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O Meu Clube É a Seleção!

Mulher de muitas paixões, a Seleção Nacional é uma delas.

Portugal 5 Luxemburgo 0 - No bom caminho

A Selecção Nacional recebeu e venceu por cinco bolas sem resposta a sua congénere luxemburguesa, num jogo de carácter preparatório dos três desafios finais da Qualificação para o Europeu de 2012, em particular, o jogo com o Chipre, a realizar-se no próximo dia 2 de Setembro.

O jogo arrancou morno, com os luxemburgueses muito defensivos, como era de esperar. Os portugueses iam fazendo pressão sobre a baliza adversária mas sem grande convicção. O relvado estava um bocado manhoso. Por causa do calor que fazia, este tinha sido regado pouco antes do início do jogo, o que o tornou escorregadio. Várias vezes, os jogadores escorregaram e/ou caíram.

Uma dessas situações ocorreu no lance que deu origem ao primeiro golo da Equipa das Quinas. O Fábio Coentrão recebe a bola do Hélder Postiga mas dá uma queda espalhafatosa. A bola vai parar a Cristiano Ronaldo mas este é rasteirado pelo guarda-redes luxemburguês. O Hélder acaba por ganhar a bola, faz chapéu ao próprio companheiro de equipa e o esférico vai parar às redes. Um lance caricato.

O grito de "GOLO!" ficou suspenso na dúvida relativa à validade do tento. A Lei da Vantagem não é válida na grande área (algo que eu ignorava), devia ter sido marcada uma grande penalidade mas o árbitro ignorou essa regra e validou o golo. Portugal abria o marcador deste modo. "Aos trambolhões", como disse o comentador da RTP. E o Hélder, como já fez várias vezes no passado recente, fez o gosto ao pé ao serviço da Selecção.

Como costuma acontecer nestes jogos, o primeiro golo quebrou o gelo. Mais tarde, foram cobrados dois pontapés livres directos, ambos executados por Cristiano Ronaldo. O primeiro acertou na barreira humana, o segundo cruzou a linha de baliza resultando, deste modo, no segundo golo português da noite. O Cristiano marcou, assim, o oitavo golo de uma temporada que mal arrancou.

Ao intervalo, Paulo Bento efectuou várias substituições. Geralmente, em jogos particulares, estas trocas a meio da festa são sinónimo de decaimento da qualidade da exibição - neste caso, provocaram o efeito inverso. Ainda a segunda parte mal tinha começado, já o Coentrão havia marcado de cabeça o seu primeiro golo ao serviço da Equipa das Quinas.

O momento alto da noite ocorreu aos 58 minutos de jogo, quando o Hugo Almeida marcou aquele golo espectacular, de fora da grande área. Foi também ele que, cerca de quinze minutos depois, encostou a bola que Nani lhe passou, assinando o quinto tento da Equipa de Todos Nós. Achei graça quando ele, depois, se foi pendurar naquele varão da baliza. Uma maneira original de celebrar um golo... Na parte final do encontro, o público pedia "Só-mais-um! Só-mais-um!", mas o resultado já estava feito. 

Não há muito mais de relevante a dizer sobre este encontro. Teve o desfecho que se previa. Os objectivos foram cumpridos: ganhámos, não sofremos golos (já contamos três jogos com a nossa baliza inviolada), Portugal levou o jogo a sério, mostrou estar preparado para a recta final da Qualificação para o Campeonato da Europa. 

Um aspecto positivo deste jogo foi o facto de vários Marmanjos terem dado provas de serem trunfos para a Turma das Quinas. Vou destacar o Hélder Postiga e o Hugo Almeida. Ainda há não tão pouco tempo quanto  isso, falava-se muito da falta de pontas-de-lança portugueses. Ontem, como, de resto, tem sido a regra ao longo dos últimos jogos, ambos os pontas-de-lança que jogaram contribuíram para os resultados. É certo que, nos próximos tempos, o Hélder e o Hugo disputarão febrilmente a titularidade, darão muitas dores de cabeça a Paulo Bento. Mas, como o Hélder assinalou muito bem: "A vantagem é da Selecção".

Agora o nosso próximo jogo é contra o Chipre. Já disse antes que não devo poder ver o desafio pois estarei no estrangeiro. Curiosamente, o mesmo aconteceu com o nosso primeiro jogo com esta selecção. Dado o resultado, não tive pena absolutamente nenhuma de o ter perdido. Mas, se não conseguir ver este, quero sentir uma pena danada por isso. Tendo em conta o nosso passado recente, incluindo o jogo de ontem, acredito que lamentarei não ver o jogo. Afinal de contas, como disse Paulo Bento, como, mais uma vez, ficou provado, a Selecção está no bom caminho.

A Miúda do Cachecol

Na passada Segunda-feira, dia 8 de Agosto, a Selecção Nacional realizou uma sessão de treino aberto no Estádio do Jamor e, mais uma vez, eu estive lá!

Para preparar o encontrou amigável com o Luxemburgo, efectuaram-se duas sessões de treino abertas. Uma anteontem, às seis da tarde e outra ontem de manhã, às nove e meia. Teria preferido ir a esta última mas, durante a manhã, tenho trabalho. Por isso, fui ontem. Como já conhecia o caminho, foi-me um pouco mais fácil chegar ao Estádio, mas não deixou de custar. Apesar de já ser fim do dia e, teoricamente, o calor já não apertar tanto (razão pela qual o treino se realizou tão tarde, penso eu), ainda estava bastante quente (o cachecol de Portugal nos meus ombros não ajudou); estavam a construir uma estrada nova e, ao passar por lá, fiquei cheia de pó; além disso, aparentemente, havia um incêndio algures pois cheirava imenso a queimado. Mas ultimamente tenho vivido de acordo com a seguinte filosofia: "Se estás cansado(a), dorido(a), sujo(a), significa que aproveitaste a experiência ao máximo. Se te assusta, deves fazê-lo. Não te arrependerás." Por isso, não me importei.

Cheguei ao Estádio mesmo em cima da hora e fui apanhada de surpresa pela quantidade de pessoas que haviam tido a mesma ideia que eu. Muitas mais do que no outro treino a que assisti. Uma parte significativa do público era constituída por crianças, ansiosas por verem os seus heróis. Ouvia-se o pregão de um vendedor ambulante:

- Olhá garrafinha de água, olhá cerveja, olhó Sumol!

Os jogadores subiram ao relvado (os balneários são subterrâneos) pouco depois de eu chegar. O treino começou com corrida de aquecimento à volta do campo. Nas primeiras voltas, à medida que os Marmanjos passavam, nós aplaudíamos. Depois os mais pequenos (e eu... ) iam chamando pelos craques:

- Ronaldo! Coentão! Nani! - mas estes começaram por não ligar.

Eu ainda me pus a gritar: "POR-TU-GAL! POR-TU-GAL!", a ver se mais gente no público se juntava a mim, mas não pegou e eu calei-me.

Entretanto, de uma das vezes que o grupo passou perto de nós, eu acenei-lhes e o Pepe acenou logo a seguir. Não sei se se dirigia a mim ou se foi coincidência, se ele estava a acenar a outra pessoa. Bem, nunca o saberei, por isso, vou considerar que ele estava a responder ao meu aceno.

Nesta altura, já os jogadores iam acenando para o público em resposta aos chamamentos. No fim do aquecimento, alguns deles foram para o banco, num altura em que estava mesmo por detrás dele (mas atrás do muro, obviamente) e desfrutei de alguns momentos em que tinha os meus heróis a poucos passos de mim.

Mais tarde, acabei por ir para o outro lado do campo, para onde a maior parte do pessoal se tinha acumulado. Fiquei lá até ao fim do treino, vendo o Coentrão, o Bruno Alves, o Danny e outros de quem não me recordo jogando futevólei, na esperança de que, depois, viessem distribuir autógrafos. Ao longo do outro treino a que assisti, tinha-me deslocado regularmente, tentando ver o que se passava no campo de todos os ângulos possíveis. Ontem não pude fazê-lo porque estava demasiada gente e os polícias tinham vedado o acesso a uma parte da pista de corrida. Em todo o caso, estive a vê-los de perto e fui testemunha da alegria, do companheirismo, da cumplicidade que reina entre os Marmanjos.

Na parte final da sessão de treino, já tinha um olho no campo e outro nas horas, com medo de perder o comboio. Ainda estive para sair mais cedo, mas decidi que valia a pena chegar um pouco mais tarde a casa, com um autógrafo no meu caderno. Por isso, fiquei até ao fim. Só que, logo depois do treino, os jogadores enfiaram-se no balneário. Só o Sílvio se dignou a vir dar uns autógrafos e a tirar uma ou outra fotografia com uns miúdos. Ainda tentei a minha sorte, enfiei-lhe o caderno e uma caneta debaixo do nariz mas ele ignorou. Não me importei muito. Não o conheço tão bem. Se tivesse sido outro, talvez o Ronaldo, o Nani ou mesmo o Ricardo Carvalho ou o Hélder Postiga, teria ficado mais zangada.

De qualquer forma, já fiquei um bocadinho zangada com aqueles ingratos. Que diabo, vieram oitocentas pessoas. Oitocentas! E não deve ter sido fácil para muitas delas. Já falei do calor, do pó, do fumo. Muitos de nós estariam melhor na praia, mas usaram a tarde livre para ir dar o seu apoio à Selecção. Aliás, a maior parte do pessoal que lá foi, estava, com certeza, de férias. Eu posso eventualmente voltar em Outubro, mas outros provavelmente não. Ontem, seria a melhor hipótese de conseguirem um autógrafo. Custava muito?

Eu não vou desistir. Nem que da próxima vez finte os polícias e invada o campo. Hei-de conseguir arrancar um autógrafo àqueles totós!

Comecei a descer a rampa em direcção à Estação da Cruz Quebrada. Trazia ainda o cachecol de Portugal nos ombros, na esperança de que o autocarro da Selecção passasse por mim, como da outra vez. Em várias ocasiões, cheguei a parar e a olhar para trás, a ver se avistava as motos da Polícia que costumam anteceder o autocarro.

E este acabou por aparecer. Não passou muito depressa, felizmente. Pus-me a acenar com o cachecol. Um dos jogadores, não consegui perceber qual, retribuiu-me o aceno (mais uns quantos treinos e já terei trocado acenos com toda a Selecção, eh eh) e o Eduardo, mais uma vez, olhou para mim. Pelos vistos, o autocarro passa sempre por ali, no fim dos treinos no Jamorpropriamente dito, hei-de ficar conhecida entre os jogadores como A Miúda do Cachecol ou A Totó À Saída Do Jamor ou outra alcunha do género... Fiquei a ver o autocarro afastando-se e só quando o perdi de vista é que guardei o cachecol e retomei o meu caminho.

E foi assim o segundo treino da Selecção Nacional a que assisti. Não soube tão bem como o primeiro. Já não havia o efeito da novidade, já não era a primeira vez que via a Equipa de Todos Nós ao vivo em quase quatro anos. Suponho que, ao fim de mais algumas vezes, hei-de me fartar... Por outro lado, estava muita gente, tal como já expliquei, não andava tão à vontade.

Tenho pena de não poder ter ido ao treino de ontem de manhã. Pelo que vi nos noticiários, estava menos gente do que anteontem. Além disso, não teria o stress de chegar a casa antes da hora do jantar. 

Mas gostei. É sempre bom ver os nossos heróis sem ser através da lente de uma câmara, trocar acenos com eles, fazê-los saber que adoro a Selecção, que estou com eles. E é como disse acima: ultimamente, tenho começado a sair da minha zona de conforto e, até agora, não me tenho arrependido.

Tenciono voltar. Outra e outra vez. Mesmo que acabe por se tornar banal. Nem que seja só para fazer de Miúda do Cachecol. O pior é que, agora, só devo poder ir de novo em Outubro já que, em Setembro, vou estar fora do País na altura do jogo com o Chipre. 

Agora que penso nisso, também não sei se haverá treino no Jamor nessa altura, já que o jogo é fora.

Entretanto, Paulo Bento fez ontem a ante visão do jogo que começa daqui a pouco mais de três horas, com transmissão na RTP1. O Seleccionador disse que Portugal abordará o particular com "a mesma atitude de sempre". Disse mesmo que os três principais objectivos para o desafio consistem em ganhar, não sofrer golos e manter a postura. Espero, agora, que às palavras do técnico se juntem as acções dos Marmanjos. Mesmo que o jogo não fique na História, quero ter uma noite feliz graças à  Selecção, quero gritar "GOLO!" várias vezes, quero receber mais um motivo para acreditar que não estamos assim tão longe de realizar o nosso sonho.

Futuro, presente, passado

No passado dia 30 de Julho, Sábado, realizou-se o sorteio para a fase de qualificação do Campeonato do Mundo a realizar-se em 2014 no Brasil. Portugal ficou no Grupo F, indo, por isso, disputar a Qualificação com a Rússia, Israel, Irlanda do Norte, Azerbaijão e com o Luxemburgo. Curiosamente, este último adversário é o mesmo que vamos defrontar na próxima Quarta-feira. Mas já lá vamos.

Toda a gente concorda que, em princípio, não deveremos ter problemas de maior durante esta Qualificação. O nosso mais perigoso adversário será, certamente, a Rússia. Estes, quando nos defrontarem, terão a motivação extra de vingarem os 7-1 de 2004. Além disso, os russos chegaram mais longe do que nós no Euro 2008. Chegaram à meia-final e, no caminho, derrotaram a Holanda. A Holanda! Que já nessa altura prometia. Não, não convém subestimar a Rússia.

Também não podemos subestimar os outros adversários. Israel, por exemplo, não tem grande historial futebolístico - só uma vez esteve no Campeonato do Mundo, mas, pelo que eu percebi, é daquelas equipas que, não tendo nada a perder, dão tudo o que têm em campo. A Irlanda do Norte não difere muito dos israelitas, nesse aspecto. Também constitui uma equipa teoricamente mais fraca. O nosso historial com esta selecção é-nos favorável, mas inclui empates e vitórias à rasca. E mesmo o Azerbaijão tem vindo a crescer futebolisticamente, desde que jogámos contra eles pela última vez, em 2007. Pelo menos é o que dizem.

Em teoria, é um grupo relativamente fácil. Na prática, já toda a gente sabe que as coisas não são assim tão lineares. Paulo Bento admitiu que, se bem que dificilmente a Qualificação fique ameaçada, aquelas equipas podem fazer-nos «perder pontos». Eu também já sigo o percurso da Turma das Quinas com atenção há uns bons anos e já os vi perder, empatar ou vencer com muito esforço equipas "inferiores" e golear o mais recente campeão Europeu e Mundial. Tudo pode acontecer.

Em todo o caso, ainda não me encontro nessa onda. O Mundial 2010 foi "só" no ano passado e já pensamos no de 2014... Só teremos de nos preocupar com a Qualificação daqui a um ano - trata-se de um futuro relativamente distante. Sabe-se lá em que estado há-de estar a Equipa de Todos Nós nessa altura! Tanta coisa se passou no ano que decorreu entre o último Campeonato do Mundo e o momento actual...

No momento actual, no presente, encontramo-nos a um mês do nosso próximo encontro da Qualificação para o Europeu de 2012. Com o objectivo de preparar esse jogo, a Selecção tem um desafio de carácter particular marcado para a próxima Quarta-feira, dia 10 de Agosto, no Estádio do Algarve. Paulo Bento anunciou os Convocados ontem, Quinta-feira, dia 4 de Agosto. A principal novidade foi o regresso de Nuno Gomes e Quim. Outros já disseram praticamente tudo o que havia a dizer sobre tal regresso - eu apenas acrescento que acho graça ao facto de Paulo Bento e Nuno Gomes terem, em tempos, sido colegas de Selecção e agora são Seleccionador e Seleccionado...

Eu também já assisti ao um jogo com o Luxemburgo no Estádio do Algarve. Foi em 2005, em finais de Agosto, princípios de Setembro. Desse jogo, os únicos "sobreviventes" dever ser o Ronaldo, o Ricardo Carvalho, o Hélder Postiga e pouco mais. Aquele encontro contava para a Qualificação para o Mundial 2006 - como podem ver, trata-se de um passado muito distante. Ganhámos 6-0. Estávamos sentados mesmo em baixo, perto do campo, junto a uma das balizas. Havia alturas em que ficávamos a poucos metros dos jogadores, em teoria podiam ouvir-nos perfeitamente. Na prática, nós bem gritávamos mas eles não reagiam. Por um lado, era bom sinal, eles estavam concentrados mas por outro... A fotografia acima foi tirada durante esse encontro. Todas as que tirámos ficaram com péssima qualidade, esta que tirámos do Figo é das poucas que se aproveita... Os dois primeiros golos (um deles, lembro-me que foi marcado pelo Ricardo Carvalho) foram festejados ao pé de nós.

Agora que penso nisso, talvez aquela troca de acenos com o Eduardo, durante o treino aberto da Selecção, não tenha sido o meu primeiro contacto com jogadores da Turma das Quinas. Existe a possibilidade de um dos Marmanjos ter reparado em mim nessa altura. Em todo o caso, com o Eduardo não houve margem para dúvidas. Mas perdoem-me este aparte, voltemos ao jogo.

De qualquer forma, eles só ficaram perto de nós durante a primeira parte (quando a baliza do Luxemburgo era do nosso lado), durante a segunda parte, aquilo ficava vazio...

Não me lembro de muito mais desse jogo. Foi uma daquelas goleadas fáceis, sem suor, sem adrenalina, sem emoção, que dificilmente ficam na memória. Calculo que se passará mais ou menos o mesmo na próxima Quarta-feira, a menos que os Marmanjos se distraiam  muito... Não sei que ilações poderá Paulo Bento tirar de um jogo com este, mas espero que as tire, de qualquer forma. Que, daqui a um mês é que as coisas vão ficar interessantes. Para já...