No próximo dia 24 de março, a Seleção Portuguesa de Futebol receberá a sua congénere turca no Estádio do Dragão, em jogo a contar para as meias-finais dos play-offs de acesso ao Mundial 2022. Se vencer, a Seleção Portuguesa defrontará a vencedora da outra meia-final, entre a Itália e a Macedónia do Norte.
Fernando Santos revelou os Convocados para este compromisso da Seleção na passada quinta-feira. Não que tenha muito a dizer sobre esse aspeto. A minha única objeção dizia respeito à ausência de Vitinha, mas este acabou por ser Chamado para substituir o lesionado Rúben Neves – uma perda grande, por acaso. Por outro lado, vários nomes menos unânimes desta lista, como Gonçalo Guedes, João Moutinho, William Carvalho e João Félix, andam a atravessar bons momentos nos respetivos clubes. Esperemos que isso se traduza nestes play-offs.
E por falar nestes play-offs…
Este blogue vai fazer catorze anos em maio deste ano. Antes disso, já acompanhava a Seleção de perto desde, pelo menos, o Euro 2004 – há quase dezoito anos, mais de metade da minha vida. Durante muito tempo, cada jogo da Equipa das Quinas, quer fosse um particular com as Andorras desta vida ou o mata-mata de um Europeu ou Mundial, era uma ocasião especial.
Ainda o é, na verdade, mas confesso que nem sempre me entusiasmo como antes. Em parte porque hoje tenho outras obrigações, não tenho a disponibilidade que tinha há uma década. Mas também porque já são muitos anos, muitos Apuramentos, muitos Europeus e Mundiais. Já se perdeu uma grande parte da novidade.
No entanto, este compromisso da Seleção é diferente. Esta é uma sensação nova. Não é a primeira vez que a Turma das Quinas esteve em pausa durante mais de quatro meses. Mas, nestes quatro meses, foi a primeira vez que não me sentia ansiosa pelos próximos jogos. Pelo contrário, andava com medo destas datas. Como se este play-off fosse a minha Prova Nacional de Acesso do curso de Medicina (quem não saiba o que é, que vá ao Google) e eu não estivesse minimamente preparada.
Em teoria, se vencermos a Turquia, poderemos encontrar tanto a Itália como a Macedónia do Norte na final. Na prática, todos sabemos que o mais certo é encontrarmos os atuais Campeões Europeus.
Acho que nunca me senti tão pouco confiante – ou pelo menos desta forma. Não é a primeira vez e não será a última que Portugal se cruza com um tubarão. Mas uma coisa é enfrentarmos um adversário claramente superior, sabendo que não temos armas que se comparem com as dele. Outra coisa, muito diferente, é sabermos que as nossas armas chegam para, no mínimo, enfrentarmos um tubarão olhos nos olhos, mas podermos não ser capazes de usá-las. Por incompetência e/ou teimosia do Selecionador atual.
Já me queixei longamente sobre o que se passou na Qualificação, sobretudo no texto anterior. Versão condensada: a Equipa de Todos Nós tem o melhor plantel em anos, se não forem décadas. No entanto, corre o sério risco de falhar um campeonato como o Mundial pela primeira vez desde que a minha irmã nasceu – e ela acabou de se tornar médica! Podíamos ter evitado isto com um mísero empate com a Sérvia, mas não fomos capazes disso. Agora, o Universo colocou-nos em rota de colisão com os atuais Campeões Europeus no caminho para o Mundial e só nos podemos culpar a nós mesmos.
Da última vez escrevi que Fernando Santos precisava de refletir sobre o que correu mal durante o Apuramento, procurar evitar erros anteriores de modo a conseguirmos vencer estes play-offs. Mas as palavras dele na Conferência de Imprensa não me deixam grandes esperanças. O Selecionador pôs-se a dizer que “Portugal perdeu um jogo”, ignorando o desempenho fraquinho no Euro 2020 e várias exibições baças (incluindo, mas não limitado a uma vitória à rasquinha perante a República da Irlanda, que na altura estava no fundo da tabela).
São apenas palavras, claro. Não significa que Fernando Santos e restante equipa técnica não tenham feito o trabalho de casa longe dos microfones. Mesmo assim.
Tinha dito no último texto que já não apoiava Fernando Santos enquanto Selecionador. Numa reviravolta chocante, ninguém levou a minha opinião em conta, logo, continuamos com o mesmo técnico. E a verdade é que, neste momento, é irrelevante se acho que Fernando Santos é ou não o homem certo para este lugar. É ele quem está ao leme. Só nos resta esperar que ele faça o que tem a fazer.
Havemos de regressar a essa ideia. Para já, olhemos para os nossos adversários. Temos um histórico simpático com a Turquia. Oito jogos, nenhum empate, vencemos todos os jogos oficiais (cinco) e perdemos todos os jogos particulares. A última vitória foi na nossa estreia no Euro 2008, quando este blogue era um bebé.
Por outro lado, lembro-me de ter ficado zangada quando perdemos contra a Turquia, num dos jogos de preparação do Euro 2012. Na altura estava com algumas expectativas para esse Europeu e tinha acabado de ser convidada para ir à televisão falar do meu blogue. Neste contexto, a derrota foi particularmente desanimadora.
Hoje não teria energia para me ralar com um mero amigável.
Os turcos estão neste play-off depois de terem ficado em segundo lugar num grupo com a Holanda. Antes disso, estiveram na fase de grupos do Euro 2020, mas não ganharam um único jogo. Ainda antes disso, foram relegados para a divisão C da Liga das Nações.
Tendo tudo isto em conta, acho que a Turquia está ao nosso alcance. Com as devidas ressalvas, claro.
Caso vençamos nas meias-finais, pelo menos em teoria poderemos encontrar a Macedónia do Norte na final. Uma palavra para eles. O nosso histórico com os macedónios é reduzido: só dois particulares, uma vitória pela margem mínima em 2003 e um empate sem golos no outro jogo de preparação do Euro 2012.
Neste momento, estão na divisão C da Liga das Nações. Na Qualificação para o Mundial 2022, ficaram num grupo com a Alemanha, chegando a vencê-la por 2-1 há cerca de um ano.
Não serão, por isso, um adversário a desprezar. Além de que, se os encontrarmos na final, será porque venceram os italianos.
Falemos, então, sobre os herdeiros do nosso primeiro título. O nosso histórico mais recente com eles até é favorável. Duas vitórias – uma num jogo amigável, outra na primeira edição da Liga das Nações – e um empate. Na final do Euro 2020, como toda a gente, torci pelos italianos porque não queria que os ingleses ganhassem. Apesar desta conquista, o pós-Europeu não correu muito bem à Itália – se tivesse corrido, não teriam precisado de vir aos play-offs. Ficaram em terceiro lugar na Liga das Nações após perderem com a Espanha e vencerem a Bélgica. Na Qualificação empataram com a Irlanda do Norte, a Bulgária e a Suíça – esta última Apurou-se em primeiro.
Em suma, em teoria são Campeões Europeus, são um tubarão. Na prática, não estão numa fase assim tão boa. Bom sinal para nosso lado… mas nós também não fazemos nada de assinalável desde finais de 2020, logo, vale o que vale.
Comparado com tudo o que se passa no mundo neste momento, ficarmos de fora do Mundial está longe de ser uma grande desgraça. Por outro lado, falando por mim, dava-me jeito uma alegria. Será que ma dão?
O problema nem é bem eu não acreditar. Eu acredito, eu acreditarei e apoiarei enquanto for possível. E pelos vistos não sou a única: os bilhetes para o jogo com a Turquia esgotaram há um mês! Mas, também como disse várias vezes no ano passado, acreditar não basta. Além disso, para ganharmos um lugar no Mundial, a Itália – a atual Campeã Europeia, já disse isso? – terá de ficar pelo caminho, o que me parece inconcebível. Sobretudo tendo em conta a maneira como nós, portugueses, temos jogado neste último ano.
É por isso que chego a este play-off com esperança e medo em partes iguais.
No fim do dia, por muitas queixas que eu e outros tenhamos de Fernando Santos, estamos todos na mesma equipa, queremos todos estar no Mundial do Catar. Se falharmos, passaremos certamente muito tempo a apontar dedos. Mas se não falharmos, se correr bem, podemos começar já a fazer planos para novembro e dezembro. E quem sabe? Quem vence a Itália, poderá fazer coisas giras no Catar.
Como habitual, obrigada pela vossa visita. Acompanhem comigo este compromisso da Seleção na página de Facebook deste blogue.
No passado sábado, dia 17 de novembro, a Seleção Portuguesa de Futebol empatou sem golos com a sua congénere italiana, em San Siro, em jogo a contar para a fase de grupos da Liga das Nações. Com este resultado, Portugal garantiu presença na fase final da Liga – onde tudo indica que será anfitrião. Três dias mais tarde, a Seleção Nacional empatou a uma bola com a sua congénere polaca, no Estádio Afonso Henriques, em Guimarães. Este jogo serviu apenas para cumprir calendário.
Talvez tenham estranhado não ter publicado uma crónica antes desta dupla jornada. Conforme expliquei na página de Facebook deste blogue, não se justificava. Eram adversários com quem tínhamos jogado pouco tempo antes e não tinha quase nada a dizer sobre as novidades na Convocatória. Não quis estar a perder tempo com um texto que não acrescentaria nada.
Não se admirem se voltar a fazer o mesmo em alturas semelhantes, no futuro.
E a verdade é que esta dupla jornada foi pouco interessante, na minha opinião. É ótimo termos garantido lugar na fase final da Liga das Nações, não me interpretem mal. Mas os jogos em si foram, perdoem-me a expressão, uma seca. Além de que, de uma maneira muito típica comigo, o timing podia ter sido melhor.
Pelo menos no que toca ao jogo com a Itália, no sábado. Não consegui prestar muita atenção porque estava distraída com várias coisas. Por exemplo, estava a fazer o jantar à pressa, a consumi-lo e a arranjar-me para sair (sim, tinha planos para um sábado à noite. Não é habitual comigo, mas acontece).
Acho que não perdi muito, para ser sincera. Na primeira parte, só deu Itália – o seu ímpeto ofensivo empurrou Portugal para um bloco baixo, do qual os Marmanjos não conseguiram sair. Nos bocadinhos em que pude olhar para a televisão, reparei que os nossos mal saíam do seu meio-campo. Quando a bola escapava para terreno italiano, não estava lá ninguém para pegar nela. O guarda-redes Gianluigi Donnarumma podia ter aproveitado a primeira parte para um “pisolino”, como se diz em italiano, que não teria feito diferença.
Por seu lado, Rui Patrício é capaz de ter sido o melhor português da noite. As suas defesas impediram que o domínio italiano se traduzisse em golos. Se Portugal conseguiu segurar o empate e garantir um lugar na fase final, Patrício terá sido o principal responsável.
Só temos de dar graças por termos um guarda-redes de classe mundial do nosso lado.
Por alturas da segunda parte, os italianos começaram a perder o gás, após quarenta e cinco minutos de intensidade. Ao mesmo tempo, a entrada de João Mário catalisou um maior domínio de Portugal, nesta fase do joo.
Ainda assim, o primeiro remate portuga enquadrado com a baliza ocorreu apenas aos setenta e seis minutos – isso alguma vez tinha acontecido num jogo da Seleção? E o maior ímpeto português não chegou para marcar golos, apenas para segurar o empate.
Sim, foi um jogo fraquinho. Uma versão extrema do Pouco Importa, do “de empate em empate até ao empate final”. Não vou criticar muito porque, em primeiro lugar, foi o suficiente para a final four e vínhamos de duas vitórias no grupo. Além disso, foi só há pouco tempoque voltámos a ganhar à Itália, após décadas de seca. Consta, até, que esta foi a primeira vez que não sofremos nenhum golo em terreno italiano.
Havemos de regressar aqui ao copo meio cheio (que, na verdade, é mais copo três quartos cheio). Para já, falemos sobre o jogo com a Polónia – este apenas para cumprir calendário.
Este foi um daqueles dias em que saí do trabalho às oito da noite, logo, só consegui acompanhar a primeira parte (e mesmo assim não toda) via rádio. Como este era, na prática, um jogo amigável, Fernando Santos aproveitou para fazer experiências. Mudou sete jogadores em relação ao jogo com a Itália. Voltou, assim, a ser um jogo pouco excitante.
Ao menos foi mais equilibrado que a partida de sábado, em San Siro. Renato Sanches assinou um par de remates (e aposto que os polacos sentiram calafrios sempre que o miúdo pegava na bola). Por outro lado, Beto ia metendo água aos nove minutos (ainda bem que só vi a cena mais tarde, nos resumos), mas depois redimiu-se, aos quinze minutos, negando o golo a Frankowski, em grande estilo.
O golo portuga chegou aos trinta e quatro minutos. Renato Sanches cobrou um pontapé de canto, André Silva desviou de cabeça para as redes polacas.
O tempo passa, várias coisas mudam, muitas delas para pior, o meu foco já não é o mesmo que há uns anos. No entanto, se há coisas que não falham em deixar-me feliz são golos das Quinas. Quer sejam em jogos de Europeus ou Mundiais, quer sejam jogos a feijões, como este. Sou uma mulher simples.
Já estava em casa quando começo a segunda parte do jogo, mas infelizmente as coisas não correram tão bem. Os polacos dispuseram de algumas ocasiões, perto da hora de jogo, incluindo uma em que João Cancelo teve de defender de cabeça, em cima da linha de baliza.
Tem andado a jogar muito bem, o miúdo, sobretudo nesta fase de grupos. Estou contente.
Infelizmente, aos sessenta e um minutos, William Carvalho fez um mau atraso, a bola foi parar a Milik e Danilo viu-se obrigado a travá-lo em falta, na grande área. À primeira vista, talvez fosse um castigo demasiado duro, mas suponho que fosse uma situação clara de golo. Foi o próprio Milik quem converteu o penálti (que teve de ser batido duas vezes, não percebi bem porquê).
Depois desta, Portugal não conseguiu fazer mais do que defender, apesar de Éder e Bruma terem entrado. Beto voltou a esmerar-se, em cima do minuto oitenta, para defender um remate de Zielinski. No fim, o empate manteve-se.
Eu teria preferido encerrar o ano da Seleção com uma vitória mas, mais uma vez, não me vou queixar muito. Este resultado já não contava para a Qualificação para a fase final. Consta, aliás, que fomos a única seleção na Liga A a concluir esta fase de grupos sem uma derrota.
Eu, no entanto, acho que quatro jogos são muito poucos para tirar grandes conclusões.
Na verdade, nós fomos os menos afetados pelo resultado deste jogo. Este empate influencia o futuro próximo da Polónia e… da Alemanha. Sim. este ponto permitiu à Polónia passar à frente dos seus vizinhos alemães, no ranking da FIFA. Assim, ganharam o estatuto de cabeças-de-série na Qualificação para o Euro 2020.
Agora que penso nisso, é a segunda vez que os polacos se enfiam na mesa dos cabeças-de-série, deixando um tradicional tubarão de fora. Aconteceu no ano passado, no sorteio para o Mundial, com a Espanha – e quem pagou fomos nós. Só espero que, neste Apuramento, a fava calhe a outro – embora, desta feita, tenhamos algumas culpas no cartório, por não termos vencido a Polónia.
O que nos leva ao futuro próximo. No domingo, dia 2 de dezembro, realiza-se o sorteio dos grupos de Apuramento para o Europeu. Portugal será cabeça-de-série. Nesta Qualificação, os dois primeiros em cada um dos dez grupos passam à fase final – vinte seleções, portanto. Para as últimas quatro vagas, será realizado um playoff. Os participantes serão escolhidos de acordo com o seu desempenho na Liga das Nações.
Ainda bem que esta fase de grupos nos correu de feição. Em princípio, teremos este plano B. Eu acho que será preciso as coisas correrem muito mal para não conseguirmos pelo menos um segundo lugar, mesmo que nos calhe a Alemanha no grupo. Mas, três vezes na madeira, nunca se sabe.
Entretanto, teremos a fase final da Liga das Nações. Ainda não foi anunciado oficialmente, mas tudo indica que seremos nós a organizar. O que é ótimo, claro. Os jogos decorrerão no Estádio D. Afonso Henriques e no Estádio do Dragão. Ando a pensar tirar uns dias nessa altura para ir ver os jogos, se não for demasiado caro. Apoiava a Seleção, ficava a conhecer os estádios e dava uma volta pelo Porto e por Guimarães (não vou lá há anos). O sorteio realiza-se no dia 3 de dezembro (não percebo porque não o fazem no mesmo dia que o sorteio da Qualificação, mas pronto).
Havemos de falar melhor sobre o futuro e os resultados desses sorteios na crónica de Ano Novo. Esta terá a mesma estrutura das duas últimas: com o melhor e o pior do ano. Posso eventualmente só publicar em meados de janeiro, como no ano passado. Agradeço desde já a vossa paciência.
Entretanto, já sabem, podem ir acompanhando as coisas na página de Facebook deste blogue.
Na passada quinta-feira, 6 de setembro, a Seleção Portuguesa de Futebol empatou a uma bola com a sua congénere croata, no Estádio do Algarve, em jogo de carácter particular. Quatro dias mais tarde, venceu a sua congénere italiana, no Estádio da Luz, em jogo a contar para a fase de grupos da primeiríssima edição da Liga das Nações… e eu estive lá!
Comecemos pelo jogo com a Croácia. O onze inicial português incluiu muitas novidades – só se repetiram quatro titulares relativamente ao jogo com o Uruguai. Resultou bem, ao princípio, com bastantes iniciativas por parte dos portugas. Bruma, em particular, teve uma oportunidade logo aos três minutos.
A Croácia, no entanto, quando tinha a bola, criava perigo. Foi assim que surgiu o primeiro golo da partida, aos dezoito minutos, após um erro de Rúben Neves – que, por sinal, tinha acabado de cobrar um livre com muito perigo.
Felizmente, Portugal não se deixou abalar demasiado, começou logo à procura da igualdade. E conseguiu-a. Pouco após a meia hora de jogo, na sequência de um canto em que o centenário Pepe cabeceou para as redes, após um cruzamento de Pizzi.
Eu ia no carro ouvindo o relato na rádio, quando o Pepe marcou. Aproveitei para cumprir, pelo menos em parte, um desejo antigo da minha bucket list: comemorar um jogo da Seleção com uma buzinadela. Na verdade, a minha ideia era comemorar assim um golo mais “importante” (isto é, num Europeu ou Mundial), por isso, foi uma buzinadela rápida.
E de qualquer forma, o problema desse desejo é que, se há um jogo da Seleção num campeonato desses, vou querer estar em frente a uma televisão, não a conduzir.
Em todo o caso, fiquei feliz por Pepe ter marcado na sua centésima internacionalização. Eu assino por baixo de todas as homenagens que lhe têm feito – a que lhe fizeram antes do jogo com a Itália deu-me arrepios. Portugal deve muito a um cada vez mais imperial Pepe – sobretudo por causa do seu papel no nosso primeiro título.
Mesmo que ele nem sempre tenha sido exemplar, nunca se pôs em causa o seu camisola. Custa a acreditar que já lá vão quase dez anos – mas por outro lado, ele tem sido um dos pilares, uma das constantes da Seleção. Vai ser estranho quando ele se retirar (espero que ainda estejamos longe disso).
Por outro lado, quando vimos repetições do golo, a minha irmã perguntou se os polegares na boca eram para as filhas ou para os miúdos da Seleção. Fica o mistério.
Durante o resto do jogo, Portugal não deixou de dominar. Nem mesmo depois das substituições, que baixaram a média das idades da equipa para pouco mais de 22 anos – é uma delícia olhar para este grupo e ver tanto talento. Desde Bernardo Silva, claro, passando por Rúben Neves, Bruma (que esteve em grande nestes jogos, numa altura em que eu mal pensava nele), Rúben Dias, Mário Rui, João Cancelo (de novo com boas exibições, após um par de jogos infelizes pela Seleção), Gelson Martins, Bruno Fernandes (a minha irmã “ralhando” com ele, por querer sempre fazer bonito e rematar de longe)... e uns quantos que ainda não foram Convocados.
Infelizmente, o domínio não chegou para marcar mais golos.
É algo que acontece com alguma frequência com equipas jovens e relativamente inexperientes: muita parra e pouca uva, muito domínio e pouco bolo. Equipas mais experientes são mais afinadas, sabem ser cínicas quando é necessário. É nestes momentos que Ronaldo ainda faz falta à Seleção.
Em todo o caso, chegou para o empate e foi apenas um particular. Não foi mau, tendo em conta que, no outro lado, estavam os atuais vice-campeões do mundo.
Por outro lado, poucos dias depois, a Croácia seria goleada pela Espanha. Talvez tenha havido demérito dos croatas.
Falemos do jogo com a Itália – desta feita a doer, o nosso primeiro jogo na novíssima Liga das Nações. Conforme disse antes, estive lá com a minha irmã – mais especificamente, atrás da baliza sul. A minha irmãzinha sportinguista pôde matar saudades de Rui Patrício.
Portugal repetiu o onze do jogo anterior e dominou ainda mais que perante a Croácia. A Itália pouco apareceu no jogo. As coisas começaram mais ou menos equilibradas, mas cedo o equilíbrio deslocou-se a favor dos portugueses. Infelizmente, estando nós atrás da baliza de Patrício, não conseguíamos ver muito bem a ação do outro lado do campo…
Uma coisa em que deu para reparar, no entanto, foi que Portugal defendeu bem. Rui Patrício não precisou de se esforçar muito, mas os outros também não comprometeram. Eu, na altura, não me atrevi a comentá-lo em voz alta, não fosse dar azar. Enfim, superstições minhas…
Felizmente, o único golo da partida foi marcado na baliza sul, na segunda parte. Bruma fez uma de várias arrancadas, centrou, a bola de alguma forma foi parar a André Silva, que chutou para as redes.
Pelos vistos, a falta de inspiração do André, no jogo com a Croácia, não passou disso mesmo: de falta de inspiração.
Podíamos ter chegado ao 2-0 uns minutos mais tarde, com um remate de Bernardo Silva à entrada da área. O guarda-redes italiano teve de esmerar-se – Pepe e Rúben Dias (penso que era ele…) até foram dar-lhe os parabéns depois desta.
Houveram várias outras oportunidades parecidas. Só perto do fim é que os italianos deram um ar de sua graça, embora apenas tiros de pólvora seca. Ainda assim, Portugal não chegou a matar o jogo. Não deu para ficar descansada. Mas o apito final veio e os três pontos ficaram garantidos.
Como tínhamos comentado antes, esta não era uma jornada dupla fácil, mas os Marmanjos passaram no teste. Podiam ter-se saído melhor, sim, mas ganharam um bom avanço para a fase final da Liga das Nações. Estou muito orgulhosa da Seleção, sobretudo dos mais novos, pelo que fizeram nesta dupla jornada.
Nesta altura do campeonato, sinto que estamos a entrar no futuro, com tudo o de bom e o de mau que vem com ele. Alguns começam a ser deixados para trás – constantes como João Moutinho, Bruno Alves, Nani. Mesmo Cristiano Ronaldo já esteve mais longe. Como em tudo na vida, os mais jovens acabarão, mais cedo ou mais tarde, tomar o lugar deles, os mais velhos.
Vou precisar de algum tempo para me habituar a essa inevitabilidade. Não vai ser fácil despedir-me de jogadores que acompanhei durante uma década, ou mais, que cresceram comigo, que conquistaram o primeiro título da Equipa de Todos Nós. Ao mesmo tempo, no entanto, estou ansiosa por ver o que estes miúdos podem fazer, por criar memórias com eles, escrever a história deles.
Por outro lado, estou a tentar não “embandeirar em arco”, como diz Fernando Santos. Foram apenas dois jogos e existem atenuantes. Como vimos antes, a Croácia pode não estar assim tão bem, para perder daquela forma com a Espanha. E os italianos andam com crises existenciais desde que falharam o Mundial 2018 – o que não é de admirar.
Não, não vai ser fácil, isto ainda agora começou. Tal como Fernando Santos, quero muito chegar à final four (e, sobretudo, que esta decorra em Portugal) mas… um passo de cada vez.
Na próxima quinta-feira, dia 6 de setembro, a Seleção Portuguesa de Futebol receberá, no Estádio do Algarve, a sua congénere croata, em jogo de carácter amigável. Quatro dias mais tarde, receberá a sua congénere italiana, no Estádio da Luz, naquele que será o seu primeiro jogo na primeira edição da Liga das Nações… e eu estarei lá!
Antes de falarmos sobre os jogos em si, falemos sobre a Convocatória para esta jornada dupla. Nomeadamente… a ausência de Cristiano Ronaldo.
Na altura da Convocatória irritei-me, mas a azia já me passou. Bem, quase toda. A ausência terá sido combinada entre Fernando Santos e o Capitão, que se mudou há pouco tempo para a Juventus e precisa destas duas semanas para se adaptar (note-se que, até ao momento, ele ainda não marcou em jogos oficiais… ao contrário do Cristianinho, curiosamente).
A minha azia tinha vários motivos: para começar, o Ronaldo não é o primeiro e não será o último jogador a vir à Seleção pouco após mudar de clube. Se o Rui Patrício, o William Carvalho e os outros jogadores do Sporting que foram atacados durante o treino puderam disputar o Mundial, um mês depois, o Ronaldo não podia disputar dois míseros jogos dois meses depois de ir para a Juventus?
Ainda se compreendia se fossem dois particulares. Mas um dos jogos é oficial, o primeiro numa prova novinha em folha, perante a Itália – que pode não ser o tubarão que era há uns anos, mas não é nenhum Luxemburgo.
Não estamos a ir longe demais nos favores? Se o Ronaldo quer sair da Seleção, que o assuma de uma vez, como um homem adulto! Ninguém lho levaria a mal. Luís Figo tinha a idade dele quando pendurou a Camisola das Quinas. Ficaríamos tristes (eu, quase de certeza, vou chorar quando isso acontecer), mas aceitá-lo-íamos. Agora, estes meios-termos não dão com nada.
Hoje, passados uns dias, já aceito melhor a decisão, dele e de Fernando Santos. Se por um lado, como disse acima, há muitos jogadores que não pedem dispensa por condições mais difíceis do que uma mudança de clube, também acredito que, se alguém pedisse ao Selecionador para não ser Convocado, ele aceitá-lo-ia. Fábio Coentrão, por exemplo, pediu para não ir ao Mundial da Rússia, pois está sempre à beira de uma lesão. E, se bem me recordo, Anthony Lopes pediu dispensa da Taça das Confederações por motivos pessoais.
Por outro lado, se um jogador se sente mais ou menos à vontade para fazer estes pedidos é outra questão, claro. Cristiano Ronaldo tem uma margem de manobra maior do que os outros.
As minhas objeções são mais uma questão de princípio. Na prática, até é capaz de ser uma boa opção técnica deixar Ronaldo de fora.
Para o melhor e para o pior, continuamos muito dependentes do nosso Capitão. Fernando Santos quer, claramente, começar uma nova era na Turma das Quinas: ao deixar de fora uns quantos titulares habituais e ao Chamar uma série de jovens, alguns novidades absolutas, alguns já antes Convocados mas pouco utilizados.
Para além de ser uma boa altura para renovar, é uma boa altura para tentar resolver a nossa Ronaldodependência. Precisamos de crescer, de aprender a resolver os nossos próprios problemas, sem estar à espera que venha o Capitão-papá fazer o trabalho por nós. Intencionalmente ou não, Fernando Santos está a tirar-nos as rodinhas da bicicleta, a atirar-nos para a água, a ver se aprendemos a nadar para não nos afogarmos.
E, tendo em conta os nossos adversários, não vamos aprender a nadar na piscina das crianças. Vamos fazê-lo numa praia com bandeira vermelha.
Esta é, sem dúvida, uma dupla jornada interessante. Vamos enfrentar os atuais vice-campeões do Mundo… e a Itália. Há um ano ou dois, nunca imaginaria usar esta expressão para falar da Croácia.
Mas também, antes de 2016, poucos imaginariam usar a expressão “Campeões Europeus” para falar dos portugueses.
O nosso historial recente perante a Croácia até tem sido favorável – destaquem-se os oitavos-de-final do Euro 2016 – mas depois do desempenho deles no último Mundial, de pouco nos serve o passado. Não, não vai ser um jogo fácil. Dou graças por ser apenas um particular.
Mas estou curiosa para saber como Portugal se sairá perante esta Croácia.
Falemos, então, sobre a Liga das Nações. É bastante excitante estarmos, agora, em vésperas da sua estreia, quatro anos após saírem as primeiras informações – e de ter escrito sobre elas. Este artigo explica bem as regras, caso ainda não as conheçam. São bastante simples. Eu apenas tenho algumas dúvidas em relação à parte da Qualificação para o Euro 2020. De qualquer forma, prefiro encarar isto como um jogo de tabuleiro novo: por muito que nos expliquem as regras no início, só se aprende jogando.
Vamos, então, estrear-nos nesta prova com a Itália, um adversário tradicionalmente complicado para os portugueses, mas que falhou o último Mundial – já não são o que eram. Guardamos, aliás, boas recordações do nosso último jogo contra eles. É certo que era uma Itália desfalcada, mas não deixou de ser agradável – sobretudo porque não lhes ganhávamos há décadas. Éder marcou o único golo da partida – foi nessa altura que senti o choque que quase toda a gente sentiria um ano mais tarde, depois da final de Paris.
Infelizmente, desta feita não temos Éder (nem Ronaldo). Mesmo assim, talvez consigamos ganhar. Quem sabe?
O jogo será na Luz e eu vou lá estar, com a minha irmã – mais uma ocasião para usar a minha camisola. Até há um par de meses, estava previsto o jogo realizar-se em Alvalade. No entanto, as eleições no Sporting foram marcadas para dois dias antes do jogo. Logo, por uma questão de logística, a Federação achou por bem mudar o encontro para o outro lado da Segunda Circular.
Esta decisão causou alguma polémica nas redes sociais, não sem razão. Afinal de contas, Alvalade não recebe um jogo da Seleção há três anos (pergunto-me se é por os últimos jogos lá não terem corrido muito bem). Por sua vez, a Luz tem recebido um por ano, quando não recebe dois – o último foi há três meses!
No entanto, acho que a Federação fez bem. Da maneira como as coisas têm estado no Sporting, nos últimos tempos… Ainda nos arriscávamos a ter o presidente deposto em junho a barricar-se nos balneários com uma das seleções, mantendo os jogadores como reféns até lhe devolverem a presidência.
Vão dizer-me que isto é assim tão improvável? Há um ano, talvez… Mas agora?
Enfim. Talvez seja possível Alvalade receber outro jogo da Liga das Nações numa das próximas duplas jornadas, quando as coisas estiverem mais calmas no Sporting. De preferência com Bruno de Carvalho internado num hospício.
Para já, o que interessa é que a Seleção vai jogar outra vez. Andei muito desinteressada do futebol este verão – em parte por estar ainda chateada por causa do nosso desempenho no Mundial, em parte por não gostar do mercado de transferências, em parte por causa da confusão no Sporting e, agora, no Benfica. Talvez estes jogos, este novo ciclo na Equipa de Todos Nós, me ajudem a limpar o palato, a recuperar o entusiasmo pelo futebol. Que este novo capítulo nos traga muitas alegrias.
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No passado dia 16 de junho, a Seleção Portuguesa de Futebol venceu, por uma bola sem resposta, a sua congénere italiana num jogo de carácter particular, que teve lugar em Genebra, a Suíça. Foi a primeira vitória de Portugal frente à Itália desde 1976. O autor do único tento da partida foi Éder.
O Éder, minha gente, o Éder! Se já é difícil acreditar que Portugal finalmente ganhou à Itália - e sem Cristiano Ronaldo - saber que foi o Éder quem marcou o golo da vitória deixa qualquer um de queixo caído. Mas já lá vamos.
Eu não estava à espera de um jogo particularmente memorável, por várias razões (fim de época, ausência de figuras importantes, só o facto de ser um particular tira motivação aos jogadores e tensão ao jogo...). No entanto, durante a primeira parte, até fiquei satisfeita com a exibição dos portugueses, apesar do ritmo de fim de temporada. O domínio do jogo esteve relativamente repartido. Neste jogo notou-se, igualmmente, que a sorte estava do nosso lado e que eram os italianos a cometer mais erros - destaco o momento em que o Éder rouba a bola após um atraso infeliz para o guarda-redes italiano (uma oportunidade que, infelizmente, não soubemos aproveitar). É uma alternativa agradável ao que costuma ser a regra, da qual o jogo com a Arménia foi um exemplo.
Na altura em que Fábio Coentrão se lesionou, tendo de ser substituído por Eliseu, fiquei chateada. Desde o jogo com a França tinha embirrado com o lateral do Benfica - para aquela posição, prefiria mil vezes o Raphael Guerreiro que, apesar de jovem, marcou no seu segundo jogo pela Seleção, ainda por cima à Argentina. Da mesma maneira como embirrava com Éder, que já tivera inúmeras internacionalizações e zero golos pela Seleção. Digam o que quiserem do Hugo Almeida e do Hélder Postiga, mas, tanto quanto me lembro, eles demoraram menos tempo a marcar com a Camisola das Quinas, tendo ambos, até, uma série de golos no currículo que, em diversas ocasiões, nos foram preciosos.
É claro que, mais tarde, teria de engolir as minhas embirações. Algo que fiz com alegria.
A primeira parte terminou numa nota positiva para as cores lusas. Não pude acompanhar o início da primeira parte via televisiva, pois tive de ir à farmácia. É claro que me fiz acompanhar das palavras de Nuno Matos. Através do relato dele, soube que escapámos a um golo da Itália de pontapé livre por milagre - a bola bateu primeiro na trave e a recarga saiu ao lado. Mais uma vez, sabe bem ver a Sorte divertindo-se à custa dos nossos adversários, em vez do oposto, que costuma ser a regra.
Foi também pela boca de Nuno Matos que soube quando Portugal chegou à vantagem. Como não estava em casa, não gritei "GOLO!", mas não deixei de festejar silenciosamente à minha maneira e, de qualquer forma, Nuno Matos deu voz às minhas emoções ("O Éder marcou! O Éder marcou! O Éder marcou!").
Durante muito tempo, depois do fim do jogo, fui repetindo para mim mesma: "O Éder? O Éder?". Quando mais tarde vi as repetições, soube que a jogada começara no igualmente improvável Eliseu e continuara com Ricardo Quaresma - este não assim tão improvável, sobretudo nesta era com Fernando Santos. Foi uma assistência em grande estilo, de trivela, que desaguou no golo.
Depois disto, naturalmente, a confiança dos portugueses disparou. Tivemos várias oportunidades para dilatarmos a vantagem, incluindo um pontapé de bicicleta de Éder - estava com ganas naquela noite... Nenhuma se concretizou e, mais perdo do fim, foi a vez dos italianos tentarem o empate. Valeu-nos Beto, que agarrou diversas bolas em que eu já via o golo. Não dei a vitória por garantida até ao apito final pois sentia que a Itália poderia empatar a qualquer momento. O que, felizmente, não aconteceu.
Tal como dei a entender antes, o desfecho do jogo deixou-me a rir de incredulidade. Tinha baixas expectativas para este encontro, mas pela enésima vez a Seleção apanhou-me de surpresa. Pela primeira vez em quarenta anos, Portugal vencia a Itália - cortesia dos jogadores mais improváveis (tirando Quaresma), na minha opinião. À semelhança do que aconteceu em 2013, a época teve um final feliz. A que terminou agora não começou nada bem, mas tornámos a entrar nos eixos relativamente depressa. Não temos muitos motivos de queixa.
No final do jogo com a Sérvia, Fernando Santos dizia que as coisas estavam a correr bem. Continuamos nessa linha. Se formos a ver, no mandato dele, a Seleção tem sido capaz de, digamos, quebrar maldições antigas, matar uma série de demónios. Vencemos equipas que não vencíamos há décadas - a Argentina e a Itália. Vencemos a Dinamarca fora pela primeira vez em não sei quantos anos. Estreámo-nos, também, em vitórias frente à Sérvia e à Arménia fora. Éder marcou, finalmente. Contra as expectativas de muitos (eu incluída), a Turma das Quinas venceu uma boa equipa (não digo "uma grande equipa", pois tratava-se de uma Itália desfalcada) sem Cristiano Ronaldo. Pela primeira vez em dez anos (Dez. Anos.), o Apuramento decorre sem sobressaltos. A brincar a brincar, até a minha superstição do equipamento preto foi contrariada - a Turma das Quinas ganhou a uma equipa que não o Luxemburgo com ele vestido.
Com tudo isto, se em setembro conseguirmos vencer a França, começarei a acreditar verdadeiramente que poderemos vencer o Euro 2016.
É claro que sei que as coisas não são assim tão lineares, que cada um dos exemplos que referi ocorreu em circunstâncias específicas. No entanto, é o suficiente para deixarmos de acreditar em impossíveis. Tal como escrevi antes, Fernando Santos define como objetivo o título europeu e garante que a Seleção tem trabalhado para isso, desde o primeiro dia do seu mandato. É o que ele diz e a verdade é que, o que quer que ele esteja a fazer, ele está a conseguir fazer coisas que outros não conseguiram. Todos concordamos que ainda temos caminho a percorrer, que ainda estamos a dar os primeiros passos, mas o que tenho visto até agora chega-me para acreditar que, se continuarmos assim, teremos condições para, daqui a um ano, matarmos o nosso último e maior demónio: a conquista do primeiro título.