Mais um ano prestes a acabar, mais um ano prestes a começar. Eis a minha habitual revisão do ano da Equipa de Todos Nós.
Tal como previ/desejei há um ano, 2015 foi um ano tranquilo para a Seleção, o primeiro ano assim desde 2011. Na verdade - e isto surpreenderia muitos em 2014, sobretudo na ressaca do Mundial - este é capaz de ser o melhor ano no seu todo da Equipa de Todos Nós desde 2005. Ainda que nem sempre tenha sido essa a sensação - porque, em termos exibicionais, não foi um ano brilhante. Mas a verdade é que 2015 viu Portugal concluindo a sua melhor fase de Qualificação, evitando os playoffs pela primeira vez numa eternidade. De igual modo, 2015 viu o desenvolvimento de uma nova geração de promessas e o início da sua integração na equipa principal. Agora aguardamos o Euro 2016 e Fernando Santos diz que quer ganhá-lo.
Tal como acontecerá em 2016, o primeiro jogo da Seleção em 2015 ocorreu só em finais de março. Foi frente à Sérvia, no Estádio da Luz, a contar para a Qualificação e eu estive lá. Quem não esteve - no banco, pelo menos - foi Fernando Santos, cumprindo o castigo que, pouco antes, fora reduzido para dois jogos. Portugal ganhou por 2-1. Como em muitas ocasiões este ano, houve mais pragmatismo que brilhantismo. Mesmo assim, considero que este foi o nosso melhor jogo este ano - e um dos meus fins de tarde/princípios de noite mais felizes. Ricardo Carvalho marcou o primeiro golo - e lesionou-se nos festejos. Em vantagem, a Seleção abrandou, até consentir o golo de Matic, de pontapé de bicicleta. Nos minutos que se seguiram, todo o Estádio vibrou com os gritos de "POR-TU-GAL! POR-TU-GAL!" vindos das bancadas. Pouco depois, em resposta, Fábio Coentrão colocou Portugal de novo em vantagem no marcador, selando o resultado.
Visto que o jogo solidário com Cabo Verde se realizou apenas dois dias depois, nenhum dos que jogaram contra a Sérvia puderam alinhar. Fernando Santos teve mesmo de fazer uma segunda Convocatória só para este jogo. Como tal, o desempenho de Portugal foi fraco, tirando as iniciativas de Bernardo Santos. Perdemos por 2-0. Não há muito mais a dizer.
A concentração da Seleção que se seguiu a essa dupla jornada coincidiu com uma altura, digamos, interessante no futebol: quando Jorge Jesus trocou o Benfica pelo Sporting e quando rebentou o escândalo da corrupção na FIFA, que culminou agora, com Blatter e Michel Platini banidos do futebol durante oito anos. Não há muito a dizer sobre o primeiro acontecimento. Por sua vez, o segundo é, na minha opinião, um da das melhores coisas que aconteceram no futebol este ano. Há muito que se sabe que existe corrupção nas mais altas instâncias do futebol. Já era altura de algo ser feito em relação a isso.
O jogo com a Arménia foi encarado com alguma cautela. Uma vez que a Seleção nunca tinha ganho nada naquele terreno. E a verdade é que Portugal cometeu mais erros nesse jogo do que aquilo que foi a norma no resto da Qualificação. Houve alguma apatia por parte dos portugueses e Rui Patrício teve culpas nos primeiros dois golos que sofreu. Cristiano Ronaldo, tipicamente, resolveu a questão com um hat-trick - mesmo assim, Tiago fez-se expulsar após o quarto golo português e os arménios conseguiram reduzir a desvantagem para 2-3.
Daí a três dias, Portugal disputou um jogo amigável com a sua congénere italiana. Faltavam titulares habituais a ambos os lados e era um jogo de fim de época, logo, o desafio foi decorrendo em ritmo de treino. Por uma vez, os nossos adversários estavam com mais azar do que nós. O único golo da partida foi apontado por Éder, numa jogada começada pelo Eliseu, que passou a Quaresma, que assistiu de trivela para o ponta-de-lança. O milagre do ano, essencialmente - estou a brincar!
Não posso deixar de referir a excelente prestação dos sub-21 no Europeu, chegando à final, caindo apenas nos penálties. Catalisada pelo excelente trabalho de Rui Jorge, esta é uma das melhores gerações de futebolistas dos últimos vinte anos, cheia de talento, magia (mais do que a atual Seleção A, diga-se, com as devidas exceções), maturidade e espírito ganhador. São um exemplo a seguir por muitos veteranos. A Seleção A, se quiser mesmo ganhar o Europeu, deveria olhar para a paixão dos sub-21.
A Seleção A só se voltou a reunir em finais de agosto, princípios de Setembro, para um particular com a França e o antepenúltimo jogo da Qualificação com a Albânia. O particular decorreu no Estádio de Alvalade e eu estive lá. Para um jogo entre grandes seleções, foi anticlimático e um pouco enfadonho. A França estava mais motivada para o jogo que Portugal, que estava mais preocupado com o restante da Qualificação. Portugal limitou-se a defender e até conseguiu fazê-lo até aos oitenta e cinco minutos, antes de sofrer um golo, cortesia de Valbuena. Este jogo serviu para provar que o estilo de jogo implementado por Fernando Santos tem os seus méritos, mas não chega para tudo.
O jogo contra a Albânia foi um jogo tão típico da era Fernando Santos que chega a ser caricato. Portugal jogou melhor que contra a França - não admira, havia mais em jogo. Conseguiu o domínio durante a larga maioria do jogo, tirando durante uns dez, quinze minutos, após a marca dos sessenta. Quaresma entrou entrou a meio da segunda parte e assistiu para o golo de Miguel Veloso, marcado no último minuto. Com mais esta vitória, Portugal ficou a um ponto de se Qualificar.
Esse ponto e mais dois extra forma ganhos no jogo seguinte, em Braga, contra a Dinamarca. Mais um jogo típico, pouco empolgante, sobretudo na primeira parte - a Dinamarca estacionou o autocarro e Portugal não se esforçou por aí além por quebrá-lo. Na segunda parte, os dinamarqueses abriram mais o jogo, atacaram mais, mas defenderam menos. Finalmente João Moutinho marcou - um belo tiro, diga-se. Ficou selado o Apuramento.
O jogo contra a Sérvia realizou-se apenas para cumprir calendário, mas Portugal não deixou de levar o jogo a sério. Por uma vez, marcámos cedo, antes dos cinco minutos, cortesia de Nani. Depois do golo, Portugal estacionou o autocarro. Conseguiu aguentá-lo durante toda a primeira parte do jogo, mas na segunda parte os sérvios conseguiram abrir buracos na nossa defesa. Aos 66 minutos empataram o jogo. Entretanto, João Moutinho entrou e tornou a resolver a situação com mais um golo espectacular. Concretizou-se, assim, a nossa sétima vitória consecutiva em jogos oficiais.
Já que, por uma vez, não houve necessidade de irmos a playoffs, os jogos de novembro foram apenas particulares (contra a Rússia e o Luxemburgo) e Fernando Santos pôde dispensar alguns dos titulares habituais e de chamar gente nova. Não vou falar muito sobre estes jogos pois não os vi. Portugal perdeu por 1-0 contra a Rússia e ganhou ao Luxemburgo por 2-0 - tal como disse antes, soube a goleada depois de uma data de vitórias pela margem mínima.
Finalmente, este mês, a Seleção foi sorteada para o grupo F do Euro 2016, juntamente com a Hungria, a Islândia e a Áustria, um grupo que, todos concordam, está perfeitamente ao alcance de Portugal, só uma grande catástrofe impedir-nos-á de falharmos os oitavos-de-final, em princípio.
Foi assim o ano da Seleção, um ano tranquilo, é certo, mas pouco excitante. Os playoffs seriam sempre arriscados, mas também poderiam dar um pouco de emoção a um ano, por vezes, demasiado monótono. Por outro lado, estávamos a precisar de um ano assim, depois de tudo o que aconteceu em 2014.
Anos pares são sempre mais excitantes para mim. Trazem com eles campeonatos de seleções e Portugal têm conseguido estar presete em todos.Continuo a não querer ainda falar concretamente do que espero do Europeu. No entanto, como o costume passarei os primeiros meses de 2016 ansiosa pelo Anúncio dos Convocados para o Euro 2016 e o início de toda a excitação. Mal posso esperar pela data desse Anúncio, bem como pelas datas e adversários dos particulares de março. As coisas têm estado calmas na Seleção desde finais de 2014 até agora... mas não ficarão por muito mais tempo. O Europeu irá agitar tudo isto e o seu desfecho determinará o estado de espírito com que estaremos daqui a um ano.
Por esta altura, gosto de fazer uma espécie de renovação de votos, reafirmar a minha devoção pela Equipa de Todos Nós. Devoção essa que tem cada vez menos a ver com patriotismo. Já não acho que tenhamos obrigatoriamente de apoiar a seleção do país onde nascemos nem que seja errado torcermos pela seleção de um país que, teoricamente, nada tem a ver connosco. Percebi isso há cerca de um ano, quando Martunis (o menino que sobreviveu ao tsunami no Índico em fins de 2004 durante três semanas vestindo uma camisola da Seleção Portuguesa) revelou que sonha um dia voltar a vestir a Camisola das Quinas, desta feita em campo.
Não sei se Martunis é bom jogador, se é suficientemente bom para representar a Seleção. Se for esse o motivo pelo qual não será Convocado, não tenho nada a dizer Mas haverá alguém com a ousadia de recusar-lhe uma Convocatória tendo apenas por base a sua nacionalidade? Não sei se ele já obeteve a nacionalidade portuguesa, mas eu acredito que, capacidades futebolísticas à parte, ele merece mais vir à Equipa de Todos Nós do que, se calhar, metade dos que lá estão agora merecem. Martunis acredita que o nosso país, a nossa Seleção lhe salvaram a vida e, de facto, a FPF doou-lhe 40 mil euros à sua família para se restabelecer, trouxe-o a Portugal para visitar a Turma das Quinas (lembro-me perfeitamente de vê-lo nas bancadas do Estádio da Luz no jogo com a Eslováquia, comemorando o golo do Cristiano Ronaldo com o Rui Costa) e, este ano, o Sporting trouxe-o até ao nosso país e ele vive hoje na academia do Sporting. Se ele viesse à Seleção, ninguém duvidaria do seu amor à camisola.
Cada vez acredito mais que a nacionalidade é apenas uma categoria em documentos oficiais, um aspeto burocrático. Uma pessoa é definida pelas escolhas que faz, não por aquilo que lhe é imposto. Isso significa que, sim, por princípio não sou contra nacionalizações na Equipa de Todos Nós, desde que seja por convicção e não por interesse. Se formos a ver, metade dos atuais Marmanjos não nasceram em Portugal: Nani e Eliseu nasceram em Cabo Verde, William Carvalho nasceu em Angola, Cédric nasceu na Alemanha, Adrien e Raphael Guerreiro nasceram em França (o último, quando se estreou na Seleção A, ainda mal falava o português), mas ninguém questionou a sua Convocatória. Por outro lado, concordo com a atual política de a Federação não interferir nos processos de mudança de nacionalidade.
Já não acho que todos os portugueses têm, obrigatoriamente, de apoiar a Equipa de Todos Nós só por serem portugueses - vocês, que acompanham este blogue e a minha página, sabem o quão frustrante e desanimador isto consegue ser. Não esqueçamos também que a Turma das Quinas tem apoiantes por todo o globo, com ou sem relação com Portugal. Não me vou arrogar ao ponto de falar em nome da Seleção, mas eu aceitaria qualquer um como adepto. Quer seja por gostar do nosso país, por a Seleção lhe ter salvo a vida, por causa de um jogador em específico, porque se identificam com o espírito e/ou estilo de jogo, porque de tanto em tanto tempo lhes dá alegrias. Os mesmos motivos pelos quais se escolhe um clube como todos os outros, no fundo. Na verdade, o motivo pelo qual se começa a ser adepto não é importante, desde que se mantenham como adeptos quer nos bons, quer nos maus momentos - essa é a parte mais difícil, mas poucas coisas são mais gratificantes do que testemunhar as primeiras vitórias, os primeiros sinais de recuperação, após um período de crise.
Na verdade, sou cada vez mais amante do futebol em geral, não apenas o que está relacionado com a Turma das Quinas. Pelas paixões que move, as histórias a ele associaas, a maneira como ele pode salvar vidas, como a do Martunis, em vários sentidos. O meu clube é a Seleção e isso nunca vai mudar. No entanto, também me considero adepta de todos os clubes ao mesmo tempo e de nenhum em particular. E orgulho-me disso.
Vou continuar a amar o futebol e a apoiar a Seleção no próximo ano, qualquer que seja o desfecho da nossa participação no Europeu. Que 2016 seja um ano muito positivo para o futebol, sobretudo para o futebol português, sobretudo para a Equipa de Todos Nós. Deixo também aqui os votos de um Natal muito feliz e de um Ano Novo cheio de coisas boas. Regressem connosco em 2016!
Na passada terça-feira, dia 31 de março, a Seleção Portuguesa de Futebol recebeu a sua congénere cabo-verdiana, no Estádio António Coimbra da Mota, num jogo de carácter solidário, cujos lucros reverterão para as vítimas do vulcão da Ilha do Fogo. Este particular terminou com uma derrota por 2-0 para a equipa da casa.
Neste contexto, o termo "casa" é relativo pois, na prática, o número generoso de cabo-verdianos marcando presença no Estoril desafiava esse fator.
Antes de avançar para a análise deste jogo, devo dizer que nunca estive particularmente entusiasmada com este amigável - sobretudo depois de saber que Portugal não alinharia com jogadores que tivessem participado no jogo com a Sérvia. Por outro lado, confesso, igualmente, que subestimei Cabo Verde - nem sequer me dei ao trabalho de me informar sobre o seu passado recente. Rui Águas bem tinha avisado que a seleção que dirige era "um bocadinho melhor" do que a Sérvia - devíamos tê-lo levado mais a sério.
Por essa minha falta de interesse mais tarde, porque os portugueses pouco fizeram para me chamar a atenção, não liguei muito ao jogo, sobretudo durante a primeira parte. Para ser sincera, acho que não perdi nada, tirando uma ou outra iniciativa de Bernardo Silva durante a primeira parte. Podemos queixar-nos de azar no primeiro golo de Cabo Verde, que foi marcado de um ângulo impossível. E na expulsão de André Pinto, que recorreu a uma falta para evitar o terceiro golo cabo-verdiano.
Por outro lado, esta equipa de segunda linha manifestou um problema que já é crónico nas primeiras linhas: a falta de eficácia. Não que seja uma surpresa quando que os pontas-de-lança utilizados foram Hugo Almeida (que está longe da sua melhor forma) e Éder (que já teve oportunidades de sobra, todas desperdiçadas. Como é que alguém ainda acredita nele?). Não é por acaso que Fernando Santos ande a optar por táticas sem ponta-de-lança. É a questão de sempre: equipa que não marca não merece ganhar, por muito bonito que a dita equipa tenha jogado - acreditam que, neste jogo, Portugal fez dezasseis remates contra dois de Cabo Verde, ambos certeiros? É rir para não chorar...
A diferença essencial foi a seguinte: para Portugal, este era apenas um jogo amigável, uma boa ação, uma oportunidade para jogadores fora dos habituais vestirem a Camisola das Quinas e provarem o se valor, dentro do possível. Para Cabo Verde, foi uma oportunidade para enfrentar os antigos colonizadores, para se "vingarem" - da mesma maneira como nós enfrentamos a Espanha, por exemplo. Fernando Santos disse mesmo que, par eles, foi como "a final da CAN".
Este foi, em suma, um jogo perfeitamente esquecivel, irrelevante, pelo menos para nós, portugueses. Faz-me lembrar o jogo com o Gabão, em novembro de 2012 (estão a ver? Ninguém se lembra desse, pois não?), em que, também, não tínhamos mais de metade da equipa habitual. A diferença foi que, com o Gabão, o cachet foi para nós - no jogo de terça-feira, foi para Cabo Verde.
Arriscando-me a parecer condescendente, ao menos os cabo-verdianos tiveram uma merecida alegria. Gostei de ver a festa que eles fizeram com os seus adeptos. Há que respeitá-los pela excelente atitude com que estiveram em campo. Prefiro sofrer um mau resultado perante uma equipa assim, do que perante uma equipa que passa um encontro inteiro a engonhar, a jogar para o empate.
Na minha opinião, o verdadeiro culpado por este desaire é o calendário. Eu sei que já me fartei de reclamar da marcação deste jogo apenas dois dias depois do encontro com a Sérvia, mas toda esta situação deu-me um novo motivo de queixa. Se o particular com Cabo Verde tivesse sido marcado para um dia mais tarde (ou mesmo para fevereiro, como há dois anos), ou se o jogo com a Sérvia tivesse ocorrido um dia antes, nada disto teria acontecido. Não teríamos precisado de mandar embora os que jogaram na Luz, nem de Chamar uma nova fornada de Marmanjos para o jogo com Cabo Verde. Teríamos tido uma Convocatória única, talvez uma mistura saudável de sangue fresco e veteranos. Todos os jogadores ter-se-iam apresentado ao serviço ao mesmo tempo, realizado pelo menos uma semana de treinos em conjunto. Mesmo que um ou outro jogador (leia-se: Cristiano Ronaldo) inventasse alguma desculpa para se baldar ao amigável, a equipa que alinhasse frente a Cabo Verde teria, pelo menos, essa semana de rotinas (o que mesmo assim não é muito), suficiente para uma exibição razoável ou, pelo menos, melhor que a de terça-feira.
No entanto, por causa deste calendário, Fernando Santos foi obrigado a pegar em dúzia e meia de jogadores à solta, tendo apenas uma manhã para afinar a estratégia, a atirá-los para dentro de campo, esperando que eles se entendessem. Acham mesmo que era possível isto resultar, sobretudo perante uma equipa hipermotivada, como Cabo Verde? O que se pode provar nestas circunstâncias? Muitos reclamam da idade de jogadores como Tiago e Ricardo Carvalho, mas que se ganhou em ir de um extremo ao outro? É por estas e por outras que acho que, tirando a componente solidária, para Portugal, este jogo foi praticamente inútil.
De uma maneira geral, no que toca a particulares, não costumo envolver-me demasiado, emocionalmente. Varia de jogo para jogo, é claro, mas, regra geral, prefiro poupar os nervos para jogos que valham três pontos. Os particulares são sempre abordados de maneira diferente que os jogos oficiais, raramente provando alguma coisa - só para que vejam, Portugal teve um péssimo jogo particular antes do Euro 2012. Por sua vez, os dois últimos particulares antes do Mundial 2014 não correram mal. Tendo o jogo com Cabo Verde ocorrido em circunstâncias tão diferentes das de um jogo oficial, na minha opinião, este não representa o valor real da Turma das Quinas, nem sequer representa o valor real dos jogadores utilizados no António Coimbra da Mota. Daí que eu desdramatize esta derrota. De qualquer forma, espero que estes Marmanjos se saiam melhor se/quando tiverem nova oportunidade. Convinha até que estas surgissem nos jogos que restam deste Apuramento... mas isso é um assunto para outra ocasião.
No próximo domingo, dia 29 de março, a Seleção Portuguesa de Futebol recebe, no Estádio da Luz, a sua congénere sérvia, em jogo a contar para a Qualificação para o Campeonato Europeu da modalidade, que terá lugar em França, no próximo ano - e eu estarei lá (no jogo com a Sérvia, não no Euro 2016. Era bom, era...)! Dois dias mais tarde, a Seleção receberá a congénere cabo-verdiana no Estádio António Coimbra da Mota, no Estoril. Por sua vez, este jogo será particular, de carácter solidário até. Os seus lucros reverterão para as vítimas da erupção do vulcão da Ilha do Fogo.
Passaram-se quatro meses, quatro longos meses, desde o jogo com a Argentina. Agora, que finalmente tornamos a falar sobre a Equipa de Todos Nós, depois deste tempo todo, tem-me custado a entrar de novo em modo Seleção: quando, há poucas semanas, se começava a especular sobre os Convocados para esta jornada dupla, eu mal conseguia recordar-me de quem fora titular na última jornada dupla, em novembro, onde é que ficámos, no que toca à Qualificação, antes de sermos "interrompidos" por esta longa pausa no futebol de Seleções. Eu e a minha irmã comentávamos uma possível Chamada da dupla sportinguista Paulo Oliveira e Tobias Figueiredo e nenhuma de nós se lembrava, tirando Pepe e Bruno Alves, dos centrais portugueses utilizados nos últimos jogos. Esquecemo-nos inclusivamente que Ricardo Carvalho tinha regressado. Foi para isto que criei o blogue, de resto, bastou-me reler as entradas mais recentes para retomar o fio à meada. Com alguns limites, mesmo assim, que em quatro meses muita coisa de altera.
Este longo interregno foi particularmente duro há pouco mais de um mês, aquando do dérbi lisboeta - marcado por uma série de episódios lamentáveis, quer entre adeptos quer entre dirigentes - da triste situação dos adeptos do Chelsea racistas e dos incidentes no jogo entre o Olympiakos e o Panathinaikos (em que o treinador português Vítor Pereira ficou mal na fotografia), que obrigaram a uma paragem no campeonato grego. Em suma, foi uma altura em que quase só se via a pior faceta do desporto, em que teria dado jeito uma pausa internacional para serenar os ânimos e para me fazer acreditar no futebol outra vez.
Não é só neste longo intervalo entre jornadas de Seleção que o calendário está mal feito. Por um lado, quando, em qualquer momento das últimas semanas, não me faltaria tempo para o blogue e para a página, estes jogos calham, outra vez, numa altura péssima para mim - desta feita, vou para o estrangeiro no dia que se segue ao jogo com Cabo Verde. Por outro lado, nesta dupla jornada, os jogos estão separados por... dois dias. Para cumprir os regulamentos da FIFA, que obrigam a um intervalo de 72 horas entre jogos, foi efectuada uma segunda Convocatória, em que os listados concentrar-se-ão no dia 29 para participarem no jogo com Cabo Verde. Não me interpretem mal, isto pode ser Deus escrevendo direito por linhas tortas; uma oportunidade única de ver novos jogadores em ação pela Equipa das Quinas (lembram-se de se falar imenso em renovação aquando das últimas jornadas?), sobretudo depois de a primeira Convocatória ter sido tão conservadora. Talvez as soluções encontradas compensem todas as complicações criadas por este calendário parvo. No entanto, tudo isto prognostica um particular insípido, na minha opinião. Acho mesmo que a mais que certa ausência de Criatiano Ronaldo e outros dos jogadores mais populares da Seleção irá prejudicar a venda dos bilhetes - um efeito indesejável num jogo de carácter solidário.
Além disso, para mim vai ser chato pois, se quiser escrever sobre o jogo com a Sérvia antes do jogo com Cabo Verde, só disporei de quarenta e oito horas.
Não havia mesmo maneira de fazer este particular vinte e quatro horas depois? Suponho que os clubes não deixariam, não aceitariam que os seus preciosos jogadores chegassem um dia mais tarde que fosse - apesar de terem tido quatro mees seguidos para brincar com eles, sem seleções a chatear. O jogo com a Sérvia também podia ter tido lugar no dia anterior, mas a verdade é que este está marcado há muito mais tempo que o particular com Cabo Verde, por muito boas intenções que este último jogo tenha. Paulo Bento tinha razão, quando dizia que as alminhas iluminadas que inventaram este novo calendário de Apuramento nada percebiam de futebol. Se ao menos a FIFA desse uma data para este tipo de jogos, quem sabe, algumas semanas antes das jornadas de Qualifica... Ah, espera!
Por outro lado, também me interrogo por que ando exatamente tão ansiosa. Apesar de, em termos de resultado, o saldo ser positivo (incluindo uma inesperada vitoria frente a Argentina), não se pode dizer que a Seleção ande a praticar um futebol de encher o olho, bem pelo contrário. Também não se pode esperar muito mais quando Selecionador e jogadores chegam a passar quatro meses (perdoem-me, mas tirei esta entrada para me queixar disso o mais possível) sem trabalharem juntos. Daí que compreenda que o adepto comum de futebol não ande exatamente aos pulos com a proximidade destes jogos com a Sérvia e com... Cabo Verde.
No entanto, qualquer adepto desta modalidade concordará que, independentemente da qualidade do futebol praticado, cada jogo é único, sendo aí que reside uma boa parte da beleza do desporto, o motivo pelo qual não nos fartamos dele. Há jogos mais interessantes do que outros, é certo, mas, no que toca à Seleção, continuo a gostar de escrever sobre cada um deles. Por outro lado, de uma maneira tipicamente feminina, dou sempre importância aos preliminares: as conferências onde se anunciam os Convocados, as concentrações, os contactos dos jogadores com a Imprensa (mesmo que, em nove em cada dez casos, não digam nada de interessante), as fotografias dos treinos, atualizar a minha página com tudo isso. Em suma, gosto de tudo o que vem no pacote dos jogos da Seleção - tirando, claro, os maus resultados. Mas isso não é novidade nenhuma.
Entretanto, ao fim de não sei quantos adiamentos, lá saiu o resultado do recurso apresentado ao Tribunal Arbitral do Desporto (a sério, se atrasassem ainda mais a coisa, Fernando Santos só saberia se poderia ou não sentar-se no banco a cinco minutos do início do jogo com a Sérvia!). O TAS reduziu o castigo do nosso Selecionador de oito para dois jogos de suspensão. Eu acho que foi uma decisão excelente pela parte que nos toca - não tinha muito em que me basear, mas só contava com uma redução para três ou quatro jogos. Ao que parece, o TAS está como toda a gente: não percebe o que Fernando Santos fez exatamente no jogo entre a Grécia e a Costa Rica ou, pelo menos, o que fez para merecer um castigo tão pesado (gostaria de assinalar, uma vez mais, que Luis Suarez mordeu uma pessoa pela segunda ou terceira vez na sua carreia e apanhou apenas mais um jogo que o castigo original de Fernando Santos. Gosto sempre de recordar isto...). Ter-se-ia poupado muito stress se esta tivesse sido a sentença inicial ou se, pelo menos, a federação grega tivesse avisado o seu técnico a tempo de apresentar recurso mais cedo. Se formos a ver, passaram-se cerca de sete meses desde o primeiro castigo. Todo o processo foi ridículo, do princípio ao fim... Nem quero falar mais sobre ele, que já se perdeu demasiado tempo com esta história.
Passemos, então, aos Convocados. Para o jogo com a Sérvia, Fernando Santos apresentou uma Convocatória bastante conservadora, em que as únicas novidades foram Ventura, guarda-redes do Belenenses, e Hugo Almeida, de regresso pela primeira vez após o Mundial do Brasil. Estava à espera de ver Raphael Guerreiro na Lista, mas ele está lesionado. É pena, depois da última dupla jornada, queria ver mais do miúdo. Começa a definir-se o núcleo duro de Fernando Santos, algo que acaba por acontecer com todos os selecionadores, mais cedo ou mais tarde. Está no seu direito e, de resto, não se pode criticar Fernando Santos por não querer arriscar num jogo em que não poderá estar no banco. Eu, no entanto, fico um pouco de pé atrás, pois ponho-me a pensar nas teimosias de Paulo Bento, que alienaram tantos jogadores que poderiam ter sido mais-valias.
Eu sei que Fernando Santos fez uma segunda Convocatória para o jogo com Cabo Verde com muito mais novidades. Escolhendo exclusivamente jogadores atuando na Liga portuguesa, promoveu as estreias de jogadores como André André (que se tem destacado no Vitória de Guimarães) e os regressos de Pizzi e André Almeida, após ausência mais ou menos prolongada. Adrien Silva também está incluido nesta lista - o que, tendo em conta que este não é propriamente inexperiente em convocatórias, dá a ideia que Fernando Santos o considera uma segunda linha. Também não é culpa do Selecionador que tenhamos João Moutinho... Em todo o caso, Fernando Santos deixou no ar a hipótese de, eventualmente, Chamar um ou outro sub-21.
Visto que a Sérvia só tem seleção própria desde 2006 (quando se separou do Montenegro), o seu currículo é reduzido. Mesmo assim, não deixa de ser uma velha conhecida nossa, da Qualificação para o Euro 2008. Ambos os jogos disputados nesse Apuramento terminaram com empates a um igual. No primeiro jogo, fará oito anos na véspera do próximo embate, em Belgrado, marcamos primeiro: um belo remate de Tiago, como podem ver no vídeo (esperemos que repita a proeza na Luz). Se a memória não me atraiçoa, julgo que não vi este golo em direto porque a minha mãe me tinha mandado aos Correios cinco minutos antes - quem não tiver histórias deste género, atire a primeira pedra. Os sérvios empataram meia hora depois. Não me recordo de mais nada do jogo.
O segundo encontro desse ano, em setembro, foi uma história completamente diferente. Para começar, teve lugar no Estádio de Alvalade e eu estive lá. O primeiro golo foi assinado por Simão Sabrosa. Os sérvios, contudo, empataram aos oitenta e sete minutos - se não me engano, com um golo em fora-de-jogo. O embate, no entanto, ficou marcado pelo triste episódio entre Scolari e Dragutinović - quando ele "estava defendendo o menino". Sei que, em princípio, não devemos voltar a ter um episódio desses no próximo jogo, porque o nosso Selecionador já está castigado. Em princípio, Ilídio Vale terá bom senso suficiente para não piorar a situação. No bom senso dos jogadores é que já não confio tanto...
Hoje em dia seleção sérvia, por cá, destaca-se por ser constituída por jogadores que, nos últimos anos, passaram pelo Benfica - ainda que apenas um ou dois (Matic? Markovic?) se tenham conseguido impor na equipa principal. Não sei quem foi a alminha iluminada que achou boa ideia escolher o Estádio da Luz para palco deste encontro: às tantas, os sérvios vão sentir-se mais em casa que os portugueses! Por outro lado, até pode ter sido uma decisão inteligente em termos lucrativos: quem sabe quantos virão ao jogo só para se reencontrarem com os antigos jogadores do Benfica?
Por seu lado, Cabo Verde torna a jogar com Portugal cinco anos após a última vez: na preparação para o Mundial da África do Sul. Jogo esse que ficou empatado zero a zero, tendo sido o primeiro a inaugurar a tradição dos marcadores por abrir nos primeiros amigáveis dos estágios de preparação de fases finais. Para além desse, o outro jogo disputado com Cabo Verde realizou-se em 2006, também em vésperas de Mundial. Desta feita, ganhámos por 4-1, com um hat-trick de Pedro Pauleta - o último hat-trick na Seleção até Cristiano Ronaldo dar a volta ao texto em Belfast.
Conforme disse no início, consegui bilhetes para o jogo com a Sérvia. Será a primeira vez que repito um adversário no que toca a jogos da Seleção a que fui. Os lugares não são ideiais: só conseguimos para o terceiro anel. Provavelmente arrepender-me-ei de não ter comprado os bilhetes mais cedo e conseguido melhores lugares mas, por agora, não me importo. Quero mesmo estar lá, de uma maneira ou de outra, fazer a minha parte para conseguirmos a vitória. Além de que há muito que desejava conhecer o Estádio da Luz. Espero que este jogo corra melhor que os dois últimos a que assisti da Seleção (tendo este sido o último)..
Estou a contar com uma vitória, precisamente. Todos nós sabemos que Portugal é melhor que a Sérvia, cabe aos Marmanjos demonstrá-lo em campo, na Luz, para eu ver. O facto de muitos dos jogadores Convocados para esta jornada terem marcado golos (ou, no caso de Moutinho, feito assistências) pelos respetivos clubes nos jogos da semana passada (conforme fui assinalando na minha página) contribui para o meu otimismo, ainda que relativo - tenho sempre as minhas reservas. Em linha com o que escrevi nas últimas entradas aqui no blogue, há uma eternidade atrás, quero ver a Seleção a jogar cada vez melhor ou, pelo menos, continuando a obter os resultados necessários. Enfim, a conversa de sempre, vocês já a conhecem.
Com este calendário parvo e a viagem que tenho marcado para dia 1, não sei quando publicarei as crónicas relativas a este jogo. O mais certo é analisar toda a dupla jornada num único texto - até porque duvido que o jogo com Cabo Verde justifique uma análise muito grande. A rapidez com que publicarei dependerá de muitas coisas, destacando-se a disponibilidade de Internet durante a minha viagem. Como sempre, continuem desse lado.
Era para ter escrito mais cedo mas faltou-me tempo. Na Segunda-feira passada, Portugal empatou sem golos no jogo de preparação para o Mundial 2010, frente a Cabo Verde. Eu escrevi na entrada anterior que não estava muito interessada no resultado, mas não consegui evitar ficar desiludida quando o árbitro apitou três vezes e o marcador por abrir. Eu contava com uma vitória, mesmo que não fosse muito expressiva!
Tal como previra, não consegui assistir à primeira parte via televisão. Em vez disso, na última aula teórica que tive, sentei-me a um canto do anfiteatro para não incomodar (e para não repararem em mim...), coloquei os headphones e pus-me a escutar a emissão da Antena 1, um pouco antes do início do jogo. Como de costume, os locutores descreviam o ambiente do estádio, cheios de entusiasmo. As suas palavras iam sendo pontuadas por vuvuzelas e motores de avião que, segundo o que percebi, andavam por lá a demostrar apoio à Selecção.
Na altura, lembrei-me de outra ocasião em que estivera em aulas enquanto a Selecção jogava. Fora em Outubro de 2007, o Cazaquistão-Portugal. Eu tinha vindo substituir uma aula. Não havia outro horário, eu bem procurei. E depois, como era uma aula em grupo e eu não fazia parte de nenhum, fiquei ali a olhar para o ar e a pensar que mais valia não ter vindo. Tinha, entretanto, pedido à minha irmã para me mandar toques caso houvesse golos e como ela nada me disse, comecei a ficar nervosa. Felizmente a aula acabou antes do jogo. Eu peguei no meu leitor de MP3, fui para junto da estação do Metro e lá fiquei a ouvir o relato do jogo. Ainda não tinham marcado Imagino a minha figura, a andar de um lado para o outro, a falar sozinha coisas como "vá lá, marquem...". Ah, mas fiquei tão contente quando marcaram... Fico sempre. Lembro-me do locutor a exclamar "MA-MAKUKULA!!!!!". Foram simpáticos, esperaram pelo fim da minha aula para marcarem os golos...
Infelizmente, desta feita, não marcaram golos. Por outro lado, até pode constituir uma vantagem, pois não sei se conseguiria evitar gritar "GOLO" no meio da aula... Ouvi perfeitamente o público cantando o hino em coro, eu própria cantei em play-back, com o meu boné da Selecção no colo. Entretanto o jogo começou. Como de costume, os comentários dos locutores divertiram-me. A certa altura, um deles disse que alguém tinha passado para o cabeludo Pedro Mendes. Outro comentário engraçado também se relacionou com este último marmanjo. Parece que a certa altura este fez menção de tirar a camisola porque tinha um aparelho qualquer para medir o ritmo cardíaco ou algo do género. Não percebi muito bem. O comentador disse Por um momento pensei que o Pedro Mendes nos ia presentear como uma sessão de strip-tease, mas não e eu tive de invocar todas as minhas forças para não desatar a rir. Mas aposto que, se tivesse sido o Ronaldo, ninguém se importava. O marmanjo pode ser demasiado vaidoso para o meu gosto, preocupar-se mais com a sua aparência do que eu me preocupo com a minha e sou rapariga, mas nenhuma mulher consegue deixar de apreciar aquele físico...
Mas passando à frente do físico do Cristiano Ronaldo, parece que o estádio não estava cheio, mas os que lá estavam eram adeptos dos bons. Praticamente nunca se deixaram de ouvir as buzinas, os gritos e as vuvuzelas. Muito chinfrim para apoiar a Selecção!
Mesmo limitada a um relato de rádio, dava para ver que o Fábio Coentrão era um daqueles que mais se esforçava. Penso que chegou a ser considerado o homem do jogo. O jovem benfiquista parecia mesmo querer demostrar que merecia estar na Selecção.
Ao intervalo, já começava a ver que não íamos lá. Tomando como exemplo o particular contra a China, na segunda parte Queiroz ia provavelmente trocar os jogadores e o desempenho ia ressentir-se disso. Se isto acaba mal, o pessoal atira-se todo ao Professor, tipo sanguessugas, pensei. E, de facto, a segunda parte apenas trouxe mais do mesmo. Entretanto, tinha chegado a casa. Estive a ver um bocado o jogo na televisão enquanto jantava. A minha mãe pôs-se logo a resmungar coisas do género:
- Que vergonha, Sofia! É o Cabo Verde! Que é que eles vão fazer ao Mundial?
Eu irritei-me e atirei-lhe:
- Mãe! Eu não sou o Queiroz! Não sou eu que os treino!
Mas na altura não invejei nada o Professor. Coitado, ele deve ouvir daquilo tantas vezes...
Era a primeira vez que usavam o novo equipamento principal. Eu até gosto, mas parece o equipamento do Manchester United...
O jogo finalmente acabou. Seguiram-se as flash-interviews. O Ronaldo foi o primeiro. O marmanjo aparentava estar bem-disposto mas a mim pareceu-me que estava mais chateado do que dava a entender. Ele invocou a "falta de frescura física" como desculpa, perdão, motivo para o resultado abaixo das expectativas. É capaz de ser essa a principal razão, se pensarmos que os jogadores foram chegando a conta-gotas ao estágio.
Outro dos entrevistados foi Fábio Coentrão. O jovem disse verbalmente aquilo que tinha dito ao longo de todo o jogo através do seu desempenho: que o Mister pode contar com ele. Talvez seja isso que por vezes falte aos outros jogadores. Como já foi referido, o Fábio está a estrear-se na Selecção. O Nani, que também esteve muito bem no jogo, perde muitas vezes a titularidade para Simão - que só não jogou devido ao desgaste físico - ou para Ronaldo. Ambos queriam demostrar que mereciam a titularidade. Às vezes, penso que seria bom se outros jogadores sentissem os lugares ameaçados de vez em quando. Era da maneira que não se desleixavam.
Queiroz, entretanto, já veio ontem afirmar que a partir de agora é a sério. Ainda bem. Eu compreendo o mau resultado, percebo que aquilo tenha sido mais um treino do que um jogo. Espero que, ao menos, tenha servido para se tirar ilações sobre o que é preciso fazer. Não me importo que se perca ou empate nestes jogos, mas quando estivermos no Mundial não haverá desculpas para ninguém!