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O Meu Clube É a Seleção!

Mulher de muitas paixões, a Seleção Nacional é uma delas.

Portugal 1 Holanda 1 - Laranja agridoce

Na passada quarta-feira, dia 14 de agosto, a Seleção Portuguesa de Futebol recebeu, no Estádio do Algarve, a sua congénere holandesa, num jogo de carácter particular. Encontro que terminou com um empate a uma bola.
Como talvez tenham reparado, pouco antes do jogo, tive de publicar a entrada anterior incompleta. Isto deveu-se ao facto de a minha família ter decidido ir mais cedo de fim-de-semana prolongado, para podermos ver o jogo com a Holanda com mais calma. Por ironia do destino, contudo, apanhámos a estrada cortada por um acidente grave. Lá conseguimos arranjar um desvio mas não conseguimos chegar antes do início do jogo, pelo que tivemos de segui-lo pela rádio até ao golo da Holanda. Mesmo depois, na azáfama da chegada, não deu para acompanhar com muita atenção o resto da primeira parte do encontro. De resto, a Seleção não jogou grande coisa, pelo que não devo ter perdido muito.

E, de facto, a exibição da Seleção pareceu-me boa durante a segunda parte, apesar da habitual e exasperante falta de eficácia. Como disse a minha mãe, que viu o jogo comigo e com a minha irmã, os portugueses até conseguiam levar a bola até à grande área holandesa, o problema era mesmo enfiá-la na baliza. O Cristiano Ronaldo, como já vai sendo hábito, era dos que mais empurravam a equipa para a frente mas eu destacaria, também, João Pereira, que cumpria a sua vigésima quinta internacionalização. A minha mãe ficou particularmente impressionada com ele, sobretudo quando o víamos nos confrontos com os holandeses, a sua baixa estatura contrastando com o tamanho dos adversários, mas não o impedindo de ganhar o controlo da bola.


Não foi, de resto, o único a jogar bem, na quarta-feira. Também o Miguel Veloso e o Luís Neto não estiveram mal (ainda que a defesa tenha ficado mal na fotografia quando do golo holandês), o último revelando-se merecedor da inesperada titularidade, que roubou o lugar a Bruno Alves, dando uma saudável dor de cabeça a Paulo Bento. E mesmo o Beto, coitado, não teve medo de levar com um holandês em cima aquando de uma defesa.

Perto do fim, numa altura em que já estava conformada, ainda que algo insatisfeita, com a derrota - afinal de contas, a Argentina venceu-nos em 2011, o que em nada manchou a boa fase que a Seleção atravessava nessa altura - surgiu o golo de Cristiano Ronaldo, que recompensou um Estádio do Algarve, senão com lotação esgotada, pelo menos com lotação recorde. Já muitos apostavam que ele fizesse um golo, frente a um freguês a quem já marcara três vezes. Fica, deste modo, a apenas um golo de igualar Eusébio. A continuar assim, nos próximos jogos ultrapassará o Rei e, quem sabe, dentro de um ano terá já ultrapassado Pedro Pauleta. Como li n'"A Bola", pela sua vaidade e teimosia, Ronaldo só parará quando mais ninguém duvidar da sua entrega aquando dos jogos da Equipa de Todos Nós.


Acabou por ser um jogo pouco amigável, sob vários pontos de vista, seja por os portugueses o terem levado mais a sério do que levaram outros particulares (o que não surpreende, tendo em conta o peso motivador do adversário), seja pela tensão entre as duas equipas. O selecionador holandês Louis Van Gaal queixou-se do árbitro mas, com toda a franqueza, não notei nenhum favorecimento para com nenhuma das equipas. Acabou por ocorrer aquilo em que apostava: um empate sem golos e uma exibição consistente, ainda que longe de brilhante, que ajudasse Paulo Bento a tirar ilações. A ausência de titulares habituais pode servir de desculpa para as debilidade que não deixámos de apresentar. Talvez haja quem não estivesse à espera de uma laranja tão amarga mas, de qualquer forma, não foi o suficiente para os holandeses nos vencerem pela primeira vez em mais de dez anos. Fica, assim, a doçura da continuidade de uma sina que nos é favorável.


Ainda mais doce que o empate frente à Holanda, foi a surpreendente derrota da Rússia aos pés da Irlanda do Norte. Durante o relato radiofónico, o Nuno Matos, o Joaquim Rita e outro locutor cujo nome não me recordo admitiam que aceitariam de bom grado uma derrota de Portugal, mesmo uma goleada, aos pés da Holanda, se em troca a Rússia perdesse. Eu exigiria, pelo menos, uma boa exibição portuguesa, mesmo assim... Felizmente, o destino foi-nos mais generoso do que isso: Portugal jogou relativamente bem, empatando com a Holanda, e a Irlanda do Norte venceu a Rússia. Continuamos em primeiro lugar. Claro que não convém perder de vista a segunda posição, que só depende de nós, mas é animador pensar que basta a Rússia perder apenas um ponto para acabarmos o Apuramento em primeiro. Isto se também fizermos a nossa parte, obviamente.

Confesso que seria, no mínimo, estranho uma eventual Qualificação direta. Fizemos uma excelente recuperação durante o Apuramento para o Euro 2012 após o caso Queiroz e, mesmo assim, tivemos de ir aos playoffs. Nesta fase, contudo, ficámos para trás por mero desleixo, mas ainda podemos Qualificarmo-nos em primeiro lugar... Não parece justo. É um daqueles paradoxos do futebol. Além disso, eu sentiria falta da emoção dos playoffs, até porque a minha irmãzinha faz anos no dia de um deles e, caso fosse disputado na Luz ou em Alvalade, quereríamos ir... Mas não nego que seria um alívio se, por uma vez, conseguíssemos garantir um lugar no Brasil já eu outubro, sem mais drama.

Por outro laod, tal como Paulo Bento e outros jogadores assinalaram. há que salientar o facto de a Irlanda do Norte ter sido capaz de empatar connosco e vencer os russos. Às tantas, ao contrário do que eu pensava, não foi apenas por desleixo que empatámos no Dragão. Às tantas,  os irlandeses até são bons! Já há dois anos mencionei AQUI que a Irlanda do Norte é daquelas equipas que, não tendo nada a perder, dão tudo o que têm dentro de campo. Não sei até que ponto a Rússia jogou mal mas consta que os irlandeses entraram em campo precisamente com a atitude que descrevi: em vez que estacionarem o autocarro em frente da baliza, atacaram sem medo e, no fim, venceram.

Não sei se repetirão a atitude quando os visitarmos em Belfast, no próximo mês. Em teoria, uma equipa mais atacante, menos passiva, do que é o seu hábito será menos perigosa. No entanto, a Seleção costuma ter dificuldades perante equipas que estacionam o autocarro à frente da baliza, tendo em conta, sobretudo, a nossa crónica falta de eficácia. Às tantas, talvez nos desse mais jeito se os irlandeses se preocupassem mais em atacar, descurando, deste modo, a defesa...


Aquilo de que todos temos a certeza é de que será um jogo a levar muito a sério. Um dos objetivos deste particular terá sido, aliás, familiarizar os Marmanjos com este nível de seriedade. Terá de ser, caso queiramos estar no Mundial do Brasil. Este jogo voltou a provar, ainda, que Portugal tem a capacidade de se bater de igual para igual com equipas deste calibre. Assim, será um enorme desperdício, não apenas para nós mas para o futebol em geral, os portugueses ficarem de fora do Campeonato do Mundo. O jogo com a Irlanda do Norte é mais uma final que temos de vencer. E não falta muito...

Só espero que, nessa altura, tenhamos bem menos jogadores de baixa. Porque, sinceramente, isto foi ridículo...

Portugal 2 Equador 3 - Ano novo, equipamento novo, os disparates do costume

Na passada quarta-feira, dia 6 de fevereiro, a Seleção Portuguesa de Futebol recebeu, o Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, a sua congénere equatoriana, num jogo de cariz preparatório. No fim do encontro, o marcador assinlavava 3-2 a favor da equipa visitante.
A História recente voltou a repetir-se de uma forma que começa a ganhar contornos alarmantes. Este era mais um jogo em que tínhamos todas as condições para ganhar ou, pelo menos, para não perder. Eu tinha um bom pressentimento, ainda que não deixasse de recear que os Marmanjos metessem água outra vez. Ainda não estava em casa aquando do início do jogo. Estava no carro com a minha irmã, ouvindo o relato na rádio. Cantei o hino com uma mão no volante e outra no coração. A minha irmã até me pediu para irmos mais devagar, de modo a podermos desfrutar do relato radiofónico durante mais tempo.
O jogo não começou mal para o nosso lado, com uma primeira tentativa de golo no primeiro minuto. Agora penso que o jogo poderia ter tido uma história diferente caso o Hélder Postiga tivesse inaugurado logo o marcador. Mas, na altura, fiquei satisfeita por, aparentemente, a Seleção ter entrado em campo com vontade de fazer um bom jogo.
No momento seguinte, ouvi de passagem que os equatorianos tinham pegado na bola. Isto porque encontrava-me a debater com a minha irmã. Esta, uma fan girl do Rui Patrício, ao descobrir que o Eduardo estava na baliza em vez do guarda-redes do Sporting, amuara. Estava eu a defender o guardião titular, explicando à minha irmã que o Eduardo mantivera as nossas balizas invioladas durante jogos e jogos a fio, aquando do Mundial 2010 e respetiva qualificação, quando os equatorianos marcam, num lance em que o guarda-redes português teve culpas no cartório.
Obrigadinha, Eduardo!

Como poderão imaginar, a minha irmãzinha ficou logo numa de eu-bem-avisei assim permaneceu até bem depois dos noventa minutos. A defesa não ficou bem na fotografia aquando do primeiro golo do Equador mas, segundo a minha irmã, isso não seria problema para Rui Patrício, visto que o guardião está habituado a jogar atrás de "defesas parvas" no Sporting. O jogo acabaria por dar-lhe razão e eu própria tive de concordar que a história do encontro poderia ter sido diferente caso o Patrício tivesse jogado.
Coisas que acontecem quando duas "especialistas" do futebol vivem na mesma casa...
No entanto, Paulo Bento tinha de dar uma oportunidade a Eduardo. Como o Selecionador afirmou posteriormente, na Conferência de Imprensa de rescaldo do jogo, o plano era usar os dois guarda-redes suplentes nestes dois particulares. Contra o Gabão jogou o Beto, contra o Equador jogou o Eduardo. Não foi culpa de Paulo Bento que este último guarda-redes tenha desperdiçado a oportunidade e feito aquelas asneiras...


Felizmente a equipa reagiu bem ao golo sofrido, impulsionada por Cristiano Ronaldo - a semelhança de muitos outros jogos, o madeirense foi um dos mais inconformados, mesmo sem estar a cem por cento, nas suas palavras. Durante algum tempo tivemos Seleção a sério - algo a que não havíamos tido direito nos últimos dois jogos. O primeiro golo das hostes lusitanas resultou de um belo rasgo de criatividade, com o Coentrão dando um toque e calcanhar e Ronaldo, num gesto de mestre, ajeitando a bola e rematando, sem hipótese para o guarda-redes do Equador. Primeiro golo do ano!

No início da segunda parte, começava a adivinhar-se o segundo golo da Equipa das Quinas. Este acabou por surgir aos sessenta minutos. Marcado por Hélder Postiga - provando, uma vez mais, ser merecedor da minha teimosa fé nele - embora a jogada tivesse sido iniciada por Ronaldo e Nani tenha assistido. Foi, na verdade, um golo proporcionado pelo nosso trio de ataque, pela minha troika de jogadores preferidos.

Durante um minuto estive felicíssima. Depois de todos estes meses, a Seleção estava prestes a ganhar um jogo de novo! Estávamos de volta! No entanto, a Fortuna não deixou este engano de alma, ledo e cego, durar muito. Nem chegou a dois minutos.


Juro que não percebo que raio passou pelas cabeças de João Pereira e Eduardo, para fazerem aquele disparate. Faz lembrar o golo da Noruega no jogo de setembro de 2010 mas, nessa altura, tinham a desculpa do caso Queiroz. Porquê, João Pereira? Porquê, Eduardo? Vocês até são tipos simpáticos, deram-nos autógrafos quando eu e a minha irmã fomos ao Jamor, porque é que foram fazer aquela parvoíce?

Não é de admirar que a equipa tenha ido abaixo depois disto, sobretudo tendo em conta que jogadores como Cristiano Ronaldo, Nani, Raúl Meireles e Hélder Postiga foram substituídos nos minutos seguintes. Tenho de ser justa, o terceiro golo dos equatorianos não foi nada mau, o Eduardo pouco poderia fazer. Nem quero recordar-me do resto do jogo. Referir apenas que até houve uma bola à trave, por Custódio, só para a festa ser completa.


Que posso eu dizer que já não tenha dito em várias entradas ao longo do último ano, em particular nas últimas três ou quatro? Já não percebo se esta série de maus resultados é azar, é incompetência, sei lá... O jogo não foi completamente mau, é certo. Como disse acima, tivemos bons períodos mas depois deitámos tudo a perder com infantilidades. Não culpo o João Pereira nem o Eduardo. Eles já fizeram muito pela Seleção anteriormente, em particular o último. E foi bom isto ter acontecido num particular, num jogo sem consequências em termos pontuais. Com um pouco de sorte, eles aprenderão com estes erros e não tornarão a cometê-los, muito menos quando fora a doer.

O melhor deste jogo foi mesmo ter sido um particular, pois aconteceram coisas que dificilmente aconteceriam num oficial: o Rui Patrício teria, provavelmente, sido titular; Paulo Bento não faria tantas alterações ao onze inicial; os jogadores esforçar-se-iam um bocadinho mais - embora não se possa dizer que não tenham tentado levar o jogo a sério.

Começa a ser um filme demasiado visto. Campanhas publicitárias para vender bilhetes, pedidos de apoio, de moldura humana, intenções de começar o ano da melhor maneira, com equipamento novo e tudo - em suma, uma dose saudável de circo. As pessoas aderem, compram os bilhetes, vão até ao treino cantar os parabéns ao Cristiano Ronaldo, mas os jogadores não são capazes de retribuir isto tudo. E já não é a primeira nem a segunda vez! Aconteceu antes do Euro 2012, com a Macedónia e com a Turquia - este jogo, aliás, teve imensas semelhanças com o particular de junho último, no Estádio da Luz - aconteceu no Dragão, com a Irlanda do Norte.


Um aparte só para dizer que a minha superstição "confirmou-se". Se tiverem seguido a página do Facebook deste blogue, saberão que não fiquei muito entusiasmada com o equipamento preto. Da última vez que a Seleção teve um equipamento dessa cor, entre 2006 e 2007, esteve sempre associado a maus resultados. A única vitória obtida com os Marmanjos vestidos de negro foi, se não me engano, coutra o Luxembrugo. Receio que o preto dê azar à Seleção. Não digo que tenhamos perdido por causa do equipamento, mas no futebol há sempre uma certa margem para a superstição.

Além de que, superstições à parte, não acho que o preto tenha muito a ver com a Turma das Quinas. O vermelho é a verdadeira cor da Seleção, penso eu. Simboliza paixão, garra, vida e os tons usados nos equipamentos não o fazem de uma forma berrante, agressiva, mas sim de uma forma sofisticada, elegante. Mesmo o verde e o branco são cores mais adequadas, a primeira por simbolizar a esperança, a segunda por ser uma cor pura, leve, e por os últimos equipamentos desta cor estarem muito bem feitos. O preto simboliza luto, tristeza e a Seleção é alegria - ou devia ser...

 A sorte daquela gente é o facto de a próxima jornada dupla ser fora. Com que cara é que iam pedir, mais uma vez, para as pessoas irem ao Estádio? Já achei que houve alguma lata em pedirem moldura humana em Guimarães... Começo a ficar um bocadinho farta de pedir e esperar por bons resultados e ter, constantemente, os Marmanjos a trocar-me as voltas.

Bem, desta vez - mais uma vez - passa. Afinal de contas, foi apenas um (outro) particular. E afinal, como outros têm recordado, antes do Euro 2012 estávamos numa situação semelhante e toda a gente viu o que aconteceu depois. A atitude é a mesma de sempre: recordar outras crises por que a Seleção passou e que foi capaz de ultrapassar, por vezes de forma milagrosa; acreditar que os Marmanjos conseguirão ultrapassar isto também.
É bom que o faça. A Turma das Quinas já esgotou todas as margens de erro de que dispunha, a partir de agora é tolerância zero. Está na altura de vermos o lado positivo da mania que a Seleção tem de escolher sempre o caminho mais difícil. Está na altura de a Equipa de Todos Nós cumprir as promessas que nos tem feito. Agora, venham Israel e Azerbaijão!

Um inesquecível início de capítulo

Na passada segunda-feira, dia 13 de agosto, a Seleção Portuguesa do Futebol realizou no Jamor o seu primeiro treino da época futebolística 2012/2013. O treino foi aberto ao público, por isso, eu e a minha irmã agarrámos a oportunidade, tal como anunciei que faríamos na última entrada.

Quis trazer a mina irmã pois ela dá claros sinais de gostar tanto de futebol como eu, eu até ainda mais. Neste momento, anda muito ferrenha pelo Sporting mas diria que a Seleção está no mesmo nível, que partilha esta loucura comigo. É apenas uma das muitas coisas que partilhamos. Já lhe tinha prometido que, assim que tivéssemos oportunidade, a levaria a um treino da Seleção. E a oportunidade surgiu agora.

Desta feita, descobri um autocarro que partia desde Monte Abraão e terminava na estação de Cruz Quebrada, pelo caminho parando junto ao Estádio Nacional. Pensava eu. Na verdade, a estação que supostamente correspondia ao Estádio era à beira do Alto da Boa Viagem, uma estrada secundária. Agora vejo que teria sido mais sensato sairmos em Cruz Quebrada e subido até ao Estádio... O que nos valeu foi uma bomba de gasolina ali perto. Se estivesse sozinha, talvez arriscasse fazer o que o empregado da bomba sugeriu, talvez andasse por ali à procura de um caminho que nos conduzisse ao Estádio. No entanto, como estava lá com a minha irmã, tive medo e pedi que nos chamassem um táxi. Mais quatro euros desembolsados e deixaram-nos no Estádio cerca de meia hora antes do início do treino. O que nos valeu foi termos tido a sensatez de apanhar o autocarro que, tivessem as coisas corrido de acordo com o planeado, nos deixaria no Jamor uma hora antes do início do treino. Foram uns dez, vinte minutos que pânico mas felizmente conseguimos dar a volta ao jogo.

- A Seleção fica a dever-nos mais esta - comentei eu para a minha irmã.

Já várias pessoas aguardavam a abertura dos portões, muitas delas falando francês, algo que causou estranheza à minha irmã.

- C'est Ronaldo! - dizia eu, pronunciando "Ronaldô".

Todas aquelas pessoas envergando camisolas do número sete apanharam uma surpresa desagradável quando se percebeu que o madeirense não se encontrava entre os jogadores que emergiram dos balneários subterrâneos. Mais tarde, saber-se-ia que Ronaldo ficara no hotel fazendo "gestão de esforço".



Acabou por ser este o único aspeto negativo da tarde: não só a ausência de Cristiano Ronaldo, mas também a de Pepe, Bruno Alves e Custódio, juntamente com o facto de o Nani, o Hélder Postiga, o Fábio Coentrão - com o seu inconfundível cabelo loiro - o Miguel Veloso e o Miguel Lopes apenas terem feito aquecimento, saindo antes da primeira hora de treino, ficando a Seleção reduzida a dezassete jogadores. O pior foi que o grupo esteve completo no treino de ontem, terça-feira, de manhã, tendo ainda havido golo de Nani, de Hélder Postiga e um penálti falhado por parte de Cristiano Ronaldo, no jogo de treino. Mas não nos dava jeito a essa hora...

Terá de ficar para a próxima.



Em todo o caso, não deixou de ser um fim de tarde bem passado, pois sempre estavam lá o João Moutinho, o Varela, o Eduardo, o Carlos Martins - que anda claramente com ganas. Não me admirava nada se marcasse esta noite - o Rui Patrício, o Hugo Viana, entre outros. E também, Paulo Bento, Humberto Coelho e João Pinto. Aconteceu, aliás, uma coisa engraçada no início do treino. Estávamos nós a arranjar lugar nas bancadas quando reparámos no João Pinto, que olhava na nossa direção. Mais por graça do que por outro motivo qualquer, acenei-lhe.

Mais tarde, quando a minha irmã falava ao telemóvel com a nossa mãe, ela disse:

- Não tens noção, mãe, o João Pinto acenou à Sofia!

- Acenou? - repeti eu, estupefacta. Pelos vistos, o ex-jogador retribuíra o meu aceno e eu nem sequer reparara...


A minha irmã sentia-se tão feliz quanto eu ali no Jamor, a poucos metros dos nossos heróis, em particular do Rui Patrício. Passou o treino quase todo dando uma de fan girl - como agora se lê muito no Twitter - pelo jovem guarda-redes, suspirando:

- Patrício... O Patrício...

Também ela se sentia tentada a correr para o campo, fintando os polícias todos, para abraçar os seus heróis. Se fosse ela a fazê-lo, talvez deixassem passar por ainda ser relativamente novinha. Se fosse eu, já parecia mal....



A propósito dos polícias, estes continuavam tão rigorosos como sempre no que tocava aos limites. Eu e a minha irmã rapidamente havíamos decidido não nos fixarmos nas bancadas, irmos mudando de sítio de modo a encontrar os melhores locais para vermos o treino. Na parte em que não havia aquele muro de cerca de um metro de altura, não nos deixavam ficar lá paradas. Passámos uma boa parte do tempo junto a uma das balizas principais, local onde os guarda-redes treinavam e onde, mais tarde, se realizou um dos jogos de treino. Naquela altura, estávamos ao lado de uma pequena família. O polícia veio recordar-lhes a regra das pernas em cima do muro, vindo depois com uma conversa, dizendo que teríamos melhor visibilidade nas bancadas.

- Aqui há mais proximidade - respondeu o pai da família.

- Sim, mas lá em cima também há proximidade e têm maior visibilidade... - insistia o polícia. 

- Boa tentativa - comentei eu para a minha irmã. E ficámos o mesmo sítio, ignorando as não-assim-tão-indiretas do polícia.

O treino prolongou-se para além do previsto. Cedo a nossa mãe - que fez questão de nos vir buscar ao Jamor - estava a ligar-nos de novo. Ela e o nosso irmão acabaram por vir ter connosco ao Estádio. Acabou por ser a melhor solução pois dificilmente conseguiríamos apanhar o autocarro de regresso com tudo o que aconteceu depois.



Perto do fim do treino, numa altura em que os jogadores já faziam alongamentos, plantámo-nos todos o mais perto que podíamos da saída para o balneário subterrâneo. É claro que nenhum deles veio dar autógrafos, nem mesmo depois de nos lamuriarmos todos em coro. Nem eu, para ser sincera, estava à espera que tal acontecesse. No entanto, a minha irmã, que se posicionara num local diferente do meu, teve a felicidade de captar em vídeo o momento em que o Rui Patrício acenara na sua direção.

Pois, como podem calcular pela relativa qualidade das fotografias, desta vez dispúnhamos de máquina fotográfica. A minha irmã tirou fotografias e gravou um ou outro vídeo. Não com grande qualidade, é certo, não tencionamos colocá-los no YouTube nem nada disso, servirá apenas para nos recordarmos melhor desta tarde.



À saída do Estádio, tomámos um caminho diferente do que estava acostumada, na direção oposta à da estação de Cruz Quebrada, para o parque de estacionamento. Nessa altura reparámos num aglomerado de pessoas junto a um portão. Percebemos que o autocarro da Turma das Quinas estava estacionado do outro lado.

Tinha sido tão estúpida... Fartara-me de refilar por os Marmanjos não darem autógrafos no Jamor quando eu é que estava errada, eu é que fora procurar no local errado... Bem, agora já aprendi.

Eu e a minha irmã tivemos a sorte de ficar num bom sítio, ao alcance dos jogadores. O primeiro a vir foi o Eduardo - ou Edu, como tínhamos ouvido no treino. Este autografou tanto o meu caderno como as folhas que tinha dado à minha irmã e ainda deu para trocar umas palavrinhas com ele:

- Olá - cumprimentou ele.

- Olá - retribui, acrescentando de seguida - Hei, bom trabalho no Euro 2012.

- Obrigado - respondeu ele.

- Obrigado nós. E boa sorte agora para o Mundial...

Com tudo isto, pela simpatia, o Eduardo já se consolidou como um dos meus preferidos. Já me vieram dizer que o Eduardo nem sequer tinha jogado no Europeu mas isso não tira o sentido ao que disse. Primeiro, porque a mensagem era geral, para toda a Seleção. Segundo, porque o Beto, o terceiro guarda-redes, afirmara uma vez que os três guardiões das redes portuguesas se treinavam uns aos outros, puxavam uns pelos outros, de tal forma que, mesmo quando só um deles joga, é como se os três estivessem em campo. Por isso, também o Eduardo merece ser congratulado pelo sucesso do Rui Patrício.

Estou certa de que o Eduardo compreendeu a mensagem.



 Depois veio o João Pereira, que eu demorei a reconhecer por causa do penteado novo. Desta vez, só deu autógrafo à minha irmã - não valia a pena estar eu também a pedir-lhe quando já ia levar um para casa e já tinha a recordação do encontro. Tentei dar-lhe os parabéns pelo passe de génio que permitiu o primeiro golo à Holanda, dizer-lhe que mandava abraços para todos, mas não sei se ouviu entre as várias vozes pedindo o seu regresso ao Sporting. A minha irmã, coitada, tremia de nervosismo e excitação, fazendo figas para que o Rui Patrício viesse também.



E ele veio, deu-nos também um autógrafo. Mais uma vez, tentei dar-lhe os parabéns pelo Europeu, ainda exclamei uma ou duas vezes quando o pessoal estava todo a elogiá-lo:

- É o São Patrício!

Mas, mais uma vez, não tive certezas de que ele tivesse ouvido.

Depois desta já o autocarro estava em funcionamento, por isso, mais nenhum veio. Mas tanto eu como a minha irmã ficámos delirantes com estes três autógrafos. Que fizeram com que a vinda ao Jamor e tudo o que implicou - incluindo termos sido largadas no Alto da Boa Viagem - tivesse valido a pena. A minha irmã falava já em emoldurar os autógrafos, em repetirmos a experiência. O pior é que suspeito que só teremos nova oportunidade daqui a um ano...



Quanto a mim, esta foi a maneira perfeita de abrirmos o capítulo da Qualificação para o Mundial 2014, deixando-me com um bom pressentimento, o melhor que tenho no início de uma fase de apuramento desde há vários anos. Em 2008, com a saída de Luiz Felipe Scolari, não andava com grande entusiasmo. Em 2010, com toda a confusão do caso Queiroz, era depressão completa. Este ano, depois do Europeu, sinto-me muito mais otimista. Não que me entusiasmem particularmente os jogos com o Luxemburgo e o Azerbaijão, mas desta feita sinto que tudo correrá sem grandes contratempos.

Uma das coisas que contribui para tal pressentimento é a aparente determinação de Paulo Bento em acabar com o mito dos adversários acessíveis. Agora é ser ser ele e os jogadores passam das palavras às ações - algo que nem sempre acontece.



Entretanto, devido as lesões de Pepe, Bruno Alves e Custódio, a Convocatória sofreu alterações significativas desde quinta-feira. Não espero por isso, um grande resultado hoje à noite, frente ao Panamá. O mais importante é fazer experiências, testar alternativas, como falei na outra entrada. Mas também quero que ganhem, é claro.

De qualquer forma, já cumpri o objetivo de transformar esta jornada desinteressante em algo inesquecível. Por, pela primeira vez, ter conversado - bem, mais ou menos... - com um jogador da Seleção, por ter conseguido autógrafos de três Marmanjos, por ter ficado ainda mais cúmplice da minha irmã, por ter mais uma boa recordação a que me agarre quando estiver deprimida. Ainda quero mais, mesmo assim. Um dia hei de conseguir autógrafos de outros Marmanjos, de preferência da minha Troika preferida, mas para já estou satisfeita.

Agora que o capítulo está aberto, que comece a Qualificação!

Portugal 2 Holanda 1 - Desafio ultrapassado!

Quando, no passado dia 2 de dezembro, fomos sorteados para o Grupo B do Euro 2012, com a vice-campeã europeia, a vice-campeã mundial e a seleção que tinha ficado à nossa frente nas nossas duas últimas fases de Qualificação, receei seriamente que Portugal regressasse a casa ontem. Agora, estou aqui escrevendo sobre a Seleção que sobreviveu ao Grupo da Morte, enviando a atual vice-campeã do Mundo de regresso a casa, enquanto bebo um belo copo de sumo de laranja natural.

Antes deste jogo, estava muito confiante num bom resultado para as cores portuguesas e, em parte derivado de um sonho que tivera na noite anterior, estava, à semelhança de muitos, com um pressentimento de que Cristiano Ronaldo vingar-se-ia dos críticos e marcava, pelo menos, um golo. Contudo, tal não me impediu, como sempre, de sofrer imenso enquanto via o jogo.


Os primeiros dez, quinze minutos do jogo são incompreensíveis para mim. Parecia que os Marmanjos estavam propositadamente a dar espaço à Holanda. O golo laranja não surpreendeu, portanto. Não foi, igualmente, surpresa que a Turma das Quinas tenha começado a jogar a sério após o tento holandês. Talvez eles tenham feito um acordo com um cardiologista, para ele tratar dos nossos corações torturados pelos jogos da Equipa de Todos Nós. Talvez a Seleção seja fisicamente incapaz de dar tudo por tudo quando não está na corda bamba. Só sei que não havia necessidade, como diz o outro, de termos entrado tão mal e sofrido aquele golo. 

O primeiro golo de Portugal, que devolveu a igualdade ao marcador, foi uma chapada de luva branca aos críticos. Não apenas de Cristiano Ronaldo, mas também aqueles que haviam criticado a inclusão de João Pereira - que fez a sublime assistência para golo - na Convocatória. Não apenas na Convocatória deste Europeu, mas também em anteriores. Parabéns aos dois! Depois do golo, deu-se aquele que considero um dos momentos do jogo: o Cristiano dirigindo-se à câmara e gritando:

- P'ra ti, filho!


Há ainda bem pouco tempo, o Cristiano Ronaldo era o puto cheio de promessas que lutava pelo seu lugar na Seleção. Agora ele é o Melhor do Mundo, capitão da Turma das Quinas, um pai babado que dedica golos e prémios ao filho... Estamos todos a ficar velhos!

O relógio pareceu voar neste jogo. Quando dei por mim, já estávamos no intervalo. Na segunda parte, Portugal continuava imparável no ataque. Iniciativas de Nani e Fábio Coentrão podiam ter-nos dilatado o marcador mas estava escrito que aquela seria a noite de Cristiano Ronaldo. A jogada começou, julgo eu, com Nani. Este assiste para Ronaldo, num lance em que a bola faz uma trajetória em curva quase perfeita. O madeirense tem mais do que tempo para ajeitar a bola antes de a enviar para as redes da baliza adversária.


Depois desta, mais uma vez, o tempo voou. Em breve, o árbitro apitaria, marcando o fim do encontro e selando o nosso apuramento para os quartos-de-final do Euro 2012.

- Passámos a fase de grupos? - dissemos eu e a minha irmã, em coro, olhando uma para a outra - PASSÁMOS A FASE DE GRUPOS!! - exclamámos, celebrando com um duplo high-five.



Em Kharkiv e um pouco por todo o Portugal, multiplicavam-se as manifestações de euforia e triunfo. Através das janelas abertas, ouviam-se gritos, buzinas, vuvuzelas e sou capaz de jurar que, na nossa zona, alguém atirou fogo-de-artifício. No Estádio do Metalist, jogadores e selecionador celebravam uns com os outros, o Ronaldo exibia a camisola interior (da Nike, como não podia deixar de ser...) ostentando uma mensagem de amor ao filho, escrita num português  mal amanhado, mas com certeza sentida. Miguel Veloso exibia lágrimas nos olhos na flash-interview.


Contudo, as críticas à Seleção continuavam na mente dos jogadores. Foi por isso que fizeram greve às declarações aos jornalistas. Já veio muita gente reclamar, mas eu compreendo a atitude deles. O direito ao silêncio está incluído na liberdade de expressão, duvido que dissessem algo que o Cristiano Ronaldo ou o Miguel Veloso não tivessem dito já, prefiro que a Seleção comunique com os adeptos através de resultados.  E que cale os críticos da mesma forma. 

Paulo Bento foi, aliás, especialmente duro na Conferência de Imprensa. Hoje, cheguei mesmo a ler que esta é a Seleção "com a pior imprensa de sempre". Eu até compreendo algumas das críticas - já falei disso anteriormente. Sejamos sinceros, o desempenho da Turma das Quinas não tem sido perfeito mas também, tanto quanto sei, nenhuma seleção neste Europeu tem tido um desempenho isento de falhas. 

Depois, temos as críticas de certas personagens, que me irritam profundamente. Como as de Rui Santos. Eu odeio aquelas pessoas de carácter desprezível, que insultam os outros só por terem opiniões diferentes das suas. Quero evitar ao máximo ser assim, mas pessoas como este senhor tornam-no difícil. Pelo menos, hoje tenho argumentos para o contradizer a ele e a outros com críticas semelhantes.


Diz-se que nesta Seleção há mais vulgaridade que qualidade? Ora, se existe algo que a campanha da Holanda neste Europeu provou é que uma equipa cheia de talentos individuais não chega para ganhar jogos. Se existe algo que a nossa campanha até agora provou é que o espírito coletivo pode nem sempre dar-nos vitórias mas, sem ele, não estaríamos onde estamos agora. 

Diz-se que bem podiam estar lá jogadores que ainda estão no ativo, como Deco, Simão, Paulo Ferreira, Miguel, Bosingwa, Ricardo Carvalho? Ora, foram eles próprios que se excluíram da Seleção, direta ou indiretamente: Deco já o havia anunciado antes do Mundial 2010; Simão, Paulo Ferreira e Miguel debandaram cobardemente aquando do caso Queiroz; Bosingwa e Ricardo Carvalho são a história que se conhece. Aqueles que estão no lugar deles, cuja escolha nem sempre foi consensual - João Pereira, Hélder Postiga, Varela, etc - ajudaram a Seleção a chegar aos quartos.


Houve até quem questionasse a escolha de Paulo Bento para selecionador, uma vez que este só teve meia dúzia de anos como técnico antes da Equipa de Todos Nós, durante os quais apenas conseguiu duas ou três Taças de Portugal. Pois bem, deixem-me recordar que antes deve esteve um senhor, já praticamente um veterano nestas andanças, que apenas conseguiu uma Qualificação resvés Campo de Ourique, após uma série de empates; no Mundial, apenas conseguiu vencer uma equipa claramente mais fraca - a Seleção deste Europeu teria conseguido melhor do que um empate frente à Costa do Marfim e talvez mesmo frente ao Brasil - e, no fim, deixou uma equipa em cacos. 

Teve de vir o treinador inexperiente limpar a porcaria deixada por alheios. E fê-lo com uma mestria invejável: com apenas dois ou três treinos, conseguiu que a Seleção goleasse nos dois primeiros jogos ao seu leme. Qualificou-a para o Europeu - pelo caminho, fez uns três ou quatro jogos de grande qualidade - e agora conseguiu garantir-lhe um lugar nos quartos-de-final, após o chamado Grupo da Morte.

É nestas alturas que compreendo Luiz Felipe Scolari. Quem é o burro aqui, afinal?


Ao longo do ano passado, comecei a ter bons pressentimentos. A sentir que aquele sonho antigo, de ver Portugal ganhar um título, podia realizar-se em breve. A cada vitória da Turma das Quinas, a cada boa exibição, eu sentia que o sonho se ia tornando um pouco menos impossível.

Só que, entretanto, começaram a surgir contradições a essa sensação: a derrota frente à Dinamarca, em outubro do ano passado, o grupo difícil para o qual fomos sorteados, os últimos particulares antes do Europeu. 

Mas agora Paulo Bento e os Marmanjos devolveram-me esse pressentimento. Muitos diziam que quem sobrevivesse a este Grupo tornar-se-ia sério candidato ao título. Nós sobrevivemos. Batemo-nos como iguais com algumas das melhores seleções do Mundo. Graças a meia dúzia de jogadores de qualidade e a um coletivo ainda melhor. 

No entanto, como somos a única Seleção que sempre sobreviveu à fase de grupos dos Europeus, este triunfo oscila entre o grande feito e a obrigação. Não convém, por isso, alinhar em grandes euforias.


Julgo que a República Checa está ao nosso alcance. Já os vencemos em 2008. Além disso, o meu pai e o meu irmão comentaram, no dia em que os checos venceram a Polónia e carimbaram o seu apuramento, que, tirando o Peter Cech, eles não têm grande defesa. E nós temos um bom ataque, por isso...

No entanto, há que recordar que os nossos amigos checos conseguiram chegar aos quartos após uma derrota humilhante aos pés da Rússia, no jogo de estria - demonstrando que têm grande carácter. E ninguém quer repetir a história do Euro 96. Além disso, preocupa-me a mania que os Marmanjos parecem ter, de só darem o seu melhor quando estão em desvantagem - uma atitude perigosa, na minha opinião.

Mesmo assim, acredito neles. Acredito naqueles homens. Que têm dado provas de sobra de que merecem a nossa confiança, a nossa fé, o nosso amor. Acredito que pode ser desta. Só espero que, agora, os Marmanjos não desperdicem esta oportunidade que criaram de se aproximarem de um sonho que nos anda a escapar há demasiado tempo. Cá em Portugal, envergarmos as cores nacionais, torceremos por eles. O resto está nas mãos, ou melhor nos pés, daquela que é a Equipa de Todos Nós.