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O Meu Clube É a Seleção!

Mulher de muitas paixões, a Seleção Nacional é uma delas.

Nova Zelândia 0 Portugal 4 - Luz Verde

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No passado sábado, dia 24 de junho, a Seleção Portuguesa de Futebol venceu a sua congénere neozelandesa por quatro bolas a zero. O jogo teve lugar no Estádio Krestovsky, em São Petersburgo, e contou para a fase de grupos da Taça das Confederações.

 

Não consegui ver o jogo todo na televisão – houve alturas em que tive de acompanhá-lo via rádio, no carro. Felizmente, pude ver três dos quatro golos em direto – só não vi o terceiro.

 

Conforme se previa, Fernando Santos fez várias alterações ao onze inicial para este jogo. Mesmo assim, foi mais conservador do que estava à espera, ao manter jogadores como Cristiano Ronaldo e Pepe. É óbvio que Fernando Santos não se atrevia a subestimar a seleção neozelandesa. Tendo em conta o historial da Turma das Quinas, compreende-se.

 

Infelizmente, a Seleção tornou a demorar cerca de vinte minutos a entrar no jogo. O primeiro remate do jogo, aos cinco minutos, veio da Nova Zelândia.

 

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A nossa sorte foi que os neozelandeses não tinham capacidade para se aproveitar do avanço oferecido pelos portugueses. E, assim, Portugal acabou por ganhar controlo sobre o jogo.

 

Ao fim da primeira meia hora, o árbitro assinalou pénalti a favor de Portugal, depois de o Danilo ter sido derrubado na área. Cristiano Ronaldo não perdoou, tal como se esperava – nada a dizer.

 

O meu momento preferido do jogo ocorreu alguns minutos mais tarde: com aquele delicioso passe de Ricardo Quaresma para Eliseu. Este assistiria, depois, para Bernardo Silva marcar. Nessa altura, estava a ver o jogo num café cheio de benfiquistas. Estes não se tinham manifestado muito aquando do golo de Ronaldo (mas também, tal como afirmei acima, todos sabíamos que ele ia marcar). No entanto, eles fizeram questão de festejar efusivamente este golo, mais por causa de Eliseu do que por outro motivo qualquer.

 

 

Eu mesma tenho de admitir que, apesar de continuar a preferir o Raphael Guerreiro, o Eliseu cresceu muito como jogador nestes últimos anos. Quer com Raphael quer com ele, o lado esquerdo da defesa da Seleção está bem entregue.

 

Infelizmente, o momento do golo foi estragado pela lesão de Bernardo Silva. Ele ainda conseguiu aguentar em campo até ao intervalo, mas acabou por ser substituído. Todos esperam que ele recupere a tempo das meias-finais, que a Seleção beneficia imenso com ele.

 

O pior momento do jogo, tirando a lesão de Bernardo Silva, foi o cartão amarelo mostrado a Pepe, na segunda parte – cartão amarelo esse que o exclui das meias-finais. Muitos têm criticado Fernando Santos por não ter substituído Pepe antes, evitando este desfecho e poupando-lhe o esforço. Mas a verdade é que Pepe, depois de tantas asneiras como esta que tem feito ao longo da sua carreira, já devia ter mais juízo.

 

Em todo o caso, José Fonte será capaz de dar conta do recado – desde que tente evitar os erros que cometeu, durante o jogo com o México.

 

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Entretanto, mais ou menos aos sessenta minutos de jogo, Cristiano Ronaldo foi substituído por Nani. Notou-se, desde o primeiro minuto em campo, que estava com ganas – não só por ser a sua centésima-décima internacionalização, mas também para se redimir do jogo menos conseguido, na estreia portuguesa na Taça das Confederações. Para provar que, mesmo com a concorrência de talentos como Bernardo Silva, Ricardo Quaresma ou Gelson Martins, a Seleção pode, também, contar com Nani – contrariando todos aqueles que, à primeira falha, se apressam a riscá-lo da lista de opções. Já tinha acontecido mais ou menos o mesmo durante o Europeu, no ano passado.

 

Antes de Nani ter hipótese de brilhar, contudo, foi a vez de André Silva mostrar o que vale. Aos oitenta minutos, o jovem recebeu a bola no meio-campo e arrancou em direção à baliza. Mais tarde, ele diria que estava à espera que algum dos colegas viesse ajudá-lo mas, como ninguém estava a jeito, ele “tentou ser feliz. E conseguiu.”

 

Por fim, Nani marcou o quarto golo, já nos descontos. Momento fofo quando ele mostrou a foto do filho, Lucas – consta que fora uma promessa.

  

 

Este resultado deu-nos, assim – parafraseando uma brilhante jovem neozelandesa – luz verde para as meias-finais. Nada mau para um estreante na prova, diga-se de passagem. Já há quem fale da final é de uma conquista do troféu. Não que seja impossível – qualquer semi-finalista é, por defeito, candidato ao título – mas não quero meter a carroça à frente dos bois. Sobretudo porque as meias-finais não vão ser nada fáceis.

 

O nosso adversário será o Chile, cuja maior figura é Arturo Vidal, um médio que joga no Bayern de Munique. A seleção chilena tem uma história parecida com a nossa: até há bem pouco tempo, nunca tinham ganho nada. Até que, em 2015, venceram a poderosa Argentina, na final da Copa América. No ano passado, venceram ainda a Edição Centenário da Copa América. Estão, também, a participar na Taça das Confederações pela primeira vez. E eu imagino que, tal como nós, tenham tomado gosto a esta coisa de títulos de seleções e queiram repetir a dose.

 

Algo que me deixa um bocadinho (mais) nervosa no que diz respeito ao Chile é o facto de os conhecermos mal. Só jogámos três vezes vezes contra os chilenos: uma em 1928, por 4-2 (após estarmos a perder por 2-0...); uma em 1972, em que ganhámos por 4-1: outra em 2011, em que empatámos a uma bola (se bem se recordam, não vi esse jogo.

 

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Em suma, as meias-finais podem dar para qualquer dos lados.

 

Nesse aspeto, teria preferido ligeiramente (só muito ligeiramente) apanhar os alemães. Porque os conhecemos melhor (bem demais…), por um lado. Por outro, porque estão desfalcados e estão menos motivados para ganhar a Taça das Confederações.

 

Mas ainda temos o trauma do Mundial 2014…

 

Em todo o caso, como sempre, eu acredito na nossa Seleção. Acredito que podemos vencer o Chile e chegar a mais uma final. Temos tudo para consegui-lo. 

 

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Continuem a acompanhar a Equipa de Todos Nós na Taça das Confederações aqui no blogue, bem como na sua página no Facebook.

Rússia 0 Portugal 1 - Coração nas mãos

transferir (2).jfifNa passada quarta-feira, dia 21 de junho, a Seleção Portuguesa de Futebol venceu a sua congénere russa por uma bola a zero. Este jogo teve lugar no Arena Otkrytie, em Moscovo. e contou para a fase de grupos da Taça das Confederações.

 

Poucas horas antes do início do jogo, estava ainda a acabar a minha crónica sobre o jogo com o México. Como poderão ler, nela queixo-me de sofrer muito com os jogos da Seleção nestes campeonatos.

 

Ao que parece, Deus Nosso Senhor leu o que escrevi e riu-se. Porque o jogo com a Rússia ia dando cabo de mim.

 

Conforme muitos têm afirmado, não havia necessidade para tanto sofrimento. Fernando Santos, graças a Deus, aprendera com os erros do jogo anterior e meteu os três Silvas a jogar de início: o André, o Adrien e o Bernardo. Por sua vez, Bruno Alves entrou para o lugar de José Fonte. Como tal - e também porque a Rússia tem um estilo de jogo diferente do do México - Portugal apresentou-se muito melhor que no jogo de domingo.

 

De tal maneira que Cristiano Ronaldo só precisou de sete minutos para marcar o primeiro golo: de cabeça, após um cruzamento perfeito de Raphael Guerreiro - que se redimia, assim, do jogo menos conseguido frente ao México.

 

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Tem andado toda a gente a dizer que este foi o nosso primeiro golo em território russo - o que, tecnicamente, não é verdade. A menos que Kazan, onde empatámos a duas bolas, afinal, fique na Bielorrússia…

 

Mas percebo o que querem dizer. Voltemos ao jogo.

 

Golos marcados ao início são sempre traiçoeiros. A equipa em vantagem pode sentir-se tentada a acomodar-se e/ou a equipa em desvantagem, sabendo que ainda falta muito para o jogo acabar, corre atrás do empate - se não for da reviravolta. Nestas alturas, é urgente marcar um segundo golo para as coisas acalmarem.

 

Como o segundo golo nunca veio, as coisas nunca chegaram a acalmar até ao apito final.

 

Isso não foi grande problema durante a primeira parte, já que a Rússia manteve o bloco baixo e pouco atacou. Na segunda parte, a história foi diferente.

 

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Para começar, Portugal desperdiçou várias oportunidades: uma cabeçada de André Silva, após assistência de Cédric (que, na minha nada enviesada opinião, o guarda-redes russo só defendeu por sorte); um remate de Cristiano Ronaldo, após assistência de Bernardo Silva (desta feita, foi um dos defesas russos a impedir o golo); ainda na sequência dessa jogada, um remate de longe de Cédric (o guarda-redes russo voltou a ter sorte - mais uma vez, uma opinião nada enviesada).

 

Com tanto golo falhado, e numa altura em que os portugueses começavam a dar de si fisicamente, os russos começaram a acreditar. O jogo acabou por se “partir”, alternando entre balizas. Naturalmente, ficámos todos com o coração nas mãos - aquilo podia ir para qualquer lado. Não que os russos tenham tido muitas oportunidades de perigo - muito graças ao trabalho defensivo dos portugueses, sobretudo da dupla imperial Pepe e Bruno.

 

Mas, depois do jogo com o México, não me atrevia a confiar - a qualquer momento podíamos cometer um erro.

 

Não me lembro de ter sofrido tanto com um jogo da Seleção desde o Europeu. Cheguei a temer que fosse desta que me dava uma coisinha má. Mas se eu tinha sobrevivido aos últimos minutos da final do Europeu, haveria de sobreviver a isto.

 

 

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Em todo o caso, quando o jogo finalmente acabou, precisei de algum tempo até conseguir funcionar normalmente outra vez.

 

Sim, isto custou mais do que o necessário, mas não deixou de ser melhor que domingo passado. Não deixou de ser uma vitória, valendo três pontos - a primeira vitória frente à Rússia na casa deles.

 

Agora, vamos jogar com a Nova Zelândia. Como já contamos quatro pontos, chega-nos um empate para passarmos às meias-finais. Afirmei antes que a Nova Zelândia era a equipa mais acessível do grupo, em teoria. E a verdade é que os neozelandeses não têm feito muito para contrariar essa crença - ainda não ganharam um único jogo nesta edição da Taça das Confederações.

 

É certo que este género de estatísticas valem o que valem. E nem seria a primeira vez que Portugal se atrapalhava perante uma equipa de menor prestígio. Ainda assim, penso que todos concordam que Portugal é o claro favorito - mesmo com as alterações que Fernando Santos deverá fazer à equipa, mesmo que Eliseu não recupere a tempo da gripe que apanhou.

 

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Espero, sobretudo, que o jogo de amanhã seja um pouco mais tranquilo. Até porque, se chegarmos às meias-finais, ainda nos espera muito sofrimento…

 

Continuem a acompanhar estas minhas neuroses aqui no blogue e na página do Facebook.

Portugal 2 México 2 - A estreia do costume

transferir.jfifNo passado sábado, dia 18 de junho, a Seleção Portuguesa de Futebol estreou-se na Taça das Confederações com um empate a duas bolas, perante a sua congénere mexicana – num jogo que teve lugar no Arena Kazan, na Rússia.

 

Não estou muito surpreendida por não termos ganho. Afinal de contas, Portugal não consegue estrear-se com uma vitória em campeonatos de seleções desde o Euro 2008, há nove anos (!!). Esta está longe de ser a pior estreia (ou já se esqueceram?).

 

No entanto, desta feita, o resultado menos bom podia ter sido evitado com um onze inicial diferente, na minha opinião. Não consigo entender a lógica de deixar André Silva no banco desde início, quando ele mostrou inúmeras vezes, ao longo desta época, entender-se na perfeição com Cristiano Ronaldo. É certo que seleções como a Hungria e a Letónia não se comparam com o México, mas não valia a pena arriscar?

 

A única explicação que me ocorre é Fernando Santos ter dado mais importância à experiência. Mas Nani (de quem gosto muito, como vocês sabem), não estando tão mal como estava há três ou quatro anos, não está em grande momento de forma. Além de que não sei se ele está habituado a jogar naquela posição: na frente de ataque em vez de como extremo (se estiver enganada, estão à vontade para me corrigir).

 

Com tudo isto, os primeiros quinze, vinte minutos da partida foram penosos. Portugal parecia incapaz de reter a bola. Até o público no Arena Kazan se irritou e se pôs a assobiar – aqueles é que eram os Campeões Europeus?

 

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Felizmente, o tormento não durou muito: aos vinte minutos, André Gomes (ou terá sido Nani? Ou Pepe? Nas imagens não dá para perceber…) conseguiu enfiar a bola na baliza mexicana, na sequência de um livre de Cristiano Ronaldo Os portugueses partiam já para os festejos quando o árbitro pediu ajuda ao seu homólogo em vídeo, metendo um travão na festa.

 

Falemos, então, sobre o vídeo-árbitro. À semelhança de muitos adeptos da modalidade, há muitos anos que ansiava pela introdução destas tecnologias no futebol. Sobretudo se permitisse, se não acabar, pelo menos diminuir polémicas irritantes, como foras-de-jogo mal assinalados ou por assinalar, mãos de Deus, faltas mal marcadas, cartões por mostrar, acusações de “colinho”, entre outras coisas que não contribuem para a felicidade de ninguém.

 

No entanto, ver o vídeo-árbitro em ação pela primeira vez, num jogo da Equipa de Todos Nós… foi um bocadinho chato. O jogo esteve parado durante minutos, enquanto os árbitros decidiam se o golo era válido ou não. Cá em casa, não se percebia ao certo qual era o problema, porque a realização não teve a bondade de repetir o lance do golo. No estádio, deve ser ainda pior pois não há maneira de jogadores, técnicos ou adeptos verem a repetição dos lances – a menos que mostrem nos ecrãs gigantes e, mesmo assim, não sei se dá para ver bem.

 

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Em suma, o vídeo-árbitro foi uma fonte extra de nervos para toda a gente.

 

Durante aqueles minutos de espera, pelo menos. Eventualmente, os árbitros lá decidiram que o Pepe estava em fora-de-jogo aquando do livre, logo, o golo era ilegal. Não temos o direito de reclamar – se fosse contra nós, ninguém se queixaria. Infelizmente, conforme assinalado neste blogue, os jornalistas desportivos portugueses começaram já a implicar com o vídeo-árbitro. Será que, sem as controvérsias evitadas por ele, ficam sem assunto para os artigos de opinião e para os programas de debate?

 

Eu concordo que existem, ainda, muitas arestas para limar nesta questão do vídeo-árbitro, mas isso há de melhorar com o tempo. No cômputo geral das coisas, o futebol tem mais a ganhar do que a perder.

 

Mas regressemos ao jogo com o México. O golo anulado teve o mérito de, ao menos, fazer os portugas acordarem para a vida. Assim, aos trinta e cinco minutos, Cristiano Ronaldo aproveitou um passe falhado para o mexicano Salcedo e arrancou em direção à baliza. Já na grande área, assistiu para Quaresma, que ainda teve o desplante de fintar o guarda-redes antes de atirar à baliza.

 

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Não deu para festejar durante muito tempo. Raphael Guerreiro, que estava já a fazer um jogo abaixo do nível a que nos habituou, deixou que Carlos Vela recebesse a bola, mesmo em frente da nossa baliza, e assistisse para Chicarito.

 

E eu, que, um minuto antes, me regozijava por a Seleção se ter tornado aquela equipa, que não perdoava os erros aos adversários…

 

Na segunda parte, Portugal continuava sem conseguir dominar o jogo. Isso acabou por mudar com as entradas de Adrien e Gelson (a Seleção estava mesmo a precisar de alguém como este último, que pusesse aquela rapaziada a correr…). Aos oitenta e dois minutos, André Silva lá entrou. Menos de cinco minutos depois (não acredito que seja coincidência), Portugal marcava o segundo golo – cortesia de Cédric Soares, que aproveitou um deslize de Herrera.

 

Uma parte de mim sabia que o jogo não estava, ainda, resolvido, que os mexicanos ainda tinham tempo de empatar a partida, de novo. Infelizmente, não me enganei: já em tempo de compensação, Moreno marcou na sequência de um canto, em que os defesas portugueses voltaram a ficar mal na fotografia.

 

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Dói um bocadinho ter a vitória na mão e deixá-la voar a um ou dois minutos do fim, mas a verdade é que Portugal só se pode queixar de si próprio. Não provou merecer a vitória. É certo de isto do mérito no futebol é muito relativo mas, mesmo assim, pelo que se viu em campo, o empate será mesmo o resultado mais justo.

 

Para além dos erros individuais, na minha opinião, este resultado deve-se ao onze inicial inadequado. Já falei sobre André Silva, Nani e Gelson. Há que assinalar, no entanto, que Portugal melhorou com a saída de João Moutinho e a entrada de Adrien.

 

Recordar, ainda, que temos Bernardo Silva – um jogador fabuloso como todos sabem – mas que não tem saído do banco.

 

Tudo isto faz lembrar o início do Europeu, em que Fernando Santos pareceu demorar vários jogos a perceber quais eram os melhores jogadores. É claro que, no fim, as coisas acabaram bem para o nosso lado e, de uma forma paradoxal, os “erros” nos onzes dos primeiros jogos permitiram fazer a gestão de esforço dos jogadores.

 

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Mas também tivemos sorte. Será prudente repetir a gracinha este ano?

 

O meu medo é, então, que Fernando Santos volte a cometer os mesmos erros. Que, por um motivo ou por outro, guarde os trunfos para a segunda parte, adiando a vitória.

 

Pode ser que isso funcione hoje, por outro lado. Os russos são a única equipa nesta competição que não ganhou nada, não estão ao nível dos mexicanos (ainda que estejam a jogar em casa e que Portugal nunca tenha conseguido marcar um golo, sequer, em território russo). E não se pode dizer que Portugal tenha estado a jogar para o empate, frente ao México – ao contrário do que aconteceu em certos momentos da fase de grupos do Europeu.

 

Tudo vai depender, então, do jogo de hoje. A vitória é possível, ninguém duvida disso. Mesmo que Portugal não comece com o seu melhor onze, já será uma grande ajuda se os Marmanjos não cometerem fífias, como as de domingo passado.

 

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A verdade é que estes jogos não são fáceis para mim. Eu fico nervosa, chego a perder anos de vida a cada jogo. Isto ainda não aconteceu este ano, mas, em momentos mais críticos destes campeonatos, chego a perder o apetite, a ter insónias. E, claro, se as coisas correm mal, fico em baixo.

 

Muitas vezes – sobretudo quando as coisas correm bem, como no ano passado – tenho saudades dos campeonatos de seleções. Mas a verdade é que estes não são assim tão agradáveis quando estão a decorrer.

 

É por estas e por outras que tenho cada vez menos vontade de apoiar um clube a sério – viver assim durante os nove, dez meses que dura uma época? Não, obrigada.

 

Mas chega de falar sobre as minhas neuroses. Estamos a poucas horas do jogo com a Rússia (isto de jogos a cada três dias não dá com nada...). Eu acredito numa vitória e na passagem às meias-finais. Esperemos que os Marmanjos não desiludam.

 

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Letónia 0 Portugal 3 - Os suspeitos do costume

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Na passada sexta-feira, dia 9 de junho, a Seleção Portuguesa de Futebol venceu a sua congénere letã por três bolas sem resposta, no Estádio Skonto, em Riga. O jogo contou para a Qualificação para o Mundial 2018.

 

Este jogo não começou muito bem para Portugal – eu diria mesmo que os portugueses chegaram vinte minutos atrasados ao jogo, incapazes de furar a muralha letã. Gelson Martins, por exemplo, estreava-se a titular, mas esteve uns quantos furos abaixo daquilo a que nos habituou. Mesmo Cristiano Ronaldo pouco se fez notar em campo. Quase só houve Letónia durante a primeira meia hora de jogo, embora os letões não tivessem capacidade para grandes ameaças à baliza portuguesa.

 

Eventualmente, os portugueses foram-se encaixando no jogo – sobretudo depois de Fernando Santos ter pedido a André Gomes para jogar mais adiantado. O primeiro golo surgiu ao minuto quarenta e dois (curiosamente, o mesmo minuto em que João Moutinho marcara o seu segundo golo no jogo anterior). Numa altura em que a Seleção se instalara na grande área letã, André Gomes cruzou para José Fonte, que cabeceou para o poste. Na recarga, Ronaldo marcou.

 

Como já é habitual neste tipo de jogos, depois do primeiro golo ficou tudo mais fácil. Mais ou menos aos dez minutos da segunda parte Fernando Santos enviou Ricardo Quaresma para o campo. Este, de uma maneira igualmente típica, recebeu um cruzamento de André Gomes e, mesmo em cima da linha de fundo, assistiu para o segundo golo de Ronaldo.

 

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Menos de três minuto depois, o Capitão pôde dar-se ao luxo de oferecer a bola de André Silva e o miúdo (que acabou de ser contratado pelo AC Milan) não desperdiçou a prenda. Estava feito o resultado.

 

Não há muito mais a dizer sobre este jogo. Esteve longe de ser uma partida empolgante, mas Portugal fez o que tinha a fazer, com três golos assinados pelos suspeitos do costume desta fase de Qualificação. Tendo em conta que a Suíça também ganhou o seu jogo, as contas do Apuramento continuam na mesma. Estou cada vez mais convencida de que a coisa se vai manter assim durante os próximos tempos. Tinha esperanças de que os nossos amigos húngaros nos dessem uma mãozinha na antepenúltima jornada. No entanto, a Hungria acaba de perder perante… a Andorra.

 

Acham mesmo que eles estão em condições de roubar pontos à Suíça?

 

Não, não dá mesmo para esperar que outras equipas resolvam o imbróglio em que Portugal se meteu, no início desta Qualificação. Vamos ter de ser nós mesmos a corrigir os nossos próprios erros.

 

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Mas isso fica para outras núpcias. Agora começou oficialmente a Operação Taça das Confederações. O nosso primeiro jogo, perante o México, é no próximo domingo, às três da tarde. Fernando Santos não promete nada, exceto “que vamos trabalhar muito, como sempre fizemos, e que vamos lá para tentar vencê-la”.

 

Suponho que o “só venho dia 11 para Portugal” (expressão que, de resto, espero que fique gravada na lápide do Selecionador) tenha ido uma ocasião única: palavras de desafio aos mais céticos, após uma má estreia no Europeu, uma forma de inspirar os jogadores. A Seleção tem definitivamente os olhos na Taça. No entanto, numa altura em que Portugal é Campeão da Europa e a moral do povo está em alta, o Fernando Santos faz bem em adotar um discurso mais sóbrio, com os pés assentes na terra.

 

Quanto a mim, estou mais otimista do que o costume, mas vou manter a tradição de pensar jogo-a-jogo. Espero que Portugal fique muito tempo na Rússia, que só regresse dia 3 de julho. Porque não? Já tivemos um final feliz antes…

 

Acompanhem o desenrolar desta história comigo, quer neste blogue, quer na sua página no Facebook.

 

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Portugal 4 Chipre 0 - Dever cumprido

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No passado dia 3 de junho, a Seleção Portuguesa de Futebol venceu a sua congénere cipriota por quatro bolas sem resposta, num jogo particular no Estádio António Coimbra da Mota.

 

Conforme tinha previsto na crónica anterior, acompanhei a maior parte do jogo via rádio. Só vi alguns minutos da primeira parte na televisão, quando fui rapidamente tomar um café. Não sendo este um jogo muito apelativo, nem sequer prestei muita atenção ao relato – ainda que este tenha estado ao nível a que Nuno Matos nos habituou.

 

Por exemplo, aquando do primeiro golo, aos três minutos, estava a conversar com a minha irmã sobre o desgaste provocado pela Taça das Confederações, se os jogadores teriam tempo para recuperar antes do início da época seguinte. Ela, sportinguista, estava particularmente preocupada com os “seus” jogadores, pois o clube leonino terá de ir aos playoffs de acesso à Champions.

 

Um aparte: aqui para nós, que ninguém nos ouve, os problemas que os clubes poderão ter por causa desta competição estão no fundo da minha lista de preocupações neste momento (muito abaixo, por exemplo, dos utilizadores de GPS aldrabado com quem tenho de competir pelos ginásios em Pokémon Go). Não me peçam para ter pena dos clubes quando, muitas vezes, estes agem como se fizessem um grande favor ao deixar os seus jogadores vir às respetivas seleções (como aconteceu, por exemplo, há cerca de ano e meio). Desde que não vá contra a vontade dos jogadores – na verdade, acho que são eles mesmo a fazer questão de vestir a Camisola das Quinas, independentemente do seu momento de forma – os clubes têm é de aceitar.

 

É claro que não disse nada disto à minha irmãzinha. Ainda me habilitava…

 

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Deixando de lado a minha embirração com os clubes (eu bem vos digo, uma miúda não é de ferro…), acredito que, apesar de tudo, Fernando Santos e o departamento médico da Equipa de Todos Nós terão o desgaste dos jogadores em conta. Um dos motivos, aliás, pelos quais o Europeu teve um final feliz para o nosso lado foi a rotação dos jogadores. Em parte por tentativa e erro (na fase de grupos), em parte por lesões. Tenho a certeza de que os responsáveis pela Seleção voltarão a gerir os esforços dos jogadores da maneira adequada durante a Taça das Confederações.

 

Regressemos ao jogo com o Chipre. O primeiro golo da partida foi marcado, então, por João Moutinho, de livre direto. O segundo golo, os quarenta e dois minutos, seria quase um copy/paste deste. Estão todos, naturalmente, à espera da reação de Ronaldo – à espera que os colegas da Seleção se metam com ele.

 

Para ser honesta, não me parece que o Capitão se rale por aí além. Pode ser, até, que fique satisfeito. Afinal de contas, foi o próprio Ronaldo a dizer que Moutinho batia bem.

 

  

Pelo meio, houve tempo para Fernando Santos deliciar o público do Coimbra da Mota com um toque de calcanhar a uma bola saída da linha. Graças a Deus que isso aconteceu quando eu estava no café, a ver o jogo na televisão. Reparei também que, apesar da habilidade, o mister estava com cara de poucos amigos. Não estava a gostar do jogo.

 

Até tinha motivos para isso. Portugal dominava, mas com pouca intensidade e de forma estranhamente desconjuntada, em certos momentos. Sejamos sinceros, o Chipre está longe de ser um adversário estimulante e, naquela tarde, pouca luta deu. O vento também não terá ajudado.

 

Por sua vez, Eliseu ia-se destacando com uma ou outra iniciativa – sempre que ele arrancava, Nuno Matos dizia que ele ia “de lambreta”, claro – mas nem André Silva nem Bernardo Silva foram capazes de aproveitar as oportunidades.

 

Com a segunda parte, veio um meio-campo novo: William, Adrien, André Gomes, Gelson Martins e, mais tarde, Pizzi. Gelson, como já vai sendo hábito, foi suficiente para aumentar a velocidade da Seleção. Sem desprezar o papel de Pizzi, que marcou meros três minutos após entrar em campo – numa jogada iniciada por um arranque de Gelson, com assistência de André Silva.

 

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Gostava de assinalar o facto de este golo ser produto da colaboração de um jogador de cada clube grande português. Mais uma prova de que, na Equipa de Todos Nós, não há espaço para mesquinhezes clubísticas.

 

Não pude acompanhar o quarto golo via rádio porque a minha mãe escolheu aquele preciso momento para me telefonar. O telemóvel estava ligado ao bluetooth do carro, logo, a chamada interrompeu a emissão de rádio. Mães…

 

Em todo o caso, este quarto golo foi assinado por André Silva, que cabeceou após uma primorosa assistência por parte de André Gomes.

 

Não há muito mais a dizer sobre este jogo. Portugal cumpriu o seu dever. Vários jogadores mostraram o seu valor, o que dá dores de cabeça agradáveis a Fernando Santos. Há quem diga que Portugal poderia ter marcado mais – com razão – mas os principais objetivos do jogo foram cumpridos.

 

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Na sexta-feira, frente à Letónia, é que será a doer – mas também já contaremos com o grupo todo. Incluindo Ronaldo, que ontem se juntou à comitiva. A vitória é a única opção. Mas toda a gente sabe disso.

 

Continuem a acompanhar as aventuras e desventuras da Seleção comigo, aqui no blogue, ou então na sua página no Facebook.

 

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