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O Meu Clube É a Seleção!

Mulher de muitas paixões, a Seleção Nacional é uma delas.

Croácia 0 Portugal 1 - O início

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No passado sábado, dia 25 de junho, a Seleção Portuguesa de Futebol venceu, pela margem mínima, a sua congénere croata nos oitavos-de-final do Campeonato Europeu da modalidade. O autor do único tento da partida foi Ricardo Quaresma.

 

Todos concordam: tirando os últimos minutos do prolongamento, o jogo foi uma seca. A primeira parte, então, foi quase um aquecimento, foi um filler, não aconteceu pratiamente nada. Sou capaz de jurar que, nos primeiros dois ou três minutos de jogo, Portugal não tocou na bola durante mais do que um ou dois segundos, enquanto os croatas se limitavam a passar a bola uns aos outros. Ambas as equipas estiveram muito comedidas, respeitando excessivamente o adversário, sem coragem para arriscar. Por um lado, isto foi bom para os nossos corações, depois da agitação que foi o jogo com a Hungria. Por outro, até eu fiquei com sono - o que, para mim, num jogo da Seleção, numa fase final, num mata-mata ainda para mais, é raro, se não for inédito. 

 

O jogo ficou um bocadinho mais interessante quando Renato Sanches entrou, aos cinco minutos da segunda parte, mas não muito. Consta que este foi o primeiro encontro em Europeus e Mundiais em cinquenta anos em que não houve um único remate à baliza. Da nossa parte, talvez isso se devesse ao nosso engonhanço, mas, da parte dos croatas, isso muito se terá devido a um "imperial" Pepe, que nos livrou de tantas, a jogadores como Adrien, que conseguiu anular Modric e, vá lá, a uma dose decente de sorte. Pelo meio ainda nos roubaram um penálti sobre Nani e Renato fez isto. Eu só pensava que, a certa altura, alguém teria de assumir o jogo, de tentar ganhá-lo e aquilo poderia ir para qualquer um dos lados.

 

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Eventualmente acabou por chegar o prolongamento. Pelo menos no Twitter, já começávamos a fazer contas para os penáltis. Daí que não tenhamos percebido a troca de Adrien por Danilo. Das duas uma, ou Fernando Santos não tinha olhado para o historial de Adrien em penáltis, ou estava... bem chei'd'a fé de que a coisa resolver-se-ia antes dos cento e vinte. 

 

Se era a segunda hipótese, acertou em cheio pois, aos 117 minutos, tudo mudou. Rui Patrício defendeu uma iniciativa croata a meias com o poste. No contra-ataque, Ronaldo passa a Renato, que faz uma das suas arrancadas - nesse momento, eu e, provavelmente, metade do País dissemos algo como "Vai miúdo! Vai!" , enquanto este galgava pelo campo fora. Renato passa a Nani, este por sua vez, consegue enganar os defesas croatas e fazer a bola chegar a Ronaldo. O guarda-redes ainda consegue travar o remate deste, mas não conseguiu repetir a proeza quando Quaresma faz a recarga. 

 

 

Cá em casa festejámos o golo da mesma maneira que a Seleção, em Lens: aos peulos e aos abraços. Até o meu irmão que, de uma maneira muito típica emntre os homens da casa, esteve muito pessimista durante o jogo, quase que como se torcesse pela Croácia. Eu fiquei a tremer durante uns bons dez minutos depois deste golo, ainda que só me tenha atrevido a cantar vitória depois do apito final. Nós passámos a fase de grupos só com empates, mesmo que as exibições não tenham sido assim tão más... em certas alturas, pelo menos... mas não há nada que se compare a uma vitória numa fase final de um campeonato de seleções!

 

Não têm faltado críticas à Seleção Portuguesa desde a sua estreia no Europeu, muitas delas justas, e elas têm continuado depois deste jogo. No entanto, uma coisa é inegável: Portugal venceu a Croácia, que está longe de ser uma equipa fraca, e, pelo (*conta pelos dedos*) sexto Europeu consecutivo, está entre as oito melhores seleções da Europa. Não é de desprezar. Tudo isto resultou do esforço dos jogadores, da equipa técnica, do Selecionador. Esse esforço merece ser respeitado, mesmo aplaudido - sobretudo depois de equipas respeitáveis terem já ficado pelo caminho, tal como a Espanha e a Inglaterra. Esta última frente à Islândia, de todas as equipas - menos de duas semanas depois de Cristiano Ronaldo os ter acusado de terem mentalidade de equipa pequena. 

 

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Não sou grande fã deste futebol defensivo, em bloco baixo, confesso, mas concordo com Fernando Santos, quando ele diz quando ele diz que assinaria por baixo se pudesse conquistar o Europeu só com empates ou jogando mal, que quer "jogar futebol" não "jogar à bola". Durante anos e anos, em múltiplos campeonatos de seleções, praticámos um futebol lindíssimo. Deixou-nos imensas recordações e encheu-nos de orgulho, não contesto isso, mas não nos deu nenhum título. Continuo a preferir esse tipo de futebol, se for possível, mas eu aceito tudo o que nos dê o título, dentro das regras. E se alguém tiver algum problema com isso, como uns quantos croatas aziados depois do jogo e os franceses que andaram a dizer que o nosso futebol era nojento... ótimo. De uma forma ou de outra, iríamos sempre irritar muitos enquanto fôssemos bem sucedidos neste Europeu. É para o lado que dormimos melhor.

 

Mas primeiro vamos ter de passar pela Polónia e não me parece que vá ser fácil. Para além de, por princípio, não existirem jogos fáceis nesta fase, o nosso historial mais recente com a Polónia não é o mais favorável (tal como já tinha desenvolvido aqui). Além disso, a Polónia chegou a ganhar à Alemanha durante a Qualificação para este Europeu e, quando a reencontrou na fase de grupos, empatou a zeros. A minha irmã disse-me que os polacos não têm tantas individualidades como a Croácia (têm Lewandowski e pouco mais), mas eu acho que eles vão jogar de forma mais fechada do que os croatas, o que é capaz de nos atrapalhar.

 

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A minha esperança é que estes oitavos-de-final tenham sido o nosso verdadeiro início no Europeu, que ainda fiquemos em França por muito tempo ainda. Continuo com as minhas dúvidas, apesar de a equipa ter estado mais consistente no sábado, mas também, nesta altura do campeonato, não dá para ter certezas de nada. Continuo a acreditar que é possível chegar à final de Paris e vencê-la. Ando há demasiado tempo à espera de um título para a Seleção, não queria ver mais uma oportunidade desperdiçada. Para já, temos de ganhar à Polónia e temos tudo para consegui-lo. 

 

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