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O Meu Clube É a Seleção!

Mulher de muitas paixões, a Seleção Nacional é uma delas.

*suspiro de alívio*

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Na passada terça-feira, dia 29 de março, a Seleção Portuguesa de Futebol venceu a sua congénere macedónia por duas bolas sem resposta, em jogo a contar para os play-offs de acesso ao Mundial 2022. Com este resultado, a Seleção garantiu presença no Catar, onde disputará a fase de grupos do Mundial com o Gana, o Uruguai e a Coreia do Sul. 

 

Quatro meses e meio depois, volto a respirar normalmente.

 

No texto de hoje não vou falar muito sobre o jogo em si – não se justifica. Chegou a ser um bocadinho seca nalgumas alturas. Menos empolgante que o jogo com a Turquia, mas mais tranquilo, com menos sofrimento – também sabe bem. Como quase toda a gente, queria o fulgor atacante da primeira parte do jogo com a Turquia. 

 

Por outro lado, também me recordava que os italianos, nas meias-finais, tinham rematado mais de trinta vezes, sem conseguir marcar. De nada servia estarmos ali a atacar ao desbarato, se não fôssemos capazes de converter. 

 

Ao mesmo tempo, Portugal defendeu melhor. Pepe, regressado após ter apanhado Covid, foi fantástico. Por seu lado, Danilo surpreendeu pela positiva como central. Tão cedo não torno a criticá-lo.

 

 

O primeiro golo foi marcado mais ou menos à meia hora de jogo. Bruno Fernandes intercetou um passe de Ristovski, passou a Cristiano Ronaldo. Este galgou em direção à grande área e, à entrada, devolveu a Bruno Fernandes (fazendo uma cueca a Musliu) e este assinou o primeiro golo. 

 

Muitos se calhar esperavam que Ronaldo tentasse marcar ele mesmo – provavelmente falharia, estavam dois macedónios em cima dele. Mas Ronaldo foi inteligente e altruísta. Ted Lasso ficaria orgulhoso (vi ambas as temporadas há pouco tempo e ando um tudo nada obcecada). 

 

O segundo golo veio na segunda parte. Desta vez foi Diogo Jota a assistir de uma grande distância – impressionante. Bruno Fernando finalizou com apenas um toque.

 

Pois bem, ainda não foi desta que a minha irmãzinha conheceu o sabor amargo de uma Qualificação falhada. Nem eu, na verdade: já era nascida aquando do Apuramento para o Mundial 98, mas aos sete anos ainda não ligava ao futebol. 

 

Mas lembro-me vagamente da final desse Mundial, entre a França de Zidane e o Brasil de Ronaldo o Fenómeno).

 

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Apesar das minhas objeções a Fernando Santos, ia ser muito triste se este deixasse a Seleção desta forma: falhando um Apuramento pela primeira vez em mais de vinte e quatro anos, ele que nos conquistou os nossos dois primeiros títulos. 

 

As coisas ainda não estão ótimas, mas gostei de ver a Seleção nestes play-offs. Houveram melhorias em relação ao final de 2021: mais união, mais espírito de equipa, em comunhão com o ambiente fantástico no Estádio do Dragão. 

 

Não vou mentir, continuo zangada por não termos conseguido o Apuramento perante a Sérvia – eu estava lá e não teria de passar os meses seguintes a sofrer com a incerteza. Mas, de uma maneira retorcida, talvez tenha sido esse falhanço a unir os Marmanjos em torno deste desafio. Por um lado é inspirador, por outro não devia ser necessário.

 

Mesmo não tendo marcado, gostei de ver Ronaldo nesta jornada. Sobretudo quando veio a público elogiar Pepe, João Cancelo, dizendo que a Seleção é uma família, pedindo o hino à capela. À Capitão.

 

Só falta ele fazer o mesmo quando há derrotas.

 

Agora que estamos Apurados, posso finalmente comentar o estranho calendário de seleções este ano. Para alguém que segue o futebol de seleções há muitos anos, estas mudanças são excitantes. Um Mundial no início do inverno em vez de no início do verão! Um Mundial perto do Natal! Espero que a Federação lance uma linha de enfeites natalícios alusivos à Seleção e ao Mundial. Não deverá ser difícil. O verde e o vermelho – e o dourado – também são cores natalícias.

 

 

Mas é possível que nem todos achem assim tanta piada. Não sei como é que as alterações no calendário irão afetar a gestão física dos jogadores. Para a qualidade futebolística no Mundial será melhor: os jogadores virão apenas com meia época nas pernas em vez de uma inteira, como costuma acontecer. Mas parece que só terão cerca de uma semana para preparar o Mundial – não acho suficiente, nem de longe nem de perto.

 

Além disso, terão os jogadores tempo de férias depois do Mundial? Eu espero que sim, mas infelizmente tenho as minhas dúvidas.

 

Por outro lado, tenho precisado de recordar a mim mesma que este ano não haverá Europeu nem Mundial em junho – o meu subconsciente ainda não está muito convencido. Ao menos teremos quatro jogos da fase de grupos da Liga das Nações. Hei de tentar ir a um deles.

 

Entretanto, já se realizou o sorteio da fase de grupos do Mundial. Portugal ficou no grupo H, juntamente com o Gana, o Uruguai e a Coreia do Sul. Um grupo interessante.

 

Vou começar pelo fim. Já tinha pensado na possibilidade de nos cruzarmos com a Coreia do Sul – orientada por Paulo Bento deste 2018, o nosso Selecionador entre 2010 e 2014, antes de Fernando Santos. Cheguei a publicá-lo na página do Facebook. Assim, quando os coreanos vieram parar ao nosso grupo, eu ri-me.

 

Eu diria que só não acerto no Euromilhões mas, para ser justa, há umas semanas ganhei quase nove euros, por isso…

 

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Ao contrário do que acontece com o seu antecedente (que por acaso falhou o Apuramento para este Mundial), não guardo ressentimentos de Paulo Bento. Ele deu o seu melhor e estar-lhe-ei sempre grata – por feitos como a recuperação no Apuramento para o Euro 2012, depois daquele início desastroso, e o próprio Euro 2012 – não acredito que já lá vão quase dez anos.

 

E ainda acredito menos no que está a acontecer a um dos seus anfitriões neste momento.

 

No que toca à Coreia do Sul em si, o nosso histórico com eles reduz-se ao infame jogo do Mundial 2002 – há quase vinte anos. Uma derrota por 1-0 que ditou a nossa expulsão do Mundial e que, pior de tudo, incluiu João Pinto dando um murro ao árbitro. Vinte anos depois ainda sinto vergonha. Sem dúvida um dos momentos mais baixos da Seleção Portuguesa.

 

O Mundial 2002 foi o primeiro campeonato de Seleções que acompanhei ativamente, ainda que não com a paixão de anos mais tarde. Eu estava no sétimo ano. Se a memória não me falha, este jogo decorreu cerca da uma da tarde. Penso que terei visto a primeira parte em casa? Não me lembro bem. Mas lembro-me que às duas da tarde, durante a segunda parte, já estava nas aulas. Alguns colegas meus ficaram no bar da escola a ver o jogo. A certa altura, um deles entrou na sala, dizendo:

 

– O Beto também foi expulso.

 

Pouco depois, outro colega meu entrou na sala, dizendo:

 

– A Coreia do Sul marcou.

 

 

A Seleção Portuguesa passou por muito desde então. Eu que o diga. Mas provavelmente, quando os sul-coreanos pensam em nós, recordam-se deste jogo. O que é triste.

 

Cabe a nós deixarmos uma impressão bem melhor.

 

Diz que Paulo Bento é o Selecionador mais bem sucedido na Coreia do Sul, com o maior número de vitórias num só “mandato”. Por um lado fico satisfeita por as coisas lhe estarem a correr bem. Por outro, se a Coreia do Sul está a atravessar uma boa fase com um técnico que nos conhece bem… não é bom sinal para nós.

 

O nosso segundo jogo será perante o Uruguai. Um aspeto curioso é o facto de o Uruguai ter servido de carrasco a todos os seus companheiros de grupo em Mundiais anteriores. Expulsaram-nos do Mundial 2018, como se devem recordar. No Mundial 2010, derrotaram a Coreia do Sul nos oitavos-de-final. Depois desse jogo, encontraram o Gana nos quartos-de-final e… foi caricato.

 

Estou surpreendida por só estar a descobrir esta história agora. O infame Luis Suárez defendeu um golo com a mão, em cima da linha de baliza. O árbitro – o português Olegário Benquerença (que é feito dele?) – naturalmente, expulsou-o e marcou penálti a favor do Gana. Os ganeses, infelizmente, não conseguiram converter – o safadinho do Suárez chegou a ser filmado a festejar o falhanço antes de entrar no túnel. No fim, o Uruguai seguiu em frente após desempate nos penáltis.

 

É uma das histórias de futebol mais loucas que conheço – e uma zona cinzenta futebolística. Tecnicamente Suárez foi castigado pela gracinha – não é culpa dele que o Gana não tenha aproveitado o penálti de compensação. Na prática, o lance decidiu a partida, pelo menos em parte, e a recompensa foi maior que o castigo.

 

 

Vai ser engraçado quando uruguaios e ganeses se encontrarem de novo.

 

Eu diria que o Uruguai será o nosso adversário mais difícil, sobretudo pelos seus nomes sonantes. Alguns bem conhecidos dos adeptos portugueses: Coates e Ugarte, que representam o Sporting; Darwin, que representa o Benfica; Cavani, protagonista de uma novela qualquer no verão de 2020. E, claro, Suárez – colega de João Félix no Atlético de Madrid. Uma vez mais, o nosso historial é reduzido e pouco esclarecedor: uma vitória, um empate e uma derrota.

 

Finalmente, temos o Gana. O nosso histórico resume-se à nossa única vitória no Mundial 2014. Depois disso, os ganeses falharam o Mundial 2018 e, agora, Apuraram-se via play-offs frente à Nigéria. Foi na segunda mão que ocorreu o triste episódio da invasão de campo. Dizem que, de todas as seleções africanas neste Mundial, o Gana é a pior em termos de ranking da FIFA. O que vale o que vale. 

 

Em suma, é um grupo relativamente equilibrado. Já estivemos em grupos piores. Um dos aspetos que me preocupa é o nosso histórico reduzidíssimo com todas estas equipas – algo que dificilmente aconteceria com outras seleções europeias. Serão adversários que conhecemos mal, o que torna tudo mais imprevisível.

 

É engraçada a maneira como cada um destes adversários representa um momento infeliz do nosso passado. O Gana recorda-nos o desastroso Mundial 2014. A Coreia do Sul é treinada pelo ex-Selecionador que nos orientou nesse Mundial e recorda-nos, também, o igualmente desastroso Mundial 2002. O Uruguai recorda-nos o, não desastroso mas desapontante, Mundial 2018.

 

Os fantasmas de Mundiais passados. 

 

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Talvez esta seja uma oportunidade para corrigirmos esses erros. Tal como os play-offs já serviram para corrigir o fraco desempenho no Apuramento no ano passado. Talvez 2022 seja o ano da redenção.

 

É claro que isto sou eu sendo idealista e romantizando a coisa. Na prática esperam-nos muitas dificuldades. Já há quem fale em vencermos o Mundial. Não surpreende – é típico do portuga ir do oito ao oitenta do dia para a noite. Tal como aconteceu em 2018, eu acho que é preciso ter calma. O desempenho nos play-offs não apaga o que aconteceu no grupo de Apuramento e no Euro 2020. Além de que historicamente os Mundiais correm-nos pior que os Europeus.

 

Por outro lado, o Mundial só decorrerá no final deste ano. Ainda há de passar muita água até essa altura – incluindo a fase de grupos da terceira Liga das Nações. O Pepe, por exemplo, ainda nem sequer sabe se conseguirá jogar no Mundial – um bocadinho triste, mas ele faz bem em ser realista. Tendo tudo isto em conta, reservo os meus prognósticos para essa altura. 

 

É engraçado mas, agora que as coisas correram bem nos play-offs, já estou com saudades da Seleção, ainda que a jornada só tenha terminado há uma semana. Regressei ao meu modo normal. Felizmente só teremos de esperar pouco menos de dois meses até a Equipa de Todos Nós se reunir de novo. Há de passar num instante.

 

Podem ajudar-me a suportar a espera na página de Facebook deste blogue. Por outro lado, criei há pouco tempo uma conta no Ko-fi – podem pagar-me um café lá, se vos apetecer. Como sempre, obrigada pela vossa visita. Até à próxima!

Deus a rir-se

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Na passada quinta-feira, a Seleção Portuguesa de Futebol venceu a sua congénere turca por três bolas contra uma, em jogo a contar para as meias-finais dos play-offs de acesso ao Mundial 2022. Graças a este resultado, a Seleção irá disputar a final dos play-offs perante a Macedónia do Norte – que surpreendeu o mundo do futebol ao vencer a Itália por 1-0.

 

Aquela noite foi o culminar de meses de apreensão latente. Estava uma pilha de nervos antes do apito inicial, cantarolando partes de músicas da minha playlist da Seleção – a minha preferida neste momento é 1 Lugar ao Sol, dos Delfins – como se fossem orações. 

 

Fernando Santos apresentou um onze com algumas novidades. Otávio a titular e, para meu choque, Diogo Costa. Rui Patrício ficou no banco. Ninguém se lembra da última vez que Patrício ficou no banco por opção técnica num jogo oficial. De tal forma que, na Conferência de Imprensa após o jogo, perguntaram a Fernando Santos se Patrício estava lesionado. O Selecionador disse que não e basicamente queixou-se de ser preso por ter cão e preso por não ter no que toca a renovações.

 

É difícil argumentar contra isso – até porque Diogo Costa nem se saiu mal. Mas se isso significa que o ciclo de Rui Patrício está à beira do fim… eu fico triste. 

 

O início do jogo até correu bem para o nosso lado. Gostei de ver o ataque da Seleção nos primeiros vinte minutos. Otávio marcou o primeiro golo das Quinas em 2022, aproveitando uma bola que Bernardo Silva enviara ao poste. Mais tarde, em cima do intervalo, Otávio contribuiria para o nosso segundo golo, assistindo para a cabeça de Diogo Jota – um remate delicioso. 

 

 

Se as coisas no ataque não estavam a correr mal, o mesmo não se pode dizer da defesa. Com João Cancelo cancelado castigado, Rúben Dias lesionado, Pepe covidado e Gonçalo Inácio inexplicavelmente nem no banco, tivemos de nos desenrascar com Diogo Dalot, José Fonte e Danilo. E, infelizmente, estes viram-se atrapalhados demasiadas vezes para o nosso gosto – sobretudo quando o fulgor atacante começou a diminuir. Na primeira parte isso não teve consequências. O pior foi mais tarde.

 

Ao intervalo eu estava satisfeita, com esperanças de que Portugal fosse capaz de gerir a vantagem. Mas também me recordei do que aconteceu no jogo com a Sérvia há um ano: não conseguimos segurar uma vantagem de dois golos e estamos a pagar por isso nestes play-offs. Não podíamos cometer os mesmos erros de novo.

 

Infelizmente cometemos. A coisa não podia ficar demasiado tranquila, qual seria a piada? A reentrada em jogo nem sequer foi má, com três oportunidades em dez minutos. No entanto, aos sessenta e cinco minutos, o turco Cengiz Ünder passa a bola entre Moutinho e Danilo para Burak Yilmaz, que não perdoou. Vinte minutos depois, José Fonte fez falta para penálti.

 

Estávamos todos a pensar no mesmo: à boa maneira de Fernando Santos íamos resvalar para o empate, mesmo contra a corrente do jogo. Eu não queria de todo ir a prolongamento – um desgaste emocional para mim, um desgaste físico para os jogadores. E também emocional. Sobretudo se tivéssemos de ir a penáltis.

 

Assim, quando Yilmaz enviou a bola para a VCI, festejámos todos como se fosse um golo. Deem-nos um desconto: lembrem-se do que disse acima sobre meses de sofrimento “low-key” – que ainda não terminou. Os próprios jogadores estavam intranquilos – não devia acontecer, mas não tenho lata para criticá-los. 

 

 

Diogo Costa diria mais tarde que o falhanço de Yilmaz poderá ter sido influência dele. Sim querido, deve ter sido… Estou a brincar. Deixem-no pensar assim, se isso lhe der uma recordação feliz da sua estreia a titular. 

 

O golo da tranquilidade viria já nos descontos, obra de dois suplentes. Rafael Leão isolou Matheus Nunes que, frente ao guarda-redes, fechou o marcador. Dois luso-brasileiros que até jogam na mesma posição foram responsáveis pelos golos nesta partida.

 

Mais ou menos ao mesmo tempo que nós consolidávamos a nossa vitória, a Macedónia do Norte marcava um golo à Itália, carimbando a sua passagem à final do play-off. Os macedónios foram mais italianos que os próprios italianos, pois contaram apenas uma mão-cheia de oportunidades, quando a Itália somou umas trinta, todas falhadas. Perante este desfecho, eu soltei algumas gargalhadas algo maníacas. Depois de meses e meses em semi-pânico com a ideia de enfrentarmos os Campeões Europeus com o nível de jogo de 2021, os macedónios despacharam os italianos por nós. Deus Nosso Senhor terá passado os últimos quatro meses a rir-se de mim. 

 

Muito se tem falado sobre a “vaca” de Fernando Santos por estes dias – ele que, ainda por cima, se transformou num meme ao tentar acender um cigarro ainda em campo. Estes lampejos aleatórios de sorte que levam a fenómenos como o penálti falhado por Yilmaz e a vitória da Macedónia. É discutível se Fernando Santos e, por associação, a Equipa das Quinas, tem tido assim tanta sorte, mas pronto. 

 

E, lá está, não vou dizer que não compreendo. Há muita gente por aí que está farta de Fernando Santos, eu mesma me tenho incluído nesse grupo. Depois desta vitória, contudo, estou disposta a dar-lhe o benefício da dúvida. Sim, outra vez mas, que diabo, o homem deu-nos os nossos dois primeiros e únicos títulos!

 

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Por outro lado, ainda nada está ganho. Agora temos de vencer a Macedónia. Como referi no texto anterior, eles venceram os alemães há um ano e, agora, despacharam os italianos. O nosso historial com eles é reduzido – o próprio Bernardo Silva admitiu que ninguém sabe muito bem o que esperar. Por fim, eles não têm nada a perder e vêm motivados. 

 

Por outras palavras, amanhã vou estar tão nervosa como estava na quinta-feira. 

 

Recordo que quero estar no Mundial. Há por aí muita gente quase desejando o fracasso à Equipa das Quinas só para nos podermos livrar de Fernando Santos. Posso compreender e até concordar com críticas ao Selecionador, mas não a este ponto. Nunca torcerei contra a Seleção. 

 

Além disso, como escrevi antes, neste momento as nossas opiniões sobre Fernando Santos são irrelevantes. Se perdermos contra a Macedónia do Norte – três vezes na madeira – haverá imenso tempo para autópsias. Se vencermos, haverá imenso tempo para nos preocuparmos com o futuro imediato da Seleção. Mas, para já, só nos interessa o jogo de amanhã. Que é para ganhar. 

 

Obrigada pela vossa visita. Mais na página de Facebook deste blogue. 

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No próximo dia 24 de março, a Seleção Portuguesa de Futebol receberá a sua congénere turca no Estádio do Dragão, em jogo a contar para as meias-finais dos play-offs de acesso ao Mundial 2022. Se vencer, a Seleção Portuguesa defrontará a vencedora da outra meia-final, entre a Itália e a Macedónia do Norte.

 

Fernando Santos revelou os Convocados para este compromisso da Seleção na passada quinta-feira. Não que tenha muito a dizer sobre esse aspeto. A minha única objeção dizia respeito à ausência de Vitinha, mas este acabou por ser Chamado para substituir o lesionado Rúben Neves – uma perda grande, por acaso. Por outro lado, vários nomes menos unânimes desta lista, como Gonçalo Guedes, João Moutinho, William Carvalho e João Félix, andam a atravessar bons momentos nos respetivos clubes. Esperemos que isso se traduza nestes play-offs.

 

E por falar nestes play-offs…

 

Este blogue vai fazer catorze anos em maio deste ano. Antes disso, já acompanhava a Seleção de perto desde, pelo menos, o Euro 2004 – há quase dezoito anos, mais de metade da minha vida. Durante muito tempo, cada jogo da Equipa das Quinas, quer fosse um particular com as Andorras desta vida ou o mata-mata de um Europeu ou Mundial, era uma ocasião especial. 

 

Ainda o é, na verdade, mas confesso que nem sempre me entusiasmo como antes. Em parte porque hoje tenho outras obrigações, não tenho a disponibilidade que tinha há uma década. Mas também porque já são muitos anos, muitos Apuramentos, muitos Europeus e Mundiais. Já se perdeu uma grande parte da novidade.

 

 

No entanto, este compromisso da Seleção é diferente. Esta é uma sensação nova. Não é a primeira vez que a Turma das Quinas esteve em pausa durante mais de quatro meses. Mas, nestes quatro meses, foi a primeira vez que não me sentia ansiosa pelos próximos jogos. Pelo contrário, andava com medo destas datas. Como se este play-off fosse a minha Prova Nacional de Acesso do curso de Medicina (quem não saiba o que é, que vá ao Google) e eu não estivesse minimamente preparada.

 

Em teoria, se vencermos a Turquia, poderemos encontrar tanto a Itália como a Macedónia do Norte na final. Na prática, todos sabemos que o mais certo é encontrarmos os atuais Campeões Europeus. 

 

Acho que nunca me senti tão pouco confiante – ou pelo menos desta forma. Não é a primeira vez e não será a última que Portugal se cruza com um tubarão. Mas uma coisa é enfrentarmos um adversário claramente superior, sabendo que não temos armas que se comparem com as dele. Outra coisa, muito diferente, é sabermos que as nossas armas chegam para, no mínimo, enfrentarmos um tubarão olhos nos olhos, mas podermos não ser capazes de usá-las. Por incompetência e/ou teimosia do Selecionador atual.

 

Já me queixei longamente sobre o que se passou na Qualificação, sobretudo no texto anterior. Versão condensada: a Equipa de Todos Nós tem o melhor plantel em anos, se não forem décadas. No entanto, corre o sério risco de falhar um campeonato como o Mundial pela primeira vez desde que a minha irmã nasceu – e ela acabou de se tornar médica! Podíamos ter evitado isto com um mísero empate com a Sérvia, mas não fomos capazes disso. Agora, o Universo colocou-nos em rota de colisão com os atuais Campeões Europeus no caminho para o Mundial e só nos podemos culpar a nós mesmos. 

 

Da última vez escrevi que Fernando Santos precisava de refletir sobre o que correu mal durante o Apuramento, procurar evitar erros anteriores de modo a conseguirmos vencer estes play-offs. Mas as palavras dele na Conferência de Imprensa não me deixam grandes esperanças. O Selecionador pôs-se a dizer que “Portugal perdeu um jogo”, ignorando o desempenho fraquinho no Euro 2020 e várias exibições baças (incluindo, mas não limitado a uma vitória à rasquinha perante a República da Irlanda, que na altura estava no fundo da tabela). 

 

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São apenas palavras, claro. Não significa que Fernando Santos e restante equipa técnica não tenham feito o trabalho de casa longe dos microfones. Mesmo assim.

 

Tinha dito no último texto que já não apoiava Fernando Santos enquanto Selecionador. Numa reviravolta chocante, ninguém levou a minha opinião em conta, logo, continuamos com o mesmo técnico. E a verdade é que, neste momento, é irrelevante se acho que Fernando Santos é ou não o homem certo para este lugar. É ele quem está ao leme. Só nos resta esperar que ele faça o que tem a fazer.

 

Havemos de regressar a essa ideia. Para já, olhemos para os nossos adversários. Temos um histórico simpático com a Turquia. Oito jogos, nenhum empate, vencemos todos os jogos oficiais (cinco) e perdemos todos os jogos particulares. A última vitória foi na nossa estreia no Euro 2008, quando este blogue era um bebé. 

 

Por outro lado, lembro-me de ter ficado zangada quando perdemos contra a Turquia, num dos jogos de preparação do Euro 2012. Na altura estava com algumas expectativas para esse Europeu e tinha acabado de ser convidada para ir à televisão falar do meu blogue. Neste contexto, a derrota foi particularmente desanimadora.

 

Hoje não teria energia para me ralar com um mero amigável.

 

Os turcos estão neste play-off depois de terem ficado em segundo lugar num grupo com a Holanda. Antes disso, estiveram na fase de grupos do Euro 2020, mas não ganharam um único jogo. Ainda antes disso, foram relegados para a divisão C da Liga das Nações.

 

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Tendo tudo isto em conta, acho que a Turquia está ao nosso alcance. Com as devidas ressalvas, claro.

 

Caso vençamos nas meias-finais, pelo menos em teoria poderemos encontrar a Macedónia do Norte na final. Uma palavra para eles. O nosso histórico com os macedónios é reduzido: só dois particulares, uma vitória pela margem mínima em 2003 e um empate sem golos no outro jogo de preparação do Euro 2012. 

 

Neste momento, estão na divisão C da Liga das Nações. Na Qualificação para o Mundial 2022, ficaram num grupo com a Alemanha, chegando a vencê-la por 2-1 há cerca de um ano. 

 

Não serão, por isso, um adversário a desprezar. Além de que, se os encontrarmos na final, será porque venceram os italianos.

 

Falemos, então, sobre os herdeiros do nosso primeiro título. O nosso histórico mais recente com eles até é favorável. Duas vitórias – uma num jogo amigável, outra na primeira edição da Liga das Nações – e um empate. Na final do Euro 2020, como toda a gente, torci pelos italianos porque não queria que os ingleses ganhassem. Apesar desta conquista, o pós-Europeu não correu muito bem à Itália – se tivesse corrido, não teriam precisado de vir aos play-offs. Ficaram em terceiro lugar na Liga das Nações após perderem com a Espanha e vencerem a Bélgica. Na Qualificação empataram com a Irlanda do Norte, a Bulgária e a Suíça – esta última Apurou-se em primeiro.

 

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Em suma, em teoria são Campeões Europeus, são um tubarão. Na prática, não estão numa fase assim tão boa. Bom sinal para nosso lado… mas nós também não fazemos nada de assinalável desde finais de 2020, logo, vale o que vale. 

 

Comparado com tudo o que se passa no mundo neste momento, ficarmos de fora do Mundial está longe de ser uma grande desgraça. Por outro lado, falando por mim, dava-me jeito uma alegria. Será que ma dão?

 

O problema nem é bem eu não acreditar. Eu acredito, eu acreditarei e apoiarei enquanto for possível. E pelos vistos não sou a única: os bilhetes para o jogo com a Turquia esgotaram há um mês! Mas, também como disse várias vezes no ano passado, acreditar não basta. Além disso, para ganharmos um lugar no Mundial, a Itália – a atual Campeã Europeia, já disse isso? – terá de ficar pelo caminho, o que me parece inconcebível. Sobretudo tendo em conta a maneira como nós, portugueses, temos jogado neste último ano. 

 

É por isso que chego a este play-off com esperança e medo em partes iguais. 

 

No fim do dia, por muitas queixas que eu e outros tenhamos de Fernando Santos, estamos todos na mesma equipa, queremos todos estar no Mundial do Catar. Se falharmos, passaremos certamente muito tempo a apontar dedos. Mas se não falharmos, se correr bem, podemos começar já a fazer planos para novembro e dezembro. E quem sabe? Quem vence a Itália, poderá fazer coisas giras no Catar. 

 

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