Claro que tenho os meus reparos. Não percebo o que é que Martínez tem contra Francisco Trincão e sobretudo Pedro Gonçalves. Eles não puderam vir ao Europeu porque falharam os amigáveis de março. Mas Pedro Neto e Diogo Jota – que não só falharam essa jornada como vêm de lesões prolongadas – puderam vir? Ainda compreendo mais ou menos a Chamada de Diogo Jota – ele tem currículo na Seleção, vários golos marcados. Pedro Neto, por outro lado, só conta cinco internacionalizações e um golo marcado num particular frente a Andorra.

 

Dito isto, não estou para me ralar demasiado com esta questão. Até porque nestes debates há sempre gente usando lentes da cor dos respectivos clubes. Quando é assim, é uma luta perdida. Além disso, nenhuma das desilusões dos últimos anos se deveu a problemas com os Convocados.

 

 

A única coisa que quero recordar da Convocatória é mesmo a reação do filho do João Palhinha. 

 

A preparação do Europeu começou este domingo. Este é o primeiro campeonato de seleções “normal” que temos em anos. Está a decorrer na altura certa do ano, sem adiamentos ou outros condicionamentos provocados pela pandemia ou climas extremos. Temos três jogos de preparação antes do Europeu! Já não estava habituada a isto. 

 

Por outro lado, tenho estranhado o início tão tardio do estágio de preparação. Vou ser sincera, não me agrada muito. Os Marmanjos vão jogar o primeiro amigável depois de o quê? Um treino? Dois?

 

Claro que compreendo a lógica. Toda a gente sabe como anda o calendário futebolístico – já não é a primeira vez que falamos disso. Andam a falar de uma possível greve de futebolistas. Esta semana de férias terá feito melhor a estes Marmanjos, em termos físicos e sobretudo psicológicos, do que uma semana de estágio, por muito leve que seja. Se isso significar exibições fraquinhas nos particulares e menos publicações nas redes sociais relacionadas com a Seleção… que assim seja. É um preço mais do que razoável. 

 

Falemos então sobre estes três amigáveis. De referir que vou estar lá em dois deles. Comprei o bilhete para o primeiro, frente à Finlândia, em Alvalade, há poucos dias. Foi decisão de última hora. Estou de folga nessa tarde, não tenho outros planos, o Estádio fica perto da minha casa, a vida é curta. Porque não? É na loucura. E acho que nesta vez consegui um lugar decente. Lá está, não estou à espera de uma grande festa do futebol. Vou sobretudo pelo ambiente, pela festa, para ganhar entusiasmo para o Europeu. 

 

Quanto à Finlândia, é a primeira vez que jogamos contra eles em mais de uma década. Os finlandeses foram nossos adversários na Qualificação para o Euro 2008. Ambos os jogos deram empate. Lembro-me vagamente do primeiro, em setembro de 2006. De ter achado que o empate era um bom resultado, depois de um desastrado particular contra a Dinamarca (cuja única coisa boa foi a estreia de Nani) e da expulsão de Ricardo Costa.

 

 

Do segundo empate, em novembro de 2007, recordo-me ainda menos. Apenas que foi o jogo de estreia de Pepe e da célebre conferência do “E o burro sou eu?” de Luiz Felipe Scolari. 

 

Hoje revejo a cena e continuo sem perceber porque é que Scolari estava tão irritadiço. Dito isto, tendo em conta o que aconteceu em Qualificações posteriores, acho que Scolari não estava completamente errado. Seria preciso esperarmos oito anos até voltarmos a ter um Apuramento tão relativamente tranquilo quanto este.

 

Os dois jogos seguintes com a Finlândia foram particulares. Um deles foi em fevereiro de 2009. Uma vez mais, não me recordo de muito. Apenas que foi uma exibição medíocre, ao nível do que foi a era de Carlos Queiroz, sobretudo o primeiro ano. Só conseguimos ganhar por um golo de penálti de Cristiano Ronaldo – um de um total de dois golos que Ronaldo marcou nos dois anos de liderança de Queiroz.

 

Só para verem. 

 

Finalmente, o outro particular decorreu em março de 2011, no primeiro ano do mandato de Paulo Bento. Desse não me lembro de nada. Só depois de pesquisar é que me recordei que foi o jogo de estreia de Rúben Micael e que este marcou dois golos. 

 

Não pensava no Rúben há imensos anos, talvez quase uma década. Aparentemente já se reformou.

 

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Por estes dias, a Finlândia está na Divisão B da Liga das Nações. Concluiu a Qualificação para o Euro 2024 atrás da Dinamarca e da Eslovénia, foi a play-offs, mas perdeu contra o País de Gales. Diria que são um adversário de nível médio. Ao nosso alcance.

 

Mais difícil será o jogo seguinte, com a Croácia. Está na Divisão A da Liga das Nações. Aliás, serão nossos adversários na fase de grupos da próxima edição da prova, este outono. Vêm ao Europeu depois de terem ficado em segundo lugar no grupo D da Qualificação ​​– atrás da Turquia, um aviso para nós. Ficaram em terceiro lugar no último Mundial, depois de vencerem os nossos amigos marroquinos. Destaque para a figura Luka Modrić, que ainda por cima acaba de ganhar a Liga dos Campeões com o Real Madrid.

 

Ou seja, os croatas podem não ser a primeira seleção que vem à baila quando falamos de tubarões. Mas acho que podem ser considerados candidatos ao título europeu. 

 

Dito isto, a Croácia já anda na mó de cima há uns anos, mas não têm impressionado quando se cruzam connosco. Destaque para a fase de grupos da Liga das Nações em 2020. Existirão atenuantes, claro, mas não deixa de ser estranho.

 

A ver o que acontece na Liga das Nações. Para já não é tão importante ​​​​– isto é só um jogo particular. Em todo o caso, será o adversário mais difícil com quem nos cruzamos desde que Roberto Martínez assumiu as rédeas da Seleção. Será um bom teste.

 

O jogo terá lugar no Estádio Nacional e foi quase só por isso que comprei os bilhetes há já vários meses ​​– venho com uma amiga. Já fui várias vezes ao Jamor. Para receber a Seleção depois do Mundial 2006 ​​– o dia em que quase literalmente caí para o lado por causa do calor (importante tomar cuidado com isso agora no sábado). Para os treinos abertos no tempo de Paulo Bento (saudades). Mas nunca fui ver um jogo lá. 

 

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Em parte por falta de oportunidade. ​​O último jogo da Seleção lá foi há uma década ​​– frente à Grécia, curiosamente comandada por Fernando Santos, poucos meses antes de vir orientar Portugal. 

 

Este sábado colmato essa falha, finalmente.

 

Por fim, vamos jogar contra a República da Irlanda no dia 11 no Estádio de Aveiro ​​– o único particular a que não vou assistir ao vivo. Penso que já referi cá no blogue que este é um dos meus preferidos de todos os estádios construídos para o Euro 2004. No entanto, da última vez que passei por ele (penso que terá sido no final do ano passado), a fachada pareceu-me algo degradada.

 

O que, infelizmente, confirma as previsões mais pessimistas de há vinte anos: vários destes estádios virando elefantes brancos.

 

Quanto à República da Irlanda, esta falhou a Qualificação para o Euro 2004. Uma grande pena, tenho saudades dos seus adeptos. Estão na Divisão B da Liga das Nações. Em teoria, será o particular mais fácil destes três. Na prática, os últimos nossos dois jogos com eles, na Qualificação para o Mundial 2022, foram exibições medíocres.

 

Ou seja, não convém assumirmos facilidades. Mesmo que seja apenas um particular e o resultado não seja o mais importante.

 

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É pouco provável que estes jogos tenham grande história. Ainda assim, é possível que eu escreva um par de textos antes da nossa estreia no Europeu, sobre estes jogos e sobre o que quer de interessante que ocorra durante a preparação. Vêm aí um par de feriados, em princípio até terei tempo.

 

Logo se vê. Um de certeza escrevo. 

 

Posso ainda não me sentir muito entusiasmada, mas o meu interesse aumentará à medida que nos aproximarmos do início do Europeu – e com os particulares a que vou assistir. Aliás, basta-me consultar artigos sobre os possíveis caminhos de Portugal até à final de Berlim para sentir os familiares bichinhos no estômago. É o que eu digo, há muitas coisas que deixaram de ser novidade para mim mas, na hora H, o sofrimento é sempre o mesmo. Suspeito que só se tem tornado pior com o tempo.

 

Mas é também para isso que serve aqui o estaminé. Para catarse, para verter esse sofrimento para o papel e, depois, para o digital, para registar tudo para mais tarde recordar. 

 

Como sempre, obrigada pela vossa visita. É mais um campeonato de seleções que começa. Acompanhemo-lo juntos, quer aqui no blogue, quer na página do Facebook. Até à próxima!

Para despachar

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Na passada quinta-feira, dia 11 de novembro, a Seleção Portuguesa de Futebol empatou a zeros com a sua congénere irlandesa, em Dublin, em jogo a contar para a Qualificação para o Mundial 2022.

 

Não estava nos meus planos dedicar um texto apenas a este jogo. Nos últimos anos, a regra tem sido uma crónica para cada jornada de Seleção, geralmente dois jogos, ou mesmo três. No entanto, não tenho muito a dizer sobre o que aconteceu em Dublin, consegui escrever o primeiro rascunho relativamente depressa. Mais vale despachar isto. 

 

Curiosamente, essa parece ter sido a atitude da Seleção Nacional perante a Irlanda. 

 

Como já tinha dito no texto anterior, a minha mãe fez anos nesse dia e o plano era irmos jantar fora. No entanto, eu e os meus pais constipámo-nos (era mesmo uma constipação, nós fizemos o teste!) e achámos melhor ficar em casa e encomendar comida. Na altura fiquei contente pois, como expliquei antes, queria muito ver este jogo. 

 

Agora, preferia mil vezes ter ido jantar fora e ignorado o que se passava em Dublin. 

 

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Fernando Santos apresentou um onze diferente do habitual. Deixou de fora todos os “amarelados”, tirando João Palhinha. António Tadeia acha que o plano era usar as mesmas armas que os irlandeses – o poderio físico – em vez de recorrer aos nossos pontos fortes. É claro que não ia resultar. 

 

Ainda assim, não chega para explicar a péssima atitude com que os jogadores abordaram este jogo. Ninguém parecia esforçar-se por reter uma bola ou recuperá-la quando a perdiam – segundo o GoalPoint, tivemos a pior posse de bola e eficácia de passe de todo o Apuramento, até agora. E a coisa só piorou com o decurso do jogo. Foi tortuoso.

 

Um bom exemplo foi a jogada que resultou no golo anulado dos irlandeses (sim. Os irlandeses foram os únicos a enfiar uma bola numa baliza.). O Rui Patrício esforçando-se por recuperar a bola, obrigado o adversário a cometer falta, e o Danilo ali especado!

 

A partir de certa altura, eu quase torcia pelos irlandeses – e estes não estiveram muito longe de vencer, sobretudo perto do fim. De um lado estava uma equipa de prestígio que não estava para se chatear. Do outro, estava uma equipa mais humilde, menos talentosa, mas apaixonada, aguerrida, catalisada por adeptos que estão entre os melhores do mundo. Por quem quereriam vocês torcer?

 

E veja-se a ironia. Tantos cuidados por causa dos amarelos e depois veio o Pepe e arranjou logo dois. Dois recordes quebrados: o jogador mais velho a representar a Seleção e o jogador mais velho a levar um vermelho ao serviço da Seleção. Bolas, Pepe…

 

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Não quero criticá-lo muito, no entanto, que ele fez questão de continuar com o resto do grupo, mesmo não podendo jogar com a Sérvia. É por isto que ele continua a ser Convocado, que nós continuamos a perdoar-lhe estas atitudes mais parvas: continua a ser capaz e, sobretudo, poucos amam a Camisola das Quinas mais do que ele.

 

A declaração de Fernando Santos no rescaldo do jogo – “Se tivéssemos ganho 5-0 era a mesma coisa” – tem caído mal nas redes sociais. Foi tirada um pouco do contexto, mas a indignação justifica-se, a meu ver. Mesmo que as consequências em termos de classificação sejam as mesmas… isso é coisa que se diga? Estamos a falar de uma Seleção onde alinham alguns dos melhores jogadores da atualidade! 

 

Fernando Santos estava a subir na minha consideração ultimamente, mas com esta deu vários passos atrás. Não vou ao ponto de dizer que este foi o pior jogo da Seleção deste mandato, mas é certamente a pior versão da Seleção. O meu clube não é isto!

 

A única coisa boa disto tudo é que, lá está, este jogo não terá consequências (a menos que o sorteio para a fase de grupos do Mundial dependa do desempenho na Qualificação, algo que ainda não consegui confirmar). Se ganharmos à Sérvia e conseguirmos o Apuramento, ninguém se vai lembrar do que se passou em Dublin. Mas, como alguém que encara cada jogo da Seleção como uma ocasião especial (uns mais do que os outros, claro), é frustrante quando os próprios Marmanjos não fazem o mesmo.

 

De qualquer forma, quero atirar este jogo para trás das costas e pensar na “final” com a Sérvia. Foi também em parte por isso que escrevi já sobre o jogo com a Irlanda. Acredito que o próximo encontro da Seleção será bem melhor que este. Se, daqui a uns anos, quiser reler a análise a esse jogo, não quero ter de recordar o que aconteceu em Dublin também. Como disse no texto anterior, estarei lá, na Luz. Farei a minha parte. Os Marmanjos que façam a deles. Queremos todos estar no Mundial, daqui a um ano.

 

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Mas se a exibição for igual à de quinta-feira, sou capaz de pedir o meu dinheiro de volta.

Manter o crescendo

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No próximo dia 11 de novembro, a Seleção Portuguesa de Futebol defrontará a sua congénere irlandesa, em Dublin. Três dias mais tarde, receberá a sua congénere sérvia no Estádio da Luz… e eu estarei lá! Estes serão os últimos dois jogos da fase de Apuramento para o Mundial 2022. 

 

Como o costume, os Convocados foram Divulgados na passada quinta-feira. Esta foi uma Convocatória bastante conservadora, sem nenhuma novidade absoluta. Não surpreende – são os últimos jogos da Qualificação, uma fase decisiva. Toda a gente sabe que Fernando Santos tem um grupinho da sua confiança, sobretudo em circunstâncias como estas 

 

Ainda assim, fiquei desiludida por a Lista não ter incluído Gonçalo Inácio (que marcou um golo este domingo) e Pedro Gonçalves (eleito o melhor em campo no jogo com o Besiktas). Em parte porque ambos já tinham falhado os dois últimos compromissos por lesão – e, agora, são vários meses até à próxima oportunidade. Muita coisa mudará entretanto.

 

Além disso, há séculos que falo da necessidade de rejuvenescermos o setor da defesa e Gonçalo Inácio parece-me ser uma boa aposta. Mas lá está, Fernando Santos confia em José Fonte e este até está num bom momento, segundo consta. E ao menos Inácio vai estrear-se nos Sub-21 (só agora?). E no que toca a Pote, este só recuperou há relativamente pouco tempo (o jogo com o Besiktas foi literalmente na véspera da Convocatória) e existe muita concorrência para a sua posição.

 

Terá de ficar para a próxima. Mas espero que não demore muito mais.

 

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Falemos agora de Marmanjos que estão na Convocatória. O destaque vai para os regressos de Renato Sanches e João Félix, Chamados pela primeira vez desde o Euro 2020. Estou feliz por ter Renato de volta, depois de ter estado muito bem no Europeu. Ele esteve lesionado durante algum tempo, mas agora parece estar em forma e, quando está em forma, Renato é uma força da Natureza. Veja-se uma das coisas que fez no último jogo com o Lille

 

Também estou contente com o regresso de João Félix, ainda que um bocadinho menos ​​(Renato já fez mais na Seleção). Félix é outro que está num bom momento. Foi eleito o melhor jogador do Atlético de Madrid em outubro e marcou um golo ao Bétis, há pouco mais de uma semana, o primeiro em oito meses (é muito tempo sem marcar, por acaso…). Chegou mesmo a ser felicitado pelos colegas, no fim desse jogo.

 

É sempre bom quando os nossos Marmanjos são bem tratados nos seus clubes. Incluindo brincadeiras, claro. Vão ter de me perdoar, mas eu tenho de referir esta, antes do jogo com o Bétis: quando o Griezmann chamou Félix para lhe servir de mascote. E a parte mais engraçada é que o miúdo chegou mesmo a dar-lhe a mão! Eu fartei-me de rir…

 

Entretanto, José Sá e Gonçalo Guedes foram Chamados para substituir os lesionados Anthony Lopes, Rafa e João Mário. 

 

Estamos então na reta final do Apuramento, com dois jogos de dificuldade média-alta. A nossa situação não é aflitiva: bastam-nos dois empates para conseguirmos a Qualificação. No entanto, jogar para o empate é sempre arriscado e as nossas ambições são maiores. Além disso, eu pelo menos não tenho saudades da velha piada do “de empate em empate…”.

 

O primeiro jogo é com a Irlanda, com quem já jogámos em setembro. Consta que estes têm vindo a crescer com o decurso desta fase de Apuramento. Depois de se terem cruzado connosco, foram simpáticos ao ponto de empatarem com a Sérvia, deixando-nos mais desafogados nesta Qualificação. Mas duvido que eles mantenham a simpatia em Dublin – até porque o jogo terá lotação esgotada. Tenho quase a certeza que os adeptos irlandeses criaram um ambiente vibrante – não necessariamente hostil, mas não favorável a nós. 

 

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Quer-me parecer que será um jogo imperdível… mas eu se calhar vou perdê-lo. A minha mãe faz sessenta anos no dia 11, vamos jantar fora e não sei se o restaurante tem televisão. 

 

Não é a primeira vez que isto acontece. No dia em que a minha mãe fez cinquenta anos, outro número redondo (uau, tenho este blogue há muito tempo…), jogou-se a primeira mão dos play-offs do Euro 2012, contra a Bósnia-Herzegovina. Só consegui ver a primeira meia-hora do jogo, mas também não terá sido uma partida particularmente memorável. Também aconteceu no ano passado, mas era apenas um particular com a Andorra, não acho que tenha perdido muito. 

 

No entanto, este é um jogo que eu queria mesmo ver, sobretudo por causa dos adeptos irlandeses. Posso tentar ver no RTP Play, como já fiz noutras ocasiões, mas não sei se o farei. Nem sempre dá jeito e… são os anos da minha mãe! Não quero passar o jantar todo a olhar para o telemóvel, ou mesmo para uma televisão.

 

Vão ter de me perdoar. Mãe é mãe!

 

Em compensação, tenho bilhetes para o jogo com a Sérvia, no próximo domingo. Pode parecer excessivo – afinal de contas, já fui a um jogo no mês passado. Mas depois das restrições da pandemia, se tenho possibilidades, não quero perder oportunidades como esta. Até porque existe a hipótese, remota mas real, de que a pandemia se descontrole de novo e que regressem as restrições.

 

Desta vez não vou sozinha. Convidei a minha tia. Também convidei a minha avó, mas ela não quis vir (tenho pena, teria sido giro). Será o primeiro jogo da Seleção da minha tia – não sei se será o primeiro jogo de futebol, ponto, mas deverá ser o primeiro em vários anos. E como ela é benfiquista, vai gostar de conhecer a Luz.

 

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Será a terceira vez que vejo um jogo com a Sérvia ao vivo. A primeira, em 2007, foi de má memória, mas a segunda, em 2015, correu muito bem. Por outro lado, da última vez que a Sérvia jogou por cá, na Luz, as coisas correram mal para o nosso lado. 

 

Pode ser que já tenhamos o Apuramento resolvido quando entrarmos em campo, no domingo. Uma parte de mim espera que não, só mesmo para poder assistir a um jogo com alguma adrenalina, mas o resto de mim prefere jogar pelo seguro. Deixarmos a Qualificação arrumada o mais cedo possível, sem stresses desnecessários. Além disso, é possível que a constituição dos potes do sorteio da fase de grupos do Mundial 2022 dependa do desempenho na Qualificação – o que nos saiu caro da última vez.

 

Se a questão ainda não estiver resolvida, poderá ser um jogo difícil. Foi o que aconteceu em Belgrado, em março. É certo que nos anularam um golo injustamente, mas Portugal não fizera o suficiente em campo para merecer claramente a vitória. 

 

De notar que, nesse jogo, a Sérvia melhorou da primeira parte para a segunda. O Selecionador sérvio foi inteligente, soube adaptar-se a nós. Se for necessário, tentará fazer o mesmo no domingo. Temos de estar preparados.

 

Como poderão ler nos textos anteriores, tenho estado satisfeita com o desempenho da Seleção nos últimos jogos. Claro que temos de ter em conta o nível dos adversários mas, como escrevi antes, tem havido uma melhoria de jogo para jogo. Será que conseguimos manter esse crescendo com adversários menos acessíveis, como os próximos?

 

Obtermos a Qualificação é o mínimo exigível e acho que conseguiremos, com maior ou menor dificuldade. Fizemo-lo para todos os Europeus e Mundiais desde 1998, incluindo em circunstâncias mais difíceis do que as atuais. Não será agora que iremos falhar. 

 

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O que eu peço para esta jornada, assim, é a Qualificação e boas exibições. Ou pelo menos melhores exibições que nos jogos que já disputámos este ano com a Sérvia e a Irlanda. Quero continuar a dar o benefício da dúvida a Fernando Santos. Quero acreditar que os erros do Europeu não se vão repetir e que poderemos ter um bom desempenho no Mundial 2022 – caso nos Qualifiquemos. 

 

Como o costume, obrigada pela vossa visita. Acompanhem o último compromisso da Seleção este ano na página de Facebook deste blogue. Até à próxima!

Não pode ser sempre assim?

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No passado dia 1 de setembro, a Seleção Portuguesa de Futebol venceu a sua congénere irlandesa por duas bolas contra uma. Três dias mais tarde, venceu a sua congénere catari por três bolas contra uma. Três dias depois desse jogo, venceu a sua congénere azeri por três bolas sem resposta. O primeiro e o último jogo contaram para a Qualificação para o Mundial 2022. O outro foi apenas um particular. 

 

Esta foi uma jornada tripla estranha, pelo menos para mim. Como tinha referido no texto anteriorestava menos entusiasmada que o costume. O jogo com a Irlanda e o jogo com o Catar não ajudaram nesse sentido. O terceiro foi melhor… mas deixou-me numa posição confusa. 

 

Hei de explicar melhor já a seguir. 

 

Uma coisa de cada vez. Longe de me animar, a exibição dos portugas perante a República da Irlanda apenas piorou o meu estado de espírito. Começando pelo penálti desperdiçado.

 

Para ser justa, não me surpreendeu que Cristiano Ronaldo tivesse falhado. Primeiro, o penálti demorou imenso tempo a ser validado. A UEFA (ou terá sido a FIFA?) finalmente ganhou juízo e introduziu o vídeo-árbitro nos jogos de Qualificação. No entanto, nestas circunstâncias torna-se contraproducente: a demora aumenta os nervos. 

 

VAR. Sabotando-nos, quer estando lá quer não. 

 

 

Os irlandeses também não ajudaram, com as suas picardias a Ronaldo durante a espera. Ele que, apesar de quase duas décadas nestas andanças, no que toca a resistência a provocações, é apenas pouco melhor que Sérgio Conceição e os seus filhos. 

 

Aliás, tanto Ronaldo como o irlandês Dara O’Shea podiam ter visto cartões, se o árbitro não estivesse distraído. O primeiro ajustava a bola na marca de grande penalidade, o segundo pontapeou a bola, Ronaldo respondeu com uma palmada leve no braço do outro. 

 

Uma cena saída de um recreio da Primária. 

 

Juntando-se a isto, estava toda a gente a suster a respiração para o “momento histórico” em que Ronaldo quebraria o recorde de Ali Dalei. 

 

É claro que ia correr mal. 

 

O momento histórico acabou por ir para Gavin Bazunu, o guarda-redes irlandês de apenas dezanove anos. O miúdo tinha cinco meses de idade quando Ronaldo subiu aos séniores!

 

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Acho que o penálti falhado afetou os portugueses durante a maior parte do jogo. E como quem não marca sofre, após termos falhado mais um par de tentativas, os irlandeses inauguraram o marcador em cima do intervalo. 

 

Eu tinha vindo para este jogo com pouco entusiasmo e mesmo assim estava a apanhar uma desilusão. Com o devido respeito pelos irlandeses, como é que estávamos a perder com o último classificado do grupo?!

 

A coisa acabou por se resolver literalmente nos últimos cinco minutos da partida. Com um Ronaldo Ex Machina, como em muitas outras ocasiões. Ambos os golos foram marcados de cabeça. O primeiro teve assistência de Gonçalo Guedes, o segundo de João Mário.

 

Nesta altura estava demasiado desiludida ainda para celebrar os golos como deve ser. No entanto, já aí reconhecia que as bancadas do Estádio do Algarve merecera aqueles golos. Fora o regresso do público aos jogos da Seleção e este fez-se ouvir durante o jogo todo – mesmo com um jogo medíocre durante oitenta e oito minutos. Seria demasiado ingrato levarem com uma derrota. 

 

Adoro em particular os festejos do segundo golo. Ronaldo tirou a camisola  –  o que, pelo menos a mim, recordou-me o seu segundo golo com as Quinas, no Euro 2004. Acabaria por ver o amarelo e ser excluído do jogo seguinte, mas acho que ninguém se importou. 

 

Momento engraçado quando os Marmanjos foram para junto do público e um dos stewards foi apanhado nos abraços. Terá mesmo havido contacto entre os jogadores e elementos da audiência, o que não é aconselhável em tempos de pandemia. Mas sinceramente? Não tenho alma para criticar. Estivemos muito tempo sem ir aos jogos, queremos este calor humano.

 

 

Além disso, os envolvidos estarão quase de certeza todos vacinados.

 

Depois do jogo ninguém se calava com o recorde quebrado por Cristiano Ronaldo. Não que não fosse merecido – são cento e onze golos! Acho que não é a primeira vez que escrevi isto aqui no blogue, tanta Ronaldomania às vezes enjoa mas, se formos olhar os factos… ele merece. Ele merece todos os elogios! Veja-se por exemplo esta infografia da SportTV. Vejam-se os recordes que o homem quebrou! 

 

Quer-me parecer que as gerações futuras, que nunca verão Ronaldo jogar, não vão acreditar que ele existiu mesmo.

 

Dito isto, irritou-me que, entre os louvores a Ronaldo, muitos tivessem esquecido tão depressa que foram os primeiros oitenta e oito minutos do jogo. Sim, os jogadores não deram o jogo como perdido, deram a volta ao resultado, persistência, garra, inconformismo, outras palavras bonitas. No entanto… era o último classificado do grupo! Dar a volta a um resultado desfavorável perante a uma equipa como esta (com o devido respeito pelos irlandeses) não é um grande feito, é uma obrigação. 

 

Acabou por ser mais ou menos como eu previra no texto anterior: exibições fraquinhas, mas suficientes para conseguir os resultados. Não satisfazia, mas sempre era um passo em frente.

 

Havemos de regressar a isto.

 

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Não tenho muito a dizer sobre o jogo do Catar – em parte porque não lhe prestei grande atenção. Para além da mesma falta de entusiasmo, tinha estado a conduzir durante cerca de duas horas nessa tarde e ficara exausta. 

 

E uma vez mais, o jogo em si não me animou por aí além. 

 

Não que estivesse à espera que o fizesse. Era apenas um particular, com um onze bem diferente do habitual. O Ronaldo já tinha deixado a Seleção e tudo. Ninguém esperava uma festa do futebol.

 

Em todo o caso, o Catar até entrou no jogo por cima, mas foi Portugal a inaugurar o marcador –  com dois golos de seguida! O primeiro foi de André Silva, após assistência de João Mário. O segundo foi mais especial, na minha opinião. Assistência de Gonçalo Guedes (está num bom momento, o Marmanjo) e o estreante Otávio deu um salto à Ronaldo e marcou de cabeça. Fico feliz por ele, que estava tão orgulhoso pela sua Convocatória.

 

Quando os cataris se viram reduzidos a dez, em cima do intervalo, pensei que teríamos a vida facilitada na segunda parte. Não foi bem assim. Os cataris, aliás, conseguiram reduzir a desvantagem na sequência de um canto, acentuando o problema recorrente dos múltiplos golos sofridos nos últimos tempos. (Para sermos justos, o jogo com a Alemanha terá desequilibrado ligeiramente essa estatística.)

 

Lá surgiu um penálti a nosso favor e Bruno Fernandes foi chamado a converter. O Marmanjo tinha de aproveitar, coitado – agora que tem Ronaldo como companheiro de clube, não terá muitas oportunidades. 

 

Para este caso, Bruno pode ao menos gabar-se de não ter falhado, ao contrário do Capitão. Mas também, a pressão era bem menor.

 

 

Enfim, foi um particular aceitável, ainda que eu desejasse mais golos.

 

No dia do jogo com o Azerbaijão estava de melhor humor – isto apesar de, de início, parecer que o universo estava a conspirar contra mim. O jogo foi às cinco da tarde. Eu tentei trocar para sair às quatro, mas surgiu um imprevisto e tive de sair às cinco à mesma. Não não, nem isso porque apareceram pessoas em cima das cinco, obrigando-me a sair uns dez minutos depois da hora.

 

É sempre assim.

 

O que vale é que eu até gosto de ouvir o relato da rádio de vez em quando. Foi através dele que soube dos golos. O primeiro foi espetacular: uma grande assistência de Bruno Fernandes para Bernardo Silva, que conseguiu enfiar a bola num ângulo dificílimo. 

 

O segundo golo foi menos artístico, mas resultou de uma boa jogada envolvendo João Cancelo, Bruno Fernandes, Diogo Jota, com André Silva a concluir. A cada golo, não resisti a buzinar um bocadinho.

 

Mais do que os golos até, aquilo que me deixava feliz eram os testemunhos que garantiam que a Seleção não jogava tão bem há muito tempo – desde o jogo com a França em Paris no ano passado, pelo menos. Eu pude vê-lo por mim mesma, quando cheguei finalmente a casa. 

 

 

Por outro lado, também vi algumas falhas defensivas que podiam ter custado caro. Contei pelo menos duas fífias de Nuno Mendes, mas não digo que ele tenha sido o único a falhar. Valeu-nos o facto de os azeris não terem sido capazes de aproveitar estas oportunidades. Em todo o caso, esta é uma possível explicação para os golos que temos sofrido.

 

Pelo meio, na segunda parte, Diogo Jota marcou o nosso terceiro golo, de cabeça, após assistência de João Cancelo. 

 

Uma palavra para os adeptos que invadiram o relvado, para tirarem fotografias com Bruno Fernandes. Hoje em dia estes momentos já não aparecem na televisão – por instruções das autoridades do futebol, para não encorajarem estes comportamentos. Pelos vistos a realização deste jogo não recebeu o recado. É sempre bom ver os nossos jogadores – não apenas o Ronaldo  – sendo acarinhados.

 

Foram três golos, podiam ter sido mais. No final do jogo lamentámos não ter ganho por mais, por causa das contas do Apuramento. No entanto, mais tarde naquele dia, a Sérvia empatou com a Irlanda, deixando-nos isolados no primeiro lugar do grupo. A Qualificação continua a correr bem, melhor que as anteriores.

 

E agora, como bónus, tivemos uma boa exibição. É certo que estamos a falar de azeris, não de italianos, nem mesmo de sérvios. Mas já tínhamos jogado contra o Azerbaijão este ano e foi uma tristeza. De igual modo, tivemos jogos com equipas de nível semelhante ou pouco melhor – Luxemburgo, Irlanda – e jogámos pior. 

 

Neste momento, estou numa posição estranha. Durante o jogo com a Irlanda, antes dos últimos cinco minutos, tive flashbacks do jogo com a Albânia há sete anos (!) e estava já com os lencinhos brancos a postos. Acho mesmo que, se não fosse o Ronaldo Ex-Machina, estaríamos hoje pelo menos a discutir essa possibilidade. Seria um escândalo demasiado grande perdemos perante o último classificado do nosso grupo, pouco tempo após um Europeu que deixou muito a desejar

 

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Quando o resultado virou, guardei os lencinhos, mas continuava insatisfeita. Pensava que iríamos ficar presos num ciclo vicioso de exibições fracas, de serviços mínimos. Conseguiríamos Qualificações, mas a estas seguir-se-iam participações tristes em fases finais: não suficientemente más para quase toda a gente querer chicotada psicológica, mas claramente aquém daquilo que somos capazes.

 

No entanto, perante o Azerbaijão ganhámos e jogámos bem. E agora estou com esperança? Afinal de contas, Fernando Santos consegue pôr a equipa a jogar. Porque não podemos jogar sempre assim (ou, vá lá, quase sempre)?

 

Vocês sabem que não sei o suficiente para opinar sobre estas matérias. Prefiro guiar-me pelo parecer de especialistas. Daquilo que tenho lido e ouvido, temos bons jogadores, mas nem sempre conseguimos encaixá-los uns com os outros. E poderá ser necessário deixar algum génio no banco. 

 

Numa discussão num vídeo de António Tadeia, por exemplo, comentou-se que o melhor onze para a Seleção neste momento será o que jogou perante o Azerbaijão, com Ronaldo no lugar de Diogo Jota. Ou seja, mandaríamos um dos melhores marcadores da Seleção no pós hiato da pandemia para o banco. 

 

E ainda temos de pensar em nomes como Renato Sanches, Pote, João Félix, que também têm de entrar nestas contas. E claro, gerir lesões e momentos de forma, adversários diferentes, etc.

 

É difícil ser-se Selecionador. Quem diria, hem?

 

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Em todo o caso, acho legítimo darmos o benefício da dúvida a Fernando Santos. Por muitos defeitos que tenhamos a apontar-lhe no passado recente, ele continua a ser o único Selecionador que nos ganhou títulos. A parte boa de os próximos jogos serem de dificuldade média-baixa, e de estarmos isolados no primeiro grupo, é que permitirá a Fernando Santos praticar estas táticas novas. Pelo menos era o que eu faria.

 

Saio assim deste compromisso da Seleção um pouco mais animada e otimista do que estava no início dele. Uma parte de mim continua receosa de que voltemos às exibições pastosas nos próximos jogos. Mas, lá está, a esperança é a última a morrer e quem sabe? Talvez isto seja um início. Talvez seja agora que aprendamos, finalmente, a usar da melhor forma os trunfos de que dispomos.

 

Vamos ver. A Seleção reúne-se de novo daqui a algumas semanas. Ainda não sei se escreverei uma crónica pré-jogos: os adversários são o Luxemburgo e o Catar, com quem jogámos recentemente, não devo ter muito a dizer. 

 

Em todo o caso, continuarei a cobrir as aventuras e desventuras da Seleção na página de Facebook deste blogue. Deem uma espreitadela. Para já, como sempre, obrigada pela vossa visita. Voltamos a falar em breve.