Parte do processo
Na próxima sexta-feira, dia 7 de outubro, a Seleção Portuguesa de Futebol enfrentará a sua congénere... (*consulta o Google*) andorrenha, no Estádio de Aveiro. Três dias mais tarde, deslocar-se-á às Ilhas Faroé para defrontar a seleção local. Ambos os jogos contam para a Qualificação para o Campeonato do Mundo da modalidade, que terá lugar na Rússia, em 2018.
Fernando Santos divulgou os Convoccadors para esa dupla jornada na passada quarta-feira. Nas novidades inclui-se a Chamada de Marafone e os regressos de Cristiano Ronaldo e Renatos Sanches, ausentes da última dupla jornada por lesão. Quem também regressou, desta feita após ausência prolongada, foi Antunes para o lugar de Eliseu, que não tem jogado no Benfica. Acredito, no entanto, que Raphael Guerreiro continuará a ser titular, sobretudo tendo em conta que este está a passar uma excelente fase no Borussia Dortmund. Este, aliás, tem alinhado em diferentes possições para além de lateral esquerdo - como médio-esquerdo ou mesmo jogando em terrenos mais interiores. O seu treinador no Dortmund, Thomas Tuchel, afirmou mesmo há uma semana ou duas que Guerreiro é demasiado talentoso para se limitar a uma posição. Não sei o que Fernando Santos pensa disso, se também vai tentar pôr Guerreiro a jogar como médio (eis uma boa pergunta para as próximas Conferências de Imprensa). Acho pouco provável, pelo menos nesta altura. De médios estamos bem servidos; bons laterais-esquerdos, por outro lado, são tradicionalmente difíceis de encontrar para a Seleção.
Outras novidades na Convocatória incluem as Chamadas à última hora de Nelson Semedo e Pizzi, para substituirem os lesionados Cédric e Nani, respetivamene. A maior novidade é, contudo, a estreia de Gelson Martins nas Convocatórias, o mais recente menino-bonito do campeonato português. Eu, à semelhança de muitos, apaixonei-me pelo jovem jogador depois de vê-lo no jogo da Champions contra o Real Madrid (a sério, olhem-me para isto!) e já andava antes a dar cartas na Seleção Sub-21. Jovens talentosos como ele são sempre bem-vindos à Seleção. Mais especificamente, Fernando Santos afirmou que a capacidade ofensiva de Gelson, capaz de causar pesadelos aos defesas mais experientes, vai dar jeito perante os nossos próximos adversários, que deverão jogar mais em bloco baixo.
Falemos sobre esses adversários, a propósito. Ambas são seleções de microestados (não sei se as Ilhas Faroé possuem essa designação oficial. mas tendo em conta que, segundo a Wikipédia, a população faroesa não chegaria para esgotar a lotação do Estádio de Alvalade, para os efeitos deste texto, consideraremos as Ilhas Faroé um microestado). Não jogamos com a Andorra desde 2001 e, naturalmente, ganhámos sempre por mais de três golos de diferença. Com as Ilhas Faroé só jogámos uma vez: em agosto de 2008, na estreia de Carlos Queiroz. Ganhámos por 5-0. Só me lembro muito vagamente desse jogo: acho que o Deco marcou o primeiro golo, o Simão marcou um dos outros. Estas são o tipo de equipas que a Federação convida para particulares quando quer elevar a auto-estima da Seleção com uma vitória fácil - fê-lo, por exemplo, antes do Europeu. O facto de, desta feita, as vitórias nos darem três pontos junta o útil ao agradável.
Em teoria, pelo menos. É do conhecimento geral que a Turma das Quinas, às vezes, atrapalha-se perante facilidades (vejam o que aconteceu no grupo do Euro 2016). Penso, contudo, que desta vez não haverá escorregadelas. Como disse Fernando Santos, a época já começou há algumas semanas, logo, os jogadores terão mais ritmo de trabalho que na jornada anterior. Além disso, a derrota na primeira jornada deu-nos uma dose saudável de adrenalina para o resto da Qualificação - adrenalina sem a qual, pelos vistos, a Seleção não consegue viver. Não há desculpas, vamos ter de ganhar estes jogos se queremos um Apuramento sem complicações.
Não tenho muito mais a dizer sobre estes jogos. Estão longe de ser os mais interessantes - e, infelizmente, esta deverá ser a regra durante a maior parte do Apuramento. Não me queixarei enquanto a Equipa de Todos Nós fizer o que lhe compete. Há já quem fale em ganhar o Mundial, como o próprio Cristiano Ronaldo. Jogos como estes, quer para a Qualificação quer meros particulares, podem ser pouco apelativos, mas fazem parte do processo, do crescimento da equipa, da preparação da mesma para que possamos voltar a realizar sonhos como esse.
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