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O Meu Clube É a Seleção!

Mulher de muitas paixões, a Seleção Nacional é uma delas.

Dinamarca 2 Portugal 1 - ...mas eles não acordaram

Ontem, a Selecção Portuguesa de Futebol foi derrotada, em Copenhaga, pela sua congénere dinamarquesa, por  dois golos contra um.  Deste modo, a Dinamarca ficou em primeiro lugar no grupo, apurando-se, por isso, para a fase final do Europeu de 2012, a realizar-se na Polónia e na Ucrânia, enquanto Portugal terá de disputar o play-off no próximo mês, com a Bósnia-Herzegovina, para se qualificar. 
 
Não vou mentir, não foi dourar a pílula, foi um jogo horrível, agonizante do princípio ao fim, absolutamente inesperado. Devo ter perdido uns vinte anos de vida naqueles noventa minutos.
 
Logo de início se notou que a coisa não ia correr bem. Os Marmanjos mal conseguiam manter a bola nos pés. O golo anulado à Dinamarca, logo aos três ou quatro minutos, devia ter sevido de wake-up call - porque, pelo que se via, o jogo contra a Islândia não tinha servido, apesar da minha última entrada - mas não serviu. Os jogadores estavam irritantemente lentos e apáticos. O golo da Dinamarca aos doze minutos não constituiu, portanto, surpresa.
 
Depois deste golo, os dinamarqueses abrandaram um pouco, os portugueses apareceram um pouco mais, tivera, algumas oportunidades, mas continuava a não ser suficiente. E eu ficava cada vez mais aflita.
 
A minha sorte foi o facto de estar a assistir ao jogo sozinha. Podia praguejar em voz alta sem que me mandassem calar. Outra coisa que ajudou imenso foi não ter a minha mãe resmungando coisas como:
 
- Que vergonha!
 
Também ia desabafando através do Twitter (podem ver AQUI).
 
Ao intervalo, desejei que eles regressassem aos relvados com outra atitude, com mais garra, mais energia, mais alma. Mais uma vez, não tive sorte. Aliás, estive perto de sofrer um ataque cardíaco (pela quinquagésima vez desde o início do jogo, diga-se de passagem...) quando o João Pereira passou a bola a Krohn-Dehli mesmo à frente da baliza...
 
Entretanto, os comentadores iam falando, ocasionalmente, acerca do jogo da Suécia e da Holanda. Parecia que Deus Nosso Senhor tinha tirado a noite para gozar com a nossa cara pois este desafio teve não sei quantas reviravoltas. Ora a Suécia estava a ganhar, ora estava a perder. Não havia dúvida que me queriam matar naquela noite... Lenta e dolorosamente.
 
Com o segundo golo da Dinamarca, desliguei-me do jogo, se bem que não completamente. Já pensava: "Que se lixe! Não é assim tão mau irmos ao play-off". Só desejava que marcássemos pelo menos um golo para não sairmos de lá completamente humilhados e, vá lá, ver se a equipa se motivava e começava a jogar como deve ser.
 
Esse golo surgiu mas demasiado tarde para relançar a Turma das Quinas. O golo de Cristiano Ronaldo foi, de resto, o único momento bom do jogo. Foi um golpe de génio, aquele golo que há muito desejávamos que ele marcasse pela Selecção (de livre directo, com a bola a entrar directamente na baliza) mas, de preferência, noutras circunstâncias.
 
Com  este resultado e como a Suécia acabou por ganhar à Holanda, sagrando-se a melhor Selecção classificada em segundo lugar e, por isso, garantindo o apuramento directo, teremos de disputar o play-off de acesso ao Europeu. Para ser sincera, estou um pouco aliviada por não termos sido os melhores segundos lugares. Não queria que a campanha pelo acesso ao Euro 2012 terminasse com um jogo como o de Terça-feira. 
 
Além de que, ao menos, assim termos mais dois jogos oficiais da Selecção, o que é sempre bom. E talvez vá assistir à segunda mão do play-off, que será disputada em Lisboa, embora ainda não hajam certezas em relação ao estádio.
 
Em suma, foi um dos piores jogos dos últimos tempos. E ainda não percebo como é que isso aconteceu, porque é que isso aconteceu. Como é que fomos estragar aquilo que, desde há um ano a esta parte, estava a ser uma campanha brilhante? O que aconteceu ao vamos-jogar-para-ganhar, ao não-se-planeiam-empates-ou-derrotas?
 
Há quem diga que nos descontraímos demais. Como passámos do oito ao oitenta muito depressa, começámos a baixar as defesas. Tenho de admitir que eu própria alinhei nisso. Como há um ano que a Selecção não dava razões de queixa, comecei rapidamente a sonhar alto. Nunca me tinha passado pela cabeça que íamos tropeçar agora.
 
A verdade é que nem os mais cépticos duvidavam que íamos sair de Copenhaga apurados, de uma forma ou de outra.
 
Há quem diga que se tratou apenas de uma má noite. Alguns dos titulares habituais estavam ausentes, alguns dos presentes não estavam na melhor forma. O Ronaldo, por exemplo, tinha dores mas fez questão de vestir a camisola das Quinas. Às tantas, mais valia ter ficado de fora...
 
Talvez. A única coisa que sei é que prefiro que não nos cruzemos de novo com a Dinamarca num futuro próximo. Com a óbvia excepção do jogo do ano passado, a coisa costuma correr mal no que toca a nós...
 
Como já tinha previsto, com esta derrota, todos caíram em cima de Paulo Bento, como pombos sobre migalhas de pão. Não constitui surpresa. Mas entre todas as declarações relacionadas com a situação da Equipa de Todos Nós, sobressai a de um indivíduo em particular, um caso engraçado. Há coisa de um ano e meio eu respeitava-o, admirava-o, defendia-o no meu blogue. Há um ano, depois de ele cair em desgraça, criticava-o mas achava-o alvo de uma injustiça, sentia-me grata pelas coisas boas que ele fizera e ligeiramente culpada por ter voltado a minha lealdade para outra pessoa. Depois disso, a cada declaração que ele fazia, ia-se enterrando cada vez mais na minha consideração. E agora, depois de ontem ter dito que, com ele, "a nossa qualificação teria sido absolutamente natural, normal, consistente e estaríamos agora na fase final", aquilo que sinto por Carlos Queiroz já roça o ódio.
 
como aquela canção dos Kaiser Chiefs, chamada "Everyday I Love You Less and Less". (AQUI). Pelo menos uma parte da música exprime de forma excelente o que sinto: "You're turning into something I detest/And everebody says that you're a mess/Since everyday I love you less and less" (Estás a transformar-te em algo que detesto/E todos dizem que estás uma desgraça/Desde que a cada dia te amo menos e menos). 

Há que ter em atenção que os meios de Comunicação Social têm citado esta frase fora do contexto, de modo a criar mais polémica. O que Queiroz queria dizer é que a qualificação teria sido bem menos atribulada se não fosse toda aquela confusão gerada no ano passado, no rescaldo do Mundial 2010. Ele talvez tenha razão. Fossem outras as circustâncias, talvez tivéssemos amealhado mais do que apenas um ponto nessa primeira jornada dupla e, sim, talvez agora estivéssemos qualificados. Mas é um grande talvez. E, de qualquer forma, nesta altura do campeonato, a última coisa de que a Selecção precisa é de ser desestabilizada por polémicas, muito menos iniciadas por um antigo Seleccionador.

 
O que mais me irrita é o seguinte: como já disse, houve uma altura em que me sentia culpada por dar graças pela chegada de Paulo Bento quando Carlos Queiroz tinha sido afastado da Selecção de uma forma manhosa e injusta. Mas ele, por sua vez, não parece sentir culpa de nada, não estar arrependido de nada. Parece achar que nunca fez nada de mal. Aproveita todos os microfones ligados num raio de um quilómetro para se fazer de vítima e atacar tudo o que se mexe, sem se preocupar com as repercussões que isso tem na Equipa das Quinas. 
 
Não parece compreender que, quanto mais faz isto, menos nos comove, menos respeito sentimos por ele, levando a um ponto em que achamos que ele até mereceu o destino que teve. Apesar de, neste caso, até ter alguma razão, apesar de alguns de nós até concordarem quando ele diz que existe corrupção no seio da FPF. O caso que levou ao seu despedimento foi apenas um exemplo.
 
Não vale a pena chorarmos mais sobre o leite derramado, sobre o apuramento directo falhado. Agora temos é de voltar as nossas atenções para o play-off, que se realiza daqui a um mês. Soube-se hoje que será com a Bósnia-Herzegovina que vamos disputar o lugar no Europeu, à semelhança do que aconteceu há dois anos, com o apuramento para o Mundial 2010. Muitos ficaram apreensivos, pois estes estiveram perto de vencer a  França mas, na minha opinião, há a vantagem de ser uma equipa que conhecemos melhor do que, por exemplo, o Montenegro. Todos acham que Portugal tem capacidade para ultrapassar este obstáculo inesperado, que consegue melhor do que conseguiu na Terça-feira... ou, pelo menos, se não conseguir, mais vale vermos o Euro 2012 pela televisão. 
 
Eu fiquem zangada com esta derrota mas já o ultrapassei e agora estou ansiosa pelos jogos de daqui a um mês. Faço parte dos que acreditam, não, que sabem que a Selecção é muito melhor do que deu a entender frente à Dinamarca. Digam o que disserem, o que aconteceu na Terça-feira não muda o facto de Paulo Bento ter reconstruído uma equipa aos bocados e nos ter dado aquilo pelo qual, há um ano, estaríamos profundamente gratos: chegar aos play-offs. Esta derrota foi uma fuga ao guião, um desvio ao plano que tínhamos delineado, mas ainda vamos a tempo de corrigir as coisas. Ainda vamos a tempo de anular os efeitos do caso Queiroz, de consumar o renascimento da Selecção, de marcar presença no Euro 2012. E acredito que vamos fazê-lo. De uma maneira ou de outra. 

Portugal 5 Islândia 3 - Wake-up call

Na passada Sexta-feira, a Selecção Portuguesa de Futebol recebeu a sua congénere islandesa no Estádio do Dragão e venceu-a por cinco bolas contra três.

Eu até estava bastante calminha no início deste encontro. Só que a Selecção Nacional não entrou da melhor maneira no jogo enquanto a Islândia entrou invulgarmente desenvolta, como que desafiando o estereótipo da equipa teoricamente mais fraca, e assim se manteve durante uma boa parte do jogo. Eu e o meu pai até trocámos umas piadas secas em relação a isso:

- Os islandeses, com este calor, deviam derreter… – disse o meu pai.

- Não – respondi eu – Eles geralmente ‘tão congelados lá na Islândia mas aqui, com o calor, descongelaram, ganharam energia cinética e ‘tão mais mexidos…

Se era por causa do calor, não sei, mas a verdade é que os islandeses estavam a dar luta. Como resultado, após terem tido o primeiro momento de perigo do jogo e três pontapés de canto marcados a seu favor seguidos, eu já roía as unhas.

Felizmente, o nervosismo não durou muito pois Eliseu assistiu para a cabeça de Nani que, marcou, deste modo, o primeiro golo do jogo aos treze minutos. Assim estava melhor. Mais tarde, o mesmo Marmanjo, cheio de lata, aproveitou um atraso para o guarda-redes islandês mal conseguido e marcou o segundo golo.
Estes dois tentos do Nani trouxeram à memória os dois golos que ele marcara, havia precisamente um ano menos um dia, no mesmo estádio, frente à Dinamarca, no primeiro jogo de Paulo Bento – precisamente o desafio em que a Selecção Nacional iniciou o seu renascimento. Como tal, estes dois golos pareceram-me um bom prenúncio para o resto do jogo.

E as coisas de facto correram bem até ao intervalo, com destaque para o golo engraçado de Hélder Postiga, em que a bola primeiro bateu na barra e só depois cruzou a linha de baliza. Não há muito a dizer em relação a este tento. Já se sabe que o Hélder tem altos e baixos mas, quando veste a camisola das Quinas, costuma fazer o gosto ao pé.

Ao intervalo tudo parecia estar decidido. Certamente, na segunda parte, os portugueses limitar-se-iam a manter o jogo sob controlo, a pouparem-se para o desafio frente à Dinamarca, talvez marcassem mais um ou outro golo. Era o que se esperava mas não foi bem isso o que aconteceu,

O primeiro golo da Islândia não preocupou por aí além. Fora por 3-1 que tínhamos ganho há um ano, na casa deles. Ainda havia tempo para se dilatar a vantagem.
Quando eles marcaram o segundo é que se começou a ver a vida a andar para trás. Recomecei a roer as unhas.

Nos cerca de vinte minutos que se seguiram, por algumas vezes, a Islândia esteve perigosamente à beira de anular a nossa vantagem – nessas alturas, a minha mãe dava-me vontade de dar um berro quando se punha a dizer coisas como:

- Olha o terceiro golo deles.

O Cristiano Ronaldo, esse, coitado, estava em noite não. Não que tenha jogado mal, ele até ajudava a equipa. Só que, amiudadas vezes, fazia uns remates de longe, estilo tiro-ao-alvo, que nunca entravam. Notava-se nas expressões que ele exibia que queria marcar um golo.

Ele e o resto da equipa começavam a dar sinais de intranquilidade e não eram os únicos; nesta altura, já eu fazia contas à vida, interrogava-me como raio haveríamos de fazer frente à Dinamarca jogando assim. Os adeptos presentes no estádio também não estavam a achar graça e, a certa altura, exprimiram o seu descontentamento através de assobios. Eu, geralmente, sou contra isso mas, naquela altura, até compreendia.
Em todo o caso, os adeptos não demoraram a trocar os assobios por gritos de “POR-TUG-AL! POR-TU-GAL!”. E resultou porque, depois disso, o Eliseu voltou a assistir, desta feita para Moutinho, que enviou a bola para as redes islandesas. Nas bancadas, um adepto segurava um cartaz dizendo: “Moutinho, génio da bola, dá-me a tua camisola”. Tal génio revelou-se aos oitenta e um minutos com o quarto golo de Portugal e devolveu-nos a tranquilidade. Grande Moutinho!

Mais uma vez ficou provado que, quando as coisas não estão a correr bem, os assobios não resolvem nada mas as manifestações de apoio até podem ajudar.

Cinco minutos mais tarde, Eliseu, que estava a fazer o jogo da vida dele, dilatou ainda mais o marcador com um belo remate de fora da área. O cabo-verdiano açoriano (como lhe chamei, na brincadeira, depois deste golo) foi considerado o homem do desafio e mereceu-o. Revelou ser uma boa alternativa a Fábio Coentrão e, como afirmou Nani, outra figura do jogo, “mostrou a Bento que pode contar com ele para o que der e vier”. Eliseu engrossou, assim, a lista, de tamanho considerável, de jogadores prontos a dar a sua parte pela Equipa de Todos Nós.

Ainda houve tempo para a Islândia marcar um terceiro golo, de penálti. Não teve efeitos práticos para além de diminuir a vantagem portuguesa, mas Johannesson, o Seleccionador Islandês, parecia muito feliz depois deste tento. Mais tarde, confessaria que se sentia satisfeito por a sua equipa ter marcado três golos a Portugal e diria, sem rodeios:

- Com a bola, Portugal é uma das melhores Selecções do Mundo mas, sem ela e a defender, os jogadores são um pouco preguiçosos.

Se foi por preguiça dos Marmanjos, não sei, mas a verdade é que este encontro teve altos e baixos e deixou bastante a desejar no que toca à defesa. O meu pai disse que o problema fora a falta dos titulares habituais, como o Pepe. E o Ricardo Carvalho. Talvez. O pior é que estes jogadores continuam indisponíveis para Terça-feira…

Hélder Postiga afirmou que “estes jogos servem para corrigir erros”. E, de facto, é preferível cometê-los frente à Islândia, que não soube aproveitá-los para obter a vitória, do que frente à Dinamarca. Por outro lado, se estivéssemos a enfrentar esta última selecção, seria pouco provável que os Marmanjos baixassem a guarda desta maneira… Em todo o caso, este jogo serviu de aviso, de wake-up call (chamada para acordar), como dizem os ingleses, mostrando que as coisas não vão ser fáceis na próxima Terça-feira.

Agora basta empatarmos para garantirmos a qualificação directa para o Europeu de 2012. Podemos até perder o próximo jogo, desde que sejamos a melhor selecção classificada em segundo de toda a prova. Esta ideia foi repetida até à exaustão pelos locutores da Antena1, durante o rescaldo do encontro de Sexta-feira. Eu prefiro não me fiar nessa, irrita-me estar a fazer esse tipo de contas quando não precisamos, quando basta um empate para nos qualificarmos.

Felizmente, não sou a única a pensar assim. Paulo Bento garantiu que “não planeia derrotas, não planeia empates” e todo o resto da Turma das Quinas aparenta afinar pelo mesmo diapasão. Tudo indica que o jogo de Terça-feira será uma autêntica final, intenso, emotivo, pois não acredito que os nossos amigos nórdicos nos facilitem a vida nem que joguem para o empate. Espero que os marmanjos não repitam os erros de Sexta-feira. Espero que, como dizia n’O Jogo, não parem de acelerar até a corrida estar ganha, até a qualificação estar assegurada, até os efeitos das polémicas do ano passado estarem definitivamente anulados, até o renascimento da Selecção estar finalmente consumado. É com isso que conto. E acredito que os Marmanjos não nos vão desiludir.

Contra a corrente


Estamos nas vésperas da primeira das duas últimas finais que a Selecção Nacional tem de disputar antes de dar por concluída a Qualificação para o Euro 2012, a realizar-se na Polónia e na Ucrânia... e as coisas não estão fáceis.


Danny não compareceu ao estágio de preparação destes dois desafios. Inicialmente, invocou motivos pessoais que o impediam de abandonar a Rússia. É claro que a Comunicação Social tentou logo agarrar a oportunidade para criar polémica, pelos motivos que toda a gente conhece. Não têm emenda, realmente...

Entretanto, já foram revelados os verdadeiros motivos mas nunca duvidei, por um minuto que fosse, que estes fossem fortes, nem acreditei que estivéssemos perante uma reedição do caso Ricardo Carvalho. Numa entrevista que deu na semana passada, Danny deu a entender que leva a Selecção muito a sério. Afirmou mesmo que o seu sonho é "ganhar o Europeu com a Selecção". Acham mesmo que abdicaria do seu lugar na Equipa de Todos Nós de ânimo leve?

E, de facto, os seus motivos são válidos. Soube-se ontem que Danny teve de fazer uma cirurgia para remover um quisto que se temia que contivesse células cancerosas. Eu já passei por uma situação semelhante e sei que estas coisas são aflitivas, mais do que parecem. Com cancro, não se brinca. Compreendo, também, que Danny se tenha sentido relutante em divulgá-lo, daí ter invocado os motivos pessoais. Embora saiba que é pouco provável que ele o leia, envio através do blogue uma mensagem de solidariedade e um desejo de uma recuperação rápida e completa.

Por falar do Ricardo Carvalho, este tem dado a entender que se arrependeu de ter abandonado o estágio da Selecção antes da partida para o Chipre. Ainda hoje, numa entrevista, afirmou que continua disponível para regressar à Equipa de Todos Nós. Por causa do castigo que a Federação lhe aplicou, tal só poderia acontecer daqui a pelo menos um ano. Tenho de confessar que espero que Paulo Bento mude de ideias em relação a excluí-lo definitivamente das suas Convocatórias. Não que o que o Ricardo fez tenha sido de louvar, bem pelo contrário, mas será justo que uma decisão irreflectida anule todo um percurso na Selecção, esse sim, digno de louvores?

Em todo o caso, como já foi mencionado, tão cedo Ricardo Carvalho não voltará à Turma das Quinas, não nos poderá ajudar nesta jornada dupla. E agora que Danny e Sílvio engrossaram a lista dos indisponíveis, torna-se claro que a Selecção terá de se basear, pelo menos em parte, em segundas opções... o que não me agrada.

Também não me agrada o facto de a Comunicação Social andar com as miras apontadas a Paulo Bento. Não só por causa do Danny, mas também por ter Chamado jogadores como Beto e Ricardo Costa (com esta nem eu concordo e nem percebo muito de futebol...) e deixado de fora jogadores como Bosingwa e Duda. O caso Ricardo Carvalho pode não ter deixado mazelas no seio da Selecção Nacional mas deixou-as na credibilidade de Paulo Bento e, agora, os jornalistas e comentadores aproveitam.

Apesar de saber perfeitamente que, neste país, (ainda) há liberdade de expressão e opinião e tal, sempre me irritou ver as pessoas questionarem o Seleccionador. Mesmo quando este era Luís Felipe Scolari ou Carlos Queiroz. Mesmo até quando existiam motivos válidos para fazer críticas, mesmo até quando eu até concordava com elas. E as críticas que fazem ao actual Seleccionador ainda me irritam mais. Não acho justo andarem a atacar uma pessoa que encontrou uma Selecção feita aos bocados e, ao fim de poucos dias, consegui pô-la a vencer, a convencer, a golear, e agora, passado um ano, encontra-se numa excelente posição para atingir a fase final do Europeu de 2012 - algo que se pensou ser impossível.

É claro que, se a Selecção der uma escorregadela (três vezes na madeira!) vão todos cair em cima do Paulo Bento...

Não, os jogos com a Islândia e com a Dinamarca não vão ser nada fáceis... Por estas e por outras.

Por outro lado, a verdade é que já nos apurámos em condições mais difíceis. Os nossos últimos dois apuramentos são bons exemplos disso. Neste, as condições difíceis foram no início mas conseguimos revertê-las e, tal como disse acima, agora estamos numa posição com que muitos não se atreviam a sonhar há um ano - eu incluída.

Luís Figo disse ontem que, apesar de a hipótese de não nos qualificarmos não poder ser colocada de fora, "temos todas as condições e possibilidades para nos apurarmos". Garantiu também que Paulo Bento "tem alternativas para colmatar as ausências. Aqueles que ocuparem esse lugar darão duzentos por cento para ajudar Portugal". Ele deve saber do que fala... Nuno Gones, por sua vez, afirmou que "o ambiente está óptimo [dentro da Selecção], temos treinado bem e os jogadores estão concentrados no que têm a fazer Sexta-feira: conquistar os três pontos". Disse ainda que a Selecção vai levar a Islândia a sério uma vez que "eles perderam pela margem mínima com os nossos adversários mais directos". E essa a atitude que se quer! Aparentemente não falta determinação nem seriedade na Equipa de Todos Nós.

Como sempre, a Selecção - jogadores e equipa técnica - pode contar o meu apoio, a minha confiança, a minha fé, no melhor e no pior. Sempre foi assim e não tenciono mudá-lo. É certo que já apanhei vários baldes de água fria à custa disso mas, mais cedo ou mais tarde, acabo por ser recompensada. Ao longo do último ano tenho sido muito bem recompensada, até. E não acredito que isso vá mudar agora, só porque alguns jogadores estão ausentes. O jogo com a Islândia realiza-se na Sexta-feira, às nove da noite, com transmissão em directo na RTP. Acredito que voltarei a ser recompensada nessa noite. Eu... e os outros quinze milhões de portugueses espalhados pelo Mundo, unidos pela Selecção!


P.S. Há já algum tempo que não escrevia uma entrada assim, contra a corrente da generalidade da Comunicação Social. Dá cá um gozo... Sei que não é lá muito maduro mas, como costumo dizer, uma miúda não é de ferro!

Na recta final

Na próxima Sexta-feira, dia 7 de Outubro, a Selecção Portuguesa de Futebol enfrenta a sua congénere islandesa, no Estádio do Dragão. Quatro dias mais tarde, no dia 11, enfrentará a Selecção Dinamarquesa em casa desta última, em Copenhaga. Estas serão as duas últimas partidas da Qualificação para o Europeu de 2012, a realizar-se na Polónia e na Ucrânia.

Visto que não pude acompanhar o jogo com o Chipre, passei este último mês mais ansiosa por esta jornada dupla do que o costume. Devorava toda e qualquer notícia que mencionasse a Selecção Nacional. Cheguei mesmo a contar os dias para Paulo Bento anunciar os Convocados. E quando estes finalmente foram anunciados, como estava fora de casa, usei o meu leitor de MP3 para acompanhar a conferência via rádio. Como podem ver, a minha doença crónica pela Turma das Quinas anda a ser mal controlada.

Encontramo-nos, então, na recta final do Apuramento. Para o consumarmos de forma directa, basta fazermos quatro pontos nesta jornada dupla - ou seja, vencermos a Islândia e empatarmos frente à Dinamarca. Eu preferiria que ganhássemos ambos os jogos por três motivos. O primeiro é o mais importante e o mais óbvio: ganhar é sempre melhor do que empatar. Andamos a ganhar todos os jogos oficiais, porque haveríamos de deixar de fazê-lo agora? Segundo: a Dinamarca já nos complicou a vida à grande e à dinamarquesa várias vezes num passado recente. Além disso, gostam muito de nos - passe a expressão - mandar bocas. Aposto que vão fazer o mesmo agora, nas vésperas do jogo contra eles. Como tal, vencê-los uma vez mais ia ter um saborzinho extra. Por fim, foi frente a eles que, há um ano, a Selecção recém-renascida teve a primeira de uma série de vitórias seguidas em jogos oficiais. E seria perfeito consumar esse mesmo renascimento e a Qualificação frente ao mesmo adversário.

O estágio de preparação realizar-se-à no Algarve, portanto, desta vez, não poderei ir assistir a um treino. Para ser sincera, fico aliviada pois esta semana não me dava jeito nenhum escapulir-me para o Jamor, sobretudo tendo em conta que o único treino aberto realiza-se hoje, ao fim da tarde. Por outro lado, tenho pena de não poder desejar pessoalmente boa sorte aos Marmanjos (nem que fosse apenas acenando com o cachecol quando o autocarro passasse...). Fica para a próxima.

Paulo Bento tem falado sobre a falta de uma Casa da Selecção, sobre eventualmente fazer do Jamor o centro de estágio definitivo da Equipa de Todos Nós. Espero que essa ideia se concretize rapidamente, para eu poder ter mais hipóteses de ver os Marmanjos. Também espero que, se isso vier a acontecer, de caminho, melhorem a Estação da Cruz Quebrada e façam com que mais comboios parem lá, que aquilo, sinceramente, deixa bastante a desejar...

Fiquei algo apreensiva ao saber que jogadores como o Pepe, o Fábio Coentrão e o Hugo Almeida se encontram lesionados. Foi por esse motivo que esta Convocatória ficou marcada por várias Escolhas pouco habituais (gostei de saber que o Quaresma está de regresso). Paulo Bento afirma termos boas hipóteses de nos qualificarmos, independentemente dos jogadores que envergarem a camisola das Quinas.

E parece que essa é crença comum entre os Marmanjos. Há uns tempos, numa entrevista, Cristiano Ronaldo afirmou sentir que a Selecção se encontra num bom caminho, que não se sentia assim há algum tempo. Mais tarde, o Pepe disse, igualmente numa entrevista, que, hoje, a Selecção é "uma equipa muito forte e em todos os sentidos", "sólida e estabilizada", como, de resto, tem provado ser dentro das quatro linhas.

Também eu estou confiante. Receio, até, estar confiante demais. Na verdade, assumo sempre que a Selecção estará na fase final seguinte. Só quando vejo que as coisas estão a correr mesmo mal é que coloco o cenário oposto (e mesmo assim...). Desta feita, há um ano que não tenho motivos para considerar a hipótese de ficarmos de fora do Euro 2012. Por outro lado, nestas coisas tenho a superstição de achar que o excesso de confiança atrai a má sorte. Paulo Bento diz que a Selecção se concentrará, primeiramente, em conquistar os três primeiros pontos de que precisa frente à Islândia. Vou tentar fazer o mesmo. E, ao mesmo tempo, acompanharei a preparação deste encontro do mais perto que puder. Devorarei cada notícia, cada declaração, cada fotografia que estiver ao meu alcance. Se puder e tiver material para isso, postarei nova entrada no blogue antes do jogo. Noutras palavras, tenciono aproveitar ao máximo o facto de, finalmente, os jogos da Selecção estarem à porta!