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O Meu Clube É a Seleção!

Mulher de muitas paixões, a Seleção Nacional é uma delas.

Equipamentos da Seleção Nacional (2004-2018): do pior ao melhor

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É este o texto diferente do costume de que ando a falar há algum tempo. Hoje vamos falar sobre equipamentos da Seleção Nacional. 

 

Como toda a gente sabe, em anos pares (regra geral, por volta dos particulares de março/abril), a Equipa de Todos Nós recebe um conjunto novo de equipamentos. Esses equipamentos servem para todo o ciclo bianual, que inclui um Mundial ou um Europeu, a fase de Qualificação para o Mundial ou Europeu seguinte e, mais recentemente, a Liga das Nações. Neste texto, quero pegar nos diferente equipamentos que a Seleção envergou desde 2004 a esta parte (escolho este ano porque foi quando comecei a acompanhar ativamente a Equipa das Quinas) e ordená-los de acordo com as minhas preferências.

 

Aviso desde já que estou longe de ser uma especialista em moda, ainda menos do que em futebol. Este é apenas o meu gosto pessoal, estão à vontade para discordar. 

 

Nesta lista vou só considerar os equipamentos principais. Ainda pensei incluir os alternativos, mas ficaria demasiado confuso. Os alternativos terão o seu próprio texto, um dia. Não a curto prazo, talvez daqui a um ano ou dois. Os que forem lançados este ano já entrarão nessa lista. 

 

Antes de começar, queria deixar bem explícito que, deste conjunto, não existe nenhum equipamento principal de que eu não goste nem um bocadinho. A Seleção teve alguns equipamentos “parolos” no seu passado, como descrevem neste artigo, mas a qualidade melhorou muito de 2000 para a frente. Com os alternativos a história é outra mas, regra geral, não tenho tido razão de queixa em relação aos equipamentos principais nestes últimos dezasseis anos.

 

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Ou melhor até tenho, mas não tem a ver com a qualidade estética do equipamento. Tem a ver com o facto de, pelo menos nas fornadas de 2016 e 2018, os equipamentos produzidos pela Nike seguirem quase todos o mesmo modelo. Basta olharmos para imagens da final de Paris: o equipamento português e o francês são iguais, tirando a cor!

 

E depois temos fenómenos como, por exemplo, o equipamento alternativo da Inglaterra em 2016 ser igual ao nosso principal do mesmo ano e o nosso equipamento alternativo de 2018 ser igual ao da Polónia (com o mesmo tipo de letra nos nomes e tudo). Irrita-me tanto… Que é feito da imaginação?

 

No que toca a equipamentos principais, o vermelho tem sido, naturalmente, a cor predominante. Eu diria que é a minha segunda cor preferida, atrás do azul. Em parte por estar associada à Turma das Quinas. O meu tom preferido não é tanto o clássico vermelho vivo, é um tom um bocadinho mais escuro, como o que escolhi para o fundo deste blogue (consta que o nome oficial é vermelho persa). É uma cor rica, elegante, sobretudo nestes tons menos agressivos.    

 

Também gosto do vermelho cor de vinho tinto para vestir, sobretudo no outono/inverno.

 

Curiosamente, já foram feitos estudos sobre a influência da cor vermelha em equipamentos desportivos. É uma cor que simboliza paixão, energia, testosterona, vitalidade, dominância. Uma cor emotiva, que entusiasma e motiva os aliados e intimida os adversários. Está provado que dá vantagem. 

 

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É claro que essa vantagem pesa menos que fatores como o talento e a técnica. Se não fosse assim, teríamos muito mais que apenas dois títulos. Em todo o caso, o vermelho é uma cor que já faz parte do carácter da Seleção. 

 

Dito isto, gostava de ver mais verde nos equipamentos das Quinas. Afinal de contas, sempre representa cerca de quarenta por cento da nossa bandeira. Além de que é uma cor menos agressiva, que representa esperança, harmonia, compaixão, segurança – características que também fazem parte do ADN da Equipa de Todos Nós, a meu ver. Contrabalançam com as emoções extremas do vermelho e também com a hostilidade endémica do futebol de clubes, sobretudo em Portugal. 

 

Mas passemos ao cerne deste texto: os equipamentos da Seleção nos últimos dezasseis anos, do pior para o melhor. Vamos começar com…

 

8) 2008

 

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Admito-o desde já: o equipamento criado para o Euro 2008 só está no fundo da lista por, usando o termo técnico, picunhices. Em termos gerais, este equipamento não é pior do que os outros desta lista. Como quase todos, é todo em vermelho (embora eu não adore este tom particular), com letras e números dourados. 

 

Aquilo de que não gosto neste equipamento é do feitio da gola (estiveram ali a inventar sem necessidade) e a camisola mais justa que o habitual. Na altura, acho que li em algum lado que isto foi deliberado, era para melhor absorver a transpiração ou algo do género. No entanto, do ponto de vista estético não ficou muito bem, na minha opinião. Prefiro camisolas mais largas. 

 

7) 2012

 

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O equipamento apresentado para o Euro 2012 não difere radicalmente do de 2008. Também ele é todo vermelho, um vermelho vivo, clássico. Desta vez, no entanto, não se puseram a inventar: a gola tem um feito normal, a camisola não parece nem demasiado larga nem demasiado justa.

 

Na verdade, o ponto fraco deste equipamento é precisamente o facto de não terem inventado nada. É um equipamento simples, uma aposta segura, que não é feio mas também não deslumbra. É pouco imaginativo. Parece-se mais com o modelo básico com que os designers (estilistas?) da Nike começam na hora de conceber um equipamento novo.

 

É por isso que está tão baixo nesta lista: falta-lhe carácter. 

 

6) 2018

 

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Este é o equipamento mais recente desta lista. Criado para o Mundial 2018, mas que também foi usado durante a conquista do nosso segundo título, na Liga das Nações. Tem algumas semelhanças com o de 2008: todo vermelho, letras e números dourados. Está melhor conseguido, no entanto: gosto do estilo dos múmeros e do discreto efeito “riscado” nos ombros e braços – mais proeminente em outras peças desta coleção, como o equipamento de treino.

 

Pode ser o mesmo modelo que a Nike aplicou a todos os seus equipamentos se seleções, mas ao menos é bonito.

 

5) 2006

 

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O equipamento criado para o Mundial 2006 é todo vermelho, como vários outros desta lista. Este, no entanto, é um vermelho diferente, bastante curioso. Varia consoante a luz. Sob a luz artificial é um vermelho mais perto do vinho tinto (parecido com o vermelho das camisolas dos finais dos anos 90, início dos anos 2000). Sob a luz do sol transforma-se num vermelho mais vivo, cor de sangue seco.

 

É um efeito muito giro e único. Tive várias oportunidades de vê-lo, pois cheguei a ter o boné desta coleção, da mesma cor. Infelizmente perdi-o.

 

O único problema é que, apesar de ser uma cor original e bonita, é um bocadinho escura demais, que se torna demasiado quente e pesada. Tendo em conta que os grandes campeonatos de seleções se realizam durante o verão, esta é uma desvantagem significativa. É só mesmo por este motivo que este equipamento não está mais acima na classificação.



4) 2010

 

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Nesta parte da lista, as diferenças entre os equipamentos em termos de preferência não são muito grandes. Foi difícil de definir a ordem nesta parte. Se estivesse a escrever este texto há um ano, a ordem se calhar seria diferente. Hoje fica assim.

 

Finalmente um equipamento que não é todo em vermelho: o criado para o Mundial 2010. A camisola é vermelha, mas possui uma faixa verde horizontal, na zona do peito. Inicialmente os calções eram brancos – eu gostava assim, mas admito que fica demasiado parecido com o equipamento do Manchester United. 

 

Talvez seja por isso que, em muitos jogos (talvez na maior parte deles), a Seleção tenha usado calções vermelhos. Também ficam bem, não me interpretem mal – a faixa verde distingue-os dos vários equipamentos-todos-vermelhos – mas eu preferia os calções brancos. Mais: este seria o equipamento ideal para recuperar a tradição dos calções verdes. Uma oportunidade desperdiçada, na minha opinião. 

 

3) 2016

 

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Este equipamento tem o grande viés de ter sido o equipamento com que ganhámos o nosso primeiro título. Eu mesma tenho a camisola – há anos que queria uma da Seleção e optei pela camisola de Campeões Europeus.

 

Não digo que a minha opinião não seja nem um bocadinho enviesada mas, na minha opinião, mesmo colocando de lado o facto de ser a camisola da final de Paris, é um equipamento bonito por si mesmo. Na verdade, mais do que o fator Campeão Europeu, pesa mais o facto de eu ter um exemplar da camisola, que posso examinar ao pormenor.

 

Esta camisola tem os ombros e os braços num vermelho mais escuro – como poderão ver na fotografia abaixo, são na verdade riscas muito finas, alternando entre o vermelho-vinho-tinto e o vermelho do resto da camisola. Esse vermelho, aliás, é o tal vermelho-persa de que falei acima, o meu tom preferido (se não for exatamente esse o tom, está muito próximo).

 

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É, em suma, um belo equipamento (mesmo que, mais uma vez, partilhe o modelo com várias outras seleções da Nike). Merece ser este a figurar nas fotografias do 10 de julho. 

 

2) 2014

 

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Este é capaz de ser o equipamento mais criativo e original desta lista (só o de 2010 é que compete com ele nesse capítulo). É todo em vermelho, mas a camisola possui um degradê (é esse o termo correto?). O peito e os ombros são num vermelho mais vivo que, depois, transita para um vermelho mais escuro, que ocupa a parte de baixo da camisola, os calções e as meias.

 

É uma pena este equipamento estar associado ao desastre que foi o Mundial 2014 porque eu gosto mesmo muito deste equipamento. Só prova que a beleza da camisola não serve de prognóstico.

 

E ainda bem, não é? Para estas coisas ninguém gosta de spoilers.

 

1) 2004

 

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Como disse antes, tive algumas dificuldades em definir partes desta classificação, mas nunca tive dúvidas em relação ao primeiro lugar. 

 

Admito que haja muita nostalgia nesta escolha. Como poderão ler aqui, muitos dos meus jogos preferidos de sempre da Seleção decorreram durante o Euro 2004. Ainda hoje, se reescrevesse essa lista, o Portugal-Espanha continuaria no primeiro lugar – porque foi onde tudo começou para mim. Se não fosse esse jogo, nenhum dos outros teria tido o mesmo impacto.

 

É difícil explicar a quem não se lembre desse campeonato ou tenha nascido depois dele (parecendo que não, gente de quinze anos incluem-se nesse grupo) o impacto que o Euro 2004 teve no povo. Fomos nós os anfitriões, uns anfitriões bastante entusiastas. A Seleção ia fazendo a sua parte, com jogos que se tornariam lendários. Todo o país esteve em festa como nunca se vira antes e não se tornaria a ver até agora.

 

Não, nem mesmo quando nos sagrámos Campeões Europeus. Não estou a dizer que tenha sido pior ou melhor, apenas que não foi a mesma coisa. Porque foi em França, não em Portugal.

 

O equipamento do Euro 2004 foi o último equipamento até agora a ter calções verdes. As cores, aliás, são mais vivas do que o costume, sem destoarem, com pormenores dourados – as faixas verticais, fininhas, de cada lado da camisola. À frente os números aparecem dentro de círculos, em homenagem ao equipamento da Seleção no Mundial de 1966. 

 

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Em suma, é um equipamento brilhante e festivo, diferente de qualquer outro, o que reflete na perfeição aquilo que o Euro 2004 representou para nós: um período feliz, brilhante, uma festa, algo irrepetível. O início da minha história de amor com a Seleção – e por isso estará sempre em primeiro.

 

E cá estão, os equipamentos das Quinas ordenados pelas minhas preferências. Devia ter calculado que dedicaria uma boa parte deste texto a comparar tons de vermelho mas olhem. Foi diferente. Foi divertido.

 

Agora estou ansiosa pela revelação do equipamento do Euro 2020. Provavelmente fá-lo-ão aquando dos jogos de março: o torneio da Qatar Airways, em que vamos jogar com a Bélgica e a Croácia. Espero que não se limitem a um equipamento liso, todo vermelho. Espero que sejam criativos, que lhe deem personalidade própria.

 

Não me peçam para decidir logo em que lugar ficaria nesta lista, ou mesmo para dar logo um parecer definitivo sobre o equipamento. Vou precisar de tempo para formar as minhas opiniões, de ver a Seleção envergando as novas camisolas em campo.

 

É esperar para ver. A contagem decrescente continua. Acompanhem-na connosco, na página de Facebook deste blogue.

Portugal 0 Suíça 2 - Uma tareia dos "Toblerones"

Ontem a Suíça derrotou Portugal por duas bolas sem resposta, num jogo em que o onze português era maioritariamente constituído por suplentes, poupando alguns dos habituais titulares. Deste modo, a Suíça despede-se do "seu" Euro 2008 em glória.

Como este jogo não contava rigorosamente para nada, não liguei muito a ele, não o vi com muita atenção. E ainda bem que não o fiz, porque senão teria sofrido bastante. Não se pode dizer que a gente não tenha merecido a derrota, porque não jogámos grande coisa, sobretudo na segunda parte. Apesar de tudo, gostei de ver o Hélder Postiga, que em várias ocasiões esteve bem perto de marcar, o Nani e o Ricardo, que ainda fez umas belas defesas.
Choveram críticas ao desempenho do árbitro que tinha um critério um bocado confuso. Por um lado, apitava por ninharias (diziam que estava a ser o jogo mais faltoso do Campeonato e não tinha ar disso), por outro lado, ignora um penálti a nosso favor, anula mal um golo e marca um pseudo-penálti aos suíços, erros que podem ter influenciado o resultado. Contudo, acho um bocado ridículo atribuir culpas de derrotas aos árbitros. A gente muitas vezes esquece-se que, na televisão e nas bancadas, temos uma visão sobre o jogo diferente da do árbitro, que eles não têm acesso às repetições.
Quanto às insinuações de que o árbitro queria era dar uma despedida em glória à Suíça, não vale a pena fazer um grande escândalo por causa disso. O jogo não contava para nada e também, coitados dos suíços, mereciam um pouco de alegria durante o "seu" Campeonato. Já imaginaram como teria sido se a gente tivesse feito um Euro 2004 para esquecer? No nosso próprio país?
Muita gente diz que o Scolari devia era ter metido mais alguns dos habituais titulares a jogar, só para evitar a derrota. Mesmo assim, não sei se valeria muito. Podíamos ter perdido à mesma, embora fosse menos provável, podíamos ter só empatado, ou ganhado pela margem mínima. A Selecção raramente dá o seu melhor em jogos "a feijões", sobretudo frente a equipas teóricamente mais fracas. E os exemplos abundam.
De resto, a derrota pode ter servido para "acordar" um bocado as pessoas. Havia por aí muita gente a achar que nós já éramos praticamente Campeões da Europa e o Campeonato ainda não tinha começado. Por esta altura já devem ter caído um bocadinho na real. Ainda falta muito para sermos Campeões da Europa. Temos de passar os quartos-de-final (provavelmente com a Alemanha, que é tudo menos acessível), as meias-finais e levar de vencida a final. O que não é canja. Os marmanjos prometeram que, nos quartos, vai ser diferente de frente à Suíça. Eu espero bem que sim!
O meu irmão comentou, no fim do jogo, que o Chelsea devia estar aí a telefonar, a dizer que afinal já não querem o Scolari. Sem comentários...
De resto, este tem sido um Europeu cheio de surpresas. Tenho de tirar o chapéu aos turcos que, no domingo, deram uma bela sova aos checos e qualificaram-se para os quartos-de-final. Pelos vistos, a alma turca é bem maior do que a gente pensava e, definitivamente, não cabe no autocarro deles.
Outra coisa que me surpreendeu foi a expulsão da Grécia. Estava à espera de a ver, pelo menos, passar a primeira fase. Parece que o Euro 2004 foi mesmo um presente dos deuses, uma vez sem exemplo. Pena é ter sido no Campeonato em que nós nos qualificámos para a final!
Por fim, a possibilidade de, pelo menos, a França ou a Itália ficarem já de fora, também me faz confusão. Ao fim e ao cabo, elas foram as finalistas do Mundial e, depois do sorteio dos grupos, eu achava que elas passariam, de certeza, aos quartos. Apesar de também me parecer pouco provável a Holanda ficar pelo caminho tão cedo.

Estas expulsões permaturas, por um lado, aliviam, porque são menos potenciais candidatos. Por outro lado, eu tinha vontade de ter uma desforrazita, sobretudo frente à Grécia ou à França. Além disso, isto só prova que a Espanha e, sobretudo, a Holanda, são fortes candidatas ao título e que não vai ser nada fácil passar por elas, se as defrontarmos.

Apesar da derrota de ontem, continuo a achar que podemos chegar à final e, quiçá, vencer. É difícil (e muito...) mas não é impossível! Força Portugal!

Depois do nosso jogo de estreia

Ganhámos à Turquia por 2 golos sem resposta, de Pepe e de Raúl Meireles.
Confesso que a Selecção me surpreendeu pela positiva, jogou melhor do que eu estava à espera. Já vos tinha dito, para este Cameponato, não estava tão confiante como estava antes do Mundial 2006. Este jogo de estreia contribuiu para aumentar os meus níveis de confiança. Parece que o Scolari lá arranjou uma maneira de transformar aqueles conjunto de marmanjos numa equipa - eu sabia que ele era capaz! Se o nível se mantiver, podemos chegar longe neste campeonato.
Assisti ao jogo em minha casa com o meu irmão - pelo menos em parte, já que, como de costume, passei o jogo quase todo a mandar boquinhas de treinadora-de-sofá-da-sala que o enervaram e ele resolveu ir ver o jogo no quarto. Mas a verdade é que sofri bastante durante o jogo, apesar de Portugal ter dominado durante praticamente (se não foi totalmente) todo o encontro. Foi mais pelo facto de termos tido uns quantos azares, como, por exemplo, o golo anulado a Pepe por fora-de-jogo (não tenho bem a certeza se foi mesmo...) e as bolas ao poste pelo Ronaldo e pelo Nuno Gomes. Por acaso, quando este último atirou a sua primeira bola ao poste eu berrei:

- Outra vez o poste?!? #&@£%!!!
E de nada valeu ao meu irmão ter ido para o quarto, pois ele ouviu o grito.

Eu sabia que Portugal estava a jogar bem, que as dificuldades com que nos havíamos deparado durante os particulares com a Grécia e a Itália estavam mais ou menos ultrapassadas, que o golo não tardaria, mas, como a Turquia nem estava a fazer muito pela vida e eu não percebo assim tanto de futebol e receava estar enganada, só ousei verbalizá-lo quando os comentadores o disseram primeiro. Foi um alívio quando o Pepe marcou o primeiro golo, mas mesmo assim eu só ficaria mais tranquila quando se marcasse o segundo. Que só veio no derradeiro minuto da compensação como resultado de uma jogada excelente, diga-se de passagem.

Se a gente tivesse marcado mais cedo em vez de acertar no poste, o resultado podia ser bem mais expressivo e talvez eu não me enervasse tanto. Acho que foi uma má ideia aquele jogo de caridade durante o Estágio em Viseu em que a ieia era acertar no poste - o pessoal habituou-se demasiado a isso. Foi mesmo um caso de pontaria a mais. Em todo o caso, serviu para provar que a Selecção é (muito) mais que Cristiano Ronaldo, que, apesar da ausência de antigos jogadores, temos uma boa equipa e para a esfregar no nariz de muitos cépticos que por aí andavam, incluindo o meu pai que dizia que o Scolari conseguira pôr os marmanjos a ganhar por usar a equipa-base do Mourinho.

Pouco depois do término do encontro, já se ouviam na rua alguns buzinões e festejos, mas eu (ainda) não alinho nisso. Estou feliz pelo facto de a Selecção ter feito uma bela exibição, como há já muito não se via, mas ainda é muito cedo para lançar foguetes. Ainda só ganhámos um jogo, ainda temos de jogar com a República Checa. É claro que vamos em ligeira vantagem por termos macado mais um golo que os checos, que mesmo que empatemos mantemos o primeiro lugar do grupo, mas tudo pode acontecer... Creio que, se jogarmos como ontem ou ainda melhor, não devemos ter grandes problemas. Só quando passarmos à segunda fase é que festejarei a sério.

P.S. Tenho pena do Quim e do seu pulso. Logo agora que ele fez uma grande temporada e tinha hipóteses de chegar a titular, acontece-lhe isto... É preciso azar. Em todo o caso, sempre é uma oportunidade para o Nuno Espírito Santo mostrar o seu valor.

P.P.S. Uma estação televisiva espanhola, o Intermedio, anunciou que durante o Europeu vai torcer por Portugal. Pois... Como diria o Araújo Pereira, o que aquela malta quer, sei eu. Aqueles tipos estão mesmo desesperados pelo Ronaldo, chiça! Eu falo por mim, a gente não precisa de apoio hipócrita desse género, obrigada. Além de ser uma clara falta de consideração pela selecção espanhola... É preciso ter muita lata!

Música



No Domingo passado, à tarde, a Selecção Nacional foi recebida no Palácio de Belém pelo Presidente da República e, de seguida, dirigiu-se ao Aeroporto da Portela onde embarcou num avião fretado com destino a Genebra, Suíça. Milhares de portugueses armados até aos dentes com as cores nacionais foram ver os marmanjos quer à saída do hotel, em Oeiras, junto ao Palácio de Belém, na Segunda Circular, junto ao Aeroporto da Portela, junto ao Aeroporto em Genebra e à chegada em Neuchâtel.


Eu não estive lá, mas assisti à coisa pela televisão. Estive a ver o autocarro a ir de Oeiras a Belém e depois até à Portela (se não me engano, o condutor cometeu umas quantas infracções do género pisar traços contínuos e mudar de faixa sem usar o "pisca" mas enfim...), a cerimónia com o Presidente da República e o avião a descolar. Agora os marmanjos estão na Suíça, em Neuchâtel, a preparar o jogo com a Turquia no próximo Sábado.


Muita gente se tem queixado da falta de retribuição do afecto que os tugas tem demonstrado (e de forma bem clara) pela sua Selecção e eu concordo quase todos eles. Não gostei da afirmação do Mister que "estamos aqui para trabalhar, não para passear". Muito fria, muito antipática, um bocado ingrata. Então o homem apela ao pessoal para pôr bandeiras nas janelas, para apoiar a Selecção, e quando a gente faz exactamente como ele disse, acha que os jogadores não têm de o retribuir?!? É como todos dizem, ninguém está a pedir para passarem os dias do estágio na folia mas um sorriso, um aceno, um autógrafo ou outro, uma fotografia ou outra não fazem mal a ninguém. O que vale é que ontem lá se dignaram a acenar, a agradecer o apoio e o carinho todo que o pessoal demonstrou - também, com aquela festa toda, era preciso ser muito ingrato...


Mudando de assunto, aposto que, depois deste campeonato, ficarei a saber o nome de várias cidades da Suíça e da Áustria. Como fiquei a saber da existência de Marienfeld, Gelsenkirchen, Nuremberga, Colónia e Estugarda depois do Mundial 2006. Até agora só conheço Genebra, Neuchâtel e Viena, mas hei-de saber mais - é uma mais-valia para quando a minha irmã me pede para jogar ao STOP.


Hoje queria mesmo era falar de música. Música é outro dos meus vícios. Adoro música. Mas, como estava a dizer, queria era falar de músicas ligadas à Selecção.


Temos várias músicas ligadas à Selecção. Temos a eterna "Força" de Nelly Furtado, o hino do Euro 2004. É gira, traz sempre memórias do nosso Campeonato da Europa, mas, por outro lado, depois de a ouvirmos muitas vezes, cansa um bocado.


Depois temos o "Será demais pedir a Taça?" e o "Porque não pedir o Mundo?", o "Menos Ais" da Galp. Dessas eu gosto muito e ainda não "engoli" o facto de não terem composto uma para o Euro 2008.


Faço um pequeno aparte só para dizer que, este ano, a Galp ficou abaixo das minhas expectativas no que diz respeito ao Apoio à Selecção. Em 2004, tinha o "Menos Ais" e aquela colecção de medalhas com os jogadores. Em 2006, tinha o outro "Menos Ais", uma colecção parecida com a outra só que de ímanes, e ainda o célebre "Cordão Humano" virtual. Este ano limita-se a um mero "Empurrão ao Autocarro da Selecção", que não tem tanta graça como o "Cordão Humano", em que a gente ainda podia personalizar o nosso bonequinho e deixar uma mensagem. Não há "Menos Ais", não há colecção. Suponho que estejam demasiado ocupados com o preço dos combustíveis...


Em relação aos dois raps do "Menos Ais", eu gosto mais da melodia do primeiro, com o piano no fundo, mas a letra do escrito para o Mundial é muito melhor. Em todo o caso, são bastante parecidos em termos de conteúdo, sempre exigindo "muito mais/ainda mais" da Selecção. É realmente uma pena não haver nenhum alusivo ao Euro 2008.


Outro aparte só para agradecer ao membro do You Tube SantiBotero por me ter passado o "Será Demais Pedir a Taça" a meu pedido. Vejam o vídeo que ele fez para a música - está o máximo! http://www.youtube.com/watch?v=HAZly-M-ubM&feature=related


Depois temos uns hinos compostos pelas estações de televisão ou de rádio mas estes irritam-me solenemente pois enaltecem mais as cadeias do que propriamente a Selecção. Mas, como em tudo, há uma excepção: o Canal Panda! No outro dia, a minha irmã mostrou-me o vídeo com a música que se chama "O Sonho da Malta". Até achei graça. O refrão é assim:

"1, 2, 3, vamos à final!
O sonho da malta é que ganhe Portugal.
4, 5, 6, como nóis não há igual!
O sonho da malta é que ganhe Portugal."

O que complica um bocado a vida aos jogadores. Esta música só mostra que a fasquia que os putos colocaram está bem alta e, se forem todos como a minha irmã, se os marmanjos não chegarem à final, vamos ter birras atrás de birras...

Só um esclarecimento: eu não vejo Canal Panda. Só o Noddy.

Para além destas ainda temos umas quantas músicas tipo "pimba" que às vezes são tocadas nos talk-shows e emissões especiais alusivas à Selecção. Em relação a essas, nada a assinalar.


Por fim, aquelas do universo pop que não estão tão directamente ligadas à Selecção, mas que a gente as liga. Ao fim e ao cabo, existem inúmeras maneiras de encarar uma música, diferentes motivos para gostar de uma música, a Selecção pode perfeitamente ser um deles. Já vi vídeos, no You Tube e não só, sobre a Selecção com músicas de fundo como, por exemplo, a "Força" dos Da Weasel, "Velha Infância" dos Tribalistas, "Try" de Nelly Furtado, etc. Pessoalmente, para mim, as músicas que ligo à Selecção são "Sangue Oculto", dos GNR, o "Homem do Leme" dos Xutos e Pontapés, "Time of Your Life" dos Green Day, e quatro do Bryan Adams, o meu cantor favorito: "Heat of the Night" (vejam o meu vídeo), "Here I am", "On a Day Like Today" e "Star". Ligo-as à Selecção por diferentes motivos, se os explicasse todos nunca mais saía daqui. O que interessa é que, juntamente com os "Menos Ais", esta é a minha banda sonora da Selecção.


Imagino que vocês hão-de ter uma banda sonora diferente, mas esta é a minha. Vou ouvi-la imensas vezes durante este Campeonato. Deus queira que, depois deste Euro, quando a ouvir outra vez (e vocês ouvirem as vossas), me recorde de grandes momentos da Selecção, incluindo tornarmo-nos Campeões da Europa. Estamos todos a torcer por isso!

Portugal 2 Geórgia 0

Esta tarde, Portugal defrontou a Geórgia em jogo de carácter particular. Vencemos por 2-0, golos de João Moutinho, aos 19 minutos, e de Simão Sabrosa, por conversão de grande penalidade, aos 44 minutos.

Antes de mais nada, importa referir que este foi o primeiro triunfo da Selecção Portuguesa este ano. É claro que tínhamos a obrigação de vencer, sendo a Geórgia uma adversária teoricamente mais fraca. E também o foi na prática, claro. Mas já se sabe como é a Selecção, tem a mania de não dar o seu melhor frente a selecções teoricamente mais fracas.

Toda a gente concorda, a primeira parte foi melhor do que a segunda. Na primeira, jogámos mais ou menos bem - não fomos brilhantes - e marcámos os golos. Na segunda, depois das várias substituições, basicamente o pessoal queria "pegar a bola e levá-la para casa", como disse Scolari, a Geórgia atacou mais, tendo havido uma ou duas ocasiões em que a Geórgia podia ter diminuido a desvantagem em relação a nós.

Gostei do golo do Moutinho, o primeiro que o jovem jogador marcou ao serviço da Selecção Nacional. Eu não gritei "GOLO!" mal ele marcou, esperei uns segundos para ter a certeza de que era mesmo golo. Muitas vezes, parece que é golo mas, afinal de contas, a bola passa de lado encostada às redes, criando uma ilusão de óptica. Aconteceu pelo menos uma situação destas durante o jogo. Outra situação de "falso golo" foi aquele pontapé livre do Cristiano que bateu na trave, veio a baixo muito perto da linha de baliza, o Ricardo Carvalho ainda tentou ir à recarga mas a bola foi outra vez à trave. Também nessa altura fiquei assim:

- Ai, ai. Entrou? Não entrou? Foi golo? Não foi golo?

O que vale é que hoje até estava bastante calminha, porque se tratava de um jogo particular com um adversário "acessível". Quando for contra a Turquia, de certeza que vou estar com os nervos em franja e se situações destas ocorrerem, de certeza que vou celebrar o "falso golo".

Um ruído de fundo constante eram os gritos do seleccionador georgiano. O pobre do homem fartava-se de gritar com os jogadores, mais do que um adepto armado em treinador-de-bancada. Segundo os comentadores, parece que isso é típico dele, que também gritou assim durante do treino da Geórgia. Gabo a paciência dos jogadores georgianos. De resto, ouviam-se bem os gritos dos jogadores dentro de campo, o que me agradou. Aproxima-nos mais dos marmanjos. Gosto de saber como é que eles se tratam uns aos outros, de saber mais ou menos o que estão a pensar e a sentir.

Enfim, não foi um mau jogo mas também não foi nada de especial. Só espero é que tenha ajudado o Mister a tirar conclusões sobre a melhor equipa para apresentar no Euro 2008.

Amanhã, os marmanjos deixam Viseu e voam para Suíça, para Neuchâtel. Espera-os lá uma comunidade de emigrantes para lhes dar as boas-vindas, tal como há dois anos, em Marienfeld, Alemanha, uma comunidade de emigrantes esperava a Selecção. Os bilhetes para o primeiro treino já estão esgotados. Já se sabe, o pessoal de Neuchâtel vai apaparicar a Selecção tanto quanto puder, para onde quer que ela vá. Temos sorte de estes dois últimos campeonatos internacionais de selecções serem em países com muitos emigrantes portugueses. Assim, os marmanjos sentem-se em casa. O pior vai ser durante o Mundial 2010 na África do Sul. Isto se Portugal se qualificar, claro... (porque não?).
É como se dizia no Mundial 2006, no que toca ao apoio à nossa Selecção, somos campeões indiscutíveis.