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O Meu Clube É a Seleção!

Mulher de muitas paixões, a Seleção Nacional é uma delas.

Portugal 2 Bélgica 1 - Esperança e alegria

 

10817631_814044788729057_1052537708_n.jpgNa passada terça-feira, dia 29 de março, a Seleção Portuguesa de Futebol venceu a sua congénere belga por duas bolas a uma, no Estádio Magalhães Pessoa, em Leiria, em jogo de carácter particular e, também, solidário, visto ter decorrido apenas uma semana após os atentados terroristas em Bruxelas.

 

Tal como já acontecera no jogo com a Bulgária, Portugal recuperou um hábito antigo. Desta feita, foi o de se dar melhor perante equipas de maior prestígio (que podem nem sempre corresponder à qualidade real) do que perante equipas menos mediáticas. Nem sempre é psicológico, pode ser mesmo estratégico - a tática atual nem sempre funciona com equipas que se fecham à defesa. Mas já voltamos a isso...

 

Quer tenha sido por a Bélgica jogar mais em ataque direto, ou por ter comparecido desfalcada, ou por Portugal ter jogado sem medo,  ou por outro motivo qualquer, a verdade é que a Seleção funcionou muito bem no jogo de terça-feira, sobretudo na primeira parte. Começámos, novamente, muito rematadores. Courtois conseguiu defender os remates de João Mário, Adrien, Nani e Cristiano Ronaldo e, desta feita, até houve bola à trave. Mais tarde, Nani e Fernando Santos confessariam que, por esta altura, temeram uma repetição do que acontecera com a Bulgária. No entanto, a pontaria esteve mais afinada desta vez e, aos vinte minutos, André Gomes assistiu para Nani e este, frente a frente com Courtois, não desperdiçou.

 

Há quanto tempo o Nani não comemorava um golo pela Seleção com um mortal? O exemplo mais recente de que me recordo é o jogo com a Dinamarca, em outubro de 2010 - quase seis anos, portanto. Há cerca de dois ou três anos, o Nani era uma sombra de si próprio. O jogador cheio de garra e magia, que nos cativara há... quase dez anos, vejo agora... estava quase desaparecido, por culpa de lesões e de um clube estagnado. Vir para o Sporting fez-lhe bem. Alguns - entre os quais o próprio Cristiano Ronaldo - consideraram-no um retrocesso na carreira, mas acabou por se revelar um passo atrás necessário para dar um salto para a frente. Foi um percurso irregular, mas nestas últimas duas épocas, o Marmanjo reencontrou-se a si mesmo. Agora, tanto no clube atual como na Seleção, voltou a ser o Nani que todos adoramos, mesmo a tempo do Europeu. As saudades que eu tive dele!

 

vai dar um mortal.jpg

  

Não que Nani tenha sido o único a destacar-se neste jogo. Raphael Guerreiro foi titular e mereceu-o, batendo-se de igual para igual com jogadores com o dobro do tamanho dele. Eu queria muito vê-lo no Europeu e a possibilidade de Guerreiro ficar de fora da Convocatória final a favor de Eliseu parte-me o coração. Cédric e Danilo Pereira também estiveram bem, assim como João Mário.

 

Foi, aliás, dos pés dele que surgiu o centro para Ronaldo cabecear para o segundo golo da Seleção, aos quarenta minutos. Tal como Nani com o seu mortal, também Ronaldo celebrou à sua icónica maneira. As câmaras mostraram o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa fazendo sinal de "nota 20" a partir da tribuna (espero que tenha feito o mesmo com o golo do Nani, que ele também mereceu.).

 

Infelizmente não deu para manter o fulgor na segunda parte, com as substituições. Foi até no rescaldo das mesmas, quando a equipa se estava ainda a ajustar ao novo modelo de jogo, que os belgas reduziram, por intermédio de Romelu Lukaku. No entanto, mesmo sem o brilho da segunda parte, Portugal conseguiu manter a vitória. Ainda houve espaço para Ricardo Quaresma dar uns ares da sua graça, incluindo tentar repetir a sua célebre trivela, aos 84 minutos. Mas o marcador não se voltou a alterar.

 

nani e cristiano no meio.jpg

  

Eu sei que este jogo tinha uma componente solidária, que o resultado não seria o mais importante, mas fiquei contente com a vitória e com a boa exibição perante uma seleção grande, mesmo que desfalcada. Apesar de termos feito o nosso melhor Apuramento em termos de resultados, o futebol que praticávamos era pouco vistoso. Não sabia se seria suficiente para o Europeu, sobretudo com Fernando Santos a dizer que quer ganhá-lo. Este jogo afastou pelo menos algumas das preocupações, deixa alguma esperança. Temos bases para construir uma Seleção com uma palavra a dizer no Europeu, algo que não poderia deixar-me mais feliz.

 

Há que alertar, no entanto, que, da mesma maneira como não estava tudo mal quando perdemos com a Bulgária, não está tudo bem agora, que ganhámos à Bélgica. As dificuldades que sentimos na semana passada preocupam, pois é com equipas semelhantes à búlgara que partilhamos o grupo do Europeu. Não tenho a certeza se os problemas desse jogo foram apenas azar e um guarda-redes inspirado, se tudo correria a nosso favor a partir do momento em que marcássemos um golo, ou se realmente não funcionamos bem em ataque continuado. Um dos maiores enigmas relativamente à Convocatória Final diz respeito à capacidade goleadora, se a Equipa de Todos Nós deverá usar ponta-de-lança ou não durante o Europeu, se valerá a pena chamar Éder (que, todos concordam, não é grande goleador) para apenas jogar os dez ou quinze minutos finais, quando a Seleção arrisca um futebol mais direto. Eu não sou, de todo, a pessoa mais indicada para dar um parecer sobre a questão, fica ao critério de cada um. Acredito que Fernando Santos tomará a decisão correta.

 

Mas também acredito que, qualquer seja essa a decisão, esta levantará polémica. Não só em relação à questão do ponta-de-lança, mas também ao por estes dias inevitável Renato Sanches. Acreditam que já deparei com acusações de campanhas, tanto para levar Renato ao Europeu como campanhas para não levar Renato ao Europeu? É caricato, mas, tal como tenho vindo a dizer, não é bom para o jovem jogador. A verdade é que acho que vão ficar de fora muitos que mereciam um lugar no Euro, sobretudo no que diz respeito precisamente ao meio-campo. O lado positivo da coisa é que esses são problemas de seleção grande.

 

heróis de leiria.jpg

  

Os anos vão passando, jogadores e treinadores vão e vêm, e, no entanto, uma coisa que nunca muda é a alegria que me dá uma vitória e uma boa exibição da Equipa de Todos Nós. O facto de terem sido os meus dois jogadores preferidos a marcar os golos é uma alegria extra, mas também ficaria feliz se tivesse sido o João Mário, o Adrien, o Quaresma, o André Gomes ou outro qualquer a brincar os golos. Era de maneira até que ficava ainda mais fã deles – afinal de contas, fiquei fã de Raphael Guerreiro quando este marcou o golo da vitória frente à Argentina. O meu desejo é que esta seja apenas a primeira alegria que a Seleção nos dá este ano, em particular nos próximos meses.

 

Agora ficamos a apenas mês e meio da Convocatória Final para o Europeu (a Federação bem podia confirmar o dia certo… Eu aposto em dia 16 de maio). Não vai custar muito – quem esperou quatro meses e meio por esta dupla jornada pode esperar seis semanas. Entretanto, vou concluir a minha entrada especial de aniversário (que, provavelmente, será dividida em duas), logo, podem contar com uma publicação nova no dia 12 de maio. Também poderão esperar pelo Anúncio dos Convocados comigo, através da página de Facebook do blogue. Até lá…