Na passada sexta-feira, dia 8 de junho, a Seleção Portuguesa de futebol recebeu, no Estádio da Luz, a sua congénere russa, num jogo a contar para a Qualificação para o Campeonato do Mundo da modalidade, que terá lugar no Brasil, daqui a um ano. A Seleção da casa levou o jogo de vencida por uma bola sem resposta, cortesia de Hélder Postiga. Portugal assumiu deste modo, ainda que provisoriamente - tem mais jogos que a Rússia e Israel, os adversários mais perigosos - a liderança do grupo F.
Parece que, finalmente, a Equipa de Todos Nós começa a encarreirar neste Apuramento.
Com o tudo o que se foi dizendo ao longo da preparação deste jogo, sobre uma Rússia, treinada por Fabio Capello, que joga à italiana, que estava a ter uma Qualificação imaculada, sem um golo sofrido; sobre o cansaço físico e psicológico de fim de época de alguns jogadores; a falta de ritmo competitivo de outros; as asneiras cometidas ao longo desta fase de Qualificação; por fim, o discurso habitual da falta de opções, de alternativas para a Seleção, do estes-tipos-não-valem-nada-quando-comparados-com-o-Figo-o-Rui-Costa-e-companhia (começo a ficar saturada dessa conversa...), não me atrevia a assumir-me como optimista ou pessimista antes do jogo. Em vez disso, tal como publiquei na página do Facebook algumas horas antes do arranque da partida, preparei-me para um jogo difícil, de sofrimento, em que tudo poderia acontecer. Manifestei, também, o desejo de que os Marmanjos entrassem em campo também assim, com a consciência das dificuldades do jogo, da importância de uma vitória, preparados para qualquer cenário, para dar tudo por tudo, para sofrer, para ganhar.
O desejo foi cumprido.
Perante uma bela moldura humana, a Turma das Quinas entrou bem no jogo, decidida a cumprir as promessas feitas ao longo da preparação desta jornada. E a recompensa surgiu cedo, na sequência de um livre cobrado por Miguel Veloso. Este colocou a bola muito bem, a jeito para o Hélder Postiga encostar. A bola foi ao poste - que, por uma vez, esteve do nosso lado - e entrou.
O melhor disto tudo é que eu não preciso de dizer nada, não preciso de contrariar as críticas. O Hélder defende-se a si mesmo, outra e outra vez, prova que não é por capricho que teimo em louvá-lo. E, no processo ajuda a Seleção a encontrar o caminho certo. É o nosso talismã há já vários anos. Vai, aliás, fazer agora uma década desde os seus dois primeiros golos pela Equipa das Quinas (num particular contra a Bolívia, dia 13 de junho de 2003, que Portugal ganhou por 4-0). Desde esse dia até hoje, tem-se fartado de marcar golos pela Seleção. Estou a pensar, por exemplo, num tiro espetacular, num jogo de Qualificação para o Euro 2008, frente à Bélgica, em junho de 2007. E no jogo contra a Noruega, há dois anos, também em final de época, também no Estádio da Luz, também ganho por 1-0, com golo de Postiga. E agora igualou Rui Costa em número de tentos. Não me esqueço destas coisas, recordo-as. E fico orgulhosa.
O golo madrugador deu-nos a tranquilidade que não tivemos em outros jogos deste Apuramento. No entanto, tendo o jogo com Israel fresco na memória, não me atrevi a ficar demasiado tranquila, receei que a Rússia empatasse de novo. Não tive grandes motivos para temê-lo a sério durante a primeira meia hora de jogo, durante a qual houve claro domínio português. Só quando a Seleção procurou gerir o resultado, dando mais espaço aos russos, é que comecei a ter motivos reais para me assustar. Sempre que os russos se aproximavam da nossa baliza, eu rezava para que nenhum dos Marmanjos fizesse uma parvoíce, como as que cometeram noutros jogos desta fase de Apuramento. Valeu-nos os bons desempenhos do novato Luís Neto, que substituiu Pepe, as já costumeiras boas intervenções de Rui Patrício, um árbitro que, em certas ocasiões, foi nosso amigo e uma boa dose de sorte. Talvez para compensar alguma infelicidade que possamos ter tido em jogos anteriores, os deuses do futebol estiveram com Portugal naquela noite.
Pena não terem permitido um segundo golo português, só para manter a nossa tensão arterial nos valores normais. Juro que ainda vou descobrir quem é o cardiologista que anda a patrocinar a Seleção para não haver um jogo que seja sem sofrimento...
O encontro acabou, por isso, por ser bastante equilibrado, embora Portugal se mantivesse quase sempre por cima. O que não quer dizer nada - a História recente do futebol é rica em jogos cujos resultados se decidiram numa questão de minutos. E se existiram várias ocasiões em que estivemos perto do segundo golo, existiram outras em que, como disse @lidiapgomes no Twitter, "estivemosábilitar-nos". Por o jogo decorrer no estádio do Benfica, houve quem se recordasse da maldição do minuto 92. Eu, nessa altura, já só rezava, "Apita, árbitro, apita... Termina o jogo...". E, apesar de várias vezes ter receado o contrário, o jogo terminou com a nossa baliza inviolada e Portugal em vantagem, amealhando três pontos.
Foi um bom jogo, sobretudo tendo em conta todos os fatores que jogavam contra nós, já mencionados neste texto. Não foi um jogo brilhante, mas ninguém esperava que o fosse. Vários jogadores se destacaram, como Luís Neto, Vieirinha, Moutinho, entre outros, mas, na minha opinião, foi sobretudo um jogo de equipa, um triunfo de equipa. Houve atitude, espírito guerreiro, de entre-ajuda, união - precisamente os pontos fortes da Equipa de Todos Nós. Os comentadores desportivos não estão errados quando dizem que esta Seleção é mais pobre em valores em individuais do que, por exemplo, a de 2004-2006. No entanto, quando estão para aí virados, quando vestem a camisola das Quinas e jogam em equipa, cada um dos onze jogadores vale mais do que o seu valor individual. Isto foi suficiente para chegarmos às meias-finais do Europeu, no ano passado, chegando a jogar de igual para igual com a Espanha. Foi, também, suficiente para ganharmos à Rússia, apesar das dificuldades todas. Isto, sim, isto é Portugal! Estamos de volta!
O problema é mesmo o facto de os Marmanjos nem sempre estarem para isso. Podia perguntar onde esteve este espírito noutros jogos deste Apuramento. Mas não o farei. Não quero olhar para trás. Não se pode mudar o passado. Aquilo que podemos controlar são os jogos que nos faltam. Cada um deles será uma final. Este, com a Rússia, já o era. Talvez tenha sido a mais difícil. Vencê-la foi um grande passo em frente, mas ainda temos caminho a percorrer e ainda existe o risco de nos perdermos pelo meio, de novo.
Mas, como o próximo jogo oficial é em setembro, haverá tempo para pensar melhor nisso. Antes, ainda teremos dois particulares, um dos quais já na segunda-feira, contra a Croácia. Não alimento grandes entusiasmos para este jogo, por motivos diversos, embora me atraia a possibilidade de vermos jogadores menos habituais - destaque para o estreante André Martins - em campo. Como será uma semana complicada para mim, não sei quando poderei publicar uma análise ao jogo. Nem sei, sequer, se farei uma análise ao jogo. Mas vou tentar escrevê-la, mesmo que o jogo não se revele grande coisa, mesmo que só consiga publicar a entrada uma semana depois.
Fico feliz por a Seleção, finalmente, estar no caminho certo. É verdade que ainda não conquistámos nada, as o Brasil encontra-se cada vez mais alcançável. É o que me farto de repetir aqui no blogue mais uma vez provado: mais cedo ou mais tarde, os jogadores recompensam-nos pelo apoio que lhes damos, mostram que vale a pena acreditar na Seleção. Por isso é que me obriguei a mim mesma, ao longo destes meses todos, a manter a fé, apesar das sucessivas desilusões. Fica este consolo para as próximas semanas: a chama está mais forte, o Brasil está mais perto. Agora, espero que não tornemos a desviar-nos da rota, que continuemos a dar passos em frente e que, daqui a uns meses, estejamos a comemorar a sexta presença num Campeonato do Mundo.
No próximo dia 7 de junho, a Seleção Portuguesa de Futebol recebe, no Estádio da Luz, a sua congénere russa, em jogo a contar para a Qualificação para o Campeonato do Mundo da modalidade, a realizar-se daqui a um ano, no Brasil. Três dias mais tarde, desloca-se a Genebra, na Suíça, para um jogo de carácter particular a propósito do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Estes serão os últimos jogos da época futebolística 2012/2013. Este ano acompanhei a temporada dos clubes, tanto portugueses como estrangeiros, mais de perto do que o habitual, sobretudo por causa da página do Facebook - chegam a passar-se semanas sem notícias sobre a Equipa de Todos Nós e não posso, nem quero, deixar a página inativa durante esse tempo todo. Além disso, interessa prestar atenção ao percurso dos jogadores portugueses nos respetivos clubes, já que isso influenciará a sua chamada à Seleção, bem como os seus desempenhos quando vestirem a camisola das Quinas.
Tal como disse a minha irmã no outro dia, foi uma época esquisita. Por vários motivos. Já aqui falei das dificuldades por que vários jogadores portugueses passaram este ano nos respetivos clubes e, em alguns casos, continuam a passar. O caso dos jogadores do Real Madrid, por exemplo. A trágica época do Sporting - a minha irmã fartou-se de sofrer este ano, coitadinha! E a desgraça recente do Benfica, que durante algum tempo pareceu ter tudo nas mãos e deixou-o escapar entre os dedos.
No que toca ao clube das águias, aquilo que mais desapontou foi a perda da Liga Europa, pois era uma equipa portuguesa numa final europeia, representando o futebol português - embora, em rigor, só haja um único jogador nacional no plantel benfiquista e nem sequer é dos mais utilizados. Foi o único jogo dos decisivos para o Benfica a que assisti e, pelo que vi, os benfiquistas jogaram melhor que o Chelsea. Acabou por ser um filme já muitas vezes visto, em diferentes circunstâncias. Isto é como diz José Mourinho, finais não são para jogar, são para ganhar. Equipa que quer levar um jogo de vencida não pode falhar tantos remates. O objetivo do futebol é marcar golos, quem não consegue fazê-lo não pode aspirar a vitórias, é tão simples quanto isso.
Julgo que não é a primeira vez que falo disto aqui no blogue. Só espero agora não ter de voltar a abordar este assunto tão cedo.
Mas a época já terminou para os clubes, tirando o campeonato espanhol, que termina no próximo fim-de-semana. Paulo Bento divulgou na segunda-feira passada os Convocados para os próximos dois jogos da Seleção. A única novidade de maior foi a Chamada de André Martins, o jovem médio do Sporting. Quem ficou muito feliz com esta Convocatória foi a minha irmãzinha sportinguista. Já quando, há pouco menos de duas semanas, íamos as duas no carro e ouvimos na rádio que o jovem médio fora incluído na pré-Convocatória, ela deu um berro:
- EU DISSE! EU DISSE! EU DISSE QUE ELE IA PARAR À SELEÇÃO! EU DISSE! - E tratava-se apenas de uma pré-Convocatória, nada nos garantia que ele seria Chamado já para estes jogos.
Sim, acho que ela sai a mim.
Quando a Convocatória lhe veio a dar razão, reagiu com menos histeria, felizmente. Limitou-se a ficar muito feliz. "Como uma mãe orgulhosa", nas palavras da mesma, apesar de ser mais nova do que ele... Mas compreendo-a. Quando tinha a idade dela, cada elogio que fizessem ao Cristiano Ronaldo equivalia a um elogio a mim.
A minha irmã diz que o André Martins será o próximo João Moutinho, o próximo formiguinha. Talvez tenha razão. O que é facto é que o jovem médio tem já longo percurso nas Seleções de formação, com 43 jogos e 4 golos - incluindo um frente à Rússia há um ano, pelos sub-21. Há quem diga que ele pode jogar logo de início contra a Rússia mas tenho as minhas dúvidas. Quanto muito entrará a meio. Estará, certamente, ansioso por mostrar o seu valor, mostrar que merece tornar-se uma opção para Paulo Bento. Só o tempo poderá dizer que o André cumprirá as promessas que tem deixado.
O Paços de Ferreira já se veio queixar de não ter nenhum jogador na lista de Convocados. A polémica ainda não estalou a sério porque os media ainda estão a explorar a desgraça do Benfica e o futuro incerto de Jorge Jesus. Mas aposto que, assim que o assunto se esgotar e, sobretudo se alguma coisa correr mal frente à Rússia (três vezes na madeira!!!), estalará. Eu, nesta, concordo que o Paços tem motivos para se queixar. Depois da época que fez e sendo a equipa do pódio da Liga Portuguesa com maior número de jogadores portugueses (acho eu), merecia atenção por parte de Paulo Bento. Mas também, para ser sincera, não estava à espera de grandes inovações nesta Convocatória. Só a Chamada de André Martins apanhou-me de surpresa. E se é verdade que a Seleção precisa de sangue novo, de alternativas, estar a criar uma equipa completamente nova para um jogo desta importância poderia dar para o torto. Haverá tempo para fazer experiências, até porque veem aí vários particulares - mais sobre isso adiante - mas, para já, é melhor apostar em jogadores que já estão habituados uns aos outros, que já deram garantias, apesar da irregularidade de alguns dos últimos jogos.
Vamos, então, jogar com a Rússia pela segunda vez nesta fase de Apuramento, desta feita em casa, num Estádio da Luz que se espera cheio. Fala-se de muitos jogadores não se encontrarem na forma ideal, alguns deles, como já referi aqui, depois de épocas menos boas. Gostei, contudo, da resposta que o Selecionador deu na Conferência: "Nunca consegui encontrar um jogo da Seleção num momento adequado." Julgo até que já o disse aqui no blogue: os jogos da Seleção nunca dão jeito, seja por entrarem em rota de colisão com os planos dos clubes, por os jogadores terem as cabeças noutro lugar ou por terem perdido ritmo competitivo.
Bem, terão de se amanhar. Tendo em conta que Portugal já perdeu os pontos que tinha para perder nesta Qualificação, não existe nenhuma escolha que não seja ganhar. Paulo Bento, Humberto Coelho e alguns jogadores já começaram com o discurso habitual, de que é-para-ganhar, discurso esse que continuará, certamente, a ser repetido por toda a gente na Seleção até ao dia do jogo. Tal como aconteceu há uns meses, antes do jogo com Israel, em que aconteceu o que se viu. O que me dá vontade de citar letras das chamadas break up songs, para dizer que estou farta de ouvir a mesma conversa de sempre e ver muito pouco dentro de campo. Falar é fácil, o que eu quero é golos, quero exibições que, ainda que não possam ser muito boas, pelo menos não tenham a mediocridade de alguns dos nossos últimos jogos. Quero vitórias. Quero passos em frente na Qualificação. Quero poder fazer planos para o Mundial 2014.
Também já começou, um pouco, o circo para chamar o Povo ao Estádio da Luz, como podem ver. Conforme já afirmei aqui no blogue uma vez, gosto deste tipo de circo, desde que não se caia em exageros. Este anúncio protagonizado por Nani ficou giro. Também gosto de outro que vi no outro dia, que ainda não encontrei no YouTube, mostrando uma mulher equipando-se para assistir ao jogo com a mesma solenidade com que se equiparia caso entrasse mesmo em campo. Afinal de contas, o próprio Selecionador afirmou, há poucas semanas, que a seleção não vende tanto como os clubes, o que explica todo o circo publicitário que costuma anteceder a participação da Equipa de Todos Nós numa fase final. E, para esta fase de Apuramento, a própria Turma das Quinas criou as condições que permitiram usar o slogan: "Cada jogo uma final". Digo apenas que seria bom se, por uma vez, pedissem uma moldura humana, obtivessem-na e agradecessem o tempo e o dinheiro dispendidos com uma vitória.
Eu e a minha irmã estivemos quase para ir ver este jogo mas não vamos poder, por vários motivos. O que me deixa infelicíssima pois não vou a um jogo da Seleção há quase seis anos, ainda não pude conhecer o Estádio da Luz e este promete ser um jogo interessante. Eu e a minha irmã vamos tentar ir ao jogo contra Israel, em outubro, no Estádio de Alvalade e, eventualmente, ao provável playoff, no Estádio da Luz. A única coisa má é que, nesses jogos, não devo poder usar a blusa que usei no A Tarde É Sua, no ano passado. Mas acho que a usarei à mesma no dia do jogo. E, se em agosto formos assistir a um treino, tornarei a usá-la.
Ou talvez não, já que o tempo não tem estado grande coisa e dizem que o verão será frio.
Já que falo nisso, esta semana a Seleção treina no Jamor, abrindo três treinos ao público. Se fosse há um ano, tentaria ir a um deles. Mas. depois de ter ido no ano passado com a minha irmã, já não quero ir sem ela, que tem aulas à hora dos treinos. De resto, o pessoal do campeonato espanhol só chega na próxima semana, jogadores como Cristiano Ronaldo, Fábio Coentrão e Hélder Postiga não estarão lá. É preferível irmos em agosto, quando estivermos livres das aulas e de todo o trabalho com elas relacionado.
Três dias depois de jogarmos com a Rússia, vamos à Suíça para um particular com a Croácia, na segunda-feira dia 10. Tanto quanto me lembro, é o primeiro jogo da Seleção fora de Europeus e Mundiais a realizar-se a uma segunda-feira.
Não sei muito sobre a seleção croata. Sei que jogámos com ela em novembro de 2005 mas, antes de ver o vídeo acima, a única coisa de que me recordava desse jogo era do resultado. Como poderão ver acima, os golos foram de Petit e Pauleta, que nesta altura já ultrapassara o recorde de Eusébio.
Só agora que começo a aperceber da qualidade da Seleção entre 2004 e 2006. Uma Qualificação tranquila como mais nenhuma, nem calculadoras, com Figo (embora se tenha ausentado durante a primeira metade do Apuramento), Pauleta, Deco, Maniche, Costinha, Ricardo Carvalho e um Cristiano Ronaldo em ascensão, usando a camisola 17, desejoso de mostrar o seu valor. Até agora nenhuma Seleção foi capaz de superar essa. Quem me dera ter tido noção disso na altura.
Não estava à espera de termos este particular e o seu anúncio foi uma agradável surpresa, apesar de suspeitar que alguns dos jogadores entrarão de férias logo a seguir ao jogo com a Rússia. Para mim, jogos da Seleção nunca são de mais. Não posso, portanto, queixar-me pois, nos próximos meses, teremos uma totalidade de três particulares e, por uma vez, com adversários "decentes", em vez de seleções estilo Gabão ou Liechenstein. Não falo tanto do jogo com a Croácia, mas acredito que vitórias nestes jogos, ou mesmo apenas boas exibições, podem dar a confiança necessária para enfrentarmos a reta final da Qualificação.
Antes disso, contudo, precisamos de vencer a Rússia. A preparação desse jogo arranca hoje, apesar de faltar mais de uma semana para o desafio. Talvez escreva outra entrada antes do jogo, mas não sei se terei tempo ou se terei assunto que o justifique. Em todo o caso, já sabem, a página do Facebook manter-se-à atualizada, como sempre. Vai saber bem ter a Seleção reunida de novo.
As circunstâncias em que disputaremos este jogo não são as ideais mas também nunca o são. E a Equipa das Quinas tem esta capacidade de perder (ou empatar) quando tem todas as condições para ganhar, bem como de ganhar quando tem todas as condições para perder. Conforme disse José Manuel Paulino no Record, "quero crer que a vontade de marcar presença no Brasil em 2014 seja mais forte que um qualquer momento menos bom de forma". Algo semelhante disse Afonso de Melo no livro A Pátria Fomos Nós, de que já falei AQUI. "Às vezes nem o talento resiste à vontade de fazer bem." Tenho sentido em vários momentos desta Qualificação que, apesar de garantirem o contrário em múltiplas declarações à Imprensa, os Marmanjos não estiveram para se chatearem em vários jogos. Contudo, tenho a certeza de que todos eles, sem exceção, querem estar no Brasil daqui a um ano. Seja por que motivo for, seja pela publicidade pessoal, pela "montra", pelo prestígio, pelos incentivos financeiros. Ou pela honra de representar o País. Se o facto de jogarem em casa, possivelmente com Inferno da Luz do lado deles, perante um adversário estimulante, obrigados a ganhar, não for suficiente para motivá-los para dar o seu melhor então, peço desculpa mas não merecem ir ao Mundial. Como diz o Menos Ais, troquem desculpas por mais empenho. À boa maneira portuguesa, desenrasquem-se!
Apesar de tudo, sinto-me entusiasmada pela proximidade destes jogos. Posso andar a ligar ao futebol de clubes mais do que é habitual mas nenhum clube me apaixona como a Seleção. E não me parece que isso alguma vez mude. Agora, tudo o que mais desejo é que a Turma das Quinas continue a alimentar o meu entusiasmo, começando por ganhar à Rússia. Na última entrada, disse que a vitória frente ao Azerbaijão pode ter sido o ponto de viragem, a faísca que nos permitira continuar a lutar. Agora cabe à Equipa de Todos Nós alimentar essa pequena chama, deixá-la crescer, para que nos sirva de catalisador, de combustível, para aquilo que falta do nosso caminho para o Brasil.
Mais um ano encontra-se à beira do fim, mais um ano encontra-se à beira do início. Eis a já tradicional revisão do ano.
Depois de um 2011 relativamente tranquilo, estável, tirando uma ou outra ocasião, 2012 foi de novo um ano algo agitado, com muitos altos e baixos. Não que o oposto fosse de esperar, já que foi ano de Campeonato Europeu. No início de 2012, a Seleção Nacional vinha de uma Qualificação difícil mas triunfante, com um encerramento particularmente apoteótico. Tal euforia fora, contudo, contrariada pelo sorteio da fase de grupos, que ditara que Portugal partilharia o grupo com a Alemanha - vice-campeã europeia - a Holanda - vice-campeã mundial - e a Dinamarca - seleção que nos complicara a vida à grande e à dinamarquesa nas últimas duas fases de Qualificação.
O primeiro jogo da Seleção do ano deu-se a 29 de fevereiro; um particular frente à Polónia, ma das anfitriãs do Europeu, a propósito da inauguração de um dos estádios que serviria de palco à fase final. A calendarização deste jogo provocou alguma polémica, visto este ter-se realizado apenas dois dias antes do Benfica-Porto - os jogos da Seleção nunca são convenientes, pelo que se vê. Esta foi a primeira oportunidade que a Turma das Quinas teve para se reunir em mais de cem dias, a última oportunidade que Paulo Bento teria de estar com os jogadores antes da Divulgação dos Convocados antes do Euro 2012.
Este jogo ficou marcado pela estreia de Nélson Oliveira entre os Convocados, bem como da nova presidência da Federação Portuguesa de Futebol. Humberto Coelho e João Pinto passaram a fazer parte da comitiva. Embora não possa avaliar o trabalho da FPF noutros ramos do futebol, tenho de admitir que durante o Euro 2012, a estrutura federativa fez um bom trabalho na Seleção. O que provavelmente contribuiu para o bom percurso que fizemos.
Mas regressemos ao Portugal x Polónia. Aquando deste jogo, aparentemente, a atmosfera era positiva dentro da Seleção. Os jogadores pareciam felizes por estarem de novo juntos, pareciam possuir espírito vencedor e motivação para fazerem um bom particular.
Tais promessas ficaram por cumprir.
O particular, que terminou com o marcador inalterado, revelou-se igual a tantos outros realizados pela Seleção ao longo dos últimos anos. A primeira parte foi boa, com algum carácter, a segunda não foi tão boa. Destacaram-se Nani e Rui Patrício. As muitas oportunidades falhadas davam os primeiros indícios dos problemas na finalização que assombraram a Equipa das Quinas ao longo de praticamente todo o ano.
Tais problemas são, para mim, o maior enigma deste ano. Durante todo o Apuramento a finalização nunca foi um problema, nós terminámos 2011 com uma goleada, que aconteceu em 2012?
Ninguém pareceu demasiado preocupado com tais sinais, quase ninguém levou o particular a sério. A temporada de clubes estavam bem ativa, o Europeu estava demasiado distante no tempo para que alguém perdesse demasiado tempo pensando num particular da Seleção.
As atenções só se voltaram a sério para a Turma das Quinas mais de dois meses depois. Os Convocados para o Europeu foram anunciados a 14 de maio. Esse foi, definitivamente, um dos dias mais emocionantes de 2012, melhor do que o Natal. Guardo imensas recordações: passar o dia a atualizar a página do Facebook, ouvir programas relativos ao tema na rádio, contar as horas até à Divulgação, acompanhá-la radiofonicamente, bem como o respetivo rescaldo, na aula, no átrio da Faculdade, no carro. A Convocatória foi razoavelmente isenta de polémicas, embora a opinião pública se dividisse no tocante a certos nomes, como o habitual.
O estágio de preparação do Europeu começou alguns dias mais tarde. A primeira parte decorreu sem incidentes significativos, tirando a lesão de Carlos Martins e consequente chamada de Hugo Viana. Nessa altura, achei mesmo que andava-se a dedicar demasiado tempo de antena à Seleção, quando ainda não havia razões para tal.
Ao fim da primeira semana de estágio, disputou-se um particular com a Macedónia. Um jogo aborrecido, insonso, de contenção. No entanto, tendo-se realizado numa fase relativamente precoce da preparação para o Europeu, não houve grande drama.
O mesmo não aconteceu uma semana mais tarde, no particular com a Turquia, na Luz. Um jogo que tinha tudo para correr bem, que se realizou em casa cheia, num ambiente eletrizante. E a Seleção até entrou menos mal, em sintonia com a vibração do público. Só que as dificuldades na concretização vieram ao de cima, os turcos fizeram pela vida, o Ronaldo falhou um penálti, o último golo que sofremos podia muito bem ser incluído numa compilação de apanhados do futebol de 2012
Agora que penso nisso, este ano tivemos demasiados jogos desse género, em que tínhamos tudo para ganhar mas acabámos por ter exibições roçando a mediocridade. Contra a Macedónia, contra a Turquia, contra a Irlanda do Norte...
A única coisa boa do jogo foi o golo do Nani; o primeiro golo da Seleção do ano - em junho... - mas o único do jogador do Manchester United, algo que é atípico...
Se ainda deixei passar o empate com a Macedónia, este deixou-me mesmo zangada. Por, depois de tanta promessa, tanto pedido de apoio, os Marmanjos não corresponderem dentro de campo. E, como se não bastasse, ainda virem com desculpas esfarrapadas e reagirem com arrogância às manifestações de desagrado dos adeptos (leia-se: aos assobios). E não fui a única a sentir-me assim.
Mas já lá vamos. Não posso deixar de falar da minha aparição no programa A Tarde é Sua dedicado à Equipa das Quinas. Outro dos momentos altos deste ano em termos pessoais. Foi um dia de muitos nervos, mas diverti-me imenso. Tive a oportunidade de conhecer a equipa por detrás do Hino da Seleção 2012 - Paulo Lima, Catarina Rocha (que lança em breve o seu primeiro CD), Eduardo Jorge, a Alexandra e a Mafalda - que, de resto, para mim foi uma das músicas mais marcantes deste ano; falei do meu livro, da referência ao Ronaldo - um aparte só para comentar que, hoje, diz-se muito que ele e o Messi são de outra galáxia. Talvez inclua a possibilidade de o Ronaldo ter vindo do planeta Minerva nas sequelas ao meu livro... - do vírus da Seleção, do Hélder Postiga - que, mais tarde, retribuiria tais declarações. Um dia que nunca esquecerei.
Estávamos, agora, em vésperas da nossa estreia no Europeu e a polémica estalou. Como é habitual, as primeiras críticas abriam caminho a outras, algumas justificando-se outras não, tudo isto à boleia dos últimos maus resultados - o buraco por onde todos se enfiaram. Falou-se de "circo", do poder das patrocinadoras, dos sinais exteriores de riqueza ostensivamente exibidos pelos jogadores, do tempo de antena conferido à Seleção, etc. O mais triste foi termos tido um ex-selecionador associado a tal polémica.
Há quem diga que esta má imprensa contribuiu para diminuir as expectativas, para dar alguma sobriedade ao grupo, aumentando-lhes o desempenho. Paulo Bento recusou-se a dar mérito às pessoas que se alimentaram das machadadas à credibilidade da Equipa das Quinas. Eu também não quero fazê-lo, em parte por uma questão de princípio, em parte porque, a ter contribuído para o sucesso da Seleção, tal contributo terá sido pouco significativo quando comparado com o trabalho de equipa, a união.
Por outro lado, não concordo com o que o Paulo Bento disse, a certa altura, ao referir que algumas pessoas estariam a torcer contra Portugal. Se houve coisa de que me apercebi neste Europeu, pela primeira vez em seis anos, foi que, nas grandes vitórias da Seleção, todos os portugueses ficam felizes. Mesmo os que habitualmente adoram odiar a Equipa de Todos Nós, mesmo os mais clubistas, mesmo os que se queixam da atenção dada ao futebol, mesmo - sou capaz de apostar - o Rui Santos, tirando, talvez, o Pinto da Costa (e mesmo assim...) ninguém ficou chateado com as vitórias da Seleção no Euro 2012. Isso foi o melhor desta fase final e é isso que eu e o Paulo Bento gostávamos de ver fora das fases finais.
Mas regressemos à nossa estreia no Europeu, frente à Alemanha. Um jogo que perdemos por uma bola a zero. Não foi um mau encontro, Portugal mostrou argumentos. Só que teve demasiado respeito pelo adversário, acordou demasiado tarde e a Alemanha foi tremendamente eficaz. De novo a história dos "vinte e dois homens atrás de uma bola e no fim ganha a Alemanha" de novo. Destaque para os quase-golos de Pepe, Nani e Varela. O deste último dando um presságio para o jogo seguinte. Portugal dava sinais de ter uma palavra a dizer no Europeu. No entanto, vitórias morais nunca são suficientes, já era altura de virmos cumpridas as promessas que andavam a ser feitas.
A história do jogo com a Dinamarca, realizado quatro dias mais tarde, foi diferente. Foi o meu preferido do Europeu, empolgante como apenas os jogos da Seleção em fases finais conseguem ser, absolutamente contra-indicado em doentes cardiovasculares, um dos mais emocionantes a que já assisti. Pelo menos, foi um dos jogos em que mais exprimi tais emoções - leia-se, o jogo em que mais gritei. Recordo o Pepe beijando as Quinas da sua camisola, os meus gritos de "ESTE É P'RA MIM! ESTE É P'RA MIM!" após o golo do Hélder Postiga, o Moutinho correndo para os braços do Varela depois de ele salvar o dia - com o meu golo preferido do Europeu - antes de a Seleção em peso se atirar para cima deles, eu e a minha irmã gritando como se não houvesse dia seguinte, de triunfo e alívio por estarmos de novo em vantagem quando tudo parecia perdido.
A passagem aos quartos-de-final só foi assegurada quatro dias mais tarde, frente à Holanda. Um jogo em que a Turma das Quinas entrou mal, mais uma vez, mas conseguiu dar a volta por cima, ganhando por 2-1. Ambos os golos foram marcados por Cristiano Ronaldo, que soube responder da melhor forma às críticas ao seu desempenho frente à Dinamarca. Portugal conseguia, assim, o que muitos haviam julgado quase impossível: sobreviver ao Grupo da Morte.
Nos quartos-de-final, Portugal encontrou-se com a República Checa. A Seleção entrou mal, uma vez mais, só que os checos não souberam tirar proveito disso e os Marmanjos acabaram por melhorar. Apenas Peter Cech e o poste impediram uma vitória mais dilatada. Assim, ganhámos por apenas 1-0, golo de Crsitiano Ronaldo, mais uma vez. Destaque para os festejos de Luís Figo e Eusébio nas bancadas. A Seleção carimbava, assim, a passagem às meias-finais do Europeu. Era o maior avanço numa fase final em seis anos, a primeira campanha digna de orgulho desde o Mundial 2006.
O nosso adversário nas meias foi a Espanha, a campeã europeia e mundial. Atrevo-me a dizer que foi, talvez, o jogo que maior interesse despertou em todo o campeonato Europeu. Lembro-me dos tweets do Phoenix dos Linkin Park, do Chuck Comeau dos Simple Plan, do apoio da eterna adepta portuguesa Nelly Furtado. Foi, sem dúvida, um dos jogos mais intensos desta fase final, sofrimento desde o primeiro minuto ao último penálti. Foi, no fundo, a verdadeira final do Europeu, pois fomos a única equipa a conseguir fazer frente ao poderio espanhol. Apenas perdemos por um detalhe, por um pormenor tornado pormaior, até Del Bosque admitiu, há bem pouco tempo, que os espanhóis tiveram sorte.
Mas eu sempre tive noção disso, que muitos jogos entre grandes se decidem no limite, não podemos tirar o mérito à Espanha pelo seu terceiro título consecutivo.
Algo que não mencionei antes aqui no blogue foi que, no dia a seguir à meia-final frente à Espanha, à tarde, fui receber a Seleção ao aeroporto da Portela. Eu e mais umas centenas de pessoas. Não falei disso no blogue por falta de tempo. Se forem a ver, só consegui publicar a minha análise ao jogo com a Espanha vários dias após a final do Europeu. Já foi uma entrada grande, que demorou a ser escrita, se ainda tivesse de acrescentar mais uns quantos parágrafos, demoraria outra semana a concluí-la. Tomei a decisão de ir até à Portela por estar stressada e deprimida, de certa forma na ressaca da nossa expulsão do Europeu. O único consolo possível seria mesmo fugir para junto da Seleção. Não foi como ir ver um treino ao Jamor. Mais do que pedir autógrafos, o que eu queria mesmo era consolar os jogadores e que eles me consolassem a mim. Muitas vezes desejaria eu, mais tarde, largar tudo e ir ter com a Seleção - e ainda desejo de vez em quando. A diferença era que, naquela altura, tinha possibilidades de fazê-lo. Por fim, seria um último bom momento antes de dar por encerrado o capítulo do Euro 2012.
Por isso fui. Apanhei o Metro até ao Marquês de Pombal e, de seguida, o autocarro 22 - isto deu-se, mais ou menos, uma ou duas semanas antes de abrir o Metro até ao aeroporto Cheguei deviam ser quatro e meia. Já havia gente fazendo a festa na zona das chegadas e câmaras televisivas testemunhando-a. Mantive-me longe das lentes delas, não estava com disposição. Cedo consegui fixar-me junto à rampa de saída, onde já estava montado um cordão policial. Aqui, conheci a Verónica e a Margarida, que me fizeram companhia durante as duas horas de espera. Durante esse intervalo de tempo que se ia esticando - nestas coisas há sempre atrasos - a multidão ia sempre ensaiando palavras de ordem e cantando o hino.
Eles finalmente chegaram eram cerca de seis e meia da tarde. Mais tarde, leria que os jogadores tinham sido apanhados de surpresa e, por acaso, foi o que pareceu. Eu estava numa posição privilegiada, em pude ver e ser vista pelos jogadores. E, mesmo assim, podia ter tido melhor sorte pois o Cristiano Ronaldo esteve a dar autógrafos a uns dois metros de mim. Em todo o caso, eu tinha um letreiro, uma folha arrancada de um caderno A4 onde tinha escrito algo como "Obrigado Portugal! Paulo Bento 4 Ever! Somos grandes graças a vocês!". Acho que consegui fazer com que fosse lido pelo Eduardo, pelo Ricardo Costa, pelo Hélder Postiga - este chegou mesmo a olhar para mim quando o chamei. O Quaresma, que usava um boné todo quitado, chegou mesmo a piscar-me o olho. Entretanto, na confusão, o cordão policial tinha-se desfeito e consegui aproximar-me do Nani. Mas como este abraçava uma miudinha que devia ser irmã dele ou algo do género, não tive lata de ir incomodá-lo.
Depois daí para o exterior, juntamente com o resto da multidão, rodeando o autocarro. Aqui cantou-se o hino e gritou-se:
- O-BRI-GA-DO! O-BRI-GA-DO!
Foi, de facto, arrepiante. A multidão só se dispersou depois de o autocarro ter partido. Depois disso, fui tratar de arranjar transporte de regresso. A confusão era grande junto às paragens de autocarro, como seria de esperar. Lá pelo meio, consegui encontrar a Margarida - aquando da chegada dos jogadores, tínhamo-nos separado - e agradecer-lhes a companhia. Ainda cheguei a pôr a hipótese de apanhar um táxi mas, entretanto, veio o autocarro 22 e entrei. E ainda bem que o fiz.
O 22 estava cheio de gente tinha vindo receber a Seleção, pelo que passámos a viagem inteira até ao Marquês de Pombal trocando experiências com os Marmanjos no aeroporto, conversando sobre o Europeu e sobre a caminhada até ao Mundial, que se iniciaria em breve. Foi, de certa forma, a última grande conversa de café do Euro 2012 que, ainda por cima, terminou com o senhor que vinha a meu lado a beijar-me a mão em jeito de despedida.
Tal gesto foi-me tão valioso como cada um dos olhares trocados com os jogadores no aeroporto.
Esta pequena aventura ajudou-se a renovar a esperança num título para Portugal a curto ou médio prazo e a encerrar o capítulo do Euro 2012. Além de ter sido mais uma recordação agradável. Foi como quando fui receber a Seleção ao Jamor após o Mundial 2006.
Em suma, o Euro 2012 foi o melhor período deste ano que agora finda. Pelos motivos que enumero frequentemente e outros mais, que descobri ou de que me recordei. É uma emoção diferente ver um jogo de um Europeu ou de um Mundial, já que agrega todo o País, tal como já expliquei acima. Tenho saudades disso, de participar em inúmeras conversas de café e não só, armando-me em especialista na matéria, tão especialista que até fora convidada para a televisão; de ver o Paulo Bento no banco, dando instruções, atirando com o blazer e a gravata, envolvendo-se tanto que parecia querer entrar em campo e ele mesmo fazer o que era preciso; dos jogos às oito menos um quarto; de ver os jogos com a minha irmã, etc. De vez em quando, vou ver os tweets enviados durante os jogos e sou transportada para esse período. Entro de tal forma no espírito que, quando regresso ao presente, sinto-me deprimida, como se acordasse de um sonho bom.
Em agosto, tendo em conta o nosso percurso no Europeu, tinha esperança de que a Qualificação para o Campeonato do Mundo, a realizar-se no Brasil e 2014, corresse melhor que as Qualificações anteriores. Tal esperança sair-me-ia furada mais tarde, mas antes do início do Apuramento sentia-me otimista. Para isso, contribuíra a minha visita ao Jamor, acompanhada da minha irmã - visita que nos rendeu autógrafos do Eduardo, do João Pereira e do Rui Patrício - bem como o jogo com o Panamá - jogo que a Seleção ganhou por duas bolas a zero, cortesia de Nélson Oliveira e Cristiano Ronaldo, com uma exibição acima da média em jogos deste carácter.
A Qualificação em si arrancou cerca de três semanas mais tarde com um jogo frente ao Luxemburgo. A Seleção obteve uma vitória cinzenta, absurdamente suada tendo encontra o nosso adversário. Chegou mesmo a estar a perder. Na altura, achei ridículo mas agora, depois dos últimos jogos... De qualquer forma, a Seleção conseguiu dar a volta ao resultado, com golos marcados pelo Cristiano Ronaldo e pelo Hélder Postiga amealhando, deste modo, os primeiros três pontos da Qualificação.
Um aparte só para comentar que, este ano, o Cristiano foi o melhor marcador da Seleção, com cinco golos. O segundo melhor foi o Hélder, com quatro. Em terceiro, ficou o Varela, com dois.
A Seleção entrou em campo com a sua congénere azeri quatro dias mais tarde com uma atitude diferente, mais desenvolta, mais enérgica mas... ainda sem pontaria. Ou melhor, com pontaria mas para o sítio errado. O poste foi um dos grandes protagonistas de 2012. O que nos valeu foi o facto de os azeris não terem sido capazes de se aproveitarem desta nossa fraqueza. Assim, teve de vir o Varela, já promovido a bombeiro da Seleção, salvar a honra ao convento e quebrar o enguiço, dando espaço a Postiga e a Bruno Alves para dilatarem a vantagem.
No mês seguinte, a seleção jogou fora, com a Rússia. Fê-lo num clima frio, num relvado artificial, amputada de dois titulares - Meireles e Coentrão. Um jogo difícil, em que a Turma das Quinas nem sequer jogou muito mal, embora não tenha conseguido evitar a derrota pela margem mínima. Apesar do desapontamento por não termos ganhou ou, pelo menos, empatado, não me preocupei por aí além. Afinal, aquele era o jogo mais difícil de todo o Apuramento. Os outros correriam melhor.
Enganava-me. Verdadeira deceção, verdadeiro balde de água fria foi o jogo seguinte, frente à Irlanda do Norte. Foi mais um daqueles jogos que tinha tudo para correr bem - comemoravam-se as cem internacionalizações de Cristiano Ronaldo, o Dragão estava cheio, Rui Reininho veio cantar o hino - mas que correu pessimamente. A primeira parte foi medíocre. O golo sofrido foi uma reposição do tento russo. A segunda parte correu um pouco melhor mas, mais uma vez, os Marmanjos acordaram demasiado tarde para conseguirem melhor que um empate.
Ainda houve mais um jogo da Equipa das Quinas este ano, um particular contra o Gabão no mês seguinte, mas um jogo de tal maneira e em tantos aspetos irrelevante que não vou gastar mais linhas com ele.
É basicamente isto. Sinto-me algo desanimada. Nos últimos dois anos, por esta altura, a Seleção atravessava bons momentos e eu sentia-me otimista relativamente ao ano que começaria em breve. Agora... nem por isso. O ano nem sempre foi fácil para mim, muitos pensamentos heréticos, crises existenciais, desânimo relativamente ao futuro. Os últimos jogos da Seleção não me fazem sentir melhor e, neste momento, na reta final do ano, muitos dos nossos jogadores andam, igualmente, a passar por dificuldades nos respetivos clubes. O Nani está lesionado e não é desejado no Manchester United. O Fábio Coentrão também anda lesionado e ainda não se percebe se se encaixa no Real Madrid. Além de que, segundo consta, o ambiente não está fácil no clube madrileno, o que certamente afetará Pepe e Cristiano Ronaldo. Também o Quaresma andou ao longo de meses em guerra com o Besiktas e, agora, está sem clube. O Meireles, esse, teve uma disputa com um árbitro, arriscou-se a ficar de fora de onze jogos mas, felizmente, ficará apenas fora de quatro. E nem falo do Sporting e no efeito que tal crise não estará a ter em Rui Patrício e outros jogadores selecionáveis...
Não sei qual será o efeito destas crises individuais no rendimento da Seleção como coletivo. Se o desempenho cairá por os Marmanjos não andarem a jogar com a devida regularidade ou se, pelo contrário, eles recorrerão à Terapia das Quinas, se encararão uma Convocatória como um escape à situação nos clubes e, consequentemente, jogarem ainda melhor.
Em suma, estamos todos a precisar de uma viragem de maré no ano que começa em breve. Já ajudava se fosse apenas em termos futebolísticos, se relançasse a Seleção no caminho até ao Brasil. Já perdemos todos os pontos que podia perder, não quero escorregadelas em 2013. Até porque tenciono assistir ao jogo com a Rússia, na Luz, e quero que a Seleção esteja num bom momento nessa altura. Será esse um dos meus desejos para 2013: que seja um ano mais tranquilo que 2012, que a Equipa de Todos Nós consiga ultrapassar esta fase má e que nos volte a dar alegrias.
Acredito que o conseguirá. Se houve coisa que aprendi em todos estes anos como adepta hardcore da Turma das Quinas é que nenhuma manifestação de fé, de apoio, é tempo perdido, mesmo em fases menos boas, como esta. Porque, mais cedo ou mais tarde, a Seleção levanta-se e recompensa-o. Pode nem sempre ser fácil ser-se adepto incondicional mas vale a pena.
De uma coisa podem, contudo, ter a certeza: no próximo ano, continuarei a acompanhar tudo o que acontecer relacionado com a Seleção, seja bom ou mau, quer com o blogue ou com a página do Facebook. Desafio-vos, então, a continuarem a aturar-me ao longo do próximo ano, enquanto observamos a Seleção abrindo caminho até ao Brasil. As coisas não estão fáceis mas, com sorte, daqui a um ano estaremos a debater as nossas hipóteses na fase final do Campeonato do Mundo de 2014. É esse um dos meus maiores desejos para 2013.
Na passada sexta-feira, dia 12 de outubro, a Seleção Portuguesa de Futebol defrontou a sua congénere russa em Moscovo, no Estádio Luzhniki, de onde saiu derrotada pela margem mínima. O jogo contou para a Qualificação para o Mundial 2014, que terá lugar no Brasil.
Foi um jogo algo estranho, atípico e, no que toca a mim, aborrecido. Visto ter decorrido entre as quatro e as seis da tarde, pouca gente estava a vê-lo. O Twitter estava sem movimento nenhum. O facto de ter ido para o café durante a segunda parte não alterou nada. Nem me vou alongar muito nesta análise.
A Rússia entrou no jogo muito, ainda não tinham decorrido trinta segundos desde o apito inicial e já os russos estavam na nossa grande área. O golo deles, aos seis minutos, veio sem surpresa. E apesar de, na altura, ter tido vontade de dar um par de estalos ao Ruben Micael, que substituía o lesionado Raúl Meireles, por causa daquele passe desastrado - deem-me um desconto, uma miúda não é de ferro! - agora, mais a frio, considero que, se os russos não marcassem naquela altura, fá-lo-iam mais tarde. Não é por aí.
De resto, reinava um ambiente desfavorável à equipa portuguesa, no Estádio Luzhniki. Não digo infernal porque o Inferno pressupõe fogo, calor, e lá estava era frio. O Paulo Bento, então, estava todo enchouriçado em casacos. A minha irmã chegou a comentar que, naquele dia, era pouco provável que o Selecionador se reduzisse a mangas de camisa quando se envolvesse a sério no jogo.
Os adeptos russos, esses, não pareciam minimamente incomodados com o frio. Como dizia um dos comentadores televisivos, a vodca e a seleção da casa mantinham-nos quentes.
Depois veio a lesão do Fábio Coentrão no músculo adutor complicar ainda mais a nossa já difícil vida. Aquele momento em que estão todos a olhar para a zona onde ele se lesionou... E também a preocupação e o apoio de Ronaldo e dos outros... De repente, estávamos sem dois dos nossos habituais titulares. O facto de a Seleção ter este onze muito restrito é, em simultâneo, uma das nossas maiores forças e fraquezas. Força, porque praticamente todos eles jogam juntos com a camisola das Quinas há já alguns anos e, apesar de nem todos serem grandes talentos, funcionam bem como equipa, tal como ficou provado no Euro 2012. Fraqueza, porque as ausências dos habituais titulares acabam por ser muito penalizadoras. Já há um ano, tivemos uma vitória difícil frente à Islândia e uma derrota agonizante frente à Dinamarca quando nos faltavam titulares habituais (o Pepe e o Coentrão, não eram?).
No entanto, a questão é que, ao contrário do que aconteceu frente à Dinamarca no ano passado, a Seleção não jogou mal, mesmo em circunstâncias complicadas. Sobretudo na primeira parte, na altura em que a Rússia construiu a muralha de Kremlin em frente à baliza depois do golo, em vez de tentarem matar o jogo. Não me pareceu que Portugal pudesse ter feito muito mais. Volta à baila o velho problema da finalização. É engraçado como voltaram a questionar a Opção por Hélder Postiga quando, no rescaldo dos dois últimos jogos da Seleção, em que ele marcou, lhe louvavam a eficácia superior à de Ronaldo. É o costume....
A segunda parte não foi tão bem conseguida embora, lá está, Portugal tivesse mantido a atitude. A certa altura, começavam a reinar a frustração e o desespero. Paulo Bento chegou a descarregar na placa lateral do banco de suplentes. E eu já só rezava:
- Pelo menos, um empate... pelo menos, um empate... pelo menos, um empate...
Mas o marcador chegou ao fim do jogo sem mais alterações.
Esta derrota não me preocupa por aí além. Este era o jogo mais difícil de toda a Qualificação. Já tinha dito na entrada anterior que a Rússia era traiçoeira. Tal como o Paulo Bento disse na flash-interview, não vamos colocar tudo em causa por um jogo em que Portugal foi superior em tudo menos no marcador. Nas últimas três Qualificações, estávamos em pior situação nesta fase do campeonato e desenrascámo-nos. Na última, inclusivamente, apesar do péssimo arranque, podíamos ter ficado em primeiro se tivéssemos pontuado em Copenhaga. É claro que era um grupo diferente mas também nada nos garante que a Rússia não dá um tropeção frente a Israel ou a outra equipa qualquer. E se tivermos de ir a play-offs, ao menos serão dois jogos da Equipa das Quinas de bónus.
No entanto, eu queria mais. Depois do drama que foram as últimas três Qualificações, queria um Apuramento imaculado, só de vitórias ou, pelo menos, sem derrotas. Queria o consolo de uma vitória de Portugal, mesmo sem uma exibição por aí além. Está visto que esta fase de Apuramento não vai ser tão fácil como eu julgava, à partida. E se nada garante que a Rússia não perca pontos nos próximos jogos, muito menos está garantido que Portugal deu uma escorregadela frente a adversários teoricamente menores. Acabamos de dar uma no relvado artificial do Estádio Luzhniki. A história do futebol português é demasiado rica em exemplos desses.
Por outro lado, se a Seleção conseguiu fazer um jogo razoável nestas circunstâncias - fora de casa, numa "cimeira de líderes", ao frio, num relvado sintético, sem Meireles, sem Coentrão - em princípio, não terá problemas nos próximos jogos. Começando com o de amanhã, frente à Irlanda do Norte, num Dragão que se espera cheio. E depois, em junho do próximo ano, quando os nossos amigos russos nos vierem visitar à Luz, nós recebe-los-emos com o prato frio da vingança. Em princípio, devo ir ver esse jogo. Cá em casa andamos, desde o Euro 2012, com vontade de ir a um jogo da Seleção mas estes primeiros são todos no Norte... Além de que ando há muito com vontade de visitar o Estádio da Luz.
Mas muita água há de correr, no que toca à Seleção e não só, antes desse jogo. Agora o nosso próximo adversário é a Irlanda do Norte. Temos de vencê-los para garantir que, para já, o Apuramento não descarrila.
E também para termos algo que contrabalance, nem que seja só levemente, a angústia derivada a mais um brutal aumento de impostos.
No próximo dia 12 de outubro, sexta-feira, a Seleção Portuguesa de Futebol enfrentará, no Estádio Luzhiniki, em Moscovo, na Rússia, a seleção local. Quatro dias depois, receberá no Estádio do Dragão, a sua congénere norte-irlandesa (é assim que se diz, não é?). Ambos os jogos contarão para o Apuramento para o Campeonato do Mundo em Futebol, que terá lugar no Brasil, no verão de 2014. A Equipa de Todos Nós encontra-se, neste momento, reunida em Óbidos com vista à preparação destes dois encontros.
Os russos constituem um adversário razoavelmente conhecido, tendo em conta jogos disputados com eles num passado relativamente recente, bem como o facto de jogadores como o Bruno Alves estarem familiarizados com o futebol daquele país.
Comecemos por recordar o segundo jogo da fase de grupos do Euro 2004. Lembro-me de este ter decorrido numa altura de grande contestação a Luiz Felipe Scolari, depois da derrota aos pés da Grécia, no jogo de estreia. Eu própria me sentia desconfiada - só apanhei o, já famoso por estas bandas, vírus da Seleção no Estádio de Alvalade, no jogo com a Espanha. De qualquer forma, a Seleção apresentou-se completamente renovada no segundo jogo desse Europeu, no Estádio da Luz. Lembrava-me - antes de o confirmar vendo os vídeos-resumo - que o primeiro golo foi marcado por Maniche e que o segundo resultou de uma bela assistência de Cristiano Ronaldo, em que Rui Costa teve, apenas, de empurrar a bola para a baliza com o pé. Ficou-me bem gravada na memória uma imagem, algo cómica, do Cristiano ouvindo as instruções de Luiz Felipe Scolari, pouco antes de ser lançado a meio da segunda parte, enquanto colocava adesivos nos brincos, ajudado por um ou dois assistentes. Igualmente bem gravados ficaram o lance do golo e os festejos do, na altura, "puto" abraçado ao "cota" da Seleção.
O jogo seguinte com a Rússia deu-se quatro meses depois, no Estádio de Alvalade, desta feita contando para a Qualificação para o Mundial 2006. Foi a célebre goleada de sete bolas contra uma, uma verdadeira festa de golos. Segundo o que me recordava deste jogo, o Cristiano marcou dois golos, o Petit marcou outros dois, o Pauleta e o Simão marcaram um cada. Só agora, depois de ver o vídeo-resumo, é que me recordei que o outro marcador foi Deco. Outra coisa de que me recordei com este vídeo, foi que um dos golos do Cristiano Ronaldo foi um tiro espetacular, de fora da área. Ele sempre foi mágico...
O outro jogo com a Rússia, em setembro do ano seguinte, é, contudo, de má memória para o madeirense, visto ter sido disputado pouco após a morte do pai, Dinis Aveiro. É, de resto, a única coisa de que me recordo deste jogo, para além do resultado: um empate sem golos.
Anos mais tarde, a Rússia chegou mais longe do que nós no Euro 2008, tendo tido, inclusivamente, o mérito de expulsar uma prometedora Holanda. Falhou o Mundial 2010 e no Euro 2012 caiu na fase de grupos, não sem antes golear a República Checa - a quem nós só ganhámos por uma bola tirada a ferros.
Em suma, a seleção russa é imprevisível, traiçoeira, capaz do melhor e do pior. Não podemos subestimá-a. Não a subestimaríamos de qualquer forma, pois está empatada connosco no topo da tabela classificativa, é a mais forte do nosso grupo, a seguir a nós próprios. Paulo Bento parece estar bem ciente disso pois já afirmou, mais do que uma vez, que a Seleção jogará para a vitória mas um empate pode, eventualmente, ser aceitável. A única coisa de que tenho a certeza é de que este será um jogo interessante, dos mais interessantes desta fase de Qualificação.
Devido à diferença horária, o jogo com a Rússia começará às quatro da tarde, cá em Portugal. Era para ter aula ou, caso conseguisse assistir mais cedo, ainda estar a caminho de casa a essa hora. Mas esta semana não terei essa aula, felizmente... ou infelizmente. Para ser sincera, gostava de ter uma desculpa para ouvir o relato radiofónico, que prefiro ao televisivo, mesmo que fosse durante a aula (não seria a primeira vez e até dava outro gozo... eh eh eh!). Assim, mais ninguém deve estar em minha casa a essa hora, mesmo o Twitter não deve ter grande atividade a essa hora... Acho que vou ver o jogo para um café ou assim.
Se a seleção russa é relativamente bem conhecida, o mesmo não poderei afirmar no que toca à Irlanda do Norte. Tanto quanto me recordo, tivemos um particularzito em 2005, acho que empatámos, mas não passa disso. Como já referi aqui no ano passado, aquando do sorteio para esta fase de Qualificação, são daquelas equipas que não têm nada a perder, que, não disputando connosco o Apuramento, podem fazer-nos perder pontos. Também requererá cuidados.
Não há muito mais a dizer, nesta altura do campeonato. Depois de três ou quatro anos de blogue sobre a Seleção, estes jogos de Qualificação já não dão grande material para escrita, pelo menos não para estas entradas pré-jogo. Acrescento, apenas, que estes dois jogos vêm em muito boa hora, pela parte que me toca. Estas últimas semanas não têm sido muito fáceis para mim. Agora sou eu que ando "triste", em vez do Cristiano - aliás, o Ronaldo parece tudo menos triste, anda a marcar dois ou três golos por jogo... Por meu lado, tenho tido uns dias difíceis, essencialmente pelos mesmos motivos de toda a gente: a crise, a austeridade, a incerteza em relação ao futuro, o stress do curso, a possibilidade bem forte de ser obrigada a emigrar quando terminar os estudos. Também não ajudou o facto de ter estado meio doente na semana passada. Uma simples constipação, mas que causou demasiado transtorno para algo benigno.
Como podem ver, tenho andado invulgarmente necessitada da Terapia das Quinas. E já tem dado frutos. Por causa das queixas de Cristiano Ronaldo aquando d'El Clásico, estava com medo que o madeirense ficasse de fora desta jornada dupla da Seleção. Mas tudo não passou de um susto. Foi um grande alívio quando o soube e até me senti entusiasmada com a perspetiva de termos este Ronaldo que marca dois ou três golos por jogo do nosso lado.
Sem pressão, Cristiano! Até porque ele ainda não recuperou totalmente da lesão. Os outros também terão de se mexer nestes dois jogos.
É a história do costume. A Seleção não resolverá nenhum destes problemas mas, se estes jogos e tudo o que está ligado a eles - o entusiasmo, eventuais momentos de futebol, a expetativa de uma presença no Mundial 2014 - ajudarem a afastar pensamentos negativos, a dormir melhor durante a noite, a ter um motivo para sobreviver aos próximos tempos, terá valido a pena. A história do costume.