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O Meu Clube É a Seleção!

Mulher de muitas paixões, a Seleção Nacional é uma delas.

Entre o Céu e a Terra

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No passado dia 21 de março, a Seleção Portuguesa de Futebol venceu a sua congénere sueca por cinco bolas contra uma. Cinco dias mais tarde, no entanto, perdeu perante a sua congénere eslovena por duas bolas sem resposta. Ambos os jogos foram de carácter amigável.

 

Enfim.

 

Conforme já tinha referido no texto anterior, estava ainda a trabalhar durante a primeira parte do jogo com a Suécia. Foi um final de dia mais movimentado que o costume. Aviso de amiga: pessoas que chegam a um estabelecimento nos últimos cinco, dez minutos antes do fecho, sem terem um bom motivo para isso, têm um lugar reservado no inferno. Foi o caso de pelo menos dois dos utentes que ainda lá estavam quando fechámos. É indecente! 

 

Ainda assim, consegui ir espreitando sites de atualizações e soube quando marcaram os dois primeiros golos. O terceiro coincidiu com a altura em que nos preparávamos para fechar, logo, só soube dele durante o intervalo, já a caminho de casa. 

 

Pelo que vi e li mais tarde, a Suécia até entrou no jogo a dominar, mas só se aguentou durante uns vinte minutos. Portugal rapidamente tomou as rédeas da partida. O primeiro golo do jogo – e do ano – surgiu aos vinte e quatro minutos. O primeiro remate foi de Bernardo Silva, mas a bola foi ao poste. Na recarga, Rafael Leão não perdoou. 

 

 

O segundo golo também teve assistência de Bernardo Silva, ainda que de maneira diferente. Este passou a Matheus Nunes, que avançou pelo campo sem que os suecos conseguissem fazer nada. Ao entrar na grande área, rematou certeiro. 

 

Por sua vez, o terceiro golo começou com um passe fabuloso de João Palhinha. A bola voou quase a distância equivalente a um meio campo até Nélson Semedo, à direita. Este foi até à linha de fundo, assistindo depois para Bruno Fernandes marcar – fazendo um túnel ao pobre defesa sueco.

 

Na segunda parte, já estava à frente da televisão e, sinceramente, gostei do que vi. Uma exibição bem agradável. Gostei em particular de ver Palhinha: teve vários momentos que me recordaram a célebre jogada do Portugal x França do Euro 2021 2020, que terminou com uma cueca a Pogba.

 

E fui capaz de ver a Seleção marcando um par de golos. O primeiro teve a assistência de Bruno Fernandes. Esteve frente a frente com o guarda-redes, teve a hipótese de rematar ou de passar a um colega: ou Bruma, à sua esquerda, ou Gonçalo Ramos, à sua direita. Acabou por escolher Bruma, que não desperdiçou o jeitinho. 

 

Infelizmente, depois, cometemos um erro de amadores. Baixámos a guarda durante o rescaldo do golo e deixámos Viktor Gyökeres marcar o primeiro da Suécia. Toti Gomes ficou mal na fotografia. 

 

Ainda assim, só precisámos de alguns minutos para ampliar a vantagem de novo. António Silva fez um passe longo para Nélson Semedo, que seguiu pela direita e assistiu para o golo de Gonçalo Ramos. Os suecos, no entanto, conseguiram voltar a reduzir, perto do fim do jogo.

 

 

Toda a gente ficou contente com este resultado e com este jogo, muitos nós começaram a sonhar alto. Não vou mentir, eu também me deixei levar por esse espírito. Mas já tinha escrito que os suecos não estavam a atravessar um bom momento – aquela vitória vale o que vale. E, da minha experiência acompanhando a Seleção de perto, já devia saber que o Universo tem a mania de nos atirar de volta para a Terra quando andamos com a cabeça nas nuvens.

 

O que, pelo menos esta fase, não é uma coisa má, atenção!

 

Eu sabia que a Eslovénia seria um adversário mais difícil que a Suécia. Ainda assim, estava à espera de melhor. Nem quero escrever muito sobre este jogo – o que há para dizer? Foi uma seca. Estava a ver a partida e a pensar: “Fui eu pedir para sair mais cedo para isto?”. Não que preferisse estar a trabalhar, mas porque é que os Marmanjos só jogaram bem nesta jornada quando não pude ver o jogo todo?

 

Muitos têm apontado que esta derrota serviu para demonstrar a falta que nomes como Bernardo Silva e Bruno Fernandes fazem. Talvez tenham razão, mas também concordo com a dispensa deles deste jogo. Já não é a primeira vez que o escrevo: a época futebolística atualmente é uma coisa parva. Se for possível poupar os jogadores literalmente nesta altura do campeonato, que se poupe!

 

E, no fim do dia, isto é apenas um particular. O próprio Roberto Martínez disse depois que o mais importante não era a vitória – eu disse o mesmo antes, como digo antes de todos os jogos amigáveis. Não vamos colocar tudo em causa e deixar de ser candidatos ao título porque perdemos um jogo – tal como não éramos os grandes favoritos depois de termos ganho a uma seleção que falhou o Apuramento.

 

Dito isto, espero mesmo que o jogo com a Eslovénia tenha servido para tirar ilações, que aquilo foi penoso. 

 

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No meio disto tudo, devo confessar, tenho andado pouco entusiasmada com a Seleção. Em parte por andar ocupada com outras coisas – quem segue o meu outro blogue e sobretudo a sua página no Facebook terá uma ideia sobre o que estou a falar – mas também porque este último ano, sejamos sinceros, foi pouco estimulante. Uma Qualificação tranquila perante adversários de nível médio/acessível (claro que tinha sido pior se tivéssemos sentido dificuldades) e, agora, dois particulares. Já não é a primeira vez que o digo: tenho saudades de partidas mais intensas, com mais em jogo. Tenho saudades do mata-mata, do Nitromint debaixo da língua. 

 

Isto é, no momento não acho assim tanta piada, mas depois gosto de recordar e de escrever sobre isso. 

 

Felizmente já não falta muito tempo. Diz que os Convocados serão anunciados a 20 de maio, marcando o início da era do Europeu. Em princípio, não devo publicar antes da Convocatória, mas vou tentar publicar depois, antes dos particulares marcados para junho. 

 

Obrigada como sempre pela vossa visita. 

Tranquilo

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No passado dia 13 de outubro, a Seleção Portuguesa de Futebol venceu a sua congénere eslovaca por três bolas contra duas, no Estádio do Dragão. Três dias mais tarde, venceu a sua congénere bósnia por cinco bolas sem resposta. Com estes resultados, a Seleção garantiu o primeiro lugar no seu grupo de Apuramento, confirmando presença no Euro 2024, que terá lugar na Alemanha. Foi a Qualificação mais rápida de sempre.

 

Começando pelo jogo com a Eslováquia, como toda a gente, gostei da primeira parte. Depois do que aconteceu no jogo de Bratislava, no mês passado, estava à espera de outro jogo enfadonho. Não foi isso que aconteceu. Houve animação à mistura com frustração: um festival de oportunidades desperdiçadas – típica mistura de azar e de guarda-redes adversário inspirado – e um par de sustos para o nosso lado. O primeiro desperdício ocorreu relativamente cedo: uma daquelas situações em que está toda a gente na pequena área, a equipa atacante em cima da linha de baliza, rematando várias vezes mas a bola teimando em não entrar. 

 

 

Felizmente, o marcador funcionou aos dezoito minutos. De uma maneira que já se tornou típica, a assistência foi de Bruno Fernandes. Depois de ter sentado um eslovaco, enviou a bola para a cabeça de Gonçalo Ramos – que, assim, aumentou ainda mais a sua respeitável conta de golos pela Seleção.

 

Perto da meia hora de jogo, a nossa vantagem ampliou depois de Cristiano Ronaldo ter, sem surpresas, sido chamado para bater um penálti

 

Como muitos têm assinalado, os dois golos de vantagem ao intervalo não refletiam o desempenho de Portugal durante a primeira parte. Na altura, os comentadores da RTP disseram que 2-0 era um resultado perigoso. Pode dar uma falsa sensação de segurança, levar a complacência por parte da equipa em vantagem. Se o adversário reduz para 2-1, a partida é relançada. 

 

O tempo deu-lhes algum razão: Portugal abrandou no início da segunda parte. Talvez tenha sido, de facto, complacência. Talvez tenha sido excesso de individualismo. Talvez tenha sido a chuva – aumentou de intensidade na segunda parte e Portugal começou a meter água. Os eslovacos começaram a crescer no jogo e conseguiram chegar ao golo aos sessenta e nove minutos. O primeiro golo que sofremos na era Martínez, em quase um ano. 

 

Sim, desagradável, mas tinha de acontecer mais cedo ou mais tarde.

 

 

Felizmente, como já tantas aconteceu nas últimas duas décadas, Cristiano Ronaldo veio em nosso auxílio três minutos depois. A assistência foi de Bruno Fernandes (quem mais?), Ronaldo só teve de encostar. 

 

Os eslovacos ainda tornaram a reduzir, por volta dos oitenta minutos. Mesmo assim, apesar de algum nervosismo da minha parte, a vitória não chegou a estar em risco. Com o apito final, Portugal selou a sua presença no Euro 2024 – a mais rápida de sempre, como referido antes.

 

Uma palavra para a chuva. Que incomodou e prejudicou, sim, mas que na minha opinião tornou tudo mais épico, deu estilo às fotografias e aos vídeos. Ao longo do encontro, ia-me recordando de outro jogo no Dragão debaixo de chuva – em 2012, frente à Irlanda do Norte (há onze anos! Estou velha!). Um jogo com um desfecho bem mais triste, o início de uma fase triste para a Seleção.

 

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Em contraste, o momento atual é feliz, é tranquilo. No seu pior é enfadonho, mas no seu melhor é uma festa. 

 

O que nos leva ao jogo com a Bósnia-Herzegovina. Não estava à espera de muitas facilidades – íamos jogar fora, com uma equipa perante a qual tínhamos sentido algumas dificuldades na Luz. Mesmo o penálti cobrado por Cristiano Ronaldo, claro, antes dos cinco minutos de jogo, não era garantia de nada para mim. Estes golos madrugadores às vezes são traiçoeiros – uma vez mais, podem levar a complacência. 

 

Bem, estava enganada pois a Bósnia deixou de existir no jogo depois deste penálti. Como aconteceu no mês passado com o Luxemburgo, a primeira parte resume-se aos golos marcados. 

 

Não tenho muito a dizer sobre o penálti de Ronaldo. Foi um penálti, foi bem batido. O segundo golo do Capitão foi mais interessante. Assistência de João Félix – que fez um belo jogo, finalmente encontrou-se a si mesmo no Barcelona. Ronaldo fugiu a dois bósnios, um vindo de cada lado, e fez um chapéu ao guarda-redes. Um golo cheio de estilo, pena o fora-de-jogo mal assinalado – o VAR corrigiu mas o momento já se tinha estragado.

 

É a desvantagem deste sistema.

 

 

Felizmente, não tivemos esse problema com o terceiro golo. O Gonçalo Inácio fez um passe excelente (outro a fazer um jogo fantástico, provando merecer a titularidade), desde a linha de meio-campo. A bola apanhou Bruno Fernandes, este avançou e disparou de primeira para as redes. 

 

O quarto golo teve alguma graça. Os comentadores da RTP estavam a falar sobre o histórico recente de João Cancelo nos clubes. O tema passou para a mesa do jantar. E, falando no diabo, quem marca a seguir?

 

Uma vez mais, a assistência foi de Bruno Fernandes, em cima da linha de fundo. A bola ia para Ronaldo, mas este atrapalhou-se e deixou-a passar. Cancelo chegou-se à frente, como quem diz “Eu trato disto”, apanhou a bola no limite da grande área e disparou certeiro para as redes.

 

Finalmente, já a poucos minutos do intervalo, Diogo Dalot fez um passe à distância, desde a linha do meio campo, para Otávio. Este entrou na grande área pela direita, assistindo depois para João Félix assinar um golo. Uma vez mais, a festa teve de ficar em pausa enquanto o VAR validava o golo, mas pronto.

 

Na segunda parte, a Bósnia estacionou o autocarro para ver se não sofria mais golos. Por sua vez, Portugal entrou em modo de gestão e substituições para experiências. A vitória estava mais do que assegurada, bem como o primeiro lugar no grupo. Manter o mesmo ímpeto atacante já seria bullying.

 

Assim, a segunda parte não teve história. Chega a ser brilhante a forma como não aconteceu praticamente nada em quarenta e cinco minutos de jogo. Depois do apito final, não me lembrava de quase nada da segunda parte.

 

Enfadonho, sim, mas não me importei muito, depois daquela primeira parte. Deu para ir preparando este texto.

 

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Com este resultado, assegurámos o primeiro lugar e o nosso estatuto como cabeças-de-série no sorteio da fase de grupos do Euro 2024. Fica menos provável repetir-se o cenário do Euro 2020. E ainda falta uma jornada dupla para o fim da Qualificação.

 

Naturalmente, está toda a gente satisfeita, eu incluída. Já há quem fale de recuperarmos o título europeu no próximo ano. Uma parte de mim começa a encher-se de fé, outra vez. O resto, no entanto, está a puxar essa parte para baixo, a garantir que ela mantém os pés na terra. 

 

Ainda é cedo. Faltam pouco menos de nove meses para o Europeu (guiando-me por aquele anúncio bizarro da Meo). Muita coisa pode mudar entretanto. Além disso, não nos podemos esquecer que temos apanhado adversários fáceis. Ainda não tivemos de lidar com equipas do nosso nível ou superior. Deu para ver em jogos como os contra a Eslováquia que ainda temos arestas por limar. 

 

Por fim, se me deixarem ser essa pessoa por um momento, enquanto comandou a Bélgica, o problema de Martínez não foram as fases de Qualificação. Foi depois. 

 

(Ainda que eu ache que os jogadores belgas e os seus egos também foram pelo menos parte do problema.)

 

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O próprio Martínez também parece não querer sonhar muito alto, pelo menos não para já. Não está errado. Por outro lado, pode-se argumentar que Portugal tem a obrigação de apontar para o título. Tem talento para isso, mais ainda do que em 2016. Além disso, já li no Record que esta poderá ser uma boa altura para tentarmos recuperar o título, já que vários dos habituais candidatos – Espanha, Alemanha, Itália, Bélgica – estão a passar por fases menos boas.

 

Bem, exceto a França. Sempre a França.

 

Não faltarão ocasiões daqui até junho para falarmos sobre isso. Regressando ao presente, queria dar graças pelo momento atual da Seleção: alegre e tranquilo como referi antes. Por coisas como o estreante João Neves sendo acarinhado pelos colegas (“o nosso pupilo”, chamou-lhe Danilo). É um bom contraste com outras áreas da vida atual, tanto a nível individual como coletivo. Como em muitas outras ocasiões nos últimos vinte anos, é um escape, é um consolo, é esperança de mais alegrias no futuro. 

 

E por enquanto é suficiente.

 

Ficam a faltar dois jogos para o fim da Qualificação. Com o primeiro lugar garantido, estes jogos servirão apenas para cumprir calendário. No lugar de Martínez, tratava estes jogos como meros particulares para fazer experiências, mas ele não parece muito para aí virado. Gostava de ir ao jogo com a Islândia em Alvalade, para a celebração, mas calha nos anos da minha irmã. Não sei se vai dar.

 

Logo se vê.

 

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De qualquer forma, em princípio, uma vez mais, não haverá crónica pré-jogos, a menos que aconteça algo de extraordinário. Mas, como o costume, irei deixando as minhas observações na página do Facebook.

 

Até lá…

 

Pedaços saborosos

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No passado dia 8 de setembro, a Seleção Portuguesa de Futebol venceu a sua congénere eslovaca por uma bola sem resposta. Três dias depois, a Seleção venceu a sua congénere luxemburguesa por nada menos que nove bolas sem resposta. Ambos os jogos contaram para a Qualificação para o Euro 2024.

 

Tenho muito pouco a dizer sobre o jogo com a Eslováquia. Não lhe prestei muita atenção. Para além de andar distraída com outras coisas, fui jantar fora nessa noite. Ainda consegui ver uma parte generosa do jogo na televisão, no restaurante, o resto acompanhei pela rádio. 

 

Mesmo quando podia ver, o jogo não me cativava – nem a mim nem a ninguém. Como muitos assinalaram, Portugal não entrou bem no jogo, atacando sem eficácia, cometendo erros defensivos que, felizmente, os eslovacos não conseguiram aproveitar.

 

O maior exemplo foi quando um deles rematou ao poste, aos quarenta e dois minutos. Deve ter servido de alerta – no minuto seguinte, chegámos finalmente ao golo.

 

 

Bruno Fernandes fez tudo sozinho nesta. Estava mais de metade da seleção eslovaca na grande área. O Marmanjo entrou pela direita, rematou de um ângulo difícil mas a bola entrou. 

 

Este golo tem sido comparado com um de Eusébio à seleção da antiga Checoslováquia em 1965. Terá um dos jogos mais marcantes da Qualificação para o inesquecível Mundial de 66 – os checos eram vice-campeões do Mundo em título na altura. Na minha opinião, o golo do Eusébio foi melhor. Ele pegou na bola mesmo na minha do meio-campo e galgou até quase à linha do fundo. Num terreno de péssima qualidade.

 

É por estas e por outras que acredito que nunca ninguém ultrapassará Eusébio. Porque ele foi o Melhor do Mundo em circunstâncias bem mais agrestes.

 

Regressando ao passado recente, como toda a gente disse, Bruno era o menino dos anos, mas fomos nós que recebemos a prenda. Terá sido o nosso melhor em campo – em parte por demérito dos restantes. Tal como tem acontecido várias vezes nos últimos anos, Portugal com um desempenho assim-assim durante a maioria do jogo, conseguindo a vitória graças a um lampejo de inspiração de uma das nossas grandes figuras. 

 

A segunda parte foi melhorzinha, mas continuou sem entusiasmar. O único evento assinalável foi o cartão amarelo de Cristiano Ronaldo, que o excluiu do jogo com o Luxemburgo. O Capitão não estava nos seus dias, mas parecia desesperado por marcar. O meu pai acha que ele tem noção de que a sua carreira está na fase do ocaso, logo, quer agarrar todas as oportunidades de golo como se fossem as últimas. No seu ímpeto, o pobre guarda-redes eslovaco levou com os pitons de Ronaldo. 

 

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Toda a gente viu que não foi com más intenções. Até porque Ronaldo fez logo gestos pedindo desculpa. Mas o cartão amarelo foi bem mostrado. Foi uma jogada perigosa e, de qualquer forma, o guarda-redes na grande área é intocável. 

 

Cristiano Ronaldo falhou, assim, o jogo com o Luxemburgo. Jogo é como quem diz… aquilo foi mais chuva de golos que outra coisa qualquer. 

 

Sou muito apologista do respeito pelo adversário e de só fazer prognósticos no fim do jogo. Mas, aqui entre nós, todos sabíamos que o mais certo era sairmos do Estádio do Algarve com uma goleada no bolso. 

 

Não que achasse que o Luxemburgo não fosse capaz de dar luta. Pelo contrário, eles estão em terceiro no grupo, na corrida para se Qualificarem para o Europeu. Se não marcássemos cedo, o jogo poderia complicar-se sem necessidade. 

 

Como se poderá concluir do resultado final, não havia motivo para preocupações. 

 

Nos últimos anos de blogue, uma das minhas partes preferidas nestes textos tem sido descrever os golos da Seleção. É pura auto-indulgência, desnecessário, sobretudo agora que os vídeos vêm logo parar aos YouTubes desta vida. Mas eu gosto. Sou eu aplicando o meu filtro pessoal. É a minha maneira de romantizar, de imortalizar.

 

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E, sejamos sinceros, noventa por cento deste blogue é auto-indulgência. 

 

No que toca a este jogo, no entanto, temos nove golos. Vou descrevê-los, mas com diferentes graus de detalhe – são muitos!

 

Houve nota artística logo no primeiro golo. Bruno Fernandes fez uma assistência de trivela e Gonçalo Inácio estreou-se a marcar de cabeça. A jogada do segundo também começou com Bruno, passou por uma assistência de Bernardo Silva e terminou com um tiro de Gonçalo Ramos.

 

O terceiro golo teve a mesma assinatura, mas uma assistência diferente: uma arrancada de Rafael Leão à moda antiga, pela esquerda. Adorei a meia-volta que Ramos deu ao receber a bola – antes de passar entre dois luxemburgueses e rematar.

 

Eu também já faço as pistolas com os dedos quando ele marca.

 

O quarto golo, em cima do intervalo, foi idêntico ao primeiro: Bruno Fernandes com uma assistência ligeiramente menos artística para a cabeça de Gonçalo Inácio.

 

 

Acho que todos concordamos que este miúdo provou que merece vir mais vezes à Seleção.

 

Não esperava que os Marmanjos mantivessem o mesmo ímpeto durante a segunda parte. E, de facto, eles abrandaram durante os primeiros quinze minutos. Mas depois o marcador tornou a funcionar e, uma vez mais, tudo começou com Bruno Fernandes. O Marmanjo esteve em todas! Desta feita, foi uma daquelas à distância, teleguiada, isolando Diogo Jota. Este, depois de ter falhado umas quantas na primeira parte, finalmente marcou. 

 

Jota também esteve no golo seguinte: uma assistência para o remate potente do recém-lançado Ricardo Horta – que, pelos vistos, não precisa de muitos minutos para marcar. Depois desse, Jota tornou a marcar. Entrou na grande área pela esquerda. Pareceu-me que queria passar a Otávio, mas a assistência acabou por vir de um jogador luxemburguês, simpático ao ponto de devolver a bola a Jota para que este rematasse. 

 

E depois de ter oferecido tantas aos colegas, foi a vez de Bruno Fernandes assinar um golo. A assistência foi de Ricardo Horta – os luxemburgueses não fizeram nada para os travar. Arrisco-me a dizer que, neste momento, Bruno Fernandes é o melhor jogador da Seleção. 

 

Nesta dupla jornada, pelo menos.

 

 

Foi depois deste golo, se não me engano, que o selecionador do Luxemburgo abandonou o banco – perdendo de imediato o meu respeito. O mínimo que se exige a um treinador é que fique com a sua equipa aconteça o que acontecer – o mínimo! 

 

É certo que o selecionador luxemburguês não se ausentou durante muito tempo. Pode dar a desculpa de ter ido ao WC. A minha mãe disse que ele foi vomitar. Ainda assim, não ficou bem.

 

João Félix encerrou a conta com um tiro bem jeitoso. Alguns de vocês terão reparado que alguém no Twitter prometera correr nu à volta do Marquês de Pombal caso Félix marcasse. Pois bem, o Marmanjo fez retweet, colocando o autor na berlinda. 

 

E, crédito seja dado, o bacano cumpriu.

 

Fiquei com uma certa pena por não termos chegado aos dois algarismos. Tirando isso, nada a apontar. Nove a zero, o nosso resultado mais dilatado de sempre. Sim, era o Luxemburgo, que nunca foi um tubarão. Mas era um Luxemburgo que está na luta pelo Apuramento. Esperava-se melhor. A nossa Qualificação continua imaculada – mais do que isso, está a ser fértil. Vinte e quatro golos marcados, nenhum sofrido. Nenhuma seleção se tem saído tão bem neste Apuramento.

 

Pode-se argumentar que Portugal não está a fazer mais do que a sua obrigação, tendo em conta o calibre dos adversários e o talento de que dispõe. Mas, da minha experiência, Portugal muitas vezes tem dificuldades em cumprir obrigações. Não é a primeira vez que nos calha um grupo fácil, mas é a primeira vez que temos um desempenho assim.

 

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Roberto Martínez dá o crédito aos jogadores por este feito, elogiando “a concentração e o compromisso”. Por exemplo, Martínez gostou do facto de Portugal ter mantido o ritmo na segunda parte. Eu também. Não levaria mal se tivessem abrandado – não era por mais golo ou menos golo – mas gostei que isso não tivesse acontecido. 

 

Ora, à boa maneira tuga, passámos logo do oito ao oitenta. Depois do jogo com a Eslováquia, toda a gente criticava a qualidade de jogo da Equipa de Todos Nós. Com razão, regra geral. Três dias depois, no entanto, já estava tudo cor-de-rosa. Nomeadamente no que toca à questão Cristiano Ronaldo, se estamos melhor com ele ou sem ele.

 

É possível que tivéssemos uma vitória menos dilatada caso Ronaldo tivesse jogado. Com ele em campo, em vez de tentarem marcar eles mesmos, talvez os outros sentissem a tentação de lhe passar a bola. “Deixa o avozinho tentar marcar, coitado, enquanto ainda tem pernas para isso.” Mas pronto, seria a diferença entre ganhar nove a zero ou ganhar seis a zero, como em março. O recorde batido soube bem, mas a vantagem foi só essa.

 

Além disso, o Luxemburgo não é a Suíça. Não se podem tirar grandes ilações de um jogo em que o adversário praticamente não existiu. 

 

E depois temos o extremo oposto. “Pois, perante o Luxemburgo até a minha avozinha! O que vamos fazer quando levarmos com um peso pesado?” Não me interpretem mal, é uma dúvida legítima, algo em que eu mesma tenho pensado. 

 

Por outro lado… de que adianta falar sobre isso agora? Este foi o grupo que nos calhou, temos um calendário para cumprir. Não nos preocupemos: quando garantirmos um lugar no Euro 2024, é só uma questão de tempo até nos cruzarmos com um tubarão. Aí poderemos tirar as dúvidas todas.

 

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Aliás, Martínez já disse que quer garantir matematicamente o Apuramento o mais depressa possível. Os restantes jogos servirão para treinar. 

 

Vai em linha com o que já disse antes. Com um grupo de Apuramento fácil como este e fazendo tudo bem, como Portugal tem feito até agora, 2023 seria sempre um ano de transição, um ano de adaptação para Martínez antes dos desafios de 2024. Pouco interessante em certos momentos, sim. Como disse o Gonzaal no outro dia, em linguagem de anime ou mesmo de séries de televisão, estamos a meio de um arco filler. Os guionistas estão a encher chouriços, a fazer tempo até à parte gira da história – neste caso, o Euro 2024. 

 

Sim, costuma ser uma seca. Mas, como deu para ver com o jogo com o Luxemburgo, de vez em quando apanhamos pedaços saborosos no meio destes enchidos. 


Havemos de continuar à espera deles deste lado. Bem, mais ou menos. Não se admirem se, antes da próxima dupla jornada, não houver crónica pré-jogos. São adversários repetidos, não devemos ter muito sobre que falar. A menos que haja alguma grande polémica na Convocatória – e mesmo assim. Em todo o caso, como habitual, vou deixando as minhas impressões na página do Facebook

 

Obrigada pela vossa visita.

Estar enganada nunca soube tão bem

01.pngNa passada terça-feira, dia 6 de dezembro, a Seleção Portuguesa de Futebol venceu a sua congénere suíça por seis bolas contra uma, em jogo a contar para os oitavos-de-final do Mundial 2022. Com este resultado, Portugal segue para os quartos-de-final da prova, onde irá defrontar Marrocos. 

 

 A diversão e o sofrimento continuam, como eu desejava. Nesta fase é mais diversão, felizmente.

 

As emoções começaram várias horas antes do início da partida. Consegui ver um bocadinho do jogo entre a Espanha e Marrocos na minha hora de almoço. Já estava a trabalhar quando este terminou – e naturalmente fiquei chocada com o resultado final. Estava a fazer falta uma surpresa destas, os oitavos estavam a ser demasiado previsíveis. 

 

Adiantando-me um pouco, o nosso resultado com a Suíça pode ser considerado uma surpresa? Eu diria que sim. Em teoria este era o jogo mais equilibrado desta fase, ninguém conseguia prever com certeza quem venceria. Ninguém estava à espera que qualquer um dos lados atropelasse o outro desta forma. 

 

Regressando ao pré-jogo, ao longo da tarde circulou o rumor de que Cristiano Ronaldo ficaria no banco – algo que se confirmou quando saiu oficialmente o onze inicial. Muitos de nós sabiam que esta era a decisão correta. Mas ninguém tinha a certeza de que o técnico teria coragem de tomá-la. 

 

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Desta vez, custou-me menos estar a trabalhar durante parte do jogo. Ajudou o facto de termos tido menos movimento e atendimentos menos complicados. Uma vez mais, tínhamos o relato ligado, mas acabei por me servir mais de sites de atualizações, quando conseguia espreitá-los.  Foi assim que soube do primeiro golo de Gonçalo Ramos e do golo de Pepe – este último já perto da minha hora de saída. 

 

Ainda consegui ver imagens do primeiro golo no trabalho, quando a Sport TV as colocou nas redes sociais. Não sei do que gosto mais: se da jogada, se das celebrações. Foi uma grande assistência de João Félix, que consegue fazer a bola passar por entre dois suíços. Gonçalo Ramos remata de lado e a bola entra pelo canto, impossível de defender. 

 

E depois a Seleção toda correndo a abraçar o miúdo – embora o Bernardo Silva tenha voltado depressa para o campo, coitado. Eu devia estar com um ar tão tolo lá no trabalho, de olhos no computador, sorrindo de orelha a orelha. 

 

Só consegui ver imagens do golo de Pepe já em casa. Na sequência de um canto batido por Bruno Fernandes, o Marmanjo voou e cabeceou para as redes. Pepe é dos que mais ama a Seleção e teima em não envelhecer. Que nunca nos deixe!

 

Já estava em casa durante a segunda parte. Não sei como foi com vocês, mas eu estava cautelosa, com medo que a Seleção cometesse algum deslize e a Suíça reduzisse a vantagem. Não seria a primeira vez. 

 

Felizmente, não foi necessário preocupar-me: a segunda parte trouxe uma mão-cheia de golos. A minha mãe até comentou que parecia que estávamos a jogar contra o Liechtenstein e não com a Suíça.

 

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Foram logo dois golos em poucos minutos. Antes do terceiro golo, Diogo Dalot conseguiu deixar um suíço fora do caminho. Depois, Gonçalo Ramos, com uma lata descomunal, fez uma cueca ao guarda-redes, marcando o seu segundo golo na partida. 

 

Cinco minutos depois, foi a vez de Raphael Guerreiro marcar. Quem acompanhe o meu blogue há uns anos saberá que o Raphael é o meu menino-bonito. Ele não recebe, nem de longe nem de perto, a devida apreciação da parte dos adeptos portugueses – é possível que isso seja por ele nunca ter jogado na liga portuguesa. Não estava à espera que ele marcasse neste jogo, mas fiquei contente por o ter feito.

 

Na verdade, foi uma grande jogada coletiva que desaguou neste golo. Começou com um bom entendimento entre o regressado Otávio e João Félix. Félix depois passou para Gonçalo Ramos, que depois assistiu para Raphael. 

 

A única mancha no desempenho de Gonçalo Ramos – e mesmo da Seleção como um todo – foi a assistência involuntária para o golo de honra da Suíça, na sequência de um pontapé de canto. Acontece, nem sequer foi a primeira vez neste Mundial, ninguém se rala. 

 

E de qualquer forma ele redimiu-se rapidamente com um terceiro golo. Bruno Fernandes recuperou uma bola, passou-a a Félix e este isola para Ramos marcar. Eu nesta altura já nem gritava “GOLO!”, só me ria. 

 

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Um par de parágrafos, então, para falarmos sobre Gonçalo Ramos? Este miúdo estreia-se a titular pela Seleção num Mundial e faz-me logo um hat-trick e uma assistência, coloca logo o mundo inteiro a falar sobre ele. E depois de cada golo põe-se ali a fazer pistolas com os dedos, como se fizesse aquilo todos os dias – adoro a lata.

 

Aliás, se não se importam, vou começar a fazer os mesmos gestos. Até os colegas de Seleção já os fizeram.

 

Finalmente, Cristiano Ronaldo entrou, mais ou menos a meio da segunda parte. Isto depois de o público ter passado um bom bocado a chamá-lo. Isso na altura irritou-me – toda a Turma das Quinas jogando como nunca, Gonçalo Ramos então a fazer o jogo da vida dele, e aquela gente gritava por um jogador no banco? Mas compreende-se: a maior parte dos adeptos a favor de Portugal tinham vindo para ver Ronaldo. Ele continua a ser a figura mais mediática da nossa Seleção. O facto de ele já não render o mesmo é uma coisa recente. 

 

E a verdade é que Ronaldo esforçou-se. Não foi por falta de vontade. Tive pena de o golo dele ter sido anulado.

 

Ainda houve tempo para mais um golo, em cima dos noventa minutos – de Rafael Leão, o Marmanjo que remata com um sorriso. Este compete em beleza com o primeiro de Gonçalo Ramos: um remate em arco espetacular, os suíços nem se mexeram. 

 

Ficou feito o resultado. Portugal segue para os oitavos-de-final. 

 

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O meu texto pré-Mundial envelheceu como um iogurte, não foi? A Seleção deixou-me com cara de parva. Eu própria o escrevi: vim para este Mundial com a minha fé e entusiasmo em mínimos históricos – não eram nulos, tinham alguma esperança, mas menos que o costume. 

 

E o que acontece após o pontapé de saída? Sem nunca esquecer as circunstâncias deploráveis, o Campeonato do Mundo está a ser dos mais excitantes desde que me lembro. Melhor de tudo, Portugal está a fazer, no mínimo, o seu terceiro melhor Mundial de sempre – mesmo na pior das hipóteses, para mim já é um sucesso, mesmo que pequeno. O jogo com a Suíça, em particular, foi um dos nossos melhores em Mundiais, se não tiver sido o melhor. Eu não tinha razão ao ter sido tão cética antes e, meu Deus, não ter razão nunca soube tão bem. No rescaldo do jogo, terça-feira à noite, sentia as bochechas doridas de tanto sorrir. 

 

Antes de continuar a falar das coisas boas, vamos ter de abordar o elefante na sala. Ou melhor, o elefante no banco da Seleção no início do jogo, sempre com inúmeras câmaras apontadas para ele. 

 

Temos de dizê-lo, Gonçalo Ramos jogou no lugar de Ronaldo e fomos narrativamente recompensados por isso. Os títulos e manchetes sobre o jogo não douram a pílula: pela primeira vez desde o Euro 2004, Ronaldo não é titular indiscutível na Seleção. O “primeiro dia do resto da vida” dele e das Quinas. 

 

Passámos uma boa parte dos últimos anos, desde a final de Paris, a debater se a Seleção joga melhor com ou sem Ronaldo. Antes, quando Ronaldo tinha a capacidade de ser Deus Ex Machina e, do nada, marcar um ou dois golos e resolver uma partida, ambos os lados da discussão tinham validade. Nestes últimos meses, agora que os anos já pesam e Ronaldo não fez pré-época (mesmo que tenha sido por motivos legítimos), e depois deste jogo, as dúvidas estão a diminuir.

 

Confesso que não sei se estou preparada para a próxima fase. Ainda é muito cedo, foi apenas um jogo em que Ronaldo não foi titular. No entanto, receio que, quando a realidade assentar, a longo prazo, irá doer. 

 

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Ainda assim, gasta-se demasiada tinta digital com o madeirense: porque fez olhos tristes para Fernando Santos a certa altura, porque saiu demasiado cedo para os balneários. E… pobre Otávio. Fez uma bela exibição perante a Suíça mas, como a Joana Marques assinalou, teve de levar com inúmeras perguntas sobre Ronaldo na sua conferência de imprensa. Como disse um colega meu no outro dia, Portugal podia ganhar o Mundial e, no dia seguinte, as televisões todas gastariam horas a debater se Ronaldo estava mais feliz no 10 de julho ou no 18 de dezembro. Todas as câmaras apontadas a Ronaldo acabam por criar um efeito de lupa: ampliando, exacerbando coisas que, na verdade, são pequenas.

 

Não sei como foi com vocês, mas eu ia dando em doida com a direção que o debate a certa altura tomou. De repente, só tínhamos pessoas fazendo de Ronaldo um vilão ou pessoas preferindo que Portugal perdesse com Ronaldo a titular. Quase ninguém no meio. 

 

Mas isso também é um produto das redes sociais. Os algoritmos preferem os extremos.

 

A única coisa que sei é que Ronaldo está a lidar com esta fase da sua carreira da melhor maneira que consegue. Nem sempre tem tomado as melhores atitudes, mas ele é humano. E, mesmo já não sendo titular inquestionável, a Seleção precisa dele. Como suplente de ouro, por exemplo – aliás, Ronaldo poderá ser importante se tivermos de ir a algum desempate por grandes penalidades. Nem que seja apenas com atitudes como o “Anda bater!” ou o consolo a Diogo Costa, no fim do jogo com Gana – isso também é importante.

 

Aliás, paradoxalmente, todo este assédio da imprensa poderá funcionar a favor deles. Poderá espicaçar Ronaldo o suficiente para ele e os colegas de equipa se unirem ainda mais, contra tudo e contra todos. Não seria a primeira vez.

 

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Até porque uma das minhas coisas favoritas em relação ao momento atual da Equipa de Todos Nós tem sido o companheirismo entre os Marmanjos. As celebrações dos golos, os abraços, as veias salientes, as mensagens nas redes sociais, as declarações. Otávio à espera que o Gonçalo Ramos deixe o Benfica, William à espera que Ramos lhes pague um jantar (terá pago?), os conselhos de Bruno Fernandes ao jogar às cartas, Bruno tentando roubar-lhe o prémio de Melhor Jogador, Otávio tentando roubar-lhe a bola do hat-trick. Nem todas as equipas que cultivam este ambiente são bem sucedidas, mas não se pode ter sucesso sem esse espírito.

 

Agora espera-nos Marrocos nos quartos-de-final. Sim, é um adversário mais desejável para nós do que a nossa eterna besta negra Espanha, mas não significa que vá ser fácil. Daquilo que vi do jogo dos oitavos, eles gostam muito de contra-ataques. Além disso, Marrocos ainda não perdeu um jogo neste Mundial e só sofreu um golo – um auto-golo perante o Canadá. Os marroquinos nem sequer sofreram um “golo” no desempate por grandes penalidades perante os espanhóis. E assim deixaram a Espanha e a Bélgica para trás, como Bernardo Silva recordou.

 

À semelhança do que já tinha feito depois do jogo com o Uruguai, Fernando Santos reforçou a importância de mantermos os pés na Terra – faz bem. Referiu as dificuldades que Marrocos nos colocou no Mundial 2018 – embora, na minha opinião, o problema tenha sido mais termos jogado mal. 

 

Uma vez mais, não vai ser nada fácil, mas eu acho que estará ao nosso alcance se fizermos as coisas bem. Se houve algo que se descobriu na terça-feira é o que acontece quando fazemos as coisas bem. Já é bom termos chegado aos quartos-de-final, sim, mas não chega. Quero mais. Todos queremos.

 

Uma coisa boa é o facto de, se continuarmos no Catar, a partir de agora, em princípio, nenhum jogo de Portugal no Mundial coincidirá com o meu trabalho. Os quartos são hoje. As meias-finais, se passarmos, serão quarta-feira, dia em que estou de folga à tarde. 

 

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Eu pedi esta folga há umas três semanas, juro que não foi de propósito – no que toca a este Mundial, só fiz mesmo planos para a fase de grupos. Aliás, se Portugal passar às meias, já tenho algo combinado… mas só digo o que é se for mesmo para a frente, se Portugal ganhar a Marrocos. 

 

Por fim, tanto a final com o jogo do terceiro lugar serão no próximo fim de semana, à tarde. 

 

Tenho colegas que planearam isto com mais fé do que eu. Um deles pediu há um par de semanas para sair mais cedo na quarta-feira pois fizera as contas assumindo que Portugal passaria em primeiro no grupo. Outro colega meu já está a fazer planos para ir buscar a Seleção ao aeroporto no dia 19.

 

Fico com inveja pois não consigo pensar na final ou mesmo nas meias-finais sem começar a hiperventilar. Já não me reconheço a mim mesma. Eu é que tenho o blogue, eu é que devia ser a grande adepta da Seleção. Quando é que me tornei tão cética? Uma das minhas colegas há um par de semanas até me disse que eu tinha de ter mais confiança em Portugal – quando eu disse que queria que ficássemos em primeiro para evitarmos o Brasil. 

 

O que nos leva de volta à ideia de há pouco: eu estava enganada sobre a Seleção. 

 

Esta é uma das minhas coisas favoritas em relação ao Mundial: as conversas sobre isso, não só com pessoas próximas, mas também com estranhos. Pessoas no café, utentes no trabalho. Na terça-feira, por exemplo, depois do jogo com a Suíça, foi quando fui passar a minha cadela e falei com outros donos de cães sobre a piada do Otávio, entre outras coisas. E este Mundial em especial convida a isso, com todas as surpresas.

 

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Espero, então, continuar nesta festa, continuar a humilhar o meu lado mais cético. Alimentem as minhas ilusões, por favor – e nunca mais as quebrem. 

 

Como sempre, obrigada pela vossa visita. Se pudrem, façam um donativo à Amnistia Internacional, que está a tentar ajudar os trabalhadores que construíram este campeonato. Continuem a acompanhar este louco Mundial comigo, quer aqui no blogue, quer na sua página de Facebook

Em mínimos históricos

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À hora desta publicação, o Mundial 2022 já decorre. Eu costumo publicar o primeiro texto da era do campeonato bastante mais cedo. Desta vez não deu.

 

Já é um alívio ter conseguido fazê-lo antes da estreia de Portugal na prova. 

 

Quem acompanhe este blogue saberá que campeonatos de seleções são sempre ocasiões especiais para mim. Desde a Convocatória, são semanas de alegria, de antecipação, de esperança num bom desempenho. Mundiais, então, são para mim a festa suprema do futebol.

 

Desta vez, no entanto, o meu entusiasmo está em mínimos históricos. Tenho tido alturas em que quase desejei que o Mundial tivesse sido adiado, cancelado, como durante a pandemia, em que quase desejei que não nos tivéssemos Qualificado – mesmo tendo passado vários meses angustiada com os play-offs.

 

Passo a explicar porquê. Os primeiros motivos prendem-se com o estado atual da Seleção. Não tanto esta em si ou os seus jogadores, mais o Selecionador e o seu cadastro. Ainda há mês e meio, quase dois meses, tivemos uma desilusão na fase de grupos da Liga das Nações – a terceira passagem falhada por um ponto. Além disso, as nossas duas últimas participações em campeonatos desta envergadura – no Mundial 2018 e no Euro 2020 – não tendo sido horríveis, deixaram muito a desejar. 

 

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Já me alonguei o suficiente sobre isso em textos anteriores. A versão condensada é que já tive mais fé em Fernando Santos. Receio que esta seja outra ocasião para ele desperdiçar o talento de que dispõe. 

 

Depois, temos Cristiano Ronaldo. Este já era uma das minhas preocupações, ainda antes de ter optado por violência e lançado a já infame entrevista com Piers Morgan. 

 

Muito se tem escrito sobre esta entrevista. Provavelmente continuar-se-á a escrever. Na minha opinião, tem havido uma gritante falta de nuance na conversa: Ronaldo ou tem cem por cento de razão ou está completamente errado. Poucos parecem admitir que ele poderá estar certo nalgumas coisas – os verdadeiros motivos pelos quais ele falhou a pré-época e a forma execrável como o United terá lidado com isso – e errado noutras – como assim ele “não admite” entrar em jogo por apenas três minutos? 

 

A propósito deste texto, no entanto, só me interessa a maneira como afeta a Seleção.

 

O primeiro efeito era o mais previsível: perguntas sobre o assunto em todo e qualquer contacto da Seleção com a Comunicação Social. Chegou-se a entrar em territórios de reality show. Toda a gente obcecada com uma pequena interação entre Ronaldo e Bruno Fernandes na primeira noite da Cidade do Futebol. Dúvidas sobre a gastroenterite que afastou Ronaldo do particular com a Nigéria. Ridículo.

 

O segundo efeito é a pressão adicional colocada sobre nós. Todos concordam, Ronaldo queimou irreversivelmente a sua relação com o Manchester United. E agora apostou a sua credibilidade, talvez mesmo a sua carreira, num bom desempenho neste Mundial.

 

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Isso pode não ser mau. Talvez a pressão extra seja boa para os outros Marmanjos. 

 

Por outro lado, isto deixa-me com um sabor desagradável na boca. Para começar, não me agrada a ideia de ganhar este Mundial “para” Cristiano Ronaldo. Já não gosto muito quando dizem que Portugal ganhou o Euro 2016 para ele. É certo que Ronaldo não pôde jogar a maior parte da final de Paris mas, mesmo assim. As pessoas acham que os outros jogadores não tinham, não têm eles próprios ambições?

 

Além disso, receio que Ronaldo pressione (ainda mais) Fernando Santos para deixá-lo jogar mais do que deve, mais do que é benéfico para a equipa, como já aconteceu nos últimos dois jogos. Pelos vistos, para Ronaldo isso é “respeito”. A negação dele ainda é mais profunda do que eu pensava. Que parte de “não fez pré-época” (mesmo que agora saibamos que foi por motivos legítimos) e “futebolisticamente já tem idade para ser avô” é que ele não percebe?

 

O que eu receio verdadeiramente é o que acontecerá se Ronaldo não fizer grande coisa no Mundial e se a Seleção desiludir outra vez. Irá Ronaldo também queimar-nos, como fez com o Manchester United? Culpando toda a gente menos ele próprio? Será assim que a história dele na Seleção terminará? Eu quero pensar que não – até porque Ronaldo tem sido o menino-bonito da FPF há muitos anos – mas não sei. 

 

Por estes dias quase desejo que Ronaldo já tivesse deixado a Seleção. Iria custar horrores, sim, não voltará a haver ninguém como ele. Mas temos talento suficiente com que nos entusiasmamos (mais sobre isso já a seguir). Ronaldo é tão grande, tanto no bom como no mau sentido, que produz a sua própria força gravítica, interfere com tudo em seu redor.

 

 

Espero que as minhas previsões mais pessimistas não se realizem. Espero que ele esteja a ser sincero quando diz que aceitaria ganhar o Mundial sem marcar um único golo. Ao mesmo tempo, apesar de temer o contrário, espero que Ronaldo se saia bem no Mundial, dentro do possível para esta fase da carreira dele. Talvez um golo ou outro, para contribuir para o seu recorde.

 

E mesmo que ele não se mostre em grande forma, conto com ele para fazer de Capitão, de mentor. Para ações semelhantes ao “Anda bater!” ou quando mandou Raphael Guerreiro de volta para o campo, nos últimos minutos da final de Paris.

 

Outra questão prende-se com o timing deste Mundial. É interessante, é uma novidade, mas não pelos melhores motivos. Está a ser uma época muito pesada – a maior parte dos jogadores têm tido dois jogos por semana todas as semanas. Só estamos a ter uma semana e meia para preparar o Mundial e somos dos mais afortunados nesse aspeto. 

 

De início pensei que fazer o Mundial nesta altura do ano teria a vantagem de os jogadores não virem com uma época inteira nas pernas, ao contrário do costume. No entanto, com tantos jogos que já decorreram até agora e tão pouco tempo para recuperar, as vantagens anulam-se.

 

Por fim, o pior fator desta lista é este Mundial em si, o seu anfitrião e tudo o que aconteceu para se chegar aqui. A menos que tenham estado completamente alheados de tudo, já saberão acerca dos milhares de trabalhadores tratados de forma desumana, mesmo mortos, da misoginia, homofobia e desrespeito em geral pelos direitos humanos. 

 

Como Bruno Fernandes disse no domingo passado, o Mundial é suposto ser alegria, ser festa, ser um escape, sobretudo com tudo o que tem acontecido nos últimos anos. Não devia decorrer sobre milhares de cadáveres, num país onde a maioria da humanidade não pode existir livremente. 

 

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Uma das coisas que mais me revolta nisto tudo é a atitude da FIFA. Não só não quiseram saber dos crimes do anfitrião deste Mundial como não toleram que alguém diga alguma coisa. Há semanas enviaram uma mensagem para as seleções participantes, essencialmente dizendo-lhes para enterrarem a cabeça na areia, calarem a boca e jogarem à bola. Foram ao ponto de proibir os ingleses de usarem uma braçadeira pró-LGBTQ+ e, pior ainda, os dinamarqueses de treinarem com camisolas estampadas com a mensagem “direitos humanos para todos”.

 

Direitos humanos! Eles censuraram uma mensagem pró-direitos humanos! Em que universo é que uma mensagem pró-direitos humanos é censurável?

 

Como se não bastasse, da mesma forma, os belgas também não puderam usar camisolas com a palavra "amor". Alguém devia experimentar pôr a tocar o Imagine do John Lennon, a ver se a FIFA e/ou os cataris também censuram. 

 

Espero que as pessoas ignorem estes pedidos da FIFA e, mesmo que não boicotem o Mundial, não fiquem caladas. Como este adepto equatoriano. Eu, aliás, estou desiludida com a FPF por não esticar a corda, da maneira como os ingleses, os dinamarqueses e outros têm feito. 

 

Por outro lado, não posso censurar quem opte por não dizer nada. Se as autoridades cataris chegaram a ameaçar jornalistas dinamarqueses no outro dia só porque pensavam que estes não tinham credenciais... E a FIFA está completamente no bolso destes tipos. Aliás, aparentemente um responsável da organização terá dito há uns anos, e cito, “menos democracia às vezes é melhor para organizar um Mundial” e, ainda este fim de semana, Gianni Infantino – e não tenho a certeza de que ele estava a brincar – disse que atribuiria um Mundial à Coreia do Norte.

 

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Com isto tudo, tenho andado com medo que ocorra um incidente grave neste Mundial – já começou a acontecer. Coisas destas têm sido mais frequentes desde o regresso do futebol após a pandemia. Com todas as circunstâncias à volta deste Mundial, infelizmente acho que é quase inevitável.

 

Espero muito estar enganada.

 

Assim, mesmo tirando os problemas da Turma das Quinas da equação, não vou conseguir desfrutar deste Mundial da mesma forma. Uma parte de mim deseja que não ganhemos o Mundial desta vez, só para não termos esta mancha em algo que seria o nosso maior feito. 

 

O que é uma pena pois estou de férias na semana dos nossos jogos com o Uruguai e a Coreia do Sul. Era algo que queria fazer há anos e nunca conseguira: tirar uns dias durante um campeonato de seleções, para ter tempo para escrever aqui no blogue e ver jogos à vontade – de Portugal e não só. Finalmente consigo e calhou ser este Mundial. Nem sequer vão haver fanzones.

 

Ao menos terei cafés e esplanadas. 

 

Termino esta parte do texto deixando este link, onde poderão fazer donativos à Amnistia Internacional, para ajudar os trabalhadores maltratados a propósito deste Mundial. Eu já fiz um donativo, talvez faça mais, se me for possível. Se tiverem possibilidades para isso, façam o mesmo. 

 

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Regressando à nossa Seleção, devo dizer que o nosso grupo, os nossos Marmanjos – tirando Cristiano Ronaldo e mesmo assim – contrariam os meus sentimentos negativos. Não tenho muito a dizer sobre os Convocados – como disse António Tadeia umas quantas vezes, quase toda a gente iria escolher os mesmos, só mudaria um ou outro nome. Estou um bocadinho triste por Renato Sanches e, sobretudo, João Moutinho terem ficado de fora – este último não terá mais nenhum Mundial. 

 

Também não tenho muito a dizer sobre o particular com a Nigéria, no Estádio de Alvalade. Tínhamos pensado ir, mas não deu. Um dos motivos foi o horário: o jogo começou às 18h45. Parecendo que não, fez-nos diferença. Não teria havido problema se o jogo tivesse começado às 19h45 da praxe.

 

Mesmo não tendo ido ao estádio, no dia do jogo só saí às 19h30 – ou seja, perdi a primeira parte, tirando ocasionais espreitadelas a sites de atualizações. Dizem que a primeira parte foi boa. Dois golos de Bruno Fernandes, um de penálti – e ainda terá desperdiçado um, em cima do intervalo. 

 

No primeiro, João Félix fez de Rúben Neves, com um excelente passe à distância para a assistência de Diogo Dalot. Félix também estaria nos golos da segunda parte. Parece que o miúdo não tem tido vida fácil no Atlético de Madrid mas, conforme comentei algumas vezes na página, não percebo porquê. Félix está claramente num bom momento. Porque andam a implicar com ele? 

 

O miúdo tem é de se mudar para um clube que o trate melhor. 

 

Na segunda parte já estava à frente de uma televisão mas, como é costume nestes jogos, o ímpeto não foi o mesmo. Não deixaram de jogar bem, ainda assim. 

 

 

O melhor período foi o que foi desde o penálti defendido por Rui Patrício até ao quarto golo. Como se não bastasse o primeiro, o guarda-redes já fizera uma bela defesa antes, mesmo ao seu estilo. Por estes dias ninguém se cala com Diogo Costa, eu incluída, mas Rui Patrício continua a ser Rui Patrício, ainda tem uma palavra a dizer. Somos abençoados por ter os dois. Se eu estivesse no lugar de Fernando Santos, ia alternando entre ambos – até por uma questão de gestão física.

 

E depois os dois golos, ambos jogadas coletivas, ambos com João Félix a assistir para a assistência, ambos momentos deliciosos. Sobretudo o segundo, com o grande passe de João Palhinha (foi ele, não foi?) para Félix e, depois, a assistência de Gonçalo Ramos de calcanhar. 

 

Já viram o que estes meninos conseguem fazer? Já viram o que acontece quando as coisas se encaixam? É isto que me frustra. Temos todo este talento, mas, quando é a sério, isso não se traduz em bons desempenhos. Esta vitória perante a Nigéria entusiasmou uns quantos, os jogadores têm falado em ganhar o Mundial. Não vou mentir, conseguiram contagiar-me um pouco. Mas também… não estávamos numa situação parecida antes do Euro 2020? E como é que isso correu? 

 

Mesmo tendo isto em conta e tudo o que foi discutido neste texto… no fim, continuo a ser eu. O meu default será sempre apoiar, acreditar. Como escrevi no mês passado, virar as costas não me traria felicidade nenhuma. Mesmo com todas as minhas reservas, enquanto for possível, acreditarei. 

 

Passando a aspetos mais práticos, acho que conseguimos pelo menos passar a fase de grupos. Seria melhor passarmos em primeiro, a ver se evitamos o Brasil nos oitavos de final. Não digo que seria impossível vencê-los, mas… dizendo-o de uma forma simpática, apanharia toda a gente de surpresa. 

 

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A nossa estreia perante o Gana será esta quinta-feira. Será o nosso único jogo da fase de grupos em que estarei a trabalhar, mas isso não será completamente mau. Quero ter a experiência de um jogo de campeonato de seleções no meu emprego atual – que sempre atrai mais interesse que jogos de qualificações e afins. 

 

Antes de terminarmos, uma nota rápida para dois temas de apoio à Seleção lançados recentemente. Um deles é a nova versão do Vamos Lá Cambada, o hino oficializado pela Federação – a FPF finalmente acertou. Pena ainda não estar no Spotify mas, com tudo isto, estou a tomar o gosto à versão original (talvez goste ainda mais desta).

 

Por outro lado, adoro Portugals dos Jesus Quisto, do Pôr do Sol. É uma paródia, mas gosto genuinamente do instrumental – rock misturado com ranchos folclóricos. 

 

Os dois temas são parecidos, nesse aspeto: humorísticos mas muito portugueses. E ainda bem. Isto é futebol. Não precisa de ser levado demasiado a sério. 

 

Acompanhem comigo a participação portuguesa neste Mundial, quer através deste blogue, quer através da página. E termino com uma citação de José Estebes: “Deixem-se de tretas, força nas canetas, que o maior é Portugal!”

 


(A parte do “força nas canetas” é para mim, não é? Afinal de contas, eu escrevo os rascunhos deste blogue à mão…)