Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O Meu Clube É a Seleção!

Mulher de muitas paixões, a Seleção Nacional é uma delas.

Agarrados ao lugar

Captura de ecrã 2022-10-03, às 11.00.53.png

No passado sábado, dia 24 de setembro, a Seleção Portuguesa de Futebol venceu a congénere checa por quatro bolas a zero. Três dias depois, foi derrotada pela margem mínima pela sua congénere espanhola. Com estes resultados, Portugal falhou a passagem à final four da Liga das Nações.

 

Cá estamos neste buraco outra vez.

 

Aviso desde já que não me vou alongar muito sobre estes dois jogos, ainda que por motivos diferentes. Não vi o primeiro. Quanto ao segundo, só não vi a primeira parte e aquilo que vi na segunda parte tira-me a vontade de escrever (e um bocadinho de viver). Quero despachar isto para poder focar-me em coisas menos deprimentes.

 

Como já tinha referido no texto anterior, no sábado tive um jantar. Na verdade, o termo técnico é “sunset”, uma festa na praia, com petiscos e música para dançar. Nunca fui grande fã de discotecas ou de sair à noite até muito tarde (tirando concertos e jogos de futebol). Naquela noite, no entanto, soube-me bem. Estava em boa companhia, a música era melhor que o costume e terminou relativamente cedo, à uma da manhã.

 

Não vou mentir, tive alguma pena de não ter visto este jogo. Dizem que foi uma exibição agradável – e compensaria antecipadamente o que aconteceu na terça-feira. Ao mesmo tempo, de uma maneira estranha, sinto que não deixei de viver as emoções do jogo. Ia vendo atualizações em sites próprios no meu telemóvel. A cada golo, ao penálti falhado, aos golos sofridos pela Espanha, eu dançava com mais gosto, dava gritinhos, brindava (pouquinho de cada vez, pois ia a conduzir). 

 

 

Às vezes é giro viver jogos assim, longe do sofá e da televisão. Sempre é uma experiência diferente.

 

Fiquei surpreendida pela positiva com o Diogo Dalot. Das poucas vezes que jogara pela Seleção não me tinha impressionado. Agora é capaz de questionar a titularidade de João Cancelo, algo que eu não estava à espera.

 

De facto, naquela noite correu praticamente tudo bem para o nosso lado. Aconteceu tudo o que eu queria. Tinha esperanças de que a Espanha fosse perder pontos perante a Suíça, mas não imaginava que fosse mesmo perder o jogo. Depois, do nosso lado, os checos foram simpáticos ao ponto de falharem um penálti – às tantas, aquilo que o Diogo Costa referiu depois do jogo com a Turquia, de ser capaz de influenciar os adversários para falharem penáltis, é verdade, ah ah. Uma noite praticamente perfeita.

 

Não valeu de nada.

 

Como disse antes, estive a trabalhar durante a primeira parte do jogo com a Espanha, espreitando sites de atualizações quando conseguia. Aparentemente – e de acordo com o que me contaram mais tarde – estava zero a zero, mas os portugueses estavam a esforçar-se. Não estava a correr mal.

 

A segunda parte não foi assim. O próprio Fernando Santos admitiu que, a partir dos sessenta minutos, “a equipa foi-se abaixo”. Uma pessoa pergunta-se porque é que não fez nada para remediar a situação, ou não fez melhor. Os espanhóis encostaram-nos às cordas, quase literalmente. Quando marcaram foi um choque mas não foi uma surpresa. Como em várias outras ocasiões, fomos a correr atrás do empate mas já não deu.

 

Captura de ecrã 2022-10-03, às 11.09.31.png

 

Já não sei o que dizer que não tenha dito antes. Esta estava ao nosso alcance! Os desígnios já tinham sido simpáticos ao criarem circunstâncias que não nos obrigassem a ganhar à Espanha – algo que seria sempre difícil. Bastava termos jogado um bocadinho mais que fosse para garantirmos o empate e ficarmos todos contentes. Mas nãããããoooo!

 

Tenham paciência mas já são muitas desilusões. Deixo os links para quando falhámos o Euro 2020 e quando falhámos o Apuramento para o Mundial no ano passado – o que escrevi ainda é válido. Sei que as coisas melhoraram depois do jogo com a Sérvia e tivemos alguns jogos bons este ano. Mas de que serviu se, no fim, o resultado foi o mesmo? De que serviram os bons desempenhos perante a Suíça (o primeiro jogo) e a Chéquia se falhámos o acesso à final four? De que servirão os bons resultados nos play-offs se, mais uma vez, não dermos uma para a caixa no Mundial?

 

Aparentemente, Fernando Santos considera que esta derrota “não belisca o projeto de trabalho para o Mundial” e nem sequer ameaça o seu emprego. Ele literalmente disse “Tenho contrato até 2024” – só faltava ter acrescentado “É lidar”, como disse o Insónias. Não só piora a sua imagem, numa altura em que tem o país inteiro a vociferar pela sua demissão… mas também me deixa preocupada. 

 

É possível que ele não esteja a ser sincero, pode ter sido só uma boca de gato assanhado. Mas se estiver, se for resistir a uma eventual chicotada psicológica… isto pode ficar feio. E, por muito farta que esteja de Fernando Santos por estes dias… ele não deixa de ser o técnico que nos ganhou os nossos primeiros títulos. Merece uma saída digna. 

 

Se eu acho que Fernando Santos deve deixar a Seleção? Não é uma resposta simples. Por um lado sim, talvez já devesse ter saído há mais tempo, depois do Euro 2020. Por outro lado, temos o Mundial já aí à porta e só teremos para aí uma semana para prepará-lo. Será a melhor altura para trocar a equipa técnica? Por ainda mais um lado, não quero o registo destes últimos anos neste Mundial, o último de João Moutinho, Pepe e Cristiano Ronaldo.

 

Captura de ecrã 2022-10-03, às 11.12.33.png

 

No fundo é irrelevante se apoio ou não o Selecionador. A Federação não levará a minha opinião em conta. Não me serve de nada dizer que não apoio Fernando Santos, ou que não apoio a Seleção enquanto lá estiver Fernando Santos. Talvez me proteja de eventuais desilusões, mas não me traz felicidade nenhuma. Eu quero apoiar a Seleção, eu quero ter esperança, quero desfrutar deste Mundial. Até estou a pensar ir ao particular com a Nigéria em Novembro. Mas… desta forma?

 

Não sei, sinceramente. Não sei o que esperar deste Mundial, não sei com que atitude partirei para ele. Falaremos sobre isso na altura, suponho eu.

 

E já que falamos de sujeitos agarrados aos respetivos lugares… uma palavra para Cristiano Ronaldo – provavelmente um dos piores em campo nesta dupla jornada.

 

Uma das discussões nos últimos dias tem-se centrado no papel dele na Seleção. O vídeo abaixo (em inglês) fez-me reconsiderar a minha opinião sobre o desejo de Ronaldo vestir a Camisola das Quinas até 2024. Até que ponto será nobre prolongar a sua estadia, tirando o lugar a jogadores mais capazes, se não conseguir ajudar a equipa. 

 

Faz-me lembrar a história de Roy Kent, no final da primeira temporada de Ted Lasso. Seguem-se spoilers nos próximos parágrafos. É também um conflito entre uma estrela em decadência e as necessidades de uma equipa. Ted (que, na minha opinião, é mais um mental coach do que um treinador propriamente dito) não quer colocar Roy no banco pois não quer magoá-lo. Os seus colegas, no entanto, fazem-lhe ver que Ted não pode colocar o ego de Roy acima de uma equipa inteira.

 

 

Ao mesmo tempo, Roy construiu toda a sua identidade em torno da sua carreira futebolística. Destaco a frase “Roy Kent tem sido o melhor jogador em todas as equipas em que esteve desde miúdo”. Não quer aceitar o facto de já não conseguir jogar ao nível de outrora. Tanto a sua namorada como a sua sobrinha fazem-lhe ver que existe Roy Kent para além do futebol. No fim, ele e Ted tomam a decisão certa.

 

Da mesma maneira, receio que Ronaldo esteja em profunda negação sobre si mesmo. E o pior é que acho que ele não tem nenhuma Keeley ou nenhuma Phoebe na sua vida. Tirando, talvez, Erik ten Hag e alguns colegas dele no Manchester United, todos à volta dele continuam a alimentar-lhe as ilusões. Veja-se a publicação da irmã dele nas redes sociais. Sim, as pessoas são cruéis na Internet, mas não é ódio, não é ingratidão, não é um ataque pessoal reconhecer o que está à vista de todos – e isto também é válido para Fernando Santos. Pelo contrário, reforçar a negação de Ronaldo será pior para ele a longo prazo, receio eu. A maior prova de amor que alguém lhe pode dar neste momento é obrigá-lo a enfrentar a realidade e adaptar-se a ela. 

 

Até porque, no fim do dia, Ronaldo é apenas humano. Não é uma falha pessoal ele estar a perder os seus super-poderes ao fim de vinte anos como sénior. Alguém que lhe diga isso!

 

Ao mesmo tempo, Fernando Santos e talvez a Federação em geral precisam de um Coach Beard. Não vou ao ponto de pôr todas as culpas no Selecionador. Acredito que haja pressão da parte das equipas de marketing e dos patrocinadores para dar protagonismo ao jogador mais mediático da Seleção. Mas não podem pôr o ego de um único Marmanjo, ou eventuais likes ou camisolas vendidas, acima da equipa toda. 

 

Não me interpretem mal, não digo que esta seja a altura de Ronaldo pendurar a Camisola das Quinas. Mas precisamos de mudar de atitude. Se Ronaldo não rende em campo, substituam-no! No vídeo que referi acima, sugerem usá-lo como suplente de ouro, estilo Ricardo Quaresma no primeiro ano de Fernando Santos – que se estude essa hipótese! 

 

01.png

 

E, falando a médio/longo prazo, começar a pensar na retirada de Ronaldo.

 

Esta é apenas a minha opinião, claro. Estão à vontade para discordar – até porque Ronaldo ontem ficou no banco e o Manchester United foi goleado à mesma. Posso estar redondamente enganada em relação a isto tudo. Mas temos de ter esta conversa. 

 

Veremos, então, o que acontecerá a seguir. Falamos de novo em vésperas do Mundial, provavelmente depois da Convocatória. A ver como me sentirei na altura.

 

Como habitual, obrigada pela vossa visita. Visitem também a nossa página de Facebook. Fiquem bem. 

Renúncias, equipamentos e outros temas fraturantes

308070686_5807868012586044_5365796316543769802_n.j

Hoje à noite, a Seleção Portuguesa de Futebol defrontará a sua congénere checa. Depois, na próxima terça-feira dia 27 de setembro, receberá a sua congénere espanhola. Estes serão os últimos jogos a contar para a fase de grupos da terceira edição da Liga das Nações. 

 

Vou ser sincera: antes de segunda-feira estive perto de não escrever uma crónica pré-jogos para dupla jornada – sobretudo tendo em conta que me atrasei com o meu outro blogue. Acho que me esforçaria sempre por publicar qualquer coisa, por pequena que fosse, pois arrependi-me de não ter escrito antes dos jogos de junho

 

Mas não tinha mesmo muito a dizer. Esta foi uma Convocatória bastante conservadora. Fiquei surpreendida mas não devia ter ficado. Para além de ser Fernando Santos, há muito pouco espaço para treinar, para fazer experiências. O calendário futebolístico atual é uma coisa parva – mais sobre isso já a seguir – quase não há jogos particulares, não vai dar para fazer um estágio como deve ser antes do Mundial. Nós teremos dez dias e estamos entre os mais afortunados nesse aspeto. É provável que a Convocatória para o Mundial também não inove muito.

 

Até aqui tudo bem, um dia normal no escritório. Tudo mudou quando, na segunda-feira, Rafa – um dos Chamados para esta dupla jornada – anunciou que se ia retirar da Seleção.

 

1024 (2).jpeg

 

Não estava à espera desta. Já lá vão anos desde a última vez que tivemos de lidar com uma situação parecida. 

 

De início fiquei preocupada, devo confessar. Como amante da Seleção, nunca gostei de renúncias por princípio. Além disso, da minha experiência, estas costumam ser sintomas de desentendimentos entre jogadores e Selecionador. Aconteceu com Carlos Queiroz, aconteceu com Paulo Bento. Quem acompanhe este blogue nos últimos tempos saberá que tenho andado com um pé dentro e um pé fora no que toca a Fernando Santos – desde o Euro 2020. Se isto significasse o que eu achava que significava, teria mais munições contra o Selecionador. 

 

Não me parece que seja esse o caso, no entanto. Até pelo timing da renúncia: antes desta, Rafa só tinha vindo à Seleção nas últimas duas jornadas do ano passado e em ambas fora dispensado por lesão. Se tivessem existido desentendimentos, Rafa teria renunciado mais cedo, não acham? 

 

É certo que, da última vez que Rafa esteve na Seleção, em novembro último, circularam rumores de "falta de empenho", de que ele "gerava desconforto na Equipa das Quinas. Hoje há quem diga que Rafa se ressente de ninguém o ter defendido na altura… o que não é verdade. Fernando Santos negou todos os rumores na altura, em entrevista. 

 

Da mesma maneira, também não acho que Rafa tenha saído por estar contra o uso de jogadores naturalizados ou porque o Otávio e o Diogo Costa foram maus para o Benfica, como alguns disseram – isso são as pessoas projectando as suas próprias birras na situação. 

 

A "teoria" que me parece mais plausível relaciona-se com gestão de tempo. Rafa nunca foi uma opção super consistente na Turma das Quinas. Foi Campeão Europeu mas mal jogou. Os seus poucos destaques de Quinas ao peito foram o primeiro jogo contra a Polónia em 2018 e o jogo contra a Hungria no Euro 2020. Nunca fez parte do núcleo duro de confiança de Fernando Santos. Foi Convocado para esta dupla jornada, mas é possível que não fosse titular em nenhum dos jogos. 

 

transferir (2).jpeg

 

Segundo Rui Casaca, um antigo dirigente do Sporting de Braga e conhecido de Rafa, este "valoriza muito a vida para além do futebol". Como muitos têm assinalado, entre a pandemia e um Mundial fora de horas, os calendários futebolísticos tornaram-se demasiado pesados nos últimos anos. Por estes dias, todos os clubes “grandes” têm dois jogos por semana. 

 

E eu pergunto-me: como é que os jogadores aguentam? Quando é que têm dias de folga? Desde que comecei a trabalhar e sobretudo no pós-pandemia, sou muito ciosa do meu tempo fora do trabalho. Não sei se conseguiria aguentar o estilo de vida de um futebolista como Rafa: sem fins-de-semana, desfasados de toda a gente, inúmeras viagens.

 

Tendo tudo isto em conta, não me choca que Rafa prefira ficar de fora da Seleção. Sobretudo se estiver convencido que só iria para lá aquecer bancos (não acho que fosse verdade, mas pronto). É possível que tenhamos outros exemplos, não só em Portugal, de jogadores renunciando às respetivas seleções por não aguentarem este ritmo. 

 

Dito isto tudo, a maneira como Rafa fez isto deixou muito a desejar. Para começar, devia ter avisado Fernando Santos antes da Convocatória, não depois. O Selecionador teria tempo para pensar numa alternativa – e calculo que seja uma logística complicada para a Federação Chamar um jogador fora de horas. 

 

Por outro lado, segundo declarações de Fernando Santos ontem, Rafa disse uma coisa ao Selecionador – que não podia comparecer nesta dupla jornada – e outra coisa à Federação – que não voltaria a envergar as Quinas. Mas que raio…? Só faz com que Rafa fique pior na fotografia. 

 

Tirando estes últimos aspetos, aceito a decisão de Rafa. Mas fico triste: este está a atravessar uma boa fase e agora não podemos aproveitá-la. Por outro lado, estou feliz por Gonçalo Ramos ter sido Chamado – é outro que anda a entusiasmar. 

 

 

Do outro lado do espectro temos Cristiano Ronaldo. Não sei se sou a única mas, depois das figuras tristes que fez no último Mercado de Transferências e da sua estranha situação no Manchester United, tenho-me interrogado se o seu papel na Seleção iria mudar. 

 

Suponho que ainda seja cedo para isso acontecer. Afinal de contas, ele saiu-se bem na última jornada – e como escrevi na altura, nós recebêmo-lo sempre de braços abertos.

 

Talvez seja por isso que Ronaldo nos seja tão leal. Talvez ele sinta que neste momento que a Seleção é o único sítio onde é verdadeiramente amado (embora ele só se possa culpar a si mesmo por isso). Ao ponto de ter adiantado esta semana que quer jogar no Euro 2024. Que teremos de levar com o “Cris” durante mais um par de anos, pelo menos.

 

Por um lado fico comovida. Tenho passado os últimos quatro ou cinco anos à espera que Ronaldo acorde um dia e decida que já não aguenta vir à Seleção. Antigos heróis meus, como Luís Figo, Rui Costa, Pedro Pauleta, Deco, fizeram isso e eu encaixei. Eu também encaixaria que Ronaldo fizesse o mesmo.

 

Mas ele não faz! Ele não nos vira costas! De uma maneira que vai além do racional, na minha opinião. 

 

Porque esse é o reverso da medalha. Onde acaba o amor à camisola e ambição e começa a negação? Ele já não é um jovem. Na idade dele muitos jogadores já penduraram as botas há muito. Como pode ele ter a certeza de que irá aguentar? Tenho medo que este espírito deixe de ser saudável. Espero que Ronaldo saiba o que está a fazer.

 

Adiante. 

 

306763864_5793749363997909_1990433595286221743_n.j

 

No mesmo dia da Convocatória, foram apresentados os novos equipamentos. Desde que dediquei um texto inteiro a equipamentos da Seleção, fiquei contratualmente obrigada a pronunciar-me sobre cada coleção nova. E é o que vou fazer.

 

Uma última palavra para o equipamento principal de 2020. Como escrevi no outro dia na página, tomei o gosto a esta camisola. Quando saiu queixei-me dos colarinhos e, de facto, não adoro o pormenor. Na prática, eles não me incomodaram quase nada. Hoje colocaria este equipamento em terceiro ou quarto lugar na minha classificação.

 

Agora sobre este conjunto… No que toca ao equipamento principal, a minha primeira impressão não foi muito favorável. Percebo a ideia: durante muito tempo tivemos equipamentos só em vermelho quando a nossa bandeira é quarenta por cento verde, mais coisa menos coisa. A equipa por detrás dos equipamentos terá querido contrariar isso – o lema desta coleção é precisamente “Veste a bandeira”. Em 2020, recuperaram os clássicos calções verdes, para este quiseram pensar fora da caixa.

 

Eu aplaudo. Na minha classificação, favoreci os equipamentos mais criativos e o principal de 2022 é definitivamente um equipamento criativo. Mas talvez tenha ficado demasiado diferente para o gosto de muitos. Pessoalmente, acho que irei aprender a gostar deste equipamento. Como todos, vou precisar de vê-lo em campo. Daqui a um par de anos darei o meu juízo final. 

 

De resto, gosto muito desta coleção em geral. O equipamento alternativo é menos arrojado mas mais popular: eles raramente erram com equipamentos brancos com pormenores verdes e vermelhos – espero que lancem um boné a condizer. Os equipamentos de treino e as camisolas de passeio são também muito giros. Aliás, gosto muito da estética geral da coleção, que adotaram para as redes sociais das seleções: as diagonais, os padrões geométricos, as letras douradas.

 

306921788_5793792813993564_6375274791032194957_n.j

 

A única exceção é a camisola de aquecimento. Fui das primeiras a reparar e adivinhei logo as reações. A sério que ninguém entre os criadores fez o mesmo?

 

Não tenho muito a dizer sobre os jogos. Há quem diga que temos de pelo menos pontuar perante a Chéquia, para depois discutirmos o Apuramento com nuestros hermanos. Para ser sincera, acho mais seguro ganharmos aos checos e fazermos figas para que os suíços roubem pontos aos espanhóis – assim, não seríamos obrigados a vencê-los na terça-feira. 

 

Não que nos possamos fiar. 

 

Aliás, nenhum destes jogos será fácil. Como disse ontem Fernando Santos, os espanhóis tiveram sérias dificuldades em casa checa – e o estádio vai estar cheio, logo à noite. E mesmo que ganhemos – e eu acho que ganhamos – se a Espanha ganhar à Suíça, teremos de vencê-los na terça-feira. Recordo que só vencemos nuestros hermanos exatamente uma vez em jogos oficiais – no Euro 2004

 

Algo que joga a nosso favor é o facto de o jogo de terça se realizar em nossa casa – numa Pedreira esgotada. Tenho a certeza que o público tudo fará para facilitar a tarefa aos nossos Marmanjos.

 

Infelizmente, estou com um problema de timing nesta jornada. Hoje vou ter um jantar e não sei se terei acesso a uma televisão. Na terça-feira só saio do trabalho às 20h30 – só conseguirei ver a segunda parte do jogo com a Espanha e talvez não toda. 

 

308841079_5816577745048404_7378985991545411901_n.j

 

Não me queixo muito pois, no Mundial, não terei esse problema. Ou melhor tê-lo-ei em menor escala. Vou tirar uma semana de férias na semana dos jogos com o Uruguai e a Coreia do Sul para poder ver pelo menos esses dois jogos sem stress e ter tempo para escrever sobre eles no blogue. Há anos que queria fazê-lo e finalmente consigo – só é pena não ter conseguido tirar mais dias. 

 

De qualquer forma, mesmo não podendo ver, não deixarei de torcer. Será uma tarefa hercúlea, mas eu acredito. E se conseguirmos, se carimbarmos o regresso à final four da Liga das Nações, eu serei uma mulher feliz.

 

Como sempre, obrigada pela vossa visita. Força Portugal!

Um estranho empate, a vitória de que precisávamos

283989561_433126985484938_5523332544242578628_n.jp

No passado dia 2 de junho, a Seleção Portuguesa de Futebol empatou a uma bola com a sua congénere espanhola. Três dias mais tarde, venceu a sua congénere suíça por quatro bolas sem resposta. Estes dois jogos contaram para a fase de grupos da terceira edição da Liga das Nações. 

 

Antes de mais nada, um pequeno pedido de desculpas por não ter publicado aqui no blogue antes destes jogos. Tenho tido umas semanas complicadas, em grande parte porque apanhei Covid e este não foi meigo comigo. Não é a primeira vez que salto uma crónica pré-jogo e não será a última. Mas não o devia ter feito desta vez. 

 

Nestas crónicas gosto de fazer uma rápida análise aos nossos adversários, o historial recente deles, o nosso histórico de confrontos com eles – para depois fazer prognósticos. Isso fez-me falta nesta jornada. Quando esta jornada começou, senti-me como se estivesse numa aula prática da faculdade sem a ter preparado.

 

Enfim, acontece. Mas vou tentar não repetir no futuro.

 

No dia do jogo com a Espanha, saí tarde do trabalho e acabei por perder os primeiros vinte e cinco minutos do jogo. Bem, mais ou menos. Ia consultando aqueles sites de atualizações de jogos quando podia até sair, depois ouvi o relato na rádio. Dava para perceber que a Espanha estava claramente por cima, ainda que Portugal fosse conseguindo defender-se dos ataques deles. 

 

Captura de ecrã 2022-06-09, às 21.36.29.png

 

Mas não por muito tempo. Na verdade, entrei em casa precisamente no momento em que Álvaro Morata marcou. Rafael Leão tentou passar para trás, João Cancelo (foi ele, não foi?) deixou a bola fugir e ir parar aos pés de Gavi. Os Marmanjos foram basicamente apanhados com as calças na mão enquanto Gavi galgava o campo. Por fim, este passou a Sarabia que assistiu para Morata.

 

Tenho de admitir, foi uma bela jogada. Os portugueses só se podiam culpar a si mesmos.

 

Agora que já tinha acesso a uma televisão, conseguia ver com os meus próprios olhos que a Espanha estava a jogar muito melhor do que nós. Os portugueses na comparação quase pareciam amadores, dependentes da inspiração dos mais criativos. Não era tanto um “fia-te na virgem e não corras”, era mais um “fia-te no Rafael Leão e deixa os espanhóis correrem”. Em teoria isto não devia ser eficaz. Na prática, com Fernando Santos tem resultado muitas vezes.

 

Infelizmente, Rafael Leão – que jogou no lugar de Cristiano Ronaldo e é um dos Marmanjos do momento – não estava nos seus dias. Ou isso, ou se calhar ainda não estava preparado para este papel – ainda tem pouca experiência na Seleção.

 

Aproveito para falar já numa das questões-chave do jogo: a ausência de Cristiano Ronaldo do onze inicial. O assunto fez correr muita tinta – mais do que devia, na minha opinião. Ronaldo tem trinta e sete anos, vai completar em breve vinte anos como jogador profissional (!). Não podemos ficar dependentes dele para sempre, temos de ir fazendo o desmame. Pessoalmente, eu não o deixava no banco neste jogo – o mais difícil da fase de grupos. Mas temos de encarar com naturalidade quando ele não joga de início. 

 

A nossa melhor fase foi no início da segunda parte, quando entrou Rúben Neves para o lugar de João Moutinho. Infelizmente o ímpeto não durou muito. Ainda assim, Ricardo Horta – estreante e outro dos Marmanjos do momento – entrou aos setenta e poucos minutos e só precisou de mais dez para empatar a partida. Pode ter sido um golo contra a corrente do jogo, mas foi uma jogada bonita: a troca de bola entre Cancelo e Gonçalo Guedes, a assistência do primeiro para o remate de Horta.

 

 

Por alturas do fim do jogo, eu mal acreditava. Como é que tínhamos conseguido não perder aquele jogo? Quase senti pena dos espanhóis, que tinham feito muito mais por merecer a vitória. Quase… porque duvido que nuestros hermanos pensassem o mesmo se fosse ao contrário – não tanto os jogadores, mais os adeptos. Eles que não nos deram pontos na Eurovisão e, pior ainda, assobiaram o nosso hino. 

 

Por isso sim, que se danem. Este pontinho é nosso. E talvez venha a ser precioso.

 

Por outro lado, tenho de ser sincera: este empate não entusiasmou ninguém. Foi um típico jogo à Fernando Santos, sobretudo neste último ano, ano e meio. Um estranho empate, como disseram nos Memes da Bola. Parafraseando um monólogo de uma personagem de Ted Lasso, o equivalente futebolístico a um quadro de quarto de hotel: cumpre a sua função, mas está longe de ser uma obra de arte, está longe de comover. 

 

É por estas e por outras que, nesta altura do campeonato, muitos de nós não conseguem estar a cem por cento com Fernando Santos – eu incluída. Foi por muitos jogos assim que o ano passado foi tão frustrante. É certo que uma coisa é termos estes estranhos empates perante adversários como a Espanha – historicamente uma das nossas maiores bestas negras. Outra coisa era quando tínhamos estes estranhos empates ou estranhas vitórias perante adversários como a República da Irlanda ou o Azerbaijão

 

E de qualquer forma, no que toca a entretenimento e obras de arte, fomos bem compensados no jogo seguinte.

 

Este decorreu no Estádio de Alvalade e eu estive lá, com a minha irmã – que não ia a um jogo da Seleção desde antes da pandemia, desde… desde a final da Liga das Nações no Porto há precisamente três anos, vejo agora. 

 

Chegámos cedo, sem grandes complicações – o facto de já não precisarmos de certificados de vacinação e afins ajuda – assistimos a parte do aquecimento. Como sempre, estava um ambiente fantástico, com lotação esgotada – nunca me farto disso. E como era o Estádio de Alvalade, a Seleção vestia um equipamento verde e vermelho e ainda tínhamos a luz do dia, lembrei-me do meu primeiro jogo.

 

 

Como já toda a gente assinalou, Portugal não entrou bem na partida. Os suíços dominaram durante os primeiros dez minutos, culminando com o golo de Seferovic, aos seis minutos. Comecei logo a fazer contas à vida, naturalmente – ao mesmo tempo, estranhei que o marcador não se alterasse nos ecrãs gigantes. Acabou por aparecer a indicação de consulta do VAR por mão na bola. Pouco depois obtivemos confirmação e o golo foi anulado. Suspiro coletivo de alívio, festejos nas bancadas.

 

– Que sirva de lição – disse eu, na altura. Estava apenas falando para o ar, claro, parecido com os meus gritos ocasionais de “Vai! Vai! Vai!”, “Corre!”, “Chuta!”. Mas a verdade é que os jogadores pensaram o mesmo – vários admitiram-no mais tarde. O golo anulado foi uma “wake up call”. Depois dele, Portugal tomou conta do jogo. 

 

Começando logo aos quinze minutos, na nossa primeira ocasião. Cristiano Ronaldo cobrou o livre direto, o guarda-redes Gregor Kobel defendeu para a frente, William Carvalho marcou na recarga. Adoro ver os festejos deste golo – se me permitem a nota menos futebolística, William tem um sorriso lindo.

 

Isto na verdade foi apenas o começo para William. Ele fez um jogo espetacular, catalisando vários lances de ataque. Não foi o único. Adiantando-me um pouco, Portugal num todo jogou bem. Jogou “bonito”, como Fernando Santos insiste em dizer. O talento que todos reconhecem nos nossos Marmanjos estava finalmente a vir ao de cima. Otávio estava em todo o lado – neste jogo reparei que ele é baixinho mas corre muito. Nuno Mendes teve vários rasgos de inspiração. Diogo Jota não esteve nas suas melhores noites – aparentemente ele só consegue marcar de cabeça – mas sempre contribuiu para os dois golos de Cristiano Ronaldo. João Cancelo foi pura e simplesmente imperial. Rúben Neves também esteve bem, à semelhança de Bruno Fernandes, que também esteve nos golos de Ronaldo. Eu podia continuar…

 

Mas regressemos à primeira parte do jogo. Os últimos quinze minutos foram absolutamente avassaladores da nossa parte, com dois golos e uns quantos desperdícios. Ambos os golos foram assinados por Ronaldo. 

 

A jogada do primeiro começou em Rúben Neves, Otávio desviou de cabeça, Bruno Fernandes passou para Diogo Jota. Pensava-se que este iria rematar – em vez disso, este desarmou dois suíços e assistiu para o remate certeiro de Ronaldo. 

 

No segundo golo, Bruno Fernandes fez uma cueca a um dos suíços (que boss…), a bola chegou a Nuno Mendes que assistiu para Diogo Jota. Este aparentemente não estava à espera e tentou um remate atrapalhado. Kobel defendeu de novo para a frente (a sério? Um remate tão fraquinho e ele defende para a frente? Acho que até eu teria conseguido agarrar esta bola!) e desta vez foi Ronaldo a aproveitar. 

 

 

Não sei como é com vocês, mas eu nunca me cansarei de ouvir multidões gritando “SIIII!!!!” em coro com Cristiano, cantando o nome dele. As imagens de uma D. Dolores em lágrimas no rescaldo dos dois golos correram mundo. Por um lado é caricato: o filho é recordista em golos de seleções (e em vários outros tipos de golos). A senhora chora de todas as vezes que Ronaldo marca?

 

Por outro lado, são imagens bonitas, ninguém o nega. E compreende-se. Era uma ocasião especial, os gémeos de Ronaldo faziam cinco anos – o pai marcou um golo para casa. Além disso, há que recordar, a família tem passado por tempos difíceis.

 

Já que falo nisso, queria destacar outro momento. Conforme referimos antes, tivemos vários desperdícios nos últimos quinze minutos da primeira parte. Um deles foi de Ronaldo, um lance de caras. O Capitão teve uma reação um pouco mais desalentada do que eu esperava. Logo a seguir, nas bancadas, aplaudimos e cantámos o nome dele, em jeito de consolo.

 

A minha irmã já tinha comentado que nós tratamo-lo bem, que o mimamos. Ninguém nega que ele o merece, sobretudo neste momento. Não só por tudo o que tem feito por nós, mas também depois da perda que ele e a família sofreram há pouco tempo.

 

O futebol é isto. A Seleção é isto.

 

283600240_433121498818820_5194620304423600965_n.jp

 

Chegámos, assim, ao intervalo com uma vantagem de três golos. Eu queria ainda mais na segunda parte – até porque a baliza da Suíça ia ficar do nosso lado. Na prática, sabia que seria difícil mantermos o ímpeto, com todas as condicionantes à forma física dos jogadores. Eu, aliás, estava à espera que Ronaldo saísse ao intervalo ou por volta do momento sessenta. Isso não aconteceu, ele jogou até ao fim – uma vez mais eu teria feito diferente, mas pronto.

 

Ainda assim, a segunda parte não foi má. Ronaldo chegou a enfiar a bola na baliza aos cinco minutos, mas o golo foi anulado por fora de jogo. Pena. Ficou por repetir o hat-trick de há exatamente três anos antes. E não pude festejar um golo de Ronaldo do meu lado do campo.

 

O momento de brilho ocorreu perto dos setenta minutos, numa jogada de João Cancelo e Bernardo Silva (que acabara de render Bruno Fernandes). Cancelo abriu caminho pela direita sem dificuldades. O passe de Bernardo escapou a três suíços, Cancelo fintou o guarda-redes com imensa classe e rematou certeiro para as redes.

 

Tal como já me tinha acontecido no jogo com a Sérvia, o telemóvel voou-me do bolso durante os festejos (o casaco que uso com a camisola da Seleção tem os bolsos muito grandes, eu esqueço-me sempre…). Desta feita, dois senhores (pai e filho?) que estavam no banco da frente apanharam-no e viraram-se para trás. Eu estava ainda de olhos nos jogadores a festejar, sorrindo como uma tola. Demorei vários segundos a perceber que o telemóvel que tinham na mão era o meu. 

 

Enfim…

 

Não aconteceu mais nada de assinalável durante o resto dp jogo, ainda que nós nas bancadas fôssemos gritando “Só mais um! Só mais um!”. Tirando o momento em que João Palhinha se ia virando a Embolo. Noutras circunstâncias eu diria que ele não devia perder a cabeça por “dá cá aquela Palhinha” (não, não peço desculpa) mas, em defesa dele… aquilo foi uma falta demasiado dura e completamente desnecessária, talvez merecesse mesmo o cartão vermelho. 

 

Por outro lado, quando revi o lance na televisão, deu para ver e ouvir claramente Fernando Santos gritando a Palhinha para ter calma. 

 

Em todo o caso, a Suíça nunca chegou a ameaçar verdadeiramente. A vitória manteve-se. 

 

Arrisco-me a dizer que este foi o nosso melhor jogo nos últimos tempos. Talvez mesmo desde 2020. É certo que houve demérito da Suíça – acho que vi nalgum lado que eles andam com problemas internos – mas isso não é culpa nossa. Eles tinham a obrigação de fazer melhor, depois dos bons resultados que tiveram no último ano. E eu não me esqueço que eles se bateram taco a taco connosco na Qualificação para o Mundial 2018.

 

Por nosso lado, como referi antes, finalmente vimos Portugal a jogar bem, aproveitando o talento dos seus jogadores. É assim que nós gostamos! Depois de demasiadas pinturas de quarto de hotel, finalmente fizemos uma obra de arte. Era a vitória de que precisávamos há muito tempo, algo que nos desse argumentos contra os críticos da Seleção – incluindo aquele que vive dentro da minha cabeça. 

 

Além de que eu não podia ter pedido mais de um jogo a que assisti ao vivo. Foi uma das minhas noites mais felizes dos últimos tempos. 

 

286483963_433082882156015_7184190997704284828_n.jp

 

A questão agora é saber se conseguimos repetir a proeza. Começando já hoje, com o jogo com a Chéquia. Vai ser difícil: os checos têm um estilo de jogo diferente da Suíça, empataram com a Espanha e igualam-nos em pontos. Não podemos esperar facilidades.

 

Eu naturalmente quero mais daquilo que tivemos no domingo, mas sei que será difícil. Para além de ser um adversário mais complicado, estamos em fim de época, são quatro jogos em onze dias, Fernando Santos tem de rodar a equipa, como tem sido amplamente comentado. Com todas as atenuantes, só peço a vitória. O fator artístico será secundário. Pelo menos no que toca aos próximos dois jogos.

 

Que ganhemos então. Hoje faz três anos desde que vencemos a Liga das Nações. Eu quero regressar a uma final four e, se possível, repetir esse feito. 

 

Como sempre, obrigada pela vossa visita. Espreitem a página de Facebook daqui do blogue. E tendo em conta que há jogo logo à noite… força Portugal!

Antes da nossa estreia no Euro 2020

01.png

No passado dia 4 de junho, a Seleção Portuguesa de Futebol empatou sem golos com a sua congénere espanhola. Mais tarde, no dia 9, venceu a sua congénere israelita por quatro bolas sem resposta. Ambos os jogos foram de carácter particular. Agora, estamos em contagem decrescente para a nossa estreia no Euro 2020, perante a Hungria, em Budapeste. 

 

Antes de começarmos, não posso deixar de falar sobre o que aconteceu no jogo entre a Dinamarca e a Finlândia. Eu, como muita gente, apanhei um susto, apesar de não saber nada sobre Christian Eriksen – e à semelhança de muitos amantes portugueses de futebol, tive recordações horríveis do que aconteceu com Miklos Feher em 2004. 

 

Felizmente, evitou-se a tragédia e o mundo do futebol respirou de alívio. Já muitas pessoas elogiaram os intervenientes (os colegas de equipa, os adversários, os médicos, os adeptos gritando por Eriksen no estádio). Eu assino por baixo de todas. É muito triste que isto tenha acontecido no Europeu que já tinha sido adiado por motivos de saúde, num dos poucos jogos com público esta época. Mas o mais importante é que Christian sobreviveu. A história teve um final feliz.

 

Passemos à frente.

 

Este é apenas o meu segundo texto aqui no blogue desde que entrámos em modo Europeu. Eu tinha avisado que seria assim, mas ainda é estranho. Nestes últimos dias às vezes penso em Europeus e Mundiais anteriores. Escrevia muito mais aqui, andava mesmo mais entusiasmada do que me sinto hoje.

 

A verdade é que estou mais velha e menos disponível para andar sempre a pensar na Seleção. Além disso, já são treze anos de blogue, muitos jogos, muitos campeonatos, parte da novidade perdeu-se – pelo menos no que toca aos estágios de preparação.  Os jogadores dão quase sempre as mesmas respostas politicamente corretas nos contactos com os jornalistas e os jogos particulares têm pouco valor preditivo do que acontece quando é a doer – mais sobre isso já a seguir.

 

 

Também não tenho muito a dizer sobre as campanhas publicitárias: não são más, mas nenhuma é absolutamente extraordinária. Gosto do facto de a do Continente não se limitar à Seleção A e estou a fazer a coleção de cromos deles. A da Galp também está gira – eles nunca desiludem. 

 

Quanto à música de apoio, Vamos Com Tudo… aprecio a intenção e não desgosto. No entanto, como cheguei a explicar na página de Facebook (a publicação já lá não está porque houve cometi a asneira de reativar a versão antiga das páginas e perdi os últimos três meses de publicações, mais coisa menos coisa. Ao menos ainda tenho este tweet), nesta fase a FPF tem de tirar a cabeça da areia e fazer d’A Minha Casinha a música oficial da Seleção. 

 

Falemos então dos particulares, começando pelo primeiro. O jogo com a Espanha não foi brilhante da parte de Portugal. Vejam-se as estatísticas ao intervalo: setenta por cento de posse de bola para nuestros hermanos. Ainda assim, como disse Fernando Santos mais tarde, os espanhóis não fizeram nada de transcendente. Rui Patrício teve poucas ocasiões para brilhar, ao contrário do que tinha acontecido no jogo anterior com a Espanha, em outubro do ano passado.

 

Por outro lado, foi bom ver Pepe de novo a jogar pela Seleção, passados estes meses todos. Já tinha saudades dele. Ao mesmo tempo, José Fonte esteve bem, tirando uma falha ou outra. Chegou mesmo a enfiar a bola na baliza aos vinte e dois minutos – o único em todo o jogo a conseguir fazê-lo. O problema foi ter-se empoleirado em Pau Torres para chegar à bola – árbitro nenhum deixaria passar.

 

Pena Fonte não ter conseguido marcar de maneira legal. Teria piada: outro golo contra a corrente do jogo, cerca de 24 horas depois das meias-finais dos sub-21. 

 

1024.jpeg

 

Já que falamos de centrais, adiantemo-nos um bocadinho e falemos de Danilo. Fernando Santos colocou-o a central na segunda parte e acho que todos concordam que ele se saiu bem. Podemos não concordar com esta opção de Fernando Santos, mas ao menos a qualidade de Danilo não será um problema. 

 

Quem gostei muito de ver neste jogo (e não fui a única) foi Renato Sanches. Tirando umas faltas parvas que ele cometeu na primeira parte, terá sido um dos melhores portugueses em campo – com umas arrancadas fazendo lembrar o Euro 2016. Num dos contactos com os jornalistas, Renato disse que se sente melhor jogador hoje do que há cinco anos. Preciso de vê-lo mais vezes em campo para confirmá-lo, mas parece-me que está pelo menos ao mesmo nível.

 

Não há muito mais a dizer sobre este jogo. Como disse antes, Portugal não começou bem, mas foi crescendo ao longo dos primeiros quarenta e cinco minutos. A segunda parte foi mais aberta, mais individualista – os lançados Pedro Gonçalves e Nuno Mendes deram uns ares de sua graça – mas mesmo assim nada por aí além. Apesar da ligeira superioridade espanhola, o empate acabou por ser um resultado justo. 

 

Muitos de nós estavam à espera de um bocadinho mais, eu incluída, mas um empate com uma das nossas maiores bestas negras – só lhes ganhámos uma vez em jogos oficiais e, mesmo em jogos particulares, a última vitória foi há mais de dez anos – nunca é um mau resultado. 

 

Além disso, da minha experiência, os primeiros particulares da preparação para um Europeu ou Mundial nunca são brilhantes e nunca ficam na História. Por exemplo, quantos de nós se lembram que antes do Mundial 2018, há três anos, empatámos com a Tunísia? Eu não me lembrava! 

 

Nessa linha, os últimos particulares não são necessariamente mais memoráveis mas, nos últimos anos, a tradição tem sido escolher um adversário mais acessível para garantir uma vitória fácil, mesmo generosa. Para dar moral e quebrar alguns enguiços (não é, Cristiano?). Antes do jogo, não incluía Israel nesse grupo, estava até à espera de um jogo um pouco mais difícil, mas é provável que tenha sido essa a intenção. 

 

naom_60c13dfc067b6.jpeg

 

Suponho que ainda estava com os nossos jogos de 2013 na mente. Esqueci-me que, hoje, Portugal é melhor equipa. 

 

Os portugueses entraram bem no jogo, com uma oportunidade logo aos dois minutos – eu ainda mal me aperceber que o jogo tinha começado. Como disse Fernando Santos, “podíamos ter feito dois ou três golos nos primeiros vinte e cinco minutos”. O problema era a finalização – Diogo Jota, por exemplo, não estava inspirado.

 

Por estes dias, tem havido quem fale em alinhar André Silva ao lado de Cristiano Ronaldo: o segundo melhor marcador do campeonato alemão ao lado do melhor marcador do campeonato italiano. Compreendo que critiquem Fernando Santos por, ao que parece, não investir nessa opção. Até concordo em parte – afinal de contas, essa dupla deu bons resultados entre 2016 e 2018, mais coisa menos coisa.

 

Dito isto, também compreendo que Fernando Santos não queira ir por aí, para já. André Silva teve um par de épocas menos conseguidas e acabou por perder lugar na Seleção – nas poucas oportunidades de que tem disposto, ainda não deu motivos ao Selecionador para apostar nele. Ao mesmo tempo, Diogo Jota tem sido uma peça importante na Turma das Quinas após o hiato da pandemia – e toda a gente sabe o que se diz sobre equipas que ganham. 

 

É daquelas coisas que, em teoria, são boa ideia mas que é difícil passar à prática. Infelizmente não estou a ver André Silva como opção de primeira linha neste Europeu. Mas poderá vir a ser um trunfo secreto numa situação de aperto. 

 

Regressando ao jogo com Israel, foram precisos quarenta e dois minutos para se chegar ao golo. Bom entendimento à direita entre Bernardo Silva e João Cancelo, este último assistiu para Bruno Fernandes que não falhou. 

 

 

Este jogo estava fadado para ter golos aos pares, perto do final de cada uma das partes. O segundo golo veio poucos minutos depois do primeiro. Bruno Fernandes também esteve neste – assistiu para Ronaldo, que beneficiou de um frango do guarda-redes Marciano. 

 

Na segunda parte, Fernando Santos mudou a estratégia e, como acontece em muitos particulares deste género, a qualidade decaiu. Chegou a ser secante nalguns momentos. Mas felizmente tivemos direito a um segundo par de golos, ao cair do pano.

 

Aquele remate de João Cancelo, encontrando um corredor para a baliza no meio de uma grande área cheia, para começar. E depois o tiro de Bruno Fernandes (após assistência de Gonçalo Guedes), à entrada da área, mesmo no canto superior esquerdo da baliza. Ninguém podia defender aquela.

 

Para mim estes foram os melhores em campo: Cancelo e Bruno Fernandes. Quem diria que finalistas europeus de clubes fariam a diferença, não é? 

 

Pena é Cancelo ter testado positivo para o Coronavírus e ir falhar o Europeu. Logo agora que ele se revelava tão promissor, ele que podia combinar-se com Bernardo Silva! 

 

Ao menos sempre é uma oportunidade para o Diogo Dalot.

 

 

Regressando ao particular com Israel, este foi um bom jogo. É claro que temos de dar um desconto por ser uma equipa como Israel, no entanto. Quem nos dera que as coisas fossem assim tão fáceis no Euro.

 

...e daí talvez não. Como toda a gente sabe, é quando as coisas são demasiado difíceis que Portugal se atrapalha.

 

De qualquer forma, os particulares são águas passadas, o Europeu já começou. Citando Rui Reininho, “agora é a doer”. E vai doer, não se iludam. 

 

Ainda não tive oportunidade de falar sobre a Hungria como adversário. São a seleção mais fraca do grupo F, ninguém discorda, mas eu não os descreveria como sardinhas, como fiz antes. Mal por mal, vão em onze jogos sem perder e, na última fase de grupos da Liga das Nações, subiram à divisão A.

 

Isto para não falar do caricato jogo da fase de grupos de 2016. Por outro lado, recordar que os húngaros vão jogar em casa, com um estádio cheio e tudo. Da última vez que visitámos a Hungria vencemos… mas houve sangue.

 

Por fim, recordo que Portugal tem a mania infeliz de não ganhar o primeiro jogo de um Europeu ou Mundial. A última vez que o conseguiu foi em 2008, ainda este blogue era um bebé. Mas desta feita não vai dar – não podemos dar-nos a esse luxo.

 

02.png

 

Em suma, não esperem facilidades. Nem perante a Hungria, nem perante a Alemanha ou a França, nem perante qualquer adversário que se cruze connosco, caso passemos a fase de grupos. Estive a ver este vídeo de uma previsão do Europeu e olhemos para as possíveis seleções no nosso caminho: ele é Espanha, ele é Croácia, ele é Inglaterra, ele é Bélgica, ele é uma Itália que teve uma boa estreia neste Europeu… 

 

Eu não sei se vou aguentar, minha gente. 

 

Dito isto, na minha opinião, pelo menos no que toca a individualidades, esta é a melhor seleção que temos em anos – desde o Euro 2004 e o Mundial 2006, arrisco-me a dizer. Como referi antes, temos três finalistas europeus de clubes (tínhamos quatro, mas o FDP do Covid…), temos muitos jogadores que foram campeões nos respectivos campeonatos, temos o Melhor do Mundo. Se há Equipa de Todos Nós à altura deste desafio... é esta. 

 

É claro que o talento por si só não basta. É preciso saber usá-lo – e há muita gente que não perdoará a Fernando Santos, se ele não for capaz de canalizar esta qualidade toda para um bom desempenho neste Europeu.

 

Pois bem, eu acredito. Vai ser difícil, cada jogo vai ser um sofrimento atroz. Racionalmente, não ponho as mãos no fogo. Mas acredito dos jogadores e equipa técnica, acredito na sua determinação e entrega, na sua capacidade de superação. Afinal de contas, Portugal costuma dar-se bem em circunstâncias como estas. É certo que, até agora, só a Espanha foi capaz de revalidar um título europeu, mas nunca se sabe… 

 

O melhor é ir encarando um jogo de cada vez. Para já é importante começarmos com uma vitória perante a Hungria, o que nos facilitará bastante a vida no chamado Grupo da Morte, ou Grupo da Vida, ou Grupo da Glória (é bom que Portugal ultrapasse as suas manias de não ganhar o primeiro jogo, de se boicotar a si mesmo). Depois logo se vê.

 

naom_60c13e012d1cf.jpeg

 

O jogo é terça-feira às cinco da tarde, que é a hora a que saio do trabalho. Estive a pensar em hipóteses diferentes, mas em princípio venho ver o jogo para casa, mesmo que tenha de acompanhar a primeira parte na rádio, no caminho. Por um lado, quero ver se não perco muita coisa por não ter acesso à televisão. Por outro, até será simpático se marcarem um golo durante o meu regresso a casa – para além das vantagens de marcar um golo cedo, dava para eu cumprir um desejo antigo de festejar com buzinadelas. 

 

Em relação a este blogue, ainda não sei quando tornarei a publicar de novo, mas em princípio vou tentar escrever uma crónica sobre os dois primeiros jogos. Em último caso, escrevo um texto sobre os três jogos da fase de grupos. De qualquer forma, como habitual, vou deixando as minhas impressões na página de Facebook deste blogue. 

 

Terça-feira saltamos para a toca de coelho. Vemo-nos no outro lado. 

 

Portugal 0 Espanha 0 – Rui Patrício de um lado, trave do outro

_IO_1039.jpg

Na passada quarta-feira, 7 de outubro, a Seleção Portuguesa de Futebol empatou sem golos com a sua congénere espanhola, no Estádio de Alvalade, em jogo de carácter particular.

 

Este jogo ficou marcado pelo regresso do público a um estádio de futebol, em Portugal Continental – pela primeira vez após o início da pandemia. Não foram colocados bilhetes à venda, apenas convites. Na quinta-feira descobri que eu fora uma das felizes contempladas, por estar inscrita no Portugal +. O convite duplo fora-me enviado na manhã do dia do jogo – mas eu só vi o e-mail mais de vinte e quatro horas depois. 

 

Em minha defesa, eles podiam ter enviado o convite mais cedo – uns dias antes ou, no mínimo, de véspera. Eu por acaso estava livre nesse fim de tarde, podia ter ido ao jogo – mas não teria companhia. 

 

Bem, pode ser que volte a receber convites para o jogo com a Suécia. Agora sei que tenho de estar atenta ao e-mail.

 

De qualquer forma, foi bom ver um jogo de futebol com público, ainda que reduzido. Eram apenas duas mil e quinhentas pessoas, cinco por cento da capacidade do Estádio de Alvalade, mas eram audíveis. Ouviam-se os aplausos, as exclamações, os assobios. Viam-se mãos nas cabeças nas repetições dos remates falhados. Os Marmanjos não estavam sozinhos.

 

03.png

 

O futebol não é o mesmo sem isto.

 

Portugal não entrou nada bem no jogo. Não prestei muita atenção à primeira meia hora, pois estava a fazer o jantar, mas até eu reparei que nuestros hermanos encostaram-nos às cordas. Como dá para ver neste vídeo, os espanhóis fizeram sete remates antes dos vinte minutos de jogo, quatro deles nos primeiros dez minutos da partida. Nós mal conseguíamos sair do nosso meio-campo – o guarda-redes espanhol, Kepa, devia ter aproveitado para fazer uma siesta.

 

Este domínio só não se traduziu em golos graças a uma boa intervenção de Raphael Guerreiro, intercetando uma possível assistência de Sergio Canales para Gerard Moreno. Mas sobretudo graças a Rui Patrício. 

 

Já tinha saudades de vê-lo a este nível: imperial perante equipas grandes, um dos melhores guarda-redes da Europa, se não for do Mundo. Não me lembro da última vez que ele teve uma exibição assim. Mas sabem como é que é, quando o guarda-redes se destaca demasiado…

 

Fernando Santos sabia. Os seus gritos eram bem audíveis. E a transmissão televisiva chegou a mostrá-lo no banco, com a mão na testa.

 

Quem nunca?

 

121152158_10158501275194597_8314737804068332302_o.

 

Felizmente, a partir dos vinte e cinco minutos, Portugal começou a entrar mais nos eixos, a criar oportunidades de perigo. Trincão, por exemplo, assistiu para Raphael Guerreiro aos quarenta e três minutos. Este, no entanto, desperdiçou, chutando para as nuvens. 

 

Em defesa dele, Raphael chutou com o seu pior pé, o direito. Era o que estava mais à mão. Se tivesse podido usar o pé esquerdo, o resultado podia ter sido outro.

 

Ainda houve tempo para Cristiano Ronaldo cabecear ao lado. Portugal terminou a primeira parte em crescendo – crescendo esse que se manteve na segunda parte, depois de Fernando Santos ter trocado João Moutinho, Pepe e André Silva (nem me lembro de ver este último em campo) por William Carvalho, Ruben Dias e Bernardo Silva. 

 

Tivemos um par de lances caricatos, em que a bola bateu na trave e caiu exatamente da mesma forma: em cima da linha de baliza, sem a cruzar. O primeiro foi aos cinquenta e dois minutos: William assistiu, de uma distância considerável, para Ronaldo disparar. Quinze minutos depois, foi Ronaldo quem assistiu, em grande estilo, um belo passe curvo (fez-me lembrar a assistência de Nani para o segundo golo de Ronaldo frente à Holanda, no Euro 2012). Renato Sanches enviou o míssil que atingiu a barra. Como diziam no Facebook das Seleções de Portugal, a trave ainda deve estar a tremer. 

 

 

Eu neste momento só me ria e comentava “Só podem estar a gozar…”. Isto era a maldição dos postes a outro nível. E nem sequer era a primeira vez que a trave ficava do lado de nuestros hermanos, impedindo mais golos que o guarda-redes espanhol. A minha mãe dizia que a baliza tinha um escudo invisível – não vi provas em contrário!

 

Os espanhóis tiveram mais uma oportunidade ou outra, na segunda parte – uma delas obrigou Rui Patrício a mais um momento imperial, defendendo com o joelho. Se a memória não me falha, imediatamente a seguir o recém-lançado João Félix, que substituiu Ronaldo, foi colocar a braçadeira de Capitão no braço de Patrício. Achei apropriado – teria sido melhor se fosse uma coroa. 

 

Ainda assim, se não me engano, foi Portugal quem teve mais oportunidades em toda a segunda parte – pena nenhuma delas se ter concretizado. Perto do fim do jogo, Félix assistiu para Trincão, mas Kepa meteu-se à frente. Mesmo no sopro final da partida, na sequência de um canto, a bola chegou a Félix, mesmo junto à linha da baliza. O jovem podia ter encostado para golo e conseguido a vitória, mas a bola passou-lhe entre as pernas. 

 

O jogo terminou assim, com o marcador teimosamente fechado. O que é chato para o público. Eu teria ficado desiludida por não ter podido gritar “GOLO!” – já aconteceu antes. Mas o que se podia fazer? Na nossa baliza estava Rui Patrício, na baliza dos espanhóis estava um escudo invisível. Estava a trave.

 

Tirando isso, não tendo sido um jogo especialmente memorável, não foi mau para um particular. Teve os seus momentos. O empate foi um resultado justo tendo em conta o que ambas as equipas fizeram. Portugal podia ter feito mais: podia não ter entrado com vinte e cinco minutos de atraso, podia não ter tido pontaria a mais. Mas se é para entrar mal num jogo, se é para ter azar, que o faça quando é a feijões, em vez que fazê-lo quando é a doer. 

 

_IO_0616.jpg

 

Como hoje, frente à França. 

 

França essa que, no mesmo dia do nosso jogo com a Espanha, venceu a Ucrânia, também num jogo particular, por nada menos que sete bolas contra uma. Contra a Ucrânia! Não é propriamente um tubarão, mas sempre está na primeira divisão da Liga das Nações – e venceu-nos no ano passado.

 

Creio que, neste momento, a França é a seleção mais perigosa, mais letal, do momento. Mesmo a Alemanha não parece estar ao nível de há uns anos – empataram com a Turquia num jogo particular (o que também vale o que vale). Não vai ser nada fácil. É bom que Rui Patrício esteja preparado para ser imperial outra vez – palpita-me que vamos precisar.

 

É engraçada a forma como as circunstâncias são tão parecidas com o 10 de julho. O estádio é o mesmo, a hora é a mesma, é também um domingo. Vamos voltar a um sítio onde já fomos felizes. Fernando Santos podia ter Convocado o Éder só para ele estar lá no banco, só para gozar com os franceses. 

 

121266643_3702705699768963_5151191470010913677_o.j

 

Dito isto… isto não é uma final. É apenas um jogo da fase de grupos. Nem sequer é particularmente decisivo – quem ganhar passa para o topo da tabela, mas tem de manter-se lá durante mais três jogos. Um empate não seria um mau resultado mas, como referi antes, todos queremos ganhar. 

 

Vou preparar-me para um jogo de sofrimento – aconselho-vos a fazerem o mesmo. Estou contente por ter conseguido publicar este texto antes do jogo com a França. O próximo cobrirá, então, a partida de hoje e da de quarta-feira, com a Suécia. 

 

Como o costume, obrigada por estarem desse lado. Acompanhem o resto desta jornada tripla comigo, quer aqui no blogue quer na sua página no Facebook