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O Meu Clube É a Seleção!

Mulher de muitas paixões, a Seleção Nacional é uma delas.

Reentré

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No próximo dia 7 de setembro, a Seleção Portuguesa de Futebol defrontará a sua congénere sérvia no Estádio Rajko Mitic, em Belgrado. Três dias mais tarde, defrontará a sua congénere litua… litua… *pesquisa no Google* lituana, no Estádio LFF, em Vilnius. Ambos os jogos contarão para a fase de grupos da Qualificação para o Euro 2020.

 

Sabe sempre bem ter jogos da Equipa de Todos Nós em inícios de setembro. São um bom consolo pela proximidade do fim do verão, ajudam a lidar com a reentré. Jogos da Seleção sabem bem em qualquer altura do ano, na verdade, mas os de setembro têm um gostinho especial – melhorado pelo facto de, depois destes, só temos de esperar um mês por mais uma dupla jornada. E depois dessa, voltamos a ter de esperar apenas um mês pela próxima. É uma das melhores partes do outono. 


Como habitual, Fernando Santos divulgou os Convocados para esta dupla jornada na passada quinta-feira. Existem algumas novidades interessantes: a Chamada de Daniel Podence, do Olympiacos, para começar, bem como a de Daniel Carriço, do Sevilha. Sobre o primeiro, o Selecionador disse que o viu jogar na Grécia e este “saltou-lhe à vista”. Em relação ao segundo, pelos vistos estará a sair-se bem no Sevilha – e Fernando Santos quis Chamar quatro centrais para esta dupla jornada, caso haja alguma lesão ou cartão vermelho.

 

Eu pessoalmente não dei com nenhuma notícia reportando boas exibições destes jogadores. Mas, lá está, é tarefa de Fernando Santos e respetiva equipa técnica tomar nota dos desempenhos de jogadores portugueses, mesmo que a Comunicação Social não o faça. 

 

Fernando Santos deve ter tido uma premonição ou assim, pois de facto um dos centrais Escolhidos lesionou-se, se bem que ainda antes da concentração: Pepe. Ferro foi Chamado para o substituir. Francisco Reis Ferreira, que por algum motivo abreviou o seu nome para Ferro, um central de vinte e dois anos que representa o Benfica. Este é outro que muitos consideram merecedor de uma Convocatória há já algum tempo – embora seja sensato dar um desconto por possível viés clubístico. Pela sua idade, parece-me um bom investimento a longo prazo – melhor que Daniel Carriço, que já está na casa dos trinta. Além de que já está habituado a jogar com Rúben Dias.

 

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Só uma questão: se Ferro cometer uma falta durante um jogo, se houver falta de Ferro, pode-se dizer que o jogo está com anemia?

 

Desculpem-me…

 

Outra novidade na Convocatória é o regresso de Renato Sanches. Confesso que não tinha dado conta de que o Renato se tinha transferido para o Lille até olhar para a Convocatória – em minha defesa, o negócio só ficara fechado uns dias antes. Tinha ouvido dizer que o Marmanjo andava a jogar pouquíssimo no Bayern de Munique e a pressionar os dirigentes para sair. Cheguei a ver uma notícia dando conta de que o CEO do Bayern dera uma de Taylor Swift, garantindo que não queriam vendê-lo, mas pelos vistos o Renato acabou por ganhar este braço-de-ferro.

 

O jogador deixou bem claro que queria ter tempo de jogo, que claramente não estava a obter no Bayern. Chegou mesmo a admitir que não estava preparado para vir para Munique quando veio. 

 

Ou seja, três anos mais tarde, fica confirmado o que vários de nós suspeitavam há muito: a sua transferência precoce foi um erro.

 

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Todos esperamos que Renato consiga recuperar o tempo perdido agora, no Lille. Ele ainda é jovem, tem toda uma carreira à sua frente. Com um bocadinho de sorte, não lhe faltarão oportunidades para mostrar o seu valor. 

 

No entanto, após quase um ano de ausência dos Convocados, será sensato da parte de Fernando Santos Chamar um jogador com tão poucos minutos? Não sei. Talvez o Selecionador espere aproveitar a motivação que Renato terá trazido para o seio da Equipa de Todos Nós, agora que está a começar de novo no Lille. Isso e a clássica desculpa do pouco-tempo-para-treinar-logo-jogadores-habituais. 

 

Enfim. A ver como corre. Ao menos já deu para Cristiano Ronaldo matar saudades do cabelo dele (a sério, já não é a primeira vez).

 

Por outro lado, confesso que não percebi a conversa de Fernando Santos, quando disse que Portugal não tem um nove, um ponta-de-lança de raiz neste momento. O Gonçalo Paciência, que ainda este fim de semana marcou um golo e fez uma assistência, um André Silva em boa forma, não são pontas-de-lança de raiz? É certo que estes aspetos técnicos já estão um bocadinho além dos meus conhecimentos da matéria, mas… parece um bocadinho desculpa esfarrapada.

 

Mais sentido faz que Fernando Santos considere que jogadores como Paciência não se encaixam na estratégia para estes dois jogos. No entanto, na minha opinião, o miúdo já merece uma oportunidade há algum tempo. Mais cedo ou mais tarde, Fernando Santos vai ter de dar-lha.

 

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Um assunto de destaque é a Convocatória de João Félix que, como toda a gente deve saber, mesmo pessoas sem acesso a televisão, rádio, jornais ou Internet, foi transferido este verão para o Atlético de Madrid – pela módica quantia de 126 milhões de euros (agora é que ele vai poder ver o Doraemon em castelhano). 

 

Ao contrário de Carriço e Podence, de João Félix ninguém perde pitada – incluindo uma situação que eu, sinceramente, estava melhor sem saber (a sério, puto, nem a minha cadela faz isso já…). Como já tinha dado a entender antes, não fiquei lá muito satisfeita com a saída do miúdo do Benfica. Achava que ele não ia conseguir adaptar-se, que não fosse capaz de corresponder ao preço e ao eudeusamento – e que, quando isso acontecesse, seria Félix a arcar com as culpas, não as pessoas que o inflaccionaram para além do razoável. Lá está, um pouco como aconteceu com o Renato. 

 

Até agora as minhas previsões não se cumpriram. Estava errada – e ainda bem! É certo que a época ainda agora começou. Continua a haver muito hype em torno de Félix e estou a tentar não me deixar contagiar. Mas até agora tudo bem e todos esperamos que continue assim. 

 

Ao contrário do que pelo menos uma parte da Imprensa desportiva vos dirá, João Félix ainda não se afirmou na Turma das Quinas. Só conta setenta minutos nas meias-finais da Liga das Nações, em que não fez nada de especial. Não que censure o miúdo – um jogo daquela envergadura não era o mais indicado para a estreia de um jogador, sobretudo um tão jovem como Félix. Nesse aspeto, esta dupla jornada será mais adequada para o miúdo mostrar o que vale. 

 

Ele há de ir lá, mais cedo ou mais tarde. Deem-lhe tempo e espaço. 

 

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Decorre, então, a preparação da segunda dupla jornada de Apuramento para o Euro 2020. Estamos numa situação estranha em que, por um lado, perdemos quatro pontos nos dois primeiros jogos, por outro, ganhámos a Liga das Nações há pouco menos de dois meses (embora, verdade seja dita, muitos poucos têm falado sobre isso). Por um lado, provámos que continuamos entre os melhores da Europa, por outro estamos atrás do Luxemburgo na classificação do nosso grupo de Apuramento. 

 

Só mesmo nós.

 

Vamos reencontrar a Sérvia após o jogo menos conseguido na Luz. Não será fácil – o jogo será em casa deles (e as viagens longas são um fator a tem em conta nesta dupla jornada) e eles já conseguiram neutralizar-nos. É certo que, no último jogo, houve erros do árbitro, admitidos pelo próprio, mas não explica tudo. Vamos ter de jogar melhor. 

 

Quanto à Lituânia, esta será a primeira vez que a defrontamos em jogos oficiais. Antes desta, só disputámos dois jogos particulares: um em Agosto de 2000, que vencemos por 5-1, um em Junho de 2004 – uma semana antes do Europeu – que vencemos por 4-1. Não me lembro de nada deste último jogo, apesar de, em teoria, nesta altura, já estava a acompanhar a Seleção com alguma proximidade. 

 

De qualquer forma, sendo apenas jogos amigáveis que decorreram há mais de quinze anos, não dá para tirar muitas ilações.

 

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Olhando para o histórico recente da seleção lituana, dá para ver que eles não ganham um jogo há quase um ano e meio. A última vitória foi em março do ano passado, perante a Arménia. Os lituanos estão no fundo da tabela classificativa deste Apuramento, com apenas um ponto. Nós estamos imediatamente acima – embora com menos um jogo disputado. 

 

Em teoria, Portugal terá todas as condições para levar este jogo de vencida. Na prática, condições favoráveis às vezes atrapalham os portugas. Os exemplos abundam. 

 

Bem, sempre vamos ter um par de condições desfavoráveis, para contrabalançar. As viagens longas, como já referi, e o relvado artificial. Da última vez, atrapalhou um bocado. 

 

Nada disto servirá de desculpa, claro. Estes jogos são para banhar. Estes e os quatro seguintes, como disse Fernando Santos na Conferência de Imprensa – porque, para nós, não há outra forma de disputarmos Qualificações (sei que já o disse antes, mas é tão caricato, tão caricato, que não resisto a repeti-lo). 

 

O Selecionador diz que deseja Apurar-se no primeiro lugar. Eu também prefiro, claro, e acho que temos todas as condições para fazê-lo. No entanto, já me contento se não tivermos de ir a play-offs. Para além de ser indigno para o atual Campeão da Europa e das Liga das Nações… os play-offs serão apenas em 2020. Não estou habituada a começar um ano par sem saber se a Seleção vai estar no respetivo Europeu ou Mundial e quero evitá-lo.

 

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Aliás, não estou habituada a começar um ano par sem que a Seleção esteja no respetivo Europeu ou Mundial, ponto. Quero evitá-lo ainda mais. 

 

Havemos de consegui-lo. Que diabo, conseguimos vencer a Liga das Nações, havemos de conseguir Apurar-nos. Só dependemos de nós e não nos falta talento ou capacidade. Havemos de sair de (mais) este buraco. 

 

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