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O Meu Clube É a Seleção!

Mulher de muitas paixões, a Seleção Nacional é uma delas.

Ninguém está surpreendido

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No passado dia 5 de julho, a Seleção Portuguesa de Futebol caiu nos quartos-de-final do Euro 2024 perante a sua congénere francesa após desempate por grandes penalidades. Terminou, assim, a participação de Portugal na prova.

 

Ninguém está surpreendido, penso eu. 

 

Comecemos pelo princípio, como é habitual. Uma vez mais, ainda estava a trabalhar quando o jogo começou, mas não houve ninguém para atender depois das oito. Uma das minhas colegas chegou a comentar que deviam haver jogos da Seleção deste calibre todos os dias – assim teríamos tempo para completarmos outras tarefas que não atender. Consegui mesmo ir espreitando a transmissão do jogo online no meu telemóvel enquanto fazia essas tarefas. Deu para ver, por exemplo, duas belas defesas de Diogo Costa com poucos minutos de intervalo.

 

Na segunda parte, já estava no restaurante onde tínhamos reserva para ver o jogo. Tal como antes, estava com algum receio de pessoas mais desordeiras, mas não foi o caso. Uma vez mais, foi agradável, foi divertido. É uma das coisas de que mais tenho saudades da nossa participação no Europeu.

 

Como muitos têm assinalado, esta foi a melhor exibição de Portugal neste Europeu, sobretudo a partir da segunda parte. Como se previa, Portugal deu-se melhor com uma equipa menos fechada que a Eslovénia ou a Chéquia – e ainda assim foi um jogo muito cuidadoso de ambas as partes.

 

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Nós queixamo-nos de Portugal, mas parece que hoje em dia várias seleções jogam assim, sem querer arriscar. Nós, a França, a Inglaterra… Talvez sejam cautelas a mais, mas pergunto-me se esse não será o estilo possível nesta altura do campeonato, quando os jogadores têm tantos jogos nas pernas. Penso que terá sido por isso que Bruno Fernandes e Bernardo Silva estiveram uns furos abaixo neste Europeu, como tanta gente comentou. 

 

A Espanha mereceu ganhar porque foi das poucas, se não a única, a contrariar esta tendência. Aliás, em muitos aspetos a Espanha foi o oposto de Portugal neste Europeu: uma equipa com menos nomes sonantes mas fresca, atrevida, que dá gosto ver jogar.

 

Mas estou a desviar-me. 

 

Gostei muito de ver Nuno Mendes neste jogo, bem como Vitinha. Ri-me demasiado com o momento em que este devolveu o cartão amarelo, depois de este ter caído do bolso do árbitro. Pepe, por seu lado, tornou a fazer um jogo fenomenal, é uma coisa parva. Anulando adversários que, em termos futebolísticos, têm idade para serem filhos dele – destaque para este momento. Adiantando-me um pouco, também eu fiquei de coração partido com as lágrimas dele no final do jogo e com o abraço que trocou com Joaquim Sousa Martins, na flash-interview. 

 

Aqui entre nós, espero que não tenha sido a última vez que tivemos Pepe na Seleção. Sim, ele tem quarenta e um anos, mas foi capaz de nos salvar o couro inúmeras vezes, acho que ainda tem muito para dar. É tudo muito incerto no entanto – ele está sem clube. A ver o que acontece.

 

 

Regressando ao jogo, ma exibição agradável e tal, Portugal por cima mas sem. Conseguir. Marcar. Golos. Um desespero. Já não é a primeira vez que o digo aqui no blogue: eu adoro gritar “GOLO!” e, naquele dia, no restaurante, estava mortinha por fazê-lo. Queria tanto festejar, queria tanto dar um passo em direção às meias-finais. E estivemos tão perto, tantas vezes neste jogo!

 

Devíamos ter feito mais, minha gente! Devíamos ter ganho. Esta França estava ao nosso alcance. Podíamos perfeitamente ter vencido de tivéssemos jogado um bocadinho melhor. Viemos para este Europeu com ambições de ganhá-lo, mas como é que uma seleção pode apontar tão alto se me fica seis horas sem marcar golos?!?

 

Lá fomos outra vez aos penáltis e desta feita a sorte foi menos meiga para connosco. Não vou censurar demasiado João Félix. Foi azar. Claro que já toda a gente lhe caiu em cima, até porque é o João Félix: um jogador com muita bagagem com a opinião pública, tanto em Portugal como em Espanha – e ele não deixa de ter culpas nessa bagagem. Mas ele não foi o único Marmanjo a cometer erros ou a falhar neste Europeu. Foi apenas o único cujo falhanço teve consequências que não puderam ser corrigidas. E, como dei a entender, Portugal devia ter matado o jogo quando tivera oportunidade para isso.

 

Está na altura de falarmos do elefante branco na sala. Ronaldo esteve em campo durante a quase totalidade da participação de Portugal no Europeu, mas o que é que ele fez? Aquela assistência para o golo de Bruno Fernandes, o primeiro penálti em ambos os desempates, mais nada. 

 

Nem me vou alongar porque só repetiria argumentos que já usei cá no blogue há um ano e meio, dois anos. Não tivemos nenhum drama clubístico como durante o Mundial 2022, mas, uma vez mais, tivemos todas as desvantagens e praticamente nenhuma vantagem. Eu às vezes esquecia-me que ele estava em campo perante a França! Ronaldo tem toda a Equipa das Quinas – jogadores, treinador, a própria Federação – refém das suas ambições pessoas e caprichos; está a roubar o lugar a jogadores mais jovens, em melhor forma, que talvez conseguissem melhores resultados do que ele. Não há alma que o faça ver a realidade, que lhe diga “Não!“. 

 

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Não lamento que Ronaldo tenha regressado após o Mundial 2022, até porque ele saiu-se bem na Qualificação. Mas uma coisa são equipas de nível médio-baixo numa época em decurso. Outra coisa é um Europeu no final de uma época longa.

 

E, claro, Ronaldo não vai ficar mais novo. 

 

Muitos acreditam que ainda há maneira de manter Ronaldo na Seleção, desde que não o ponham sempre a titular. Aqui entre nós, neste momento não sei quero sequer isso. Estou farta. Acho melhor cortar de uma vez com Ronaldo para podermos todos seguir com as nossas vidas. 

 

Neste momento, isto é. É possível que mude de ideias no futuro. Aliás, não queiram estar por perto quando Ronaldo deixar de virem à Seleção e me cair a ficha. Não vai ser bonito. 

 

E com tudo isto, é mais uma oportunidade que foi pelo cano abaixo para esta geração. Começo agora a compreender os avisos que nos fizeram quando Martínez foi contratado. E o problema é que o técnico já teve muito tempo para se humanizar aos nossos olhos, para simpatizarmos com ele. Não é fácil. 

 

Claro que não se pode confundir o carácter de uma pessoa com a sua competência profissional, mas isso daria azo a um texto por si só.

 

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Para já, estou disposta a dar mais uma oportunidade a Martínez. Mal por mal, apesar de a Seleção nunca ter entusiasmado neste Europeu, a participação terminou de maneira mais ou menos aceitável: perante a França, apenas nos penáltis, após uma exibição médio-boa. 

 

Mas, aqui entre nós, se quisessem correr com Martínez neste momento, eu aceitaria.

 

Sabem no que tenho andado a pensar muito nos últimos dias? No Euro 2012. Já lá vão doze anos, não garanto que a minha memória seja cem por cento fiável. Mas aquela equipa não tinha metade da cotação que a atual tem. Tínhamos Cristiano Ronaldo e Pepe, claro, tínhamos Fábio Coentrão no Real Madrid, Nani no Manchester United, Raúl Meireles no campeão europeu Chelsea e pouco mais. 

 

E no entanto aquele grupo teve uma participação bem respeitável nesse Euro. Perdeu com a Alemanha no primeiro jogo, sim, mas foi a nossa melhor prestação perante os alemães desde o Euro 2000. Teve uma vitória inconsistente mas emocionante perante a Dinamarca. Fez um excelente jogo perante a Holanda. O jogo com a Chéquia foi OK, penso eu – só me recordo do golo do Ronaldo. Nas meias-finais perdeu nos penáltis perante a Espanha, que também se sagrou campeã nesse Europeu – fomos a única seleção capaz de neutralizá-los. 

 

Não se fala o suficiente sobre o Euro 2012, não se dá o devido mérito a Paulo Bento e a essa Seleção. E no entanto foi um desempenho melhor que o deste ano, o de 2021 – e mais ou menos equiparável ao de 2016, dependendo do critério. Nunca pensei vir a ter saudades dessa Seleção, pelo menos não nesta altura. 

 

A Federação e Martínez têm muito sobre que refletir neste verão, antes da Liga das Nações. A ver a que conclusões chegam.

 

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Quanto a mim, tenho uma coisa a anunciar: vou passar a escrever (ainda) menos aqui no blogue. Já não é a primeira vez que digo que o meu entusiasmo já não é o que era, sobretudo quando falamos de jogos particulares ou de Qualificação. Não tenho o mesmo tempo e energia que tinha há dez anos. Às vezes quando me sento com o meu caderno, já se passaram vários dias desde o jogo em questão, o momento já passou, a inspiração não é mesma, custa mais a escrever. O blogue começa a parecer uma obrigação, não um divertimento e, como qualquer adulto, já tenho obrigações que cheguem na minha vida.

 

Tenho um bocadinho de pena, mas sempre soube que este dia havia de chegar. Aliás, estou orgulhosa por ter conseguido manter alguma regularidade aqui no blogue durante quinze anos. E, de qualquer forma, é apenas uma redução, não quero parar por completo. Os primeiros dois jogos da Liga das Nações virão numa altura complicada para mim, não devo publicar nem antes nem depois deles. Em ocasiões posteriores, logo se vê. Se me apetecer, escrevo, se não me apetecer, não escrevo. Talvez faça, por exemplo, um apanhado da fase de grupos da Liga das Nações em novembro, depois de esta terminar. 

 

Em todo o caso, obrigada pela vossa visita e por terem estado desse lado neste Europeu. Visitem a página do Facebook deste blogue – essa, em princípio, hei de continuar a atualizar. Até à próxima!

Momentos épicos e red flags

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Na passada segunda-feira, dia 1 de julho, a Seleção Portuguesa de Futebol empatou a zeros com a sua congénere eslovena, em jogo a contar para os oitavos-de-final do Euro 2024. A eliminatória ficou decidida após desempate por grandes penalidades, onde Portugal levou a melhor sobre o seu adversário. Hoje a Seleção defronta a sua congénere francesa nos quartos-de-final.

 

Para começar com um pensamento positivo: este Europeu já está a correr melhor que o último. Já é qualquer coisa. 

 

O jogo com a Eslovénia decorreu mais ou menos como eu previa – tirem as vossas próprias conclusões em relação a isso. Como já tinha dito no texto anterior, estive a trabalhar durante a primeira parte e, ao que parece, não perdi nada. Portugal atacando em passo de caracol, trocando bolas entre si à frente do autocarro esloveno, abusando dos remates à distância e dos cruzamentos para o vazio. 

 

A nossa sorte é que a Eslovénia também não era muito eficaz a atacar. E mesmo assim as duas oportunidades mais flagrantes em todo o jogo pertenceram a eles. 

 

Eu mesmo assim tinha esperança de que conseguíssemos resolver a coisa nos noventa minutos. Não queria de todo ir a prolongamento: não queria o desgaste físico e psicológico de trinta minutos extra, talvez com penáltis. Mas seria a mesma coisa sem sofrimento desnecessário? 

 

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Ao longo do jogo, muitos se queixaram da mania de Cristiano Ronaldo cobrar todos os livres – incluindo um mais para a esquerda, que nem sequer é a especialidade dele. Eu percebo que Ronaldo quer marcar golos, eu também quero que ele marque, mas… ele raramente marca de livre em fases finais, como referem aqui. Não tem funcionado! 

 

Não podiam, no mínimo alternar? 

 

O que leva à velha questão do papel de Cristiano Ronaldo na Equipa de Todos Nós, se prejudica mais do que ajuda. Na imprensa estrangeira diz que “it’s all about Ronaldo”. No The Guardian saiu um artigo que tem provocado alguma polémica. Acho que há algum exagero, mesmo alguma crueldade, nessas opiniões, mas não acho que estejam erradas. Aliás, tudo isto tem-me feito recordar daquilo que escrevi em finais de 2022, antes, durante e depois do Mundial: Ronaldo continua em negação em reação às suas capacidades. Precisa de alguém que o faça ver a realidade, que lhe diga “não”. Não digo que ele não deve ser titular – aliás, no caso deste jogo, acho que foi importante ele ter ficado lá para os penáltis, como veremos mais tarde. Mas, se Ronaldo não rende em campo, tem de ser substituído. Martínez não pode ter medo disso! 

 

Falemos, então, sobre o penálti falhado e as lágrimas que se seguiram. Não esperava que Ronaldo falhasse, mas Oblak é um grande guarda-redes, mérito para ele. Vou ser sincera e arriscar ser “cancelada”: na altura, as lágrimas de Ronaldo não me comoveram muito. O Marmanjo insistia em cobrar todos os livres, todos os penáltis, não conseguia converter e ainda se punha a chorar e a “obrigar” os colegas a consolá-lo? 

 

Se bem que eu também tenho telhados de vidro. Eu que também tenho fases em que sinto tudo. Nem vou dizer aqui o motivo pelo qual chorei pela última vez, à hora desta publicação. 

 

 

E de qualquer forma, mais tarde lembrei-me do final do jogo com o Gana no Mundial 2022, quando Ronaldo foi consolar Diogo Costa depois de este também ter cometido um erro. Além disso, se formos a ver, tirando o Pepe e talvez o Rui Patrício e o José Sá, todos aqueles Marmanjos cresceram idolatrando Ronaldo, sendo inspirados por ele. Agora tiveram oportunidade de retribuir. 

 

A Seleção pode deixar muito a desejar neste Europeu, mas ninguém pode dizer nada do ambiente no seio da equipa. 

 

Na mesma linha, também não quero censurar demasiado Pepe pelo deslize que podia ter resultado no golo da Eslovénia. Na minha opinião, ele tinha feito um bom jogo até àquele momento. Cometeu um erro ao fim de ter jogado durante quase cento e vinte minutos, isto com quarenta e um anos. E estava lá Diogo Costa para ajudar, é assim que uma equipa funciona. 

 

Foi uma bela defesa, aliás. Muitos têm-na descrito como o primeiro penálti que ele defendeu.

 

O que nos leva, então, ao desempate por grandes penalidades. Eu não estava com grande fé, para ser franca. Os penáltis têm sempre uma componente emocional e receava que, depois do que acontecera no prolongamento, os Marmanjos não estivessem grande coisa nesse capítulo. 

 

Claro que não dava tudo como perdido. Cheguei a usar a frase “Até ao lavar dos cestos é vindima” num dos meus grupos de WhatsApp. Sabia que o nosso Diogo Costa era bom em penáltis e, que diabo! Era a Eslovénia! Não era uma Alemanha ou mesmo uma Inglaterra. Tínhamos a obrigação de passar. 

 

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Não foi preciso preocupar-me, claramente. Infelizmente, os vizinhos estragaram-nos os penáltis, com as suas reações adiantadas e barulhentas. Não é a primeira vez que isto acontece, não sei porque é que ainda vemos estes jogos na casa dos meus pais. Já decidimos que vamos ver os quartos-de-final num restaurante, a ver se evitamos esta situação. 

 

Como disse acima, sabia que o Diogo era bom nos penáltis, mas não esperava que o miúdo me defendesse três de seguida! Logo nos primeiros minutos a seguir lembrei-me que era o décimo-oitavo aniversário dos quartos-de-final do Mundial 2006, também na Alemanha, em que Ricardo também defendeu três penáltis frente à Inglaterra. O feito do Diogo foi melhor, na minha opinião: foram três de seguida e, em 2006, terá havido algum demérito da parte dos ingleses. 

 

Na verdade, algo que me tem chocado nos últimos dias é que, ao que parece, há demasiada gente que não se recorda desse jogo do Mundial 2006. As pessoas recordam-se dos quartos-de-final do Euro 2004, de Ricardo defendendo sem luvas, mas acabam-se por se esquecer desse segundo feito, dois anos depois. Um amigo meu, mais velho, não se recordava. A minha própria irmã não se recordava! Anda uma pessoa a criar uma irmã para isto… Temos de corrigir essa injustiça!

 

Em todo o caso, foi bonito ver Diogo apoiado pelo próprio Ricardo, hoje treinador de guarda-redes da Seleção, bem como pelo Rui Patrício e pelo José Sá. A minha irmã disse que foi o Ricardo quem lhe deu a fórmula – na realidade, Diogo diz que se guiou pelo próprio instinto. Não precisou de conselhos.

 

O Diogo tem sido elogiado e homenageado por todos os lados, o País inteiro pedindo-o em casamento, merecidamente. A melhor homenagem é, sem dúvida, esta. Como o próprio disse, entre lágrimas, o Mundial 2022 não lhe correu bem – ainda há pouco recordámos um dos exemplos. O miúdo soube dar a volta por cima, aprendeu com os erros e corre o risco de se tornar um dos melhores guarda-redes do Mundo – e só tem vinte e quatro anos!

 

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Uma palavra final para Cristiano Ronaldo, que bateu o primeiro penálti, dando o mote para os colegas. Cheguei a pensar que ele não bateria primeiro, depois da sua falha anterior, mas foi a decisão correta. Afinal de contas, nas últimas duas vezes em que perdemos num desempate por grandes penalidades, o Ronaldo não bateu primeiro: não acho que seja coincidência. E é por isso que até aceito que ele tenha ficado em campo até ao fim. Depois de converter, Ronaldo fez um gesto a pedir desculpa para o público, mas na minha opinião não precisava de tê-lo feito. Ou melhor, o problema não foi ter falhado o penálti, o problema foi, como vimos acima, insistir em bater tudo o que é livre e grande penalidade, roubando a oportunidade a outros que talvez pudessem fazer melhor.

 

Não me interpretem mal, eu adorei este final de jogo. Dezoito, vinte anos depois, continuo a colecionar momentos lindos com a Seleção. Mas com todas estas emoções, com todo este drama, uma pessoa quase se esquece… isto era “só” a Eslovénia! Não devia ter sido tão difícil! Devíamos ter conseguido resolver isto nos noventa minutos regulamentares. Sim, Portugal mereceu ganhar e fiquei contente com a vitória, mas continuam os sinais de alerta – as red flags, como diriam os anglo-saxónicos – continuamos a jogar pouco e não sei durante quanto tempo isso será suficiente.

 

Tendo isso em conta, se calhar ficarão surpreendidos quando vos disser que até estou moderadamente otimista para o jogo de hoje, com a França. Mais otimista do que estava das últimas vezes que jogámos contra eles. A verdade é que os nossos amigos franceses estão numa situação semelhante à nossa: não têm jogado grande coisa. Como tem sido amplamente comentado, os únicos golos deles neste Europeu foram auto-golos e um único penálti convertido. 

 

Por outro lado, ainda só sofreram um golo.

 

Deverá um duelo relativamente equilibrado. Estes em princípio não jogarão em bloco baixo, ao contrário dos nossos adversários anteriores – havemos de jogar melhor. E, vou ser sincera, estou a contar que Diogo Costa continue a salvar-nos. 

 

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Claro que não será fácil. O nosso histórico com os franceses está muito desequilibrado a favor deles. A final de Paris foi a primeira e única vitória em décadas. Aliás, uma faceta menos agradável da nostalgia pelo Mundial 2006: faz hoje dezoito anos desde que eles nos eliminaram das meias-finais desse campeonato, também na Alemanha. O nosso último jogo com eles, no último Europeu, então, ia dando cabo de mim. Estou mais ou menos à espera que este seja igualmente dramático. 

 

Preparemo-nos. Uma vez mais, só vou sair do trabalho às 20h30, ou seja, vou perder a primeira parte. Uma pena mas, se calhar, o meu coração agradece. 

 

Ou não? Não sei se sofrerei mais podendo ver ou não podendo ver.


Obrigada a todos pela vossa visita. Tenho andado algo stressada para conseguir acabar estes textos antes dos jogos seguintes. Mas obviamente quero continuar a fazê-lo durante a próxima semana, semana e meia. Quero continuar neste Europeu. Continuem a acompanhá-lo comigo quer neste blogue, quer na sua página do Facebook.

Colocando em causa

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No passado dia 22 de junho, a Seleção Portuguesa de Futebol venceu a sua congénere turca por três bolas sem resposta. Com este resultado, conseguiu Qualificar-se para os oitavos-de-final do Euro 2024, onde irá defrontar a sua congénere eslovena, na próxima segunda-feira dia 1 de junho. Entretanto, no dia 26 de Junho, a Seleção Portuguesa foi derrotada pela sua congénere georgiana por duas bolas sem resposta, em jogo apenas para cumprir calendário e para definir a classificação do resto do grupo. 

 

Este último resultado pode, como se diz oficialmente, "não ter contado para quase nada". Mas infelizmente contou muito para a minha disposição e entusiasmo em relação a este Europeu.

 

Já aí vamos.

 

Vi o jogo com a Turquia numa esplanada – algo que queria fazer com um jogo de campeonato de seleções há muitos anos. Foi agradável, foi divertido – as outras pessoas estavam entusiasmadas, mas não de forma desordeira, como às vezes acontece. 

 

A Turquia até entrou melhor no jogo, mas Portugal lidou bem com isso. Aliás, Portugal defendeu muito bem durante todo o jogo. Tem-se falado muito sobre o Pepe, com toda a justiça, mas também me ficou na retina um lance em que Rúben Dias defendeu de cabeça. 

 

 

Eventualmente, Portugal assumiu o controlo do jogo e chegou ao golo ao minuto 22. A jogada teve alguma graça: a assistência é de Nuno Mendes, um dos turcos segura mal a bola, Cristiano Ronaldo tenta recebê-la mas cai, Bernardo Silva toma-a e remata certeiro. Fiquei contente por ter sido Bernardo a marcar, depois de, nos dias anteriores, ter recebido algumas críticas injustas por parte da opinião pública. 

 

O segundo golo não tardou e esse foi ainda mais cómico. Como muitos têm assinalado, este está a ser o Europeu dos auto-golos (a sério, que se está a passar…?) e este é capaz de ter sido um dos mais caricatos. A jogada começa com João Cancelo e Ronaldo. Cancelo tenta fazer o passe mas sai-lhe mal. Ronaldo barafusta de uma maneira muito à Ronaldo. Cancelo responde na mesma moeda (pelo menos foi o que me pareceu). A câmara foca-se nele e nem reparamos que Samet Akaydin atrasa mal a bola para o guarda-redes Altay Bayindir. A câmara regressa à ação a tempo de vermos a bola a cruzar a linha de baliza antes que os turcos conseguissem intervir.

 

Eu nem gritei “GOLO!” na altura, só me ri – uma gargalhada pouco digna, ainda por cima em público. Esta é digna dos apanhados, vai diretamente para aquelas compilações do YouTube. Uma pessoa até fica com pena dos turcos, ninguém merece. 

 

Por outro lado, logo após o golo, Ronaldo e Cancelo festejaram juntos. A zanga não durou. 

 

A vantagem dilatou-se ainda mais na segunda parte. Toda a gente tem assinalado que Ronaldo foi altruísta, algo que não é habitual nele. Não é assim tão raro quanto as pessoas pensam – aliás, foi um golo parecidíssimo com outro, nos playoffs do Mundial 2022. Novo momento à Ted Lasso. Talvez Ronaldo até conseguisse marcar dali, mesmo cara a cara com o guarda-redes. Mas tomou a opção inteligente, de aproveitar o foco do guarda-redes nele, trocar-lhe as voltas e passar para Bruno Fernandes – outro também lidando com críticas. 

 

Aqui entre nós, fico com alguma pena por Ronaldo ainda não ter conseguido marcar neste Europeu. Esta, porventura, teria sido uma boa oportunidade para acrescentar o Euro 2024 à longa lista de campeonatos de seleções seguidos com golos de Ronaldo. No entanto, com este golo, Ronaldo tornou-se no jogador com maior número de assistências em Europeus.

 

 

Agora é que percebo de que é que o próprio fala, quando diz que são os recordes que o perseguem. Se não é um, é outro. 

 

Depois deste golo, deu-se alguma descompressão – mesmo eu fiquei menos atenta. Pepe foi substituído e recebeu uma enorme e merecida ovação de ambos os lados – de facto, começam a faltar palavras para descrever a sua grandeza. 

 

Tivemos umas quantas invasões de campo porque Cristiano Ronaldo. Quando são crianças, como aquele miúdo de dez anos que tirou uma selfie com ele, ainda se aceita mais ou menos – até porque sempre adorei ver Ronaldo interagindo com miúdos, ele tem imenso jeito. Outras não têm tanta piada: como aquela em que um dos stewards ia lesionando o Gonçalo Ramos ou aquele miúdo, no jogo contra a Geórgia, que saltou das bancadas e aterrou à frente de Ronaldo. 

 

Não era suposto o Europeu, uma das provas desportivas mais mediáticas, ter melhor segurança do que isto? Espero que não aconteça nenhuma tragédia por causa de falhas como estas.

 

Nos dias que se seguiram a este jogo eu andava contente q.b., aliviada por termos conseguido passar aos oitavos logo ao segundo jogo. Sabia bem por uma vez termos evitado o stress dos melhores terceiros classificados, ao contrário dos nossos dois últimos Europeus. E andava – OK, ainda ando – a divertir-me acompanhando o Euro em geral. Nem sempre tenho conseguido ver os jogos, mas vou vendo um ou outro vídeo de análise no YouTube, ouvindo o podcast da Sport TV, ligando as Noites do Euro na RTP3 – nem sempre com muita muita atenção, só para ir ouvindo enquanto escrevo ou faço outras coisas. Lembrando-me porque é que gosto tanto de Europeus e Mundiais. 

 

Claro que tinha de vir a minha própria Seleção estragar isso.

 

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Tenho mesmo de falar sobre o jogo com a Geórgia? Tenho? Pronto, lá terá de ser. 

 

Outros saberão melhor do que eu analisar os erros táticos de Roberto Martínez, que aparentemente tem a mania de se pôr a inventar, a meter os Marmanjos em posições em que não estão à vontade. Mas para mim ficou claro que o jogo correu mal literalmente desde o primeiro minuto. 

 

Não quero ser demasiado dura para com António Silva, que infelizmente esteve por detrás de ambos os golos que sofremos – a começar por aquele passe infeliz, que resultou no primeiro golo. Ele é um miúdo, não foi o primeiro nem será o último a cometer erros deste calibre. No jogo de abertura do Euro 2004, Ronaldo provocou o penálti que resultou no segundo golo da Grécia. E ainda não me esqueci dos estragos que a testa do nosso Pepe, que ainda há pouco elogiámos, provocou no Mundial 2014. É assim que se aprende.

 

Dito isto, não há como contorná-lo: aquele primeiro golo destruiu animicamente a equipa. Portugal nunca mais conseguiu entrar nos eixos. Tinha o domínio do jogo, da posse de bola e tal, sem que isso se traduzisse na prática. Os portugueses estavam apáticos, enervados – destaque, claro, para Cristiano Ronaldo, cuja maturidade emocional congelou algures em 2004. 

 

Em contraste, os georgianos jogaram com alma, com paixão (quando, ironicamente, é suposto os portugueses serem “os Apaixonados” neste Europeu), típicos underdogs com ambições. Um guarda-redes que se agigantou, cujas luvas terão fumegado depois de ter defendido este livre de Ronaldo. O pormenor bonito de Khvicha Kvaratskhelia, o marcador do primeiro golo, ter frequentado uma escolinha de futebol inaugurada por Ronaldo – e depois ter ficado todo feliz por ter recebido a camisola do seu herói, no fim do jogo.

 

Por outras palavras, foi mais uma daquelas ocasiões, como quando jogámos contra a Sérvia, contra a Coreia do Sul, contra Marrocos, em que eu sentia mais simpatia pelo nosso adversário, em que não me revia na minha própria equipa. É preocupante isto estar a acontecer com tanta frequência nos últimos anos.

 

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Como também é habitual, existem atenuantes. Era um jogo praticamente a feijões, era um onze muito diferente e, de qualquer forma, houve um penálti que nos foi negado. Mesmo assim, Portugal tinha a obrigação de fazer melhor. A partir de meio da segunda parte só pedia o apito final, só queria que a tortura acabasse.

 

Lamento dizê-lo, mas este resultado tem-me feito pôr várias coisas em causa. É possível que ande a ser influenciada por opiniões alheias. Mas tenho medo de que esta derrota não tenha sido meramente circunstancial, que seja sintoma de um problema mais grave. Afinal de contas, quase todos os nossos golos (que incluem dois auto-golos) neste Europeu foram mais demérito dos nossos adversários do que mérito nosso. Talvez andemos a sobrevalorizar esta Seleção.

 

Por outro lado, sei que não estou a ser completamente justa. Olhando apenas para os aspetos práticos, este foi o primeiro jogo oficial que perdemos com Martínez ao comando – e mesmo assim contava para muito pouco. Em termos apenas de resultados, Martínez tem feito tudo bem. Como outros têm dito, não éramos bestiais por termos vencido a Turquia e não somos bestas por termos perdido contra a Geórgia nestas circunstâncias. E, se é para cometer erros e jogar mal, que sejam em jogos como este. 

 

Mas é bom que de facto tenham sido aprendidas lições – de uma vez por todas. É que ultimamente já começam a ser vários jogos menos conseguidos nos últimos tempos e não estou a ver ninguém a aprender nada. 

 

Um desses jogos, por sinal, foi contra a Eslovénia, que agora é torna a cruzar-se connosco, nos oitavos-de-final. Uma equipa que provavelmente usará o mesmo bloco baixo que tantos problemas causou aos portugueses nos jogos com a Chéquia e com a Geórgia – e que poderíamos ter evitado se tivéssemos ganho este último jogo. 

 

Antes de quarta-feira, tinha duas ou três coisas a dizer, incluindo uma piada ou outra, sobre o facto de termos ido parar ao lado difícil do mata-mata. Agora que o meu otimismo diminuiu, não estou para isso. É pensar um jogo de cada vez. Estou mais ou menos resignada a mais um jogo tortuoso, perdão, de paciência perante a Eslovénia. Não vou poder ver a primeira parte porque só saio do trabalho às 20h30 – pedi para me escalarem para sair mais cedo, mas não deu. 

 

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Aqui entre nós, talvez não seja assim tão mau. Serei poupada a quarenta e cinco minutos de ver os Marmanjos trocando a bola entre si perante o bloco baixo esloveno, tentando remates de longe.

 

Ainda assim, continuo a contar que Portugal passe à fase seguinte. Com mais ou menos paciência, com mais ou menos tortura, com prolongamento e penáltis se necessário (espero que não seja), outro resultado não é aceitável. Não com a equipa que temos. Depois disso, logo se vê.

 

Como sempre, obrigada pela vossa visita. Continuem a acompanhar este Europeu comigo, quer aqui no blogue, quer na sua página de Facebook.

Antes da nossa estreia no Euro 2024

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No passado dia 4 de junho, a Seleção Portuguesa de Futebol venceu a sua congénere finlandesa por quatro bolas contra duas, no Estádio de Alvalade. Quatro dias depois, foi derrotada pela sua congénere croata por duas bolas contra uma, no Estádio Nacional, no Jamor. Finalmente, três dias mais tarde, a Seleção venceu a sua congénere irlandesa por três bolas sem resposta. 

 

Todos estes jogos foram de carácter amigável. E hoje estreia-se no Euro 2024 perante a Chéquia. 

 

Como já tinha referido no texto anterior, estive em dois destes três amigáveis: os dois que tiveram lugar na zona de Lisboa, ambos muito diferentes em termos de acessos. 

 

O primeiro, contra a Finlândia, foi tranquilo. Como estava de folga nessa tarde e ia sozinha, não estava condicionada, pude ir cedo para o estádio. Tive tempo para comprar um boné – o vermelho, da nova coleção. Andava há mais de uma década à espera que lançassem um boné oficial de que gostasse. 

 

Pelo menos é essa a desculpa que dou a mim mesma pelo dinheiro que gastei. Não foi uma compra por impulso, era algo que desejava há muito tempo. 

 

Deu também para acompanhar a animação pré-jogo. Até consegui escrever um bocadinho no meu lugar, enquanto esperava pelo início do jogo. Este foi o melhor lugar que consegui em anos: na central, com boa vista para ambas as balizas. A única desvantagem foi ter ficado ao Sol antes do início do jogo. 

 

Algo que, mesmo assim, aceitei de bom grado. Já não é a primeira vez que o digo: adoro ver jogos de futebol à luz do dia. Sobretudo em dias tão bonitos como aquele. 

 

O Estádio não estava cheio, mas estava bom ambiente. Fiquei sentada ao lado de uma menina de cerca de quatro anos e do pai dela. Pela maneira como o pai passou uma grande parte do jogo explicando à filha as regras do futebol – o bê-á-bá do desporto, por exemplo, “o objetivo é enfiar a bola na baliza do adversário” – calculo que aquela tenha sido o primeiro jogo da menina ao vivo, quiçá um dos primeiros jogos de futebol que ela viu.

 

Foi amoroso. Recordou-me de quando eu mesma era pequena e fazia perguntas ao meu pai enquanto ele via futebol na televisão. Além de que sempre gostei de crianças e, ainda por cima, tenho uma sobrinha que deverá nascer nas próximas semanas (durante o Europeu… como se eu precisasse de mais emoções, sobretudo se nos mantivermos em prova durante muito tempo). Já me imaginei levando-a a jogos e/ou falando-lhe de futebol, contando-lhe histórias de feitos anteriores da Seleção. Eu mesma respondi a uma ou outra pergunta da menina ao meu lado – teria respondido a mais, mas não estava à vontade para isso. 

 

Quanto ao jogo em si, foi uma exibição agradável – melhor do que estava à espera para um particular no terceiro dia de estágio. Algo que me chamou a atenção foi a altura dos finlandeses – mais ou menos o dobro da altura dos portugueses. Aliás, saiu um artigo há pouco tempo dizendo que Portugal é a segunda Seleção com menor média de alturas neste Europeu. Poucos dos nossos conseguiam competir.

 

Por outro lado, talvez seja eu que estou a ficar velha, mas por estes dias metade da Seleção parece tão novinha! O João Neves, o Francisco Conceição… eu podia ter andado com eles ao colo! E eles têm cara disso!

 

Não surpreendeu que o primeiro golo, aos dezassete minutos, tivesse vindo de Rúben Dias, um dos mais altos. Vitinha bateu um canto e assistiu diretamente para a cabeça do central. Depois dessa, em cima do intervalo, Francisco Conceição foi derrubado na área, o árbitro marcou penálti e Diogo Jota converteu.

 

Para a segunda parte, Martinez trocou metade da equipa – algo que fazia sentido em termos de gestão física, mas que mesmo assim achei estranho. Em todo o caso, depressa o marcador se dilatou ainda mais, cortesia de Bruno Fernandes. A jogada começou em Diogo Dalot e passou por Gonçalo Ramos. Mas a assistência foi de Francisco Conceição para Bruno rematar de fora da área. Lembro-me de uma altura, há uns anos, em que a minha irmã se queixava da suposta mania de Bruno rematar de fora da área.

 

Mal sabíamos nós que ele se tornaria um dos melhores da Seleção Portuguesa.

 

Infelizmente, íamos deixando a coisa descambar: o finlandês Pukki marcou dois golos em cinco minutos. Felizmente, Bruno tornou a intervir para dilatar de novo a vantagem. Nova assistência de Conceição, que enganou dois finlandeses e Bruno nem sequer precisou de rematar com muita força. Ficou feito o resultado. 

 

No fim, sentia-me satisfeita, mesmo com todos os senãos e atenuantes. Choviam elogios a Francisco Conceição – ou Chico Conceição, como toda a gente lhe chama – um dos melhores em campo. Também fiquei contente com o miúdo, mas não lhe quero elevar demasiado a fasquia. Não seria a primeira vez que um jovem mostrava potencial nos jogos particulares antes de uma grande competição – para, depois, não conseguir corresponder na hora da verdade. 

 

Mas espero que o Chico continue a crescer na Equipa de Todos Nós. Se a grande explosão não acontecer neste Europeu, que aconteça num futuro próximo. 

 

O particular seguinte não foi tão tranquilo: nem o jogo em si nem a viagem de ida e volta. Vim com uma amiga, mas cada uma trouxe o seu próprio carro… um erro. Até saí de casa relativamente cedo e mesmo assim apanhei os acessos ao estádio completamente entupidos. Demorei eternidades a estacionar, num lugar muito questionável: a margem de um percurso pedonal num parque nas redondezas.

 

E mesmo assim consegui chegar cedo ao meu lugar no estádio, ainda durante o aquecimento. A minha amiga, que saiu de casa mais tarde (apesar de eu a ter avisado para vir cedo), só se conseguiu juntar a mim na bancada já a primeira parte ia adiantada. 

 

Ainda mais difícil foi o trânsito para sair do estádio. Demorei à vontade uma hora só para sair das redondezas do Jamor. Não foi tão stressante quanto poderia ter sido – tive o bom senso de comer e ir à casa de banho no estádio (não que recomenda esta última parte…) e não estava com pressa. 

 

Ainda assim, talvez tivesse sido melhor ir de comboio. O que também não seria fácil, penso eu – até porque houve concerto das bandas dos Morangos com Açúcar nessa mesma noite, no Passeio Marítimo de Algés. 

 

Nesse aspeto, os Estádios da Luz e de Alvalade são bem mais práticos, com melhores acessos. Eu então consigo ir a pé para ambos a partir da casa dos meus pais.

 

Dito isto… estou contente pela oportunidade de ver um jogo no Jamor. É místico, é lindo. E o ambiente esteve tão bom durante o jogo, mesmo que este em si não tenha sido grande coisa. Estava com medo de que chovesse durante o jogo – tinha chovido nessa manhã – mas não chegou a acontecer. Aliás, o sol até espreitou durante a segunda parte, dando uma nova luminosidade ao Jamor. 

 

De facto, a certa altura, a meio da segunda parte, dei por mim a sentir o momento. Estava ali, num Estádio Nacional cheio, repleto de gente vestida de verde e vermelho, vendo a Seleção a jogar. Há poucos cenários mais belos do que aquele. 

 

Mas falemos do jogo em si – a parte menos boa dessa tarde. Exibição muito fraquinha, sobretudo na primeira parte. A Croácia marcou cedo, conversão de um penálti que dizem questionável (como não foi do meu lado, não consegui ver bem eu mesma). Não se pode dizer, no entanto, que o resultado era injusto. Portugal ia atacando sem grande intensidade – Gonçalo Ramos e João Félix pareceram-me particularmente desinspirados naquela tarde.

 

A segunda parte correu melhor, depois de nova mini-evolução ao intervalo. Conseguimos empatar o jogo logo nos primeiros minutos da segunda parte: Nélson Semedo assistiu para o remate certeiro de Diogo Jota. Fico contente por o Diogo ter assinado dois golos nestes jogos, depois de ter passado tanto tempo lesionado. 

 

Ainda tive esperanças de que conseguíssemos dar a volta ao resultado, ou de que pelo menos mantivéssemos o empate. Mas os croatas chegaram de novo à vantagem, numa das poucas oportunidades que tiveram. A bola foi à trave e, na recarga, Budimir marcou de cabeça. 

 

Nunca mais conseguimos sair desta. A certa altura, o público começou a cantar por Cristiano Ronaldo. Eu mesma me juntei ao coro – sabe-se lá quantas mais ocasiões teremos para isso. Não tenho a certeza do que é que o motivou.  Se foi uma continuação dos aplausos antes do jogo, sempre que ele aparecia em campo durante o aquecimento. Se o povo pura e simplesmente queria vê-lo a jogar. Ou se esperavam que Ronaldo entrasse e salvasse a honra do convento, como tantas vezes antes. Talvez tenha sido uma mistura das três hipóteses.

 

Claro que Martínez não ia pôr Ronaldo a jogar só porque estávamos a perder um jogo amigável. O Capitão tinha-se juntado à concentração poucos dias antes e, como jogador geriátrico, é preciso cuidado com a gestão da sua forma.

 

E também há muita hipocrisia. Tão depressa se diz que Ronaldo está a mais, que a Seleção joga melhor sem ele, como começamos literalmente a clamar por ele assim que as coisas começam a correr mal. 

 

Suspeito que esta última parte irá acontecer muito quando Ronaldo se reformar. 

 

Em todo o caso, o Capitão teve oportunidade de ser herói no jogo seguinte: o particular perante a República da Irlanda, no Estádio de Aveiro. Desta feita não estive lá – aliás, estive a trabalhar durante a primeira parte. Foi uma tarde tão agitada no trabalho que cheguei a esquecer-me que havia jogo da Seleção (estou a perder qualidades). Consegui dar uma espreitadela ao resultado quando já estava 1-0, mais nada – e já aí pensei que 1-0 era pouco.

 

E de facto consta que a Irlanda esteve muito fechada à defesa e foi preciso algum esforço para abrir o marcador, num lance de bola parada. Um canto batido à maneira curta e assistência de Bruno Fernandes para o belo remate de João Félix. 

 

Ainda houve ocasião para Ronaldo bater um livre – depois de essencialmente dizer a si mesmo “Tu bates bem” – que infelizmente chocou com a trave. 

 

Felizmente consegui ver a segunda parte, que todos garantem que foi melhor – e eu de facto achei agradável. Logo aos cinco minutos, após uma assistência teleguiada típica de Rúben Neves, Ronaldo marcou aquele que muitos consideram um dos melhores golos dele pela Seleção. Cerca de dez minutos depois, veio o segundo, após assistência de Diogo Jota. E ficou feito o resultado.

 

E hoje estreamo-nos no Europeu, perante a Chéquia. Tenho gostado imenso de ver imagens da Seleção sendo paparicada em Marienfeld. Imensas recordações do Mundial 2006, tal como previ. Gosto em particular das histórias de pessoas que eram bebés há dezoito anos, quando estiveram com a Seleção, e agora são jovens adultos. 

 

Espero que não lhes faltem oportunidades para estarem com a Equipa de Todos Nós nas próximas semanas.

 

Estes particulares não mudaram radicalmente a minha opinião sobre as nossas hipóteses neste Europeu. Continuo mais otimista que nas últimas ocasiões – o que mesmo assim não é muito muito. Não acho que somos os maiores porque vencemos a Finlândia e a Irlanda, nem acho que deixamos de ser candidatos por termos perdido contra a Croácia. 

 

Dito isto, não fiquei muito descansada com Martínez e alguns dos jogadores desvalorizaram a derrota no Jamor. Naquela fase, um bocadinho de dramatização seria saudável – quando havia tempo para fazer as correções necessárias. 

 

Claro que era apenas conversa. Nada me garante que eles não estavam mais preocupados do que deram a entender e que não agiram de acordo nesta última semana e picos. 

 

Parte de mim quer manter as expectativas baixas. Outra parte, no entanto, vê conversas como esta, de Ronaldo, e pensa: meias-finais é pouco. Quero chegar à final.

 

Diria que o mínimo aceitável são mesmo as meias-finais. Posso eventualmente mudar de ideias, dependendo da maneira como correr a fase de grupos – e concordo com Martínez quando diz que a Seleção irá continuar a crescer e que atingirá o nível máximo depois da fase de grupos. A verdade é que estou farta de ver esta geração desperdiçar oportunidade atrás de oportunidade. Já chega! Quero voltar a ganhar um título!

 

Mas pronto. Como sempre, falar é fácil, escrever é fácil. Quando a bola começar a rolar, logo à noite, é que a história começará a ser escrita, é que saberemos qual é o nosso verdadeiro valor.

 

Venha então o jogo com a Chéquia. Força Portugal! Vamos a eles! 

Sem mácula!

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No passado dia 16 de novembro, a Seleção Portuguesa de Futebol venceu a sua congénere… *consulta texto anterior aqui no blogue* liechtensteiniana por duas bolas a zero. Três dias mais tarde, a Seleção venceu a sua congénere islandesa pela mesma diferença de golos… e eu estive lá. Com estes dois jogos, ficou concluída a fase de Apuramento para o Euro 2024, que terá lugar na Alemanha. A Seleção ficou em primeiro lugar no grupo J e irá para o pote 1 no sorteio para a fase de grupos do Euro 2024, que decorrerá no próximo sábado, dia 2 de dezembro.

 

Comecemos pelo jogo com o Liechtenstein. Vou ser sincera, não foi grande coisa. Arrisco-me a dizer que foi o nosso pior nesta fase de Qualificação. 

 

Não que esteja surpreendida pela exibição. Olhemos para as circunstâncias: este era um jogo que já  não contava para nada. Não contava para o primeiro lugar, nem sequer contava para os potes do sorteio. Em termos práticos era um amigável. E naturalmente o Selecionador Roberto Martínez aproveitou a ocasião para inventar fazer experiências – estratégias a que os Marmanjos não estão tão habituados. Além disso, foi fora de casa, durante uma fase intensa da temporada futebolística, perante uma seleção de microestado, de nível semi-profissional ou mesmo amador. 

 

Em suma, não havia nada que convidasse a uma grande festa do futebol. Era daqueles jogos de que os treinadores gostam, mas os jogadores e dos adeptos não.

 

Foi frustrante para o meu lado pois consegui ver toda a primeira parte, em que não aconteceu nada de assinalável, e mal consegui ver a segunda, mais interessante. Culpa da hora de jantar e a televisão da cozinha, mais velha que a larga maioria da Seleção atual. 

 

Ao menos consegui ver o golo de Cristiano Ronaldo, no início da segunda parte. Ele que, sem surpresas, estava com ganas. Já em cima do intervalo falhara um pontapé de bicicleta (ele tem um bocadinho de azar com eles, não é?) e, no primeiro minuto da segunda parte, enviara uma bola ao poste.

 

No minuto seguinte, Diogo Jota isolou Ronaldo pela esquerda, este rematou e a bola finalmente entrou. Capitão ao resgate, como tantas vezes antes. 

 

 

Não consegui ver o golo de João Cancelo em direto, o que é uma pena. A assistência foi de António Silva, depois disso Cancelo fez tudo sozinho. Fintou o guarda-redes (no vídeo da Sport TV, um dos comentadores até se riu) e rematou de um ângulo difícil, entre dois defesas do Liechtenstein. 

 

Ainda houve tempo para José Sá mostrar o que vale, na sua estreia pela Seleção (custou-me a acreditar, confesso. Convocado há anos e só agora é que calçou as luvas). E para o VAR anular um golo a Gonçalo Ramos por fora-de-jogo, na sequência de um livre.

 

Uma palavra para o público adepto de Portugal, que se fez ouvir durante todo o jogo. É o costume em países como este, acessíveis aos emigrantes, e é sempre agradável. Por outro lado, em defesa dos liechtensteinianos, segundo uma reportagem que vi na RTP3 antes do jogo, a população de Vaduz, a capital, é de cinco mil. Eles não conseguiriam encher o estádio sem deixar a cidade às moscas. 

 

Ao menos os liechtensteinianos ficaram com o orgulho de terem impedido uma goleada da nossa parte. Por nosso lado, ficámos contentes com a nona vitória na Qualificação. Ainda assim, eu desejei que o jogo seguinte fosse melhor.

 

E foi. 

 

O jogo com a Islândia decorreu no vigésimo-sexto aniversário da minha irmã – e dez anos depois da inesquecível segunda mão dos play-offs frente à Suécia. Aqui entre nós, tenho inveja dela. Faço anos em janeiro, nunca há jogos da Seleção nessa altura do ano. Em todo o caso, como forma de festejar, fomos todos a Alvalade – casa do Sporting dela. Eu, ela, o seu namorado e os nossos pais.

 

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Chegámos cedo e não tivemos dificuldade em entrar. É a vantagem de o jogo ter sido ao domingo e de Alvalade ter bons acessos. 

 

O pior é que ando com azar e/ou falta de jeito para lugares. Fui eu quem comprou os bilhetes no Continente – já deviam ser os últimos. Não me lembro se fui eu ou a senhora que me atendeu quem escolheu os lugares. Só sei que ficámos na bancada de cima. Tivemos de subir vários lanços de escada – como disse um vizinho nosso, foi um aquecimento ainda mais rigoroso que o dos jogadores. Ainda me afligi com os joelhos da minha mãe, mas felizmente ela não se queixou. 

 

Os lugares em si ficavam literalmente na fila mais acima. Quase batíamos com a cabeça na pala. A visibilidade era péssima – como podem ver na fotografia, era como se víssemos o campo no fundo de um túnel. Nem sequer conseguíamos ver os ecrãs nos cantos do estádio. Mal conseguíamos identificar os jogadores – o que foi chato durante o jogo. 

 

Em defesa deles, os meus pais pelo menos não se importaram. Mal por mal, via-se o campo todo, o que nem sempre é possível nas bancadas mais abaixo. Mas eu gosto de estar próxima dos jogadores, mesmo que às vezes não veja o que se passa do outro lado do campo. 

 

Ainda assim, deu para sentir o ambiente fantástico em Alvalade, com pirotecnia e tudo. Foi a primeira vez que vi um espetáculo assim num estádio. E nós, no público, fizemos barulho durante praticamente o jogo todo – os bate-palmas foram bem utilizados. 

 

O jogo foi, de facto, melhor que o anterior, em parte porque Martínez inventou menos. Portugal entrou bem, com muitas oportunidades – um remate de cabeça de Cristiano Ronaldo no primeiro minuto, uma bola ao poste de Otávio ao sétimo minuto, entre outros. Muitos outros. 

 

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Foi um problema recorrente nesta dupla jornada, aliás: dificuldades na finalização. Neste compromisso não fez mal, mas em jogos mais importantes, perante adversários de maior calibre, poderá ser problemático. 

 

Terá de ir para a lista de problemas a resolver antes do Europeu.

 

Felizmente, o marcador mexeu-se aos trinta e seis minutos, com um belo remate do canto da grande área. Só consegui identificar o pistoleiro porque este, nos festejos, tapou as orelhas – um gesto para a Matilde, a filha mais velha de Bruno Fernandes.

 

Foi um belo golo, após uma troca deliciosa de bola entre ele e Bernardo Silva.

 

Na segunda parte houveram mais oportunidades desperdiçadas, sobretudo de Cristiano Ronaldo. Eu queria muito um golo dele porque “SIIIII!!!!!!” e ele, de facto, esforçou-se. E nós puxámos por ele, cantámos por ele. Infelizmente, não foi a noite de Ronaldo.

 

O segundo golo foi marcado no meio de alguma confusão. Do meu lugar não se conseguia ver bem quem marcou e ainda ficámos no escuro durante algum tempo – o speaker em Alvalade não se dignou a anunciar o marcador. Ainda pensei que tivesse sido João Félix mas não. Foi Ricardo Horta. 

 

 

Isto cinco minutos após ter entrado em campo. Já é habitual com ele.

 

Em defesa da minha primeira percepção, foi João Félix quem fez o primeiro remate, defendido pelo guarda-redes. Cristiano ainda tentou a recarga, falhou. Horta tentou e foi bem sucedido. Ficou feito o resultado.

 

Antes de terminar, uma palavra apenas para o aplauso de Alvalade à entrada de João Neves. Martínez tinha pedido para se deixar as rivalidades de lado e, de qualquer forma, gosto de pensar que o público não seria cruel com um jogador tão novinho ainda. Não devia ter sido necessário pedi-lo, tais aplausos deviam ser a norma, temos a fasquia demasiado baixa. 

 

Mas gostei à mesma. Temos de começar por algum lado. 

 

E foi isto. Ficaram a faltar mais golos, sobretudo de Cristiano, e uns lugares melhores, mas foi uma noite bem passada, um aniversário bem passado. Estive no início desta fase de Qualificação e no final desta. Concluímos este Apuramento sem mácula, como eu desejava há muito tempo, com trinta e seis golos marcados e apenas dois sofridos. Nenhuma outra seleção fez melhor do que nós. 

 

Correndo o risco de repetir o que já escrevi em textos recentes, sim, o nosso grupo era acessível, mas já tivemos grupos acessíveis antes. Por exemplo, o nosso grupo da Qualificação para o Mundial 2022 não era muito mais difícil do que este – a Sérvia é um pouco melhor que a Islândia ou a Eslováquia, na minha opinião, mas só isso – e toda a gente se lembra de como isso correu. Contrariar a nossa mania da auto-sabotagem é um feito significativo. Temos direito a sentirmo-nos orgulhosos.

 

 

Foi um bom ano para a Seleção, em suma. Tranquilo. Sê-lo-ia sempre com este grupo de Apuramento, a menos que as coisas corressem mesmo muito mal. Mas não deixa de saber bem depois da agitação de 2021 e 2022. Como tinha previsto, este foi um ano para Roberto Martínez se adaptar à Seleção. O verdadeiro teste será agora, em 2024, com o Europeu. Para o qual partimos com ambições.

 

E, falando por mim, sim, soube-me bem o ano mais tranquilo, mas já ando com desejos de alguma adrenalina.

 

 O que nos leva aos sorteios para a fase de grupos, este sábado. Portugal está no pote 1, evitando uma série de tubarões. Não teremos de novo um cenário como o do Euro 2020. Aliás, não deveremos ter um grupo demasiado difícil. O pior que nos pode acontecer seria encontrarmos os Países Baixos (nossos fregueses, como dizia Luiz Felipe Scolari) e a Itália (detentora do título mas que nem sequer foi ao Mundial 2022). Arrisco-me a dizer que quem sobreviveu a um grupo com a Alemanha e a França, quando estávamos numa fase bem menos estável, sobrevive a qualquer coisa, nas atuais circunstâncias.

 

…meu Deus, espero não vir a arrepender-me destas palavras. Já se sabe: isto na teoria é tudo muito bonito. Na prática é que se vê.

 

Costumo escrever um texto analisando os resultados do sorteio, mas não sei se faço o mesmo desta vez. Vou estar ocupada este fim-de-semana, nem deverei acompanhar a cerimónia em si. 

 

Logo decido. E digo qualquer coisa na página

 

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A parte mais chata é que, agora, a Seleção só se reúne de novo daqui a quatro meses. Para um particular em Guimarães, frente à Suécia, e outro com adversário a definir – vai depender dos resultados do sorteio. É muito tempo, muita coisa pode – não não, vai – mudar até lá. Nos últimos dois, três anos, vínhamos de desilusões e o hiato deu jeito para lamber as feridas. Agora vai custar mais.

 

Mas pronto, havemos de sobreviver. Só espero que não hajam lesões graves que impeçam Marmanjos de virem ao Europeu. 

 

Para o caso de não haver nenhuma crónica pós-sorteio, deixo já aqui os meus votos de Boas Festas e de Feliz Ano Novo. Que 2024 seja um ano muito muito feliz para a Seleção. 

 

E para todos nós.