Na passada quinta-feira, dia 14 de novembro, a Seleção Portuguesa de Futebol venceu a sua congénere lituana por seis bolas sem resposta. Três dias mais tarde, deslocou-se ao Luxemburgo onde venceu a sua congénere local por duas bolas também sem resposta. Com estes resultados, a Seleção ficou em segundo lugar no grupo B do Apuramento para o Europeu de 2020, conseguindo a Qualificação direta.
No que toca ao jogo com a Lituânia, aconteceu uma coisa engraçada. Quem acompanhe a página de Facebook de apoio a este blogue saberá que costumo deixar uma pequena mensagem de antecipação cerca de meia hora antes do início de cada jogo. Mais tarde ao intervalo – nem sempre – costumo deixar uma mensagem ainda mais curta, fazendo o ponto da situação.
Neste jogo, os Marmanjos fizeram tudo o que lhes “pedi” em ambas as mensagens. Na primeira, referi que esperava que chegassem depressa ao 2-0. Costuma-se pedir para chegar depressa ao 1-0, mas, se formos a ver, no outro jogo com a Lituânia, em casa deles, marcámos cedo mas consentimos o empate.
A Seleção cumpriu. Não vi a primeira parte porque, mais uma vez, saí do trabalho às oito. Soube do primeiro golo por conversão de penálti através do Twitter no meu telemóvel. Quando cheguei ao meu carro e liguei o relato soube que estava a ser um início de jogo avassalador para Portugal, com oportunidades atrás de oportunidades. De Cristiano Ronaldo, Gonçalo Paciência (consta que ele falhou uma de caras), Bernardo Silva, Mário Rui…
Ronaldo acabaria por marcar de novo, assistido por Paciência que recebera a bola de um simpático jogador lituano. Quando mais tarde cheguei a casa e vi a repetição fiquei de queixo caído com aquela bomba.
Chegámos, assim, ao 2-0 pouco após os vinte minutos de jogo, tal como eu “pedira”. Podíamos estar já a ganhar por mais nessa altura. O ritmo abrandou durante o resto da segunda parte, mas mantivemos o jogo controlado.
Na mensagem que deixei ao intervalo, quando já estava em casa, desejei que houvessem mais golos na segunda parte – para eu poder ver na televisão e, já agora, para termos uma goleada como já não tínhamos há algum tempo.
A Seleção cumpriu, mais uma vez. Poucos minutos após o início da segunda parte, Bruno Fernandes assiste para Pizzi. Este remata de um ângulo apertado, a bola bate na trave e no poste mas cruza a linha de baliza. Para além de ser bonito ver dois rivais clubísticos colaborando num golo pela Seleção, Pizzi provou que a sua titularidade não foi um erro. Foi uma bela jogada.
Poucos minutos depois, Bernardo Silva rematou de fora da área. O guarda-redes Setkus defendeu para a frente, Gonçalo Paciência aproveitou a ocasião para se estrear a marcar pelas Quinas.
Depois da assistência, foi a vez de o próprio Bernardo assinar um golo: depois de algumas trocas de bola com Ricardo Pereira, rematou sem dificuldade para as redes. Setkus não pôde fazer nada.
O marcador foi encerrado pela mesma pessoa que o abriu: Ronaldo. Foi mais uma vez Bernardo a assistir, depois de ter roubado a bola à defesa lituana. Ronaldo até pareceu surpreendido pela bola durante um segundo, mas logo marcou o golo como se nada fosse.
Bernardo Silva seria substituído pouco depois. Se precisássemos de uma prova da sua importância para a Seleção, os golos pararam e o ritmo abrandou depois da sua saída – ainda que Portugal tenha continuado por cima. Bernardo esteve em todo o lado neste jogo, como Deus, contribuiu para pelo menos metade dos golos. Já não é a primeira vez que o digo e duvido que seja a última: o miúdo é já o número dois da Seleção, o Príncipe das Quinas, como disseram no Record, tão insubstituível como Ronaldo ou Rui Patrício. Todos os elogios são insuficientes.
Por sua vez, Cristiano Ronaldo aguentou-se em campo até aos oitenta e três minutos. Segundo os comentadores, de tanto em tanto tempo durante a segunda parte, Fernando Santos perguntava-lhe se ele estava bem, se queria continuar a jogar. Comunicação: um ingrediente essencial a uma relação saudável. Ronaldo ia fazendo questão de jogar, mas lá aceitou sair uns minutos antes do fim, para a ovação.
Dias mais tarde, já concluída a dupla jornada, Ronaldo admitiria que se sacrificara, que alinhara nestes jogos da Seleção, bem como nos anteriores pela Juventus, fisicamente condicionado. Não posso deixar de comentar que, jogando condicionado, marca quatro golos em dois jogos, algo que muitos jogadores não conseguem nem nos seus picos de forma. Em todo o caso, como era mais ou meos de esperar, estas simples declarações incendiaram a imprensa nos dias que se seguiram, sobretudo em Itália.
Eu não percebo nada de medicina desportiva, não sou a melhor pessoa para avaliar esta situação (nem esta nem de praticamente nada sobre o que escrevo aqui mas, se me ralasse com isso, não haveria blogue). Mas confesso que estas situações me irritam. O mundo futebolístico gira à volta de Cristiano Ronaldo: a Seleção e Federação Portuguesa de Futebol por arrasto, a Juventus, imprensa desportiva… Eu sei que ele é o Melhor do Mundo e que lhe saiu praticamente tudo do seu próprio suor mas, por favor… Menos!
É por estas e por outras que, às vezes, quase desejo que Ronaldo saia da Seleção. Só mesmo para não termos de lidar com estes joguinhos todos, que roubam tempo de antena a conferências de imprensa em que são outros jogadores a responder às perguntas. Ronaldo faz muito por nós, dá-nos muito jeito, sou a primeira a admiti-lo, mas esse contributo sai caro.
Mas regressemos ao jogo com a Lituânia. Muitos defendem que este terá sido o melhor jogo de Portugal neste Apuramento, se não tiver sido o melhor dos últimos anos. Melhor dos últimos anos será exagero – a meu ver, o nosso melhor jogo dos últimos anos foi a final da Liga das Nações, frente à Holanda. Mesmo dizer que foi o melhor do Apuramento é questionável: quanto mérito se pode atribuir à equipa vencedora quando a equipa derrotada praticamente não existiu no jogo?
Não quero com isto dizer que Portugal não teve mérito, pelo contrário. Há muito que não se via a Seleção a atacar “sem medo”, como diziam no jornal Record. Fez-se tudo como deve ser. Os Marmanjos fizeram aquilo que eu lhes “pedi”, como referi acima, e, mais importante, segundo Pizzi depois do jogo, fizeram aquilo que Fernando Santos lhes indicou. “Não passámos por calafrios. Trabalhámos na segunda bola, para não deixar o contra-ataque. Foi assim que o mister pediu.”
Falando individualmente, já referimos Cristiano Ronaldo e Bernardo Silva, mas também destaco Pizzi, Bruno Fernandes, Gonçalo Paciência, Mário Rui. Ricardo Pereira em particular surpreendeu-me pela positiva – porque é que Fernando Santos não o pôs a jogar mais vezes antes?
Fico com esperança de que seja possível fazer exibições como esta no futuro. De preferência no Europeu.
Foi um bom jogo, mas não foi o suficiente para garantir a Qualificação. Isso só aconteceu no domingo, frente ao Luxemburgo.
Nesse dia fui almoçar fora com familiares – fizemos reserva para a mesma hora do jogo. Chegámos um bocadinho depois da hora: acompanhámos os hinos e os primeiros minutos do jogo através da rádio. Ouvimos A Portuguesa cantada por uma senhora luxemburguesa que, para ser justa, tinha boa voz, mas não conseguiu disfarçar o sotaque e, nalguns momentos, enganou-se no ritmo. Eu tive de me esforçar para não rir – não sei se existe alguma regra oficial, mas não me parece que seja boa educação rir durante o hino nacional…
Havia televisão no restaurante, mas os empregados não a ligaram. Disseram que estava avariada – embora se tenha consertado por magia no início da segunda parte. Não se pode levar a mal – quando lá chegámos, estavam com muito movimento. Não queriam o jogo da Seleção tentando os clientes a prolongarem o almoço, quando estavam pessoas à espera de mesa. Felizmente, tínhamos o RTP Play.
Ainda assim, não prestei muita muita atenção ao jogo, com o almoço e o convívio. Não perdi muito – com o péssimo estado do terreno (fazendo lembrar a primeira mão dos play-offs frente à Bósnia-Herzegovina em 2011) e a garra dos luxemburgueses, superior à sua posição no ranking da FIFA. Portugal estava a fazer uma exibição sofrível, desinspirada. Mesmo não prestando atenção, não deixei de me sentir nervosa – sobretudo quando a minha irmã dizia que a Sérvia estava a ganhar à Ucrânia.
Quando temos estas jornadas finais, com jogos à mesma hora para evitar combinações de resultados, gosto de imaginar as quatro equipas no mesmo campo, jogando umas contra as outras. Na prática é mais ou menos isso que acontece.
Ao mesmo tempo, por princípio, não gosto de estar a ver o nosso jogo com ouvidos noutro – pelo menos não quando dependemos de nós mesmos. Independentemente das circunstâncias, uma equipa deve sempre lutar pela vitória. Sim, se a Sérvia estivesse empatada naquele momento, ou a perder, eu estaria menos nervosa. Mas, mesmo conseguindo a Qualificação por combinação de resultados, seria sempre indigno não ganharmos frente ao Luxemburgo, não desfazendo.
Não que tenha acabado por ser muito melhor, diga-se.
Foi um alívio quando Portugal chegou finalmente à vantagem. Esta foi uma das ocasiões em que não estava a preparar atenção ao jogo – só me apercebi quando a minha irmã exclamou, discretamente, "Golo!".
Quando olhei para o telemóvel, já só vi os festejos em direto, com Bruno Fernandes no centro, que se estreava a marcar pela Seleção. De seguida passaram as repetições do golo. Na primeira, passaram a assistência para Bruno desde o meio campo – perfeita, soberba, teleguiada como se diz hoje em dia – mas não consegui identificar o autor. Disse mesmo:
– Quem é que fez aquele passe? Espetacular! Foi o… Ah! Foi o Bernardo Silva! Tinha de ser ele.
Estão a ver o que eu digo sobre todos os elogios serem insuficientes?
Como disse acima, no restaurante ligaram a televisão para a segunda parte. A partir daqui, a Seleção procurou segurar o resultado. Ia funcionando, mais ou menos. Eu, mesmo assim, continuava uma pilha de nervos – sobretudo porque a exibição estava longe de convencer.
Tem de ser sempre assim, não tem? Por mais voltas que se dê, todas as Qualificações começam da mesma maneira – com um ou mais tropeções – e terminam da mesma maneira – com incerteza e muito stress até ao fim. Cada Apuramento tira-me uns três a cinco anos de vida. Já vou em seis só com este blogue, façam as contas.
Para ser justa, sim, é sempre difícil, é sempre atribulado, mas termina sempre da mesma maneira: Apurados. Tem sido assim há duas décadas. A minha irmã fez vinte e dois anos no outro dia e nunca viu a Turma das Quinas falhar uma Qualificação.
É possível que eu já tenha escrito isto aqui no blogue. Não importa – só reforça aquilo que digo. Daqui a dois anos quero poder dizer que a minha irmã tem vinte e quatro anos e continua sem ver a Seleção falhar um Apuramento.
Mas estou a adiantar-me. Felizmente tivemos direito a uns minutos de alívio antes do apito final. Bernardo Silva, claro, centrou para Diogo Jota, que estava muito perto da baliza. O miúdo fez um remate acrobático atrapalhado, o guarda-redes ainda tocou na bola mas não conseguiu travá-la. Em cima da linha de baliza, Cristiano Ronaldo foi lá certificar-se de que a bola entraria mesmo – e para garantir que seria ele o autor do golo.
Não podias ter deixado esta para o puto, Cristiano? Se fosse ao contrário, não terias achado piada nenhuma. Ao menos Ronaldo foi logo abraçar Jota e talvez este não tenha levado a mal. Não lhe faltarão oportunidades para marcar pelas Quinas. Ronaldo, por sua vez, não terá muitos mais anos de carreira, mas tem um recorde para bater antes de pendurar as chuteiras.
Então lá nos Qualificámos em segundo lugar, evitando os play-offs. Tal como desejava, vamos começar 2020 sabendo que estamos no Europeu. Esteve longe de ser um Apuramento brilhante – na verdade, foi o pior de Fernando Santos, não só como treinador de Portugal, mas também como treinador da Grécia.
Não sei se deva estar preocupada, se será um indício trágico para o Euro 2020 – foi-o para o Mundial 2014 e mesmo o de 2010, de certa forma. Será que os problemas que surgiram durante este Apuramento tornarão a manifestar-se no Europeu? Um Europeu em que, recordemos, seremos os detentores do título.
Como já tinha referido no mês passado, as consequências desta Qualificação refletir-se-ão no sorteio para a fase de grupos do Euro 2020. Corrijam-me se estiver enganada, mas penso que é a primeira vez que a constituição dos potes é determinada pelo desempenho no Apuramento e não pelo ranking da FIFA. Eu concordo, acho mais justo – como me queixo praticamente todos os meses na página de Facebook deste blogue, não dou muita credibilidade a essa classificação.
Eu sei que isso significa pior sorte para nós, Seleção Portuguesa, mas sejamos sinceros: só nos podemos culpar a nós. Como sempre. A menos que Deus Nosso Senhor seja extremamente generoso connosco (não seria a primeira vez, por acaso), devemos apanhar pelo menos um tubarão no nosso grupo. É certo que, como estamos todos fartos de saber, por tradição damo-nos melhor em grupos difíceis… Mas existem sempre exceções.
Não quero especular muito sobre este sorteio. Como costumo dizer, está nas mãos da Sorte, do destino, de Deus ou de qualquer entidade sobrenatural à vossa escolha. Não podemos fazer nada senão esperar – é já este sábado!
Estou um bocadinho triste por não voltarmos a ter jogos da Seleção até março, mas com isto tudo o blogue não ficará inativo durante muito tempo. Como habitual, farei uma pequena análise ao resultado do nosso sorteio. Depois dessa, teremos o balanço de 2019, a publicar no fim do ano – ou, mais provável, um pouco depois. Para além destas, vou querer escrever ainda um terceiro texto, uma coisa diferente do habitual. Não vou dizer muito para não estragar a surpresa, mas espero publicá-lo antes dos particulares de março.
Em jeito de despedida, de “até breve!”, não resisto a deixar aqui o anúncio da hilariante campanha de Natal da loja online da FPF (adoro o que o marketing da Federação tem feito nestes últimos anos).
No passado dia 3 de junho, a Seleção Portuguesa de Futebol venceu a sua congénere cipriota por quatro bolas sem resposta, num jogo particular no Estádio António Coimbra da Mota.
Conforme tinha previsto na crónica anterior, acompanhei a maior parte do jogo via rádio. Só vi alguns minutos da primeira parte na televisão, quando fui rapidamente tomar um café. Não sendo este um jogo muito apelativo, nem sequer prestei muita atenção ao relato – ainda que este tenha estado ao nível a que Nuno Matos nos habituou.
Por exemplo, aquando do primeiro golo, aos três minutos, estava a conversar com a minha irmã sobre o desgaste provocado pela Taça das Confederações, se os jogadores teriam tempo para recuperar antes do início da época seguinte. Ela, sportinguista, estava particularmente preocupada com os “seus” jogadores, pois o clube leonino terá de ir aos playoffs de acesso à Champions.
Um aparte: aqui para nós, que ninguém nos ouve, os problemas que os clubes poderão ter por causa desta competição estão no fundo da minha lista de preocupações neste momento (muito abaixo, por exemplo, dos utilizadores de GPS aldrabado com quem tenho de competir pelos ginásios em Pokémon Go). Não me peçam para ter pena dos clubes quando, muitas vezes, estes agem como se fizessem um grande favor ao deixar os seus jogadores vir às respetivas seleções (como aconteceu, por exemplo, há cerca de ano e meio). Desde que não vá contra a vontade dos jogadores – na verdade, acho que são eles mesmo a fazer questão de vestir a Camisola das Quinas, independentemente do seu momento de forma – os clubes têm é de aceitar.
É claro que não disse nada disto à minha irmãzinha. Ainda me habilitava…
Deixando de lado a minha embirração com os clubes (eu bem vos digo, uma miúda não é de ferro…), acredito que, apesar de tudo, Fernando Santos e o departamento médico da Equipa de Todos Nós terão o desgaste dos jogadores em conta. Um dos motivos, aliás, pelos quais o Europeu teve um final feliz para o nosso lado foi a rotação dos jogadores. Em parte por tentativa e erro (na fase de grupos), em parte por lesões. Tenho a certeza de que os responsáveis pela Seleção voltarão a gerir os esforços dos jogadores da maneira adequada durante a Taça das Confederações.
Regressemos ao jogo com o Chipre. O primeiro golo da partida foi marcado, então, por João Moutinho, de livre direto. O segundo golo, os quarenta e dois minutos, seria quase um copy/paste deste. Estão todos, naturalmente, à espera da reação de Ronaldo – à espera que os colegas da Seleção se metam com ele.
Para ser honesta, não me parece que o Capitão se rale por aí além. Pode ser, até, que fique satisfeito. Afinal de contas, foi o próprio Ronaldo a dizer que Moutinho batia bem.
Pelo meio, houve tempo para Fernando Santos deliciar o público do Coimbra da Mota com um toque de calcanhar a uma bola saída da linha. Graças a Deus que isso aconteceu quando eu estava no café, a ver o jogo na televisão. Reparei também que, apesar da habilidade, o mister estava com cara de poucos amigos. Não estava a gostar do jogo.
Até tinha motivos para isso. Portugal dominava, mas com pouca intensidade e de forma estranhamente desconjuntada, em certos momentos. Sejamos sinceros, o Chipre está longe de ser um adversário estimulante e, naquela tarde, pouca luta deu. O vento também não terá ajudado.
Por sua vez, Eliseu ia-se destacando com uma ou outra iniciativa – sempre que ele arrancava, Nuno Matos dizia que ele ia “de lambreta”, claro – mas nem André Silva nem Bernardo Silva foram capazes de aproveitar as oportunidades.
Com a segunda parte, veio um meio-campo novo: William, Adrien, André Gomes, Gelson Martins e, mais tarde, Pizzi. Gelson, como já vai sendo hábito, foi suficiente para aumentar a velocidade da Seleção. Sem desprezar o papel de Pizzi, que marcou meros três minutos após entrar em campo – numa jogada iniciada por um arranque de Gelson, com assistência de André Silva.
Gostava de assinalar o facto de este golo ser produto da colaboração de um jogador de cada clube grande português. Mais uma prova de que, na Equipa de Todos Nós, não há espaço para mesquinhezes clubísticas.
Não pude acompanhar o quarto golo via rádio porque a minha mãe escolheu aquele preciso momento para me telefonar. O telemóvel estava ligado ao bluetooth do carro, logo, a chamada interrompeu a emissão de rádio. Mães…
Em todo o caso, este quarto golo foi assinado por André Silva, que cabeceou após uma primorosa assistência por parte de André Gomes.
Não há muito mais a dizer sobre este jogo. Portugal cumpriu o seu dever. Vários jogadores mostraram o seu valor, o que dá dores de cabeça agradáveis a Fernando Santos. Há quem diga que Portugal poderia ter marcado mais – com razão – mas os principais objetivos do jogo foram cumpridos.
Na sexta-feira, frente à Letónia, é que será a doer – mas também já contaremos com o grupo todo. Incluindo Ronaldo, que ontem se juntou à comitiva. A vitória é a única opção. Mas toda a gente sabe disso.
Continuem a acompanhar as aventuras e desventuras da Seleção comigo, aqui no blogue, ou então na sua página no Facebook.
Na passada quarta-feira, dia 14 de novembro, a Seleção portuguesa de futebol disputou no Estádio da Amizade, em Libreville, um jogo de carácter particular contra a seleçao local. O encontro terminou com o marcador assinalando dois golos para cada lado.
Nem o resultado, nem mesmo a exibição me surpreenderam, dadas as agravantes já listadas na entrada anterior e mais algumas. Como o estado do relvado, a humidade do ar e o facto de só se ter realizado um treino como preparar este jogo. Em praticamente todos os aspetos, foi um jogo de segunda linha, de qualidade menor. A equipa portuguesa era, tirando dois ou três jogadores, constituída por suplentes. Tal como já referi, o relvado assemelhava-se a um batatal. O árbitro, que até possuia cadastro nestas coisas, teve uma atuação desastrada.
Até o relato radiofónico era de segunda linha. Já vos tinha dito que só pude acompanhar o jogo desta forma. Só que o comentário não tinha a habitual emotividade rasando a histeria, que tanta graça empresta aos jogos mais aborrecidos. O jogo não dava azos a grandes entusiasmos, é certo, mas... A única coisa que se destacou neste relato foi o facto de, por ter confundido Éder com Edinho, o locutor insistir sempre em tratar o ponta-de-lança por Éderzito.
- O Éder que não leve a mal - chegou a dizer a certa altura.
Acho que vou também recorrer a esse diminutivo para me referir ao ponta-de-lança do Sporting de Braga aqui no blogue.
Foi um jogo deveras estranho. Os dois penálties, cobrados quase de seguida, foram um exemplo. Não sei se as três grandes penalidades que ajudaram a definir o resultado final eram todas legítimas. Já li todas as versões. Além do mais, o estado do terreno e a agressividade dos gaboneses estiveram a isto de atirar mais uns quantos Marmanjos para a já longa lista de lesionados. O comentador chegou a dizer coisas omo:
- Vítor Pereira deve ter ficado com os cabelos em pé com este lance.
Embora eu tivesse desejado a vitória, sobretudo depois do golo do Hugo Almeida, Portugal não a merecia. O empate acaba por ser o resultado mais justo. Tal como disse anteriormente, não estava à espera de muito melhor.
Pontos, contudo, para a estreia de Pizzi e de Éderzito.
Choveram críticas ao timing deste particular, numa altura intensa para aos clubes - apesar de há anos ser prática comum marcarem-se jogos da Seleção para meados de novembro, quer particulares, quer oficiais. Se Paulo Bento e/ou a Federação dispensassem esta data, não faltaria quem criticasse o desperdício de uma oportunidade para afinar armas. Isso aconteceu em agosto de 2010.
Há quem critique o facto de a Seleção ter aceite participar no jogo por dinheiro - é, de facto, uma área moralmente cinzenta. Contudo, ainda hoje se fala dos estádios do Euro 2004, supostamente pagos com o dinheiro dos contribuintes. A FPF arranja uma maneira alternativa de obter financiamento para projetos como a Casa das Seleções e atira-se tudo ao ar.
Uma das vozes mas sonantes neste coro de críticas pertence a Pinto da Costa. Sem surpresas. Só os mais ingénuos é que acreditaram nas palavras de apoio à Equipa de Todos Nós, saídas da boca deste senhor. Gostei da resposta de Paulo Bento, aconselhando-o a entender-se com a Federação e a não perturbar o seu trabalho de Selecionador. Nenhum dirigente de clube tem o direito de interferir na Turma das Quinas. Mas não percebi a referência à seleção colombiana...
De qualquer forma, apesar de isso me emprestar assunto para o blogue e página do Facebook, espero que a polémica não dure muito.
Eu própria não vejo grande utilidade neste particular, para ser sincera. Tirando o teste de alternativas e, lá está, o cachet. Preferia que o jogo se tivesse realizado mais perto de casa e em melhores condições. Há quem diga que os jogadores podiam ter-se esforçado um bocadinho mais, mas duvido que o fizessem caso tivessem de repetir o jogo.
Como tal, é bom que essa Cidade do Futebol seja mesmo espetacular, já que tivemos de levar com um jogo destes para financiá-la.
Paulo Bento afirmou, na Conferência de Imprensa de antevisão a este jogo, que as pessoas devem apoiar a Equipa de Todos Nós, não apenas durante as fases finais, mas também em jogos menores, como este. Eis algo que deveria ter sido dito há muito tempo. No entanto, jogos como o de quarta-feira não persuadem ninguém a apoiar a Seleção. Se até eu me senti entediada com o jogo, sendo como sou...
Em princípio, haverá outro particular dia 6 de fevereiro do próximo ano. Com um pouco de sorte, será frente a um adversário melhorzito. Chegou a falar-se da Espanha mas, pelo que percebi, ainda nada está confirmado. Outro adversário possível é o Brasil, visto que estão previstos dois particulares com eles no próximo ano. Espero bem que seja um adversário desse calibre, contra quem não se poderá falar de falta de motivação, desculpa tão invocada a propósito de jogos particulares. Espero, sobretudo, que, independentemente do adversário, seja um jogo que convença as pessoas, que me convença a mim, que vale a pena apoiar a Equipa de Todos Nós, independentemente do caráter do jogo, do adversário e da altura do ano.
No próximo dia 7 de setembro, a Seleção Portuguesa de Futebol defrontará, no Luxemburgo, a seleção local. Quatro dias mais tarde, receberá em Braga a sua congénere azeri. Ambos os jogos contarão para o Apuramento para a fase final do Campeonato do Mundo em futebol que terá lugar no Brasil em 2014.
Ao contrário do que aconteceu nos últimos dois anos, desta feita poderei ver os dois jogos de setembro. Mesmo assim, estava a passar férias no Norte na altura da Divulgação dos Convocados, o que atrasou um pouco - mas não tanto como receei - a publicação desta entrada. Felizmente, pude acompanhar a Conferência de Imprensa. Aliás, o intervalo de tempo entre o meio-dia e a uma da tarde da passada sexta-feira acabou por ser algo marcante, não só para mim, mas para a minha irmã também.
Não sei se já o revelei aqui mas ultimamente a minha irmã tem andado muito ferrenha pelo Sporting. Esta sua "doença", como o meu pai gosta de chamar, assemelha-se um pouco à minha doença pela Seleção na medida em que também ela está, quase instintivamente, a par de quase tudo o que acontece relacionado com o seu clube: jogadores, datas de jogos, adversários, declarações. A diferença reside no facto de a minha doença só desenvolver sintomas quando a Seleção joga - ou seja, durante apenas alguns dias, com semanas de intervalo. Excepto, claro, durante as fases finais - durante o resto do tempo mantém-se em latência. O Sporting joga todas as semanas. Façam as contas.
Mas regressemos a sexta-feira, ao meio-dia. A essa hora, tanto eu como a minha irmã queríamos ter o rádio ligado uma vez que se realizava tanto o Anúncio dos Convocados como o sorteio da fase de grupos da Liga Europa. Não que fizesse assim tanta questão de acompanhar o anúncio em direto. Suspeitava que a convocatória poucas novidades traria e que as respostas de Paulo Bento às perguntas dos jornalistas seriam previsíveis. Mas já que o rádio estaria ligado e como queria começar a alinhavar uma entrada nova, aproveitei.
A Antena 1 interrompeu a emissão em direto do sorteio da Liga Europa - numa altura em que já se conheciam dois dos futuros adversários do Sporting. Não me lembro quais são eles; apenas me dou ao trabalho de memorizar as coisas da Seleção e não me apetece ir agora perguntar à minha irmã - para transmitir a divulgação dos Convocados. Por brincadeira, eu e a minha irmã pusémo-nos a dizer "Iééé!" depois de cada nome lido. Acabou por acontecer uma coisa engraçada:
- Hélder Postiga.
- Iéééé!
- Nani.
- Iéééé!
- Pizzi.
- Quem?
Como podem ver, não conhecíamos o jogador do Deportivo da Corunha aquando da Convocação. Confesso que ainda não sei muito, apenas que é avançado, transmontano - por acaso, da mesma região onde estive no fim de semana passado - e tem quase vinte e três anos. Contudo, se começar a ser Chamado com frequência à Turma das Quinas, aprenderei depressa.
O estágio para a preparação desta jornada dupla arrancou segunda-feira, em Óbidos. Estes são adversários relativamente conhecidos da Seleção Portuguesa. Já jogámos com o Luxemburgo no ano passado. E o Azerbaijão fazia parte do grupo de Apuramento para o Euro 2008.
Lembrava-me que o jogo com o Azerbaijão em outubro de 2006 me deixara satisfeita, que o Cristiano Ronaldo fizera uma bela exibição. Mas só me recordei dos pormenores depois de ter revisto o resumo do jogo: ganhámos por 3-0, com dois golos de Ronaldo, uma assistência do mesmo e ainda um pontapé de bicicleta mal anulado por um árbitro inglês - ainda deviam estar com o cartão vermelho a Wayne Rooney nos quartos-de-final do Mundial atravessado na garganta...
Do jogo do ano seguinte, só me lembrava de termos ganho. Depois de ver o vídeo-resumo, recordei-me que a vitória foi por duas bolas sem resposta, uma marcada por Bruno Alves depois de um canto de Deco, a outra marcada por Hugo Almeida assistido por Miguel.
Um aparte apenas para dar graças pelo facto de o Miguel Veloso já não usar o cabelo comprido como usava em 2007. Já me tinha esquecido deste penteado tão totó... Pode haver quem também não goste do atual penteado mas eu prefiro este mil vezes.
De certa forma, calha bem os nossos dois primeiros adversários serem os mais acessíveis teoricamente neste grupo de Qualificação, numa altura em que a temporada futebolística ainda mal arrancou e nem todos os jogadores estão na sua melhor forma.
As declarações de Paulo Bento após a leitura dos Convocados, tal como o previsto, não trouxeram nada de novo. Já não era a primeira vez que o Selecionador afirmava que levaria a sério todo e qualquer adversário que se cruzasse no caminho da Equipa das Quinas e que está empenhado em obter a qualificação direta para o Mundial. Tal começa por amealharmos seis pontos nesta primeira dupla jornada. Não penso que seja pedir muito, até porque, tal como afirmei acima, estes são os adversários mais "fáceis" desta Qualificação. Já tivemos a nossa dose de maus arranques nos últimos anos, queremos uma fase de Apuramento bem mais tranquila que as três últimas. Julgo que temos condições para isso, mesmo que nem sempre dê para fazer exibições brilhantes.
Paulo Bento é que resumiu bem a questão na passada sexta-feira: