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O Meu Clube É a Seleção!

Mulher de muitas paixões, a Seleção Nacional é uma delas.

Antes da nossa estreia no Mundial

É amanhã que a Selecção Portuguesa entra em campo para defrontar a Costa do Marfim. Muito se tem falado, escrito, comentado, especulado, criticado, profetizado em relação à nossa potencial prestação no Mundial, mas será a partir de amanhã que veremos o que realmente acontecerá, o que a Selecção realmente fará. Faltam menos de 24 horas. Não sentem já aquele bichinho?

O Mundial propriamente dito já começou há três dias. Confesso que não tenho seguido os jogos com muito interesse, mas tenho tentado estar a par dos resultados e das notícias mais importantes. Estive sem Internet este fim-de-semana... Ando a tomar nota dos resultados num calendariozinho que andaram a distribuir como publicidade a uma escola de condução que abriu há pouco tempo e que a minha vizinha me ofereceu. Depois, quando tiver tempo, passo os resultados para o mapa que está afixado na parede do meu quarto. Parece que, de resto, os jogos têm sido um bocado entediantes, com empates, vitórias pela margem mínima... Exceptuando o Alemanha-Austrália. De resto, é a nossa Selecção que realmente me interessa.

Uma das coisas que tem sido duramente criticada é a vuvuzela. Os adeptos levam este instrumento para os estádios e durante todo o jogo ouve-se um constante zumbido - e eu interrogo-me como é que há fôlego para tanto. Para nós, que assistimos ao jogo pela televisão e podemos regular o som, até pode ser tolerável, mas para quem lá está deve incomodar. Cheguei a ler num jornal que o barulho pode ser tão prejudicial aos nossos ouvidos como o ruído de uma motosserra. Vários jogadores se têm queixado que não se conseguem ouvir uns aos outros em campo. Hoje até ouvi que os jogadores holandeses (ou os dinamarqueses, não tenho a certeza) andaram a praticar a linguagem gestual para comunicarem entre si. Evra, capitão da Selecção Francesa chegou mesmo a culpar as vuvuzelas pelo empate frente ao Uruguai. Pois, claro! Pelo menos em relação a esta última, como diria a minha professora de Português: Eu sei dançar! O chão da sala é que está torto! Mas, piadas à parte, já se pondera pura e simplesmente proibir as vuvuzelas.

Eu acho triste ter de se chegar a esse ponto. Eu gostei da ideia das vuvuzelas, por motivos que já expliquei aqui e por outros. A vuvuzela podia tornar-se o símbolo do Mundial da Àfrica do Sul. Nos últimos tempos, oiço ocasionalmente o som de uma vuvuzela vinda da rua, o que me recorda a Selecção e me faz sorrir. Só que o pessoal exagerou. A sério, não podiam limitar-se a soprar a vuvuzela depois dos golos ou assim? Não, tinham logo de estragar tudo, de obrigar a FIFA a proibi-las!

Aquela campanha toda da Galp, do toca-a-vuvuzela-para-apoiar-a-Selecção, corre o risco de ser pior a emenda que o soneto... Agora seria mais adequado tocar as vuvuzelas quando o adversário tem a posse de bola, como sinal de vaia. Aposto que o Simão já se arrependeu de ter entrado na campanha.

Mudemos de assunto.

Na semana passada, mais rigorosamente no dia 9, li n'O Correio da Manhã sobre uma metáfora criada por um jornal sueco, de nome Dagens Nyheter, que achei muito engraçada. Estes comparam os concorrentes do Mundial a animais da selva africana. Assim, nós, os portugueses, somos como as chitas, uma vez que as nossas maiores armas são a "velocidade e capacidade de preparar emboscadas às presas". Também são apontadas como potencialidades da Selecção Portuguesa "a rapidez e a potência de Cristiano Ronaldo".

A Selecção brasileira é comparada com o leão, o Rei da selva. Segundo o jornal, os nossos irmãos precisam de "organização e cooperação para atingir os seus objectivos". O búfalo é a Argentina, uma vez que "ninguém se atreve a atacar". A Selecção Alemã é um elefante, por ser "a mais pesada e experiente da selva". A Espanha é elegante e mortífera como o leopardo. Finalmente, a Àfrica do Sul é como a zebra - engraçada mas uma presa fácil. Tive imensa pena de não falarem de mais equipas para além destas.

OK, falemos então da viagem iniciamos amanhã à tarde. Eu tenho de confessar uma coisa: tenho um bocadinho de medo. Não me interpretem mal, não é por não acreditar, nem nada disso. Contudo, não consigo evitá-lo. Quer dizer, nunca deixei de apoiar a Selecção e contudo, os jogadores deram-me várias desilusões ao longo destes últimos dois anos. Não consigo deixar de recear que as coisas corram mal. De resto, já senti medo no Euro 2008 e até no Mundial 2006. Quem não tiver nem que seja um bocadinho de medo que falhemos, quem tiver certezas absolutas de que vamos ser bem-sucedidos, que atire a primeira pedra!

Contudo, pegando de novo na metáfora cliché dos Descobrimentos, se os nossos antepassados não tivessem conseguido ultrapassar o medo, nunca teriam descoberto nem a Madeira e os Açores, quanto mais a Índia! Quem quer passar além do Bojador/ tem que passar além da dor.

Além disso, nós até temos condições para fazer uma boa prestação. Tivemos um mês para preparar o Mundial. Não estivemos mal nos dois últimos particulares e num dos quais enfrentámos outra Selecção qualificada para o Campeonato do Mundo. Já ficou provado que os Navegadores actuam melhor sobre pressão. No futebol, tudo é possível. Porque não?

Em suma, em relação a este assunto, não me considero nem optimista, nem pessimista. Considero-me realista, se bem que inclinada para o optimismo. Segundo uma frase cujo o autor desconheço, O pessimista queixa-se do vento, o optimista espera que ele mude, o realista ajusta as velas. Nesta metáfora, o ajustar das velas corresponde a darmos tudo o que temos em campo e a puxarmos pela Selecção até ao limite, até deixar de ser possível. É isso que tenciono fazer amanhã e enquanto a Selecção estiver na Àfrica do Sul. Em frente, Portugal! Vamos a eles!

Termino esta entrada com um poema que vi na Sexta-feira, dia 11, no Destak, na parte das cartas dos leitores. Só não me lembro do autor...

Com a Selecção no coração!

Portugal vai cantar,
Portugal vai amar
estar com a Selecção
amá-la com o coração!
Embalemos para a vitória,
ficando na própria história
Tenhamos muita esperança
e toda a confiança!
Acompanhemos com amor,
como Povo lutador,
Olhemos a Selecção,
com fé e emoçao!
Orgulhemo-nos da Selecção,
cantando-lhe com devoçao.
sabendo dar-lhe a mão.
como hino da Nação!
Portugal vai cantar,
Portugal vai amar.
Estando com a Selecção,
temo-la no coração!

Portugal 3 Moçambique 0 - Uma vitória num dia triste

Ontem à tarde, a Selecção Portuguesa venceu a Moçambicana por três golos sem resposta, no último jogo de carácter preparatório para o Mundial 2010. Danny marcou o primeiro golo, aos 51 minutos, e Hugo Almeida marcou os outros dois, aos 74 e aos 83 minutos, salvo erro.

Eu não pude ver o jogo na televisão e nem sequer pude ouvir a emissão inteira pela rádio. Apenas tive oportunidade para ver os hinos e admirar a incrível quantidade de bandeiras portuguesas presentes nas bancadas. A minha irmã, que estava em casa, aceitou mandar-me SMS's quando houvesse golos... e eu, em troca, teria de lhe comprar a revista Bravo.

Quase não consegui acompanhar a primeira parte do jogo e parece que não perdi muito. A Selecção entrou a meio-gás, provavelmente abalada pelo que aconteceu a Nani (falarei disso mais à frente), receando que mais alguém se magoasse. É curioso, pois neste jogo aconteceu o oposto do que geralmente acontece neste tipo de particulares: a primeira parte foi um bocado desinspirada, a segunda parte foi melhor, as susbstituições deram energia à equipa.

Como a professora se atrasou consideravelmente para a aula, pude ouvir os primeiros dez ou quinze minutos da segunda parte, incluindo o primeiro golo que, como o locutor da Antena1 sublinhou, a Selecção Portuguesa marcou em solo sul-africano. Eu não gritei "GOLO", mas sorri abertamente e fiz gestos de triunfo. Estava com medo que se repetisse o jogo de Cabo Verde...

Pelo que ouvi na rádio, o Danny estava a jogar de forma espectacular, mereceu mesmo ter marcado aquele golo. O Navegador contribuiu também para o segundo golo - Hugo Almeida só precisou de dar um toquezinho na bola, orientando-a para a baliza. Mais tarde, Danny afirmaria que "O meu grande objectivo é dificultar a vida do treinador" e eu interrogo-me se seria esse tipo de dificuldades que Queiroz inveja em Maradona. Na altura desse golo, já a aula tinha começado. Só que eu, a certa altura, liguei o leitor só para ver o resultado, e apanhei o golo.

Só soube do terceiro golo quando a minha irmã me enviou uma mensagem: Tamos a ganhar 3-0. Mais tarde, soube que tinha sido Hugo Almeida a marcar.

A aula terminou pouco depois do final do jogo. Eu segui o rescaldo da partida mais uma vez através da rádio, enquanto ia apanhar o comboio de regresso a casa. Uma das coisas que foi realçada foi o facto de Deco estar a melhorar de forma. Ainda bem, não precisamos de mais Navegadores em terra.

Horas antes do jogo começar, estava a ver a SIC Notícias e avisaram, como notícia de última hora, que Ruben Amorim tinha sido Chamado à para se juntar aos Navegadores, na África do Sul. Eu fiquei admiradíssima e pensei logo: Ó diacho, quem é que se terá lesionado? Deixei a televisão ligada no mesmo canal, à espera de mais pormenores. E não demorou muito a ser revelado que era Nani quem regressaria a casa.

Quando soube disso, fiquei consternadaíssima. O Nani não vai ao Mundial?!?!?! Podia lá ser! Como nada tinha ainda sido confirmado oficialmente, conservei a secreta esperança de que tudo não passasse de um boato, de que a lesão não fosse assim tão grave, de que ele não precisasse de voltar. Ledo engano. Ele tinha mesmo de deixar a Selecção.

O destino foi altamente injusto, altamente cruel para o jovem Navegador. O Nani não merecia isto! Ele que fez das tripas coração, sobretudo nos dois primeiros jogos de preparação (foi dos poucos que fez alguma coisa de jeito frente a Cabo Verde), para merecer a titularidade! Até dá vontade de chorar... Ele, à semelhanca do Cristiano, do Deco e do Eduardo, era o último jogador que eu queria ver fora do Mundial. Esta história estragou logo o dia e nem a vitória ajudou muito a atenuar a tristeza por termos perdido o Nani.

Queiroz descreveu mesmo a situação como "o caso mais difícil que tiver de gerir do ponto de vista humano". Afirmou ainda que "A entrega e a obstinação que ele mostrou para disputar o Mundial foram uma das maiores provas de profissionalmismo a que já assisti" e que "o Nani é um exemplo para todos" e eu acrescento: sobretudo para uns quantos jogadores que parecem tomar os seus lugares na Selecção como garantidos.

Em todo o caso, tal como disseram na Antena 1, o Nani ainda é jovem, ainda terá vários Mundiais e Europeus para mostrar o que vale. Mais - e isto sou eu que o digo - o Simão já cá anda há muitos anos, qualquer dia vai-se embora e o Nani ocupará certamente o seu lugar. Embora agora já não tenha tanta certeza, depois do jogaço que Danny fez.

Envio através do blogue um forte e sentido abraço de solidariedade ao Nani, com votos de que recupere depressa e de que regresse à Selecção em breve.

Esta madrugada, dois jornalistas portugueses foram assaltados no hotel onde pernoitavam, ficando só com a roupa que tinham no corpo. Ao ouvir esta notícia, lembrei-me da Guerra do Iraque de 2003, em que Carlos Fino e mais uns quantos jornalistas portugueses passaram por uma situação semelhante... Acho que já prenderam um dos assaltantes, mas não sei se os jornalistas conseguirão recuperar as coisas roubadas. A eles, também envio a minha solidariedade. Só espero é que esta história não se repita.

Nos próximos dias não devo ser capaz de voltar a actualizar o blogue, mas vou tentar escrever pelo menos uma entrada antes da nossa estreia no Mundial. Já falta menos de uma semana...

Magaliesburg: a nova casa da Selecção

No Domingo, a Selecção aterrou finalmente no país anfitrião do Campeonato do Mundo de 2010. E foi recebia de uma forma apoteótica (tenho lido e ouvido muitas vezes esta palavra para descrever situações como esta, mas, na verdade, não sei bem o que significa...). A edição de ontem do jornal Record falava em cinco mil pessoas, duas mil das quais puderam ainda assistir ao primeiro treino dos marmanjos em solo sul-africano.

Talvez agora deva dizer "primeiro treino dos Navegadores", cognome que Carlos Queiroz escolheu para os jogadores da Selecção. Uma clara alusão aos Descobrimentos, à conquista do Cabo da Boa Esperança. Um bocado lugar-comum, mas sem deixar de ser adequado, mesmo assim.

Já não é a primeira vez que testemunhamos um acolhimento tão caloroso à Selecção das Quinas, mas nunca deixam de me surpreender, de me fazer sorrir, de me fazer desejar estar entre eles a gritar por Portugal. E pensar que, pelo menos de acordo com o Record, mais uma vez, que as Selecções Inglesa e Brasileira, mais favoritas à conquista do título do que nós, chegaram "perante a indiferença e a apatia geral à Terra de Nelson Mandela"... Nós somos mais populares que o Brasil e a Inglaterra?!?!? Custa-me a acreditar...

É engraçado que, onde quer que a Selecção vá, existe quase sempre uma comunidade de portugueses, luso-descendentes, ou pessoas que nada têm a ver connosco, pronta a receber-nos de braços abertos. E eu que, há dois anos, pensava que ninguém nos ligaria na Àfrica do Sul... Aposto até que, caso nos qualifiquemos para o Euro 2012, havemos de desencantar algures nos confins da Polónia ou da Ucrânia, uma comunidade lusa para fazer a Selecção sentir-se em casa. No Brasil, no Mundial a seguir a este, encontraremos de certeza portugueses e uns quantos brasileiros dispostos a reservar um espacinho para nós num coração quase totalmente ocupado pela Selecção Canarinha. E no Europeu de 2016, em França, nem se fala...

Hoje temos o nosso último jogo de preparação para o Mundial 2010. Jogamos contra Moçambique. Ontem, tive oportunidade de assistir em directo à Conferência de Imprensa de Carlos Queiroz, de antevisão a este amigável, enquanto almoçava. Este jogo terá um sabor especial para o Professor, já que foi naquele país que ele nasceu. Outra coisa que foi mencionada foi que o jogo será disputado no Bidvest Wanderers Stadium, considerado a "catedral" do criquete na África do Sul.

A Conferência foi sendo pontuada por tiradas humoradas de Carlos Queiroz, que afirmava estar com pressa por causa do treino, que começava às três e meia, hora sul-africana.

Um dos jornalistas afirmou que no jogo contra os Camarões e no fim-de-semana passado, Cristiano Ronaldo aparentava estar triste e questionou Queiroz sobre esse facto. O Professor começou por brincar com a situação, dizendo que ele provavelmente tinha perdido um jogo de pinguepongue, mas depois invocou a aproximação do Mundial e a responsabilidade inerente como justificação. Mas eu pergunto: o que é que interessa o estado de espírito dos jogadores? Não têm mais nada que perguntar? Sinceramente...

Já perto do fim Queiroz queixou-se que "tenho treino daqui a dois minutos", mas ainda aceitava "duas perguntas em estrangeiro". A primeira pergunta foi feita em inglês. O Professor começou por responder em português, mas depois o Assessor avisou:

- You're not answering in estrangeiro.

Riram-se e Queiroz lá respondeu em inglês. O Professor quer mesmo mostrar que pode ser divertido. A segunda pergunta em estrangeiro era em castelhano. Ele também respondeu nessa língua, mas muito macarronicamente. Foi assim que a Conferência terminou.

Como já disse, hoje jogamos com Moçambique. A partida será transmitida pela TVI esta tarde, às três e meia de cá. Eu não sei se poderei assistir à emissão televisiva, uma vez que vou ter uma aula às quatro e meia. Terei de sair de casa um pouco depois do início do jogo para apanhar o comboio. Em princípio só poderei ver o Hino Nacional pela televisão, depois saio logo. Pelo caminho, ainda devo conseguir ouvir o relato da primeira parte via rádio, mas, ao contrário do que fiz da última vez que tive um jogo da Selecção durante uma aula, não vou ouvir a segunda parte. Esta é uma aula extra, de dúvidas, que a Professora não era obrigada a dar, e eu quero aproveitar. Além disso, é apenas um jogo particular, contra um adversário que não é nada de especial. E como geralmente na segunda parte o rendimento da equipa cai, não devo perder nada. Quanto muito, posso ligar o leitor de MP3 nas alturas mais paradas da aula para ouvir o resultado, mas não deverá passar disso.

Entretanto, já referi que um dos nossos maiores obstáculos ao nosso caminho é a possibilidade de encontrarmos a Espanha nos oitavos-de-final. Contudo, parece que os espanhóis também não andam ansiosos por se encontrarem connosco. Ontem, o director das relações institucionais do Real Madrid, Emilio Butrageño, alertou os nossos vizinhos para o "perigo que representa jogar com Portugal nos oitavos de final", aconselhando especial cuidado com Cristiano Ronaldo. É sempre bom saber que os nossos adversários nos respeitam, mas sinceramente acho que estamos a ser um pouco sobrevalorizados. Quer dizer, eles fizeram uma qualificação perfeita, ganhando todos os jogos e nós vimo-nos gregos para chegar cá. Além disso, até nos dava jeito se aparecessem em campo com excesso de confiança...

Mas já sabemos que no futebol tudo é possível. Estou até a pensar na Dinamarca que só participou no Europeu de 92 porque a Jugoslávia foi proibida de jogar. Eles só souberam disso dez dias antes do início da fase final, quando muitos dos jogadores estavam de férias. E depois disto tudo, sagraram-se campeões Europeus! Maravilhas do futebol.

É por estas e por outras que, independentemente das nossas escassas hipóteses, dos favoritos, dos prognósticos, nunca devemos deixar de sonhar, de acreditar e de lutar. E nós, os adeptos, usamos o nosso apoio como arma. Enquanto for possível, eu acredito!

E depois tragam a Taça na bagagem!

No momento em que escrevo isto, a Selecção deve estar a embarcar no avião da TAP que levará os marmanjos até Joanesburgo, na África do Sul. Estes depois ficam hospedados em Magaliesburg.

Depois deste Mundial, devo já saber o nome de muitas mais cidades sul-africanas. Para já, já conheco Magaliesburg, Joanesburgo, Durban, a Cidade do Cabo e Port Elizabeth. O que vai ser útil para quando jogar aos "Países".

Na Quinta-feira passada, a Selecção esteve com o Primeiro-Ministro em Oeiras. José Sócrates afirma-se "confiante", já que "temos alguns dos melhores jogadores do Mundo". Não deixa de ser verdade esta última parte, só que isso nem sempre é suficiente... De resto, se Sócrates não estivesse optimista é que era mesmo esquisito. Por outro lado, o discurso dele não difere dos de outras personalidades, mas aposto que deve haver por aí muita pessoa importante que não acredita e não admite que não acredita. Só por isso, o Mourinho merece o meu respeito.

É claro que há muita gente que não se coibe de dar a sua opinião no espaço dos comentários das notícias na Internet. Eu evito ter de os ler, pois existem uns quantos de nível baixíssimo que me enchem de raiva. É por estas e por outras que escrevo este blogue: para afirmar que acredito, que apoio a Selecção tanto nas derrotas como nas vitórias, ontem, hoje e amanhã! E que se dane o que os outros pensem! Além disso, deve haver por aí muita gente a apoiar mas que não tem coragem de o admitir com tantos descrentes. Pode ser que, se alguns de nós derem o primeiro passo, outras vozes percam a vergonha e se juntem ao coro.

Foi também por isso que, também na Quinta-feira, pendurei a bandeira portuguesa à janela. Já tinha perdido a minha antiga, por isso tive de comprar uma à loja chinesa do outro lado da rua. Era o local que estava mais à mão, se pudesse comprava num local mais respeitável, mas o que conta é a intenção. Desta vez, quase não vejo bandeiras à janela, pelo menos não no sítio onde moro. Será por termos um Seleccionador que não estimula tanto esse tipo de coisas? Será por causa da fase de qualificação tão resvés, Campo de Ourique? Eu não preciso que me peçam para apoiar a Selecção. Tanto quanto me lembre, nunca precisei. Admito que, no Euro 2004, o percurso brilhante fez-me apoiar com mais entusiasmo, mas já apoiava antes. Scolari foi catalisador, não foi reagente. E agora sou adepta incondicional. Incondicional. É pena é que muitas pessoas não sejam assim. Só mostra hipocrisia.

Em todo o caso, hoje não faltaram demostrações de apoio. Segundo a minha avó, foram cerca de oitenta mil pessoas à despedida da Selecção no Parque Eduardo VII. Só não sei se foi pela Selecção ou pelo Tony Carreira... Depois, segundo o que vi na televisão, cerca de quinhentos adeptos foram ao Aeroporto da Portela despedirem-se dos marmanjos. A propósito, hoje parece que, pelo menos na RTP, houveram imensos programas relacionados com a Selecção. E houve uma certa altura, à hora dos noticiários das oito, em que os três canais generalistas só falavam da partida para a África do Sul. O que me pareceu um bocadinho exagerado, mesmo assim. Se fosse dia de jogo, talvez se justificasse tanto aparato, mas hoje...? De resto, como tinha imenso que estudar, não pude acompanhar a programação. Quando foi o Euro 2008, nesse dia estava livre. Mas também como um dos apresentadores era o João Baião, acho que não perdi muito...

Já que falamos de programas de televisão relacionados com o Mundial, ultimamente têm passado carradas deles e eu não tenho tempo de os ver todos. Nem paciência... Tenho vários episódios de O Regresso dos Incríveis gravados, mas só vi dois ou três e nenhum até ao fim. Mas hoje descobri o programa Ligados a Portugal. Este mostra os bastidores da Selecção e - maravilha! - nem cinco minutos dura. Vou, por isso, tentar acompanhá-lo, um pouco para compensar o facto de, este ano, não haver Tudo Por Todos nem nenhum site do género (que eu tenha descoberto, pelo menos...).

Entretanto, a grande estrela do nosso primeiro adversário, Costa do Marfim, encontra-se em dúvida para o Mundial. Didier Drogba lesionou-se durante um particular contra o Japão e teve de ser operado. Apesar de ser sempre lamentável que um jogador do gabarito de Drogba falhe um Campeonato do Mundo, talvez isso contribua para enfraquecer o nosso adversário. Mas assim não tem tanta piada. Qual é o gozo de ganharmos se os adversários não utilizaram todas as armas que têm? Por outro lado, segundo um comentador da SIC, talvez a ausência de Drogba tenha o efeito inverso. Talvez a equipa deixe tanto de se encostar à estrela e passe a funcionar melhor como colectivo. Isso fez-me lembrar o particular que disputámos com o Brasil em 2007. Lembro-me que, na primeira parte, a Selecção apoiava-se mais em Ronaldo, mas depois de ele ser substituído, ficou mais coesa e foi aí que apareceram os golos.

O que nos leva de volta à célebre frase: Prognósticos, só no fim do jogo! Que seja o que Deus quiser!

Na próxima Terça-feira, temos o último jogo de preparação. Desta vez é frente a Moçambique. O Mundial, depois, começa daí a dois dias.

No momento em que escrevo isto, os jogadores já devem estar a voar em direcção a Joanesburgo. Que façam boa viagem e que depois tragam a Taça na bagagem!

Em relação aos adeptos, faço um apelo: não liguem aos inúmeros Velhos do Restelo que por aí andam. Ninguém pode fazer profecias certeiras no que toca ao futebol. Tudo é possível. E apoiar ajuda mais do que mandar bocas azedas. Não tenham medo de gritar: POR-TU-GAL! POR-TU-GAL!

Portugal 3 Camarões 1 - "Uma despedida em festa"

Ontem, a Selecção Nacional venceu a sua congénere camaronesa (é assim que se diz?) por três bolas a uma, num jogo de carácter preparatório do Campeonato do Mundo de 2010, que tem início daqui a nove dias. Foi um jogo, em muitos aspectos, bem diferente do que tinha sido o da semana passada, frente a Cabo Verde.

A começar pelo público. Desta feita, os adeptos vieram em força e foram fantásticos do princípio ao fim. Eram vuvuzelas, buzinas, até a banda Filarmónica da Covilha (ouviram-nos a tocar I Gotta Feeling, a certa altura?) a fazer chinfrim p'ra apoiar a Selecção. E os marmanjos retribuiram o apoio.

Logo de início se percebeu que ia ser um jogo diferente do da semana passada, visto que os marmanjos entraram com muito mais energia, com muito mais garra. Até os locutores da rádio (durante a primeira parte do jogo eu desliguei o som da televisão e ouvi a emissão da Antena1), mais ou menos aos quinze minutos, falavam em "bom entrosamento" e em maior frescura física. O Ronaldo e o Raul Meireles eram dos que mais atacavam. O Ronaldo chegou mesmo a ter duas óptimas oportunidades, quase seguidas, que não sei como não aproveitou. Na primeira, na altura, suspeitei de nervosismo uma vez que ele tinha hesitado a certa altura, o que levou a que perdesse a oportunidade de inaugurar o marcador. Contudo, pelo que foi dito mais tarde, a culpa terá sido da bola. Mas já falarei disso mais à frente.

Finalmente, o Raul Meireles dá um tiro sem hipóteses de defesa para o guarda-redes camaronês e abre o marcador. 1-0! Estava dado o primeiro passo para a tão desejada vitória.

Quase logo a seguir, Eto'o é expulso por acumulação de amarelos. Eu fiquei surpreendida. Já tinha ouvido vagas referências a desentendimentos do género por parte do jogador do Inter de Milão, mas, por amor de Deus, ele é o capitão da Selecção Camaronesa, é a estrela deles, seria de esperar que fosse mais sensato... Se o tipo consegue ser expulso na primeira parte de um jogo amigável, que vai ele fazer ao Mundial?!?!

Adiante, a redução da equipa adversária ajudou-nos. A segunda parte teve altos e baixos. Entre os altos, inclui-se o segundo golo de Meireles. Um golo acidental, mas lindo! 2-0.

O 2-1 surgiu numa altura em que a Selecção começava a afrouxar, a adoptar o chamado ritmo de treino. O golo, contudo, serviu para dar um ligeiro abanão aos marmanjos, que ligaram os motores de novo. Por isso, até não foi mau.

Por fim, Nani consolidou a vitória ao dar um chapéu ao guarda-redes camaronês aos 81 minutos. 3-1! O jogador do Manchester já tinha feito uma boa exibição no jogo contra Cabo Verde (dos poucos a fazer uma boa exibição...) e agora também fez. Está mesmo determinado a dar o seu melhor, a conquistar a titularidade. Já se falou que é provável que seja titular, não me lembro é de quem o disse. E o marmanjo merece-o, sem dúvida.

Neste jogo cumpriram-se os três objectivos essenciais. 1) ganhámos - e merecêmo-lo. 2) fizemos uma boa exibição - salvo algumas excepções, mas também é um particular, compreende-se, e já tivemos pior. 3) ninguém se lesionou - apesar daquele susto com o Pedro Mendes, mas pelos vistos não é nada de grave, ele pode ir ao Mundial. Foi de facto a vitória que precisávamos para nos dar um pouco mais de esperança. E para nos despedirmos da Covilhã, agradecendo a hospitalidade. Como disse a comentadora da TVI, foi uma "despedida em festa".

De resto, deve ter sido a única coisa de jeito que os comentadores disseram ao longo de todo o jogo. A partir de certa altura, já só diziam que a seguir ao jogo, na TVI24 ia ser analisado o jogo por não sei quem, etc, etc. Era irritante - sobretudo porque nem sequer tenho TVI24, sem grande pena. O que vale é que a RTP é que tem os direitos de transmissão dos jogos do Mundial e os comentários deles são um bocadinho melhores. Mas estou a pensar desligar o som e seguir o relato na rádio. O pior é a descrepância. Outra coisa que me irritou foi, mais uma vez, eles terem metido imensa publicidade entre o final do jogo e as flash-interviews. Eu estive quase para desistir, mas ainda deu para ouvir Meireles e Queiroz. Enfim, menos uns pontinhos que a TVI perdeu na minha consideração. E já não tem muitos, diga-se de passagem. Feito este aparte, voltemos aonde estávamos.

Sendo os Camarões uma das melhores selecções africanas, esta vitória deixa uma boa indicação para o nosso jogo inaugural. Contudo, há que recordar que as circunstâncias são diferentes: na África do Sul, o adversário vai estar mais em casa do que nós; os camaroneses jogaram uma hora amputados de um dos seus melhores jogadores; este foi um jogo particular, contra a Costa do Marfim vai ser a doer. E se, na semana passada, um empate num jogo particular não era motivo para grandes alarmes, esta semana, uma vitória num jogo particular também não é motivo para grandes euforias. Mesmo assim, fiquei contente por ver que a Selecção evoluiu, está a conseguir encontrar o seu caminho, vai dar luta no Mundial. E ainda temos quase duas semanas para afinar as armas, incluindo mais um jogo de preparação.

A Selecção tem hoje uma folga, amanhã retoma o trabalho em Lisboa e no Sábado, às dez da noite, apanham o avião rumo à África do Sul. Eu por acaso não os invejo grandemente por terem de fazer um voo de cerca de dez horas, ainda por cima durante a noite. Já se sabe que é difícil dormir em aviões, a menos que se vá em classe executiva - e duvido que haja dinheiro para irem. Em todo o caso, esperemos que, quando regressarem a Portugal, tragam a Taça na bagagem (dará para vir como bagagem de mão?).

Na semana passada foram divulgados os slogans que serão inscritos nos autocarros das Selecções. À semelhança do que aconteceu no Euro 2008, foram os adeptos que escolheram. Eis a lista completa (fonte: ApoiaPortugal):

  • África do Sul: Uma nação, orgulhosamente unida debaixo de um arco-íris
  • Alemanha: Na estrada para ganhar a Taça!
  • Argélia: Estrela e lua crescente com um objectivo: vitória!
  • Argentina: Última paragem: a glória
  • Austrália: Atreve-te a sonhar, força Austrália
  • Brasil: Lotado! O Brasil inteiro está aqui dentro!
  • Camarões: Os leões indomáveis estão de volta
  • Chile: Vermelho é o sangue do meu coração, Chile campeão
  • Coreia do Norte: 1966 de novo! Vitória para a Coreia do Norte!
  • Coreia do Sul: Os gritos dos vermelhos, República da Coreia unida
  • Costa do Marfim: Elefantes, vamos lutar pela vitória!
  • Dinamarca: Tudo o que precisa é uma selecção dinamarquesa e um sonho
  • Eslováquia: Façam tremer o relvado! Vamos Eslováquia!
  • Eslovénia: Com 11 corações valentes até o fim
  • Espanha: Esperança é o meu caminho, vitória é o meu destino
  • Estados Unidos: Vida, Liberdade e a busca pela vitória!
  • França: Todos juntos por um novo sonho em azul
  • Gana: A esperança de África
  • Grécia: A Grécia está em todo o lado!
  • Holanda: Não receie os cinco grandes, receie os 11 laranjas
  • Honduras: Um país, uma paixão, 5 estrelas no coração!
  • Inglaterra: Jogando com orgulho e glória
  • Itália: O nosso azul no céu africano!
  • Japão: O espírito samurai nunca morre! Vitória para o Japão!
  • México: Hora de um novo campeão!
  • Nigéria: Super Águias e super torcedores, estamos unidos
  • Nova Zelândia: Chutando ao estilo Kiwi
  • Paraguai: O leão Guaraní ruge na África do Sul
  • Portugal: Um sonho, uma ambição… Portugal campeão!
  • Sérvia: Joguem com o coração, comandem com um sorriso!
  • Suíça: Vamos, Suíça!
  • Uruguai: O sol brilha sobre nós! Vamos, Uruguai!

Na sua maioria, as frases não são nada de especial. A frase portuguesa está incluída nessa. Sinceramente, podiam ter arranjado bem melhor. Podiam, por exemplo, ter aproveitado o facto de termos dobrado o Cabo da Boa Esperança e dito algo tipo: Há quinhentos anos triunfámos aqui e agora vamos repetir o feito.

Mas tem algumas frases interessantes. A frase brasileira é, sem dúvida, uma das minhas preferidas. E a holandesa está muito engraçada.

Por outro lado, a frase da Coreia do Norte é interessante mas por outro motivo. 1966 de novo, dizem eles. Talvez seja por ter sido o último ano em que entraram num Mundial, mas espero que se lembrem de quem os expulsou desse mesmo Mundial. E, sobretudo, de como os expulsou desse Mundial. Querem mesmo que a história se repita? Eu não me importo nada, se quiserem...

Ultimamente não tenho escrito muito no meu blogue e peço desculpa por isso. Tem-me faltado tempo e também inspiração. Existem dias em que pura e simplesmente não sei sobre que escrever. Agora compreendo os desabafos dos Gato Fedorento e de Marcelo Rebelo de Sousa no episódio do Esmiuça os Sufrágios em que este último foi o convidado. Agora começo a compreender porque é que a Comunicação Social tanto gosta de polémicas. Realmente, é complicado para os comentadores quando nada de especial acontece. O que vale é que sou uma mera amadora e não tenho a obrigação de escrever com regularidade. Não tenho obrigação, mas fico com sentimentos de culpa... O pior é que receio que nos próximos dias volte a não ter tempo. Mas prometo que me vou esforçar.

De resto, uma das coisas que me roubou tempo foi o vídeo de apoio que enviei para o YouTube na semana passada (http://www.youtube.com/watch?v=ZMR5Bj_nv2o). Graças a Deus, desta vez não mo rejeitaram (ainda não ultrapassei o facto de terem retirado o vídeo de Bang The Drum. O vídeo deu-me imenso trabalho e acho que ficou muito giro, não é justo não poder partilhá-lo com o Mundo!) Desta feita, inspirei-me no vídeo de Ricardo Costa, autor do blogue ApoiaPortugal de que já falei aqui, em que ele apresenta do novo equipamento da Selecção Nacional e usa como banda sonora a música Conquest of Paradise (Conquista do Paraíso). Para aqueles que não sabem (eu não sabia, descobri através do Wikipédia), esta música foi composta por Vangelis para o filme com o mesmo nome da faixa, que é sobre Colombo e a descoberta da América. De resto, conheço a música deste pequena e acho que é adequada à Selecção, não só por causa do título, mas também por causa do seu carácter épico. E termino esta entrada com a mensagem do vídeo: Para que conquistemos o Céu, o Paraíso, a final, o que quer que lhe chamem. Força Portugal!

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